HOLLIEEu sabia que a mulher estava tentando arrumar confusão comigo pelo tom de voz e pela postura. — Eu vou buscar, um momento — eu falei e me levantei. Um sorriso brincou nos lábios da mulher e eu me segurei. Eu não me importava de servir, desde que fosse respeitada. — Alguém tem alguma alergia ou preferência? Ela pegou a caneta em cima da minha mesa, pegou uma das folhas da impressora e entregou para mim. — Anote — a mulher falou numa voz provocativa e eu peguei a caneta. Era meu primeiro dia e eu não queria que Lennon tivesse problemas. Depois de anotar uma lista que parecia infinita e cheia de detalhes, eu peguei a minha bolsa e fui para o elevador. Lennon tinha me dado um cartão para uso, porém, eu não queria usar. Só que eu não tinha dinheiro para aquele monte de café! Desci e tive que dar uma andada, porque a tal cafeteria não era “bem ali” como aquela mulher falou, mas sim três quarteirões dali! E quarteirões longos. Meus pés estavam me matando quando cheguei lá, pois n
Hollie não conseguia acreditar que estava ali, na delegacia, sendo acusada de algo que não tinha feito. E pra piorar: ela ainda tentou ajudar! “Que ingratidão!”, ela pensou, irritadiça. Chelsea agora estava ali, com cara de coitada, fingindo ser a vítima. Mas o que mais doeu em Hollie foi que a mãe de Chelsea, depois de ser atacada pela própria filha, preferiu acusar a defensora dela. “Isso é o que eu ganho!”Ela estava se achando realmente ridícula. Lennon não demorou a chegar e, ao ver a esposa ali, esperando para ser ouvida pela delegada, correu até ela. — Amor, o que aconteceu? — Eu fui acusada do que não fiz! — Hollie respondeu e os olhos dela estavam cheios de lágrimas. — Chelsea foi arrumar confusão comigo, ela acabou atacando a própria mãe, eu defendi e ainda fui acusada! Lennon inspirou fundo. A delegada se aproximou e ela parecia cansada, com olheiras. — Delegada Casey! “Minha nossa, sempre tem um drama com essas pessoas,” Milana pensou. Desde que ela tinha sido design
*ANOS ANTES*Simone olhava com rancor para a irmã. A mulher tinha tudo o que ela queria: pais amorosos e compreensivos, amigos e um namorado afetuoso e bonito, além de rico. Não lhe parecia justo, afinal, Simone não era inferior em absolutamente nada! Ela era bonita, inteligente e muito bem educada. Por que, então, ela não conseguia se igualar a Martha? — Vamos, querida — Marcel falou para Marth, que lhe sorria carinhosamente. Os olhos deles refletiam o amor de um pelo outro, o que aumentava ainda mais a raiva de Simone. O casamento de Marcel com Martha seria em um mês e Simone estava andando em seu próprio quarto, de um lado para o outro, pensando como impedir que aquilo viesse a acontecer. Ela não podia simplesmente deixar que aqueles dois ficassem juntos! Todas as vezes que ela se insinuava para Marcel, ele a rejeitava. No início, ele parecia não compreender, depois, quando ela foi mais incisiva e direta, ele disse com todas as letras que amava Martha e não teria olhos para outr
— Senhora Calhoun? — Milana a chamou, o que fez Simone piscar algumas vezes e voltar a si. Ela agora estava sentada em uma cadeira e olhou em volta. Não tinha sinal de Hollie. — Onde… onde está aquela garota? — ela perguntou, levantando-se. O marido dela estava chegando naquele momento e o coração de Simone disparou. — M-Marcel! Ele chegou até ela em passadas rápidas. — O que houve, Simone? — ele perguntou. — Onde está Chelsea? Marcel já tinha presenciado um momento de fúria de Chelsea, antes, por isso, quando contaram a ele o que tinha acontecido, ele olhou significativamente para a esposa e a levou para o carro, agradecendo. Milana achou estranho que Simone não tivesse insistido em ficar ali, como já que Chelsea ainda não tinha sido liberada. A mulher parecia nervosa e impaciente para tirar o marido da delegacia, ainda olhando em volta. “Algo tem!”, a delegada pensou e torceu a boca. “Essa versão dessas duas… não me convenceu.”Milana notou como Simone, mesmo tentando parecer
— Senhor Calhoun — Lennon disse, sério, e passou o braço pelos ombros de Hollie. — Com licença. O olhar de Marcel era perfurante e Hollie sentia como se ele pudesse ler a alma dela. Antes que ela pudesse passar com Lennon, Marcel esticou o braço e a impediu de andar. Lennon arregalou os olhos e puxou a esposa mais para ele. — Algum problema? — Qual o nome da sua mãe? — Marcel perguntou e Hollie franziu a testa. — Senhor Calhoun, minha esposa não tem que falar da vida dela. O senhor deveria se preocupar mais em educar a sua filha para que ela pare de causar problemas! — Lennon disse e olhou para Hollie. — Vamos, amor. Marcel não desistiu e segurou o pulso dela, mas Lennon colocou a mão dele em cima da do homem em seguida, numa clara ameaça. — Tire as mãos dela! — Qual o nome da sua mãe? — ele insistiu e Hollie tentou se soltar. — E o seu pai? Quem são? Hollie se soltou com a ajuda de Lennon e eles começaram a se afastar. Simone chegou até o marido e o segurou para que ele não p
— Eu vou… morar aqui? — o menino virou-se para a irmã. Ela se abaixou e ficou no nível dele. — Vai sim, meu bem. — Mas… parece um castelo! — o menino disse e correu pela sala. — Tommy! Lennon passou a mão em volta da cintura da esposa. — Deixa ele explorar — Lennon falou e encostou a boca no ouvido de Hollie. — Os brinquedos que eu comprei estão bem guardados. — Lennon! Ele riu safado. — Amanhã vamos ver escola pra ele. Eu terei algumas reuniões, mas vou pedir ao meu assistente que cuide disso. — Eu posso fazer isso — Hollie falou e mordeu os lábios. — Lennon, eu vou pagar pela escola dele. Lennon a olhou com confusão. — Do que está falando? — Ele é meu irmão, minha responsabilidade. — Ele é meu cunhado. E… Hollie, você é minha mulher. Eu cuido de você e dos seus. — Lennon… — ele a beijou docemente. — Por favor. Você compra o uniforme. — O uniforme? — ela levantou as sobrancelhas. — Não faça essa cara. Não tô fazendo favor nenhum. O quarto de Tommy não era infantil,
Simone olhou novamente para o endereço na tela do celular e sorriu. Sim, Martha estava ali, portanto, ela estava no lugar certo! — Bom dia! — ela disse sorridente para a recepcionista. — Eu gostaria de visitar Martha Dalton. Quarto 312. Ao entregar os próprios documentos para a moça atrás do balcão, essa reconheceu o nome e sobrenome. Ela não sabia dos pormenores da vida dos famosos e ricos, mas sabia que os Calhoun e os Dodson eram amigos. E Martha era a mãe da esposa de Lennon Dodson, o ex-solteiro mais cobiçado de Denver. — Claro, só um momento! — a jovem falou e Simone sorriu amavelmente para ela, esperando o crachá que permitiria o seu acesso. Assim que o pegou, agradeceu e deu uma generosa gorjeta pelo “bom trabalho”. O semblante de Simone mudou imediatamente assim que ela se virou e entrou no elevador. O batucar suave de seus dedos no antebraço era silencioso e, quando as portas se abriram, ela adentrou o corredor bem iluminado. Cada passo no piso de porcelana era como um p
Ao abrir a porta, Marcel se deparou com Simone no chão e alguém em cima dela. Outra mulher. O coração dele quase saiu pela boca quando ele viu que a tal mulher era ninguém menos do que Martha. Ele ainda demorou alguns segundos para conseguir se mover, mas quando o fez, segurou Martha por baixo dos braços, e a puxou, prevenindo que a mão de Simone alcançasse o rosto. — M-Marcel? — Simone disse, arregalando os olhos e então, começando a choramingar. — Amor, olha só o que essa louca fez comigo! Martha congelou ao ouvir aquele nome. Ela não esperava que Marcel e ela cruzariam caminhos alguma vez depois de tudo o que houve. Lentamente, ela levantou a cabeça e foi atingida pela visão do rosto do homem que quebrou o coração dela, e depois pisou, cruelmente. — Me solta! — Martha reclamou e o empurrou, porém, Marcel não se moveu. Ele apenas segurou-a pelos ombros e um sorriso vacilante apareceu em seus lábios. — Martha! — as letras saíram com dificuldade. Marcel a abraçou forte e Martha