Ao abrir a porta, Marcel se deparou com Simone no chão e alguém em cima dela. Outra mulher. O coração dele quase saiu pela boca quando ele viu que a tal mulher era ninguém menos do que Martha. Ele ainda demorou alguns segundos para conseguir se mover, mas quando o fez, segurou Martha por baixo dos braços, e a puxou, prevenindo que a mão de Simone alcançasse o rosto. — M-Marcel? — Simone disse, arregalando os olhos e então, começando a choramingar. — Amor, olha só o que essa louca fez comigo! Martha congelou ao ouvir aquele nome. Ela não esperava que Marcel e ela cruzariam caminhos alguma vez depois de tudo o que houve. Lentamente, ela levantou a cabeça e foi atingida pela visão do rosto do homem que quebrou o coração dela, e depois pisou, cruelmente. — Me solta! — Martha reclamou e o empurrou, porém, Marcel não se moveu. Ele apenas segurou-a pelos ombros e um sorriso vacilante apareceu em seus lábios. — Martha! — as letras saíram com dificuldade. Marcel a abraçou forte e Martha
Simone percebeu tarde demais que tinha falado mais do que deveria. — Minha filha não é nenhuma bastarda! — Martha vociferou e tentou avançar, porém, Hollie a segurou. — Ela é…— Cala a boca! — Marcel não se aguentou mais e andou até a esposa, com passos firmes e um olhar assassino. — Cale a boca quando falar de Martha, ou da filha dela! Marcel se virou e encarou Hollie novamente. Ele a achou tão parecida com alguém, mas não reconheceu quem, e por quê? Porque a pessoa que tinha os olhos parecidos com os dela não era Martha, mas ele mesmo! — Ela é minha, não é? — ele perguntou e Martha apenas o encarou. Hollie arregalou os olhos e olhou da mãe para o pai de Chelsea. Lennon era outro que não estava entendendo nada. — Ela é, não é? Responde! — Como pode pensar isso? — Simone rebateu e puxou o braço de Marcel, que se desvencilhou. — Ela é uma vagabunda que não podia ver um…! Marcel nunca foi violento, mas ele segurou o maxilar de Simone e o apertou, o suficiente para que ela não pude
Chelsea pensei que tinha ouvido errado. Ela tinha que ter ouvido errado. — Mãe, do que… — os olhos dela estavam cheios de lágrimas. Simone adotou Chelsea, mas mais do que tudo, aquela garota era o ticket para que Simone pudesse permanecer com Marcel. Claro, Chelsea agora não era mais uma garotinha e, por isso, Simone queria que esta se casasse com alguém de peso. Archer Galloway já tinha dona e Simone sabia bem da paixonite que Chelsea sempre teve por Lennon. Ele era uma opção maravilhosa, além da mãe dele ser amiga de Simone, enquanto o pai era o dono da companhia que mais dava lucro aos Calhoun. Uma união perfeita. Ou seria, se Chelsea não tivesse deixado a oportunidade passar! E o pior: ela permitiu que quem se aproximasse de Lennon fosse justamente a filha bastarda da Marcel com Martha! — O que você ouviu! Eu criei você, uma orfã, por anos! Te dei amor, te mimei e o que você fez? Você deu de bandeja os Dodson para aquela maldita! Chelsea tinha os rompantes dela, porém, ela ti
Marcel, ao ouvir aquilo, fuzilou Simone com o olhar. A mulher sabia que tinha se descontrolado e muito e justamente numa péssima hora! — N-não… meu bem, a mãe falou errado. Eu… Chelsea se desvencilhou do toque de Simone. — A senhora não é a minha mãe e deixou isso bem claro. Eu não lhe fiz nada e fui atacada desse jeito! — Chelsea olhou para Marcel. — O senhor também vai me rejeitar? Marcel abraçou a loira. — Claro que não, meu bem! — ele disse e inspirou fundo. — Você sempre será a minha filha, não importa o quê. E Simone, bom, ela não ficará aqui. — Marcel, nós não vamos nos divorciar! — Claro que vamos — ele respondeu calmamente. — Eu não te quero. Não tem motivo pra manter essa farça que você chama de casamento. A mulher ficou com o rosto vermelho e então, resolveu soltar mais veneno. — Não adianta me olhar assim, triunfante, Chelsea. Porque ele diz agora que você é a filha dele, mas eu quero ver se ele vai continuar com isso quando a filha de sangue dele vier pra cá! Ela
Duas horas depois, Hollie estava nos braços de Lennon, as pernas enroscadas, enquanto ele fazia-lhe carinho nas costas. — Fica tranquila. Ninguém mais vai perturbar a sua mãe — Lennon disse e beijou os cabelos da esposa. — Vou cuidar de você e da sua família, que agora é minha, também. Hollie inspirou fundo e se aconchegou mais em Lennon. Ela teve tanto medo que ele fosse só mais um homem rico querendo diversão… sua mãe tinha lhe dito que não se entregasse fácil, e que evitasse homens de famílias ricas e tradicionais, porque Hollie quase certamente teria sofrimento. Porém, Lennon era um sonho. Sim, ela temeu que ele fosse um pesadelo disfarçado, mas então, tendo visto o patrão Archer Galloway, ele não acreditou que este seria melhor amigo de um crápula. — Obrigada, Lennon. Obrigada por estar na minha vida — ela fungou e Lennon franziu o cenho, olhando melhor para ela, que lhe encarava agora. — Hollie, quem tem que agradecer aqui sou eu. Você é a mulher mais incrível e, porra, um
Nia engoliu a saliva desconfortavelmente. — Bom, é que eu queria uma união com os Calhoun. — Mas se Chelsea é filha adotiva, continua sendo filha. Não muda nada — Stanley passou geleia na torrada. — Muda? — Ela não sendo filha legítima, como vai herdar as coisas? Além disso, ela perde prestígio. Stanley passou a língua pelos dentes da frente, mantendo a boca fechada, depositou a torrada no prato e encarou a esposa. — Só perde prestígio porque tem pessoas que ficam se preocupando com coisas idiotas como “ter o mesmo sangue”. Ela é filha, ponto! Foi criado pelos Calhoun! — ele soltou uma risada de desdém. — O que faz perder “prestígio” é a mãe adotiva ser vista como a cobra que ela realmente é. E, por isso, foi expulsa de casa. Nia arregalou os olhos e espalmou as mãos sobre a mesa. — Você… eu não acredito que não me contou! — Não sou fofoqueiro — Stanley deu de ombros. Nia mordeu os lábios. — Amor… — ela fez beicinho e Stanley fingiu que não entendeu. A olhou e levantou uma so
Hollie não gostou nada daquilo. Nia estava claramente colocando-a contra a parede. — Em outro momento, senhora Dodson. Muito obrigada — Hollie olhou para o pequeno. — Outro dia, meu amor. Tudo bem? Thomas era um menino compreensivo e confiava na irmã, por isso, ele apenas assentiu e sorriu para Nia. — Obrigado! Outro dia, então! Tchau! Ele acenou enquanto Hollie o levava para fora do prédio, onde um carro já os esperava. Nia remexeu a boca, pensando. Como ela não tinha notado como os olhos de Hollie eram parecidos com os de Marcel? Além disso, aquela criança… Nia gostava de crianças e Thomas era muito fofo, na opinião dela! “Não me parece tão mal ter essa mulher na família…” Já no caminho para a escola, Thomas fez um beicinho. — Aquela senhora é malvada? — ele perguntou e Hollie apertou os lábios. — Hmm, não é isso. Ela e eu não somos muito amigas, só isso. Thomas assentiu e voltou a olhar pela janela. Ele percebeu como a irmã dele foi hostil com a senhora que tinha sido sim
— Senhor Burks, por favor, com licença — Hollie falou ao ver que o homem não se afastou dela. — É que hoje vai ter um happy hour e acredito que vá te fazer bem. Outras pessoas da empresa vão! — ele sorriu e Hollie abriu a boca para falar, mas Lennon apareceu. — O que está acontecendo? — ele falava por entre dentes e Tyler sorriu ao ver o patrão. — Senhor Dodson, oi! Eu estava aqui convidando Hollie para um happy hour! As mãos de Lennon coçavam para fazer duas coisas: uma, puxar Hollie para ele e demarcar território; dois, para socar Tyler pelo atrevimento!— Happy Hour? Eu soube que o marido da senhora Dalton é muito ciumento — Lennon disse, tentando não pular no pescoço do homem de sorriso fácil. — Ah… acredito que seja mais um motivo para ela ir! Ele não pode prendê-la! Lennon olhou para Hollie, que estava cansada e só queria ir para casa, mas ainda precisava buscar o irmão, portanto, livrar-se de Tyler era essencial. — Senhor Burks, eu não estou sendo presa. A decisão é minh