Marcel, ao ouvir aquilo, fuzilou Simone com o olhar. A mulher sabia que tinha se descontrolado e muito e justamente numa péssima hora! — N-não… meu bem, a mãe falou errado. Eu… Chelsea se desvencilhou do toque de Simone. — A senhora não é a minha mãe e deixou isso bem claro. Eu não lhe fiz nada e fui atacada desse jeito! — Chelsea olhou para Marcel. — O senhor também vai me rejeitar? Marcel abraçou a loira. — Claro que não, meu bem! — ele disse e inspirou fundo. — Você sempre será a minha filha, não importa o quê. E Simone, bom, ela não ficará aqui. — Marcel, nós não vamos nos divorciar! — Claro que vamos — ele respondeu calmamente. — Eu não te quero. Não tem motivo pra manter essa farça que você chama de casamento. A mulher ficou com o rosto vermelho e então, resolveu soltar mais veneno. — Não adianta me olhar assim, triunfante, Chelsea. Porque ele diz agora que você é a filha dele, mas eu quero ver se ele vai continuar com isso quando a filha de sangue dele vier pra cá! Ela
Duas horas depois, Hollie estava nos braços de Lennon, as pernas enroscadas, enquanto ele fazia-lhe carinho nas costas. — Fica tranquila. Ninguém mais vai perturbar a sua mãe — Lennon disse e beijou os cabelos da esposa. — Vou cuidar de você e da sua família, que agora é minha, também. Hollie inspirou fundo e se aconchegou mais em Lennon. Ela teve tanto medo que ele fosse só mais um homem rico querendo diversão… sua mãe tinha lhe dito que não se entregasse fácil, e que evitasse homens de famílias ricas e tradicionais, porque Hollie quase certamente teria sofrimento. Porém, Lennon era um sonho. Sim, ela temeu que ele fosse um pesadelo disfarçado, mas então, tendo visto o patrão Archer Galloway, ele não acreditou que este seria melhor amigo de um crápula. — Obrigada, Lennon. Obrigada por estar na minha vida — ela fungou e Lennon franziu o cenho, olhando melhor para ela, que lhe encarava agora. — Hollie, quem tem que agradecer aqui sou eu. Você é a mulher mais incrível e, porra, um
Nia engoliu a saliva desconfortavelmente. — Bom, é que eu queria uma união com os Calhoun. — Mas se Chelsea é filha adotiva, continua sendo filha. Não muda nada — Stanley passou geleia na torrada. — Muda? — Ela não sendo filha legítima, como vai herdar as coisas? Além disso, ela perde prestígio. Stanley passou a língua pelos dentes da frente, mantendo a boca fechada, depositou a torrada no prato e encarou a esposa. — Só perde prestígio porque tem pessoas que ficam se preocupando com coisas idiotas como “ter o mesmo sangue”. Ela é filha, ponto! Foi criado pelos Calhoun! — ele soltou uma risada de desdém. — O que faz perder “prestígio” é a mãe adotiva ser vista como a cobra que ela realmente é. E, por isso, foi expulsa de casa. Nia arregalou os olhos e espalmou as mãos sobre a mesa. — Você… eu não acredito que não me contou! — Não sou fofoqueiro — Stanley deu de ombros. Nia mordeu os lábios. — Amor… — ela fez beicinho e Stanley fingiu que não entendeu. A olhou e levantou uma so
Hollie não gostou nada daquilo. Nia estava claramente colocando-a contra a parede. — Em outro momento, senhora Dodson. Muito obrigada — Hollie olhou para o pequeno. — Outro dia, meu amor. Tudo bem? Thomas era um menino compreensivo e confiava na irmã, por isso, ele apenas assentiu e sorriu para Nia. — Obrigado! Outro dia, então! Tchau! Ele acenou enquanto Hollie o levava para fora do prédio, onde um carro já os esperava. Nia remexeu a boca, pensando. Como ela não tinha notado como os olhos de Hollie eram parecidos com os de Marcel? Além disso, aquela criança… Nia gostava de crianças e Thomas era muito fofo, na opinião dela! “Não me parece tão mal ter essa mulher na família…” Já no caminho para a escola, Thomas fez um beicinho. — Aquela senhora é malvada? — ele perguntou e Hollie apertou os lábios. — Hmm, não é isso. Ela e eu não somos muito amigas, só isso. Thomas assentiu e voltou a olhar pela janela. Ele percebeu como a irmã dele foi hostil com a senhora que tinha sido sim
— Senhor Burks, por favor, com licença — Hollie falou ao ver que o homem não se afastou dela. — É que hoje vai ter um happy hour e acredito que vá te fazer bem. Outras pessoas da empresa vão! — ele sorriu e Hollie abriu a boca para falar, mas Lennon apareceu. — O que está acontecendo? — ele falava por entre dentes e Tyler sorriu ao ver o patrão. — Senhor Dodson, oi! Eu estava aqui convidando Hollie para um happy hour! As mãos de Lennon coçavam para fazer duas coisas: uma, puxar Hollie para ele e demarcar território; dois, para socar Tyler pelo atrevimento!— Happy Hour? Eu soube que o marido da senhora Dalton é muito ciumento — Lennon disse, tentando não pular no pescoço do homem de sorriso fácil. — Ah… acredito que seja mais um motivo para ela ir! Ele não pode prendê-la! Lennon olhou para Hollie, que estava cansada e só queria ir para casa, mas ainda precisava buscar o irmão, portanto, livrar-se de Tyler era essencial. — Senhor Burks, eu não estou sendo presa. A decisão é minh
Depois que Thomas dormiu, Hollie e Lennon sentaram para conversar. — Amor, por favor, deixa que eu apresente você por quem você é: não só uma funcionária, mas também a minha esposa. Hollie soltou o ar. — Só… me dá mais um tempinho, tudo bem? Um mês. E aí, vamos aparecer juntos. Lennon assentiu. Ele não estava completamente satisfeito, porém, já era algo. Um mês… Ele teria que esperar mais um mês. “Mas não para demitir quem merece sair!” ele disse a si mesmo e aproximou-se da esposa, acariciando-lhe o braço. — Hollie… eu lembrei de uma coisa, hoje. Ah… você tá tomando alguma coisa? — ela franziu o cenho, claramente confusa. Lennon passou a língua pelos lábios. — Você tá tomando algum contraceptivo? Hollie piscou algumas vezes e o olhar dela ficou vazio. Lennon, involuntariamente, sorriu. — Ah, minha nossa! — Hollie se levantou do sofá, uma mão na testa. Lennon colocou-se de pé, também. — Lennon… eu, eu deveria ter ido ao médico, mas aí… Ela virou-se para ele com uma expressão
Percebendo a respiração de Hollie mudando, Lennon encostou o carro no meio-fio e virou-se para a esposa. Ela estava pálida. Ao ver os lábios de Hollie tremendo, bem como as mãos, Lennon pegou o telefone dela e o levou à orelha.— Aqui é Lennon Dodson, marido de Hollie. O que está havendo? Aconteceu algo com o menino?— Senhor, eu não sei como, mas Thomas Dalton sumiu durante o passeio! Primeiro, o choque, depois a preocupação e, logo, a raiva se juntou ao turbilhão de sentimentos de Lennon. — O que… Como assim ele sumiu? Estão na delegacia? — A-ainda não, senhor Dodson… — Então mandem o responsável da escola para lá, porque Hollie e eu estamos indo. Ele desligou, os olhos injetados. Lennon não conseguia acreditar! Além disso, ele não achava que fosse um travessura ou simplesmente algo como “o menino se machucou e se perdeu”. Não, nada nessa linha. Ele desconfiava que ali tivesse dedo de alguém, fosse inimigo dele nos negócios, ou… Lennon não diria imediatamente, mas ele podia a
As buscas não deram em nada. Quando soube do caso, Millana pediu as câmeras de seguranças e percebeu que Thomas parecia ter ouvido alguma coisa, porque ele se virou. O menino olhou para o grupo, deu até mesmo um passo naquela direção, porém, novamente olhou para trás. Ele foi na direção oposta a dos amigos e da professora. A gravação mostrava que havia ali um ponto cego, então, ou foi bem planejado ou apenas sorte do raptor. A próxima cena, já pelo lado de fora, mostrava alguém de costas, vestido de preto e com boné, carregando algo, e, pela forma como a pessoa andava, era algo não tão pesado, mas um pouco difícil de transportar. — Quero a equipe do lado de fora, pela saída B! — Millana disse, balançando a cabeça. Pelos últimos acontecimentos, ela mesma tinha suspeitas com relação aos Calhoun. Marcel estava andando de um lado para o outro no próprio escritório de casa. Hollie não tinha ligado para ele, e ele não sabia se era uma recusa ou se ela ainda estava pensando. Pensar que el