Uma mãe por contrato: O CEO e a babá
Uma mãe por contrato: O CEO e a babá
Por: Chris Angels
Emprego novo

— Hey! — Eve reclamou ao ver um homem entrando na frente dela, na fila. Ele não se moveu e ela o cutucou nas costas, chamando-lhe a atenção. — Não pode fazer isso. Com licença!  

O homem se virou e, para Eve, parecia que o tempo se movia em câmera lenta. Por um segundo, ela ficou embasbacada com a visão: alto, olhos verdes, cabelos escuros perfeitamente penteados, traços que ela considerou muito harmoniosos, como uma estrela de Hollywood. 

Mas o encanto durou apenas até que ele abrisse a boca. 

— Por que está me cutucando? Qual o seu problema? — A frieza não só na voz, como no olhar, deixaram Eve com ainda mais raiva. O homem claramente era rico, pelo terno feito sob-medida, mas sem um pingo de educação!

— Eu quem pergunto! O senhor furou a fila! — Ela olhou para trás, com uma das mãos na cintura, e viu que não tinha mais ninguém além dela. Ao se voltar para a frente, o homem já estava com as costas para ela. Eve ajeitou os óculos no rosto e o cutucou novamente. — O senhor ouviu? 

Ele a ignorou e foi para o caixa assim que a luz do mesmo indicou estar livre. Eve foi com ele e colocou a cesta dela em cima do balcão. O atendente olhou para os dois. 

— Eu cheguei primeiro! — O homem disse, já perdendo a paciência. 

— O senhor entrou na minha frente, na fila! 

— Exato. Por isso, eu cheguei aqui primeiro. Volte para trás e pare de atrapalhar! 

— Senhorita, por favor…—  O atendente pediu e Eve, por mais que quisesse arrumar confusão, respirou fundo e deu um passo para trás, irritada. Ela odiava como gente rica e com cara de esnobe geralmente ganhava nessas disputas. 

Minutos depois, ao sair do mercado, viu o homem desligando o celular e entrando em um carro luxuoso e, em seguida, cantando pneus. 

— Cretino miserável! — Ela murmurou, com raiva, e foi para casa. 

O pequeno apartamento em Sun Valley estava caindo aos pedaços, ainda que Eve o mantivesse impecavelmente limpo. 

Ao deixar a sacola de compras em cima do pequeno balcão da cozinha, ouviu alguém bater na parede da sala. Provavelmente os vizinhos, discutindo novamente. Quando as vozes alteradas se fizeram ouvir, Eve apenas suspirou e continuou a tirar as poucas compras da sacola.

Alguém bateu em sua porta. 

— Um momento! — Ela pediu e foi atender. Ao abrir a porta, deu de cara com a proprietária e síndica do prédio, que segurava um menino no colo. — Ah, senhora Clark. É sobre o aluguel? Eu estou… 

— Não me interessa! Eu quero o dinheiro e o quero agora! —  A mulher com o pano na cabeça disse de maneira rude, ajustando a criança no colo, que começou a chorar. 

— Eu estou desempregada, mas prometo que vou…—  Eve nem terminou de falar, pois a mulher deu um empurrão nela e entrou no apartamento. Seus olhos varreram a pequena kitnet e pousaram sobre a sacola de compras. 

— Mas dinheiro pra esbanjar, tem, não é? 

— Eu comprei apenas comida…—  Eve detestava brigas e odiava "dever" a alguém, principalmente dinheiro. 

Lenna Clark se virou para ela, balançando a criança que não parava de chorar. Eve sorriu para a criança, que piscou algumas vezes e sorriu de volta para ela. 

— Amanhã. Se não me pagar amanhã mesmo, eu jogo as suas tralhas na rua! —  A mulher não esperou uma resposta, apenas saiu a passos pesados e bateu a porta com força. 

Eve se deixou cair no pequeno sofá surrado e colocou a cabeça entre as mãos. O que ela faria? 

O celular dela apitou e era uma mensagem. Eve a olhou desinteressada, até ler o conteúdo e se levantar de um salto. Era uma entrevista de emprego! 

Duas horas depois, Eve estava parada em frente a uma casa imensa, com um belo cercado, em Greenwood Village. Ela engoliu em seco e bateu à porta. 

Uma senhora de cabelos grisalhos e um sorriso gentil a recebeu. 

— Olá! Eu sou Everleigh Johnson e estou aqui para a entrevista para a vaga de babá. A senhora Ballilis foi quem me chamou. 

— Entre, por favor, senhorita! — A empregada disse e abriu a porta para que Eve pudesse passar. 

— Obrigada! 

Eve foi levada até a sala e lá esperou por menos de cinco minutos, quando uma mulher de cabelos longos e cacheados apareceu, um sorriso bonito no rosto e uma covinha na bochecha. 

— Olá! Eu sou Shannon Ballilis! — A mulher se apresentou e lhe estendeu a mão. Eve se colocou de pé e logo a apertou. — Sente-se, por favor! 

A mulher sentou-se no sofá em frente a Eve e limpou a garganta. 

— Como explicado na vaga, eu preciso de alguém que seja gentil, cuidadosa, responsável, compreensiva, discreta e que, claro, goste de crianças! 

— Eu adoro crianças! — Eve falou sinceramente.

Após algumas perguntas sobre as experiências de Eve — que não incluíam exatamente cuidar de crianças — e ver a documentação, conferindo que estava tudo em ordem, Shannon colocou a prancheta na qual anotou tudo, de lado. 

— Excelente! Vem, que quero te mostrar a Rose! — Shannon se levantou e fez sinal para que Eve a seguisse. 

No andar de baixo, uma criança estava dentro de um carrinho. Os olhos verdes da criança pareciam sorrir sozinhos. Eve teve uma sensação de reconhecimento, mas logo afastou aquele pensamento. Quem raios ela já tinha conhecido com olhos tão bonitos quanto aqueles?

A senhora mais velha estava lá e, assim que Eve e Shannon entraram, ela pediu licença e se retirou.

— Ela é linda! — Eve falou, emocionada. A bebê, vestida de rosa, esticou os bracinhos gorduchos, pedindo colo. — Eu posso? —  Eve perguntou a Shannon. 

— Claro, vá em frente! 

Ao pegar a pequena, Eve sentiu o coração se enchendo de algo muito bom. A bebê pegou uma mecha dos cabelos castanhos de Eve e soltou uma risadinha. 

— Eu… Eu acho que estou apaixonada! —  Eve falou e Shannon bateu palmas, rindo de alegria. 

— Quando você pode começar? 

Os olhos de Eve brilharam por trás da lente. Ela tinha conseguido?

— Q-quando a senhora quiser! 

— Agora? Que tal? — Shannon mostrou seu lindo sorriso. 

— Por mim, tudo certo! A sua filha é adorável, senhora Ballilis! 

Shannon limpou a garganta. 

— Essa doçura é minha sobrinha. O pai dela é meu irmão, Archer Galloway. Ele trabalha muito, sabe como é…— Shannon revirou os olhos, como se desconversasse, com um sorriso nos lábios. 

Eve queria perguntar sobre a mãe da criança, mas inferiu que a coitada provavelmente tinha morrido. Seria muito indelicado questionar a respeito. 

— Eu compreendo. 

Shannon adorou que Eve não perguntou nada sobre a progenitora da criança. 

"Ela é discreta. E compreensiva! E Rose a adorou!" 

Eve passou o restante da tarde com a bebê. Assim que a pequena dormiu, ela resolveu ir à cozinha beber água e viu a senhora que a atendeu na porta mais cedo subindo com uma pilha de roupas. 

— A senhora quer ajuda? 

— Oh, minha querida, não precisa se preocupar… 

— Eu faço questão. —  Eve sorriu e pegou as roupas. — Eu sou Eve, por sinal. — As duas subiram as escadas.

— Ilma Barlow! 

A campainha tocou e a idosa esticou o pescoço. 

— Pode deixar essas roupas naquele quarto, ali, por favor. Eu já volto.

A sra. Barlow sentiu que podia confiar na moça e acenou de leve com a cabeça, descendo as escadas novamente. 

Eve abriu a porta do quarto e ficou maravilhada.  Ela colocou o cesto de roupas em cima da cama e deu uma última olhada ao redor, antes de pegar uma peça de roupa e começar a dobrá-la.

Pouco depois, a porta se abriu atrás dela.  

— Quem diabos é você? —  Uma voz grave ressoou e Eve se virou tão rápido que podia jurar que seu pescoço havia estalado, o que lhe deixou zonza por alguns instantes. 

Ela se viu olhando para olhos verdes intensos.

— Você! — Os dois falaram ao mesmo tempo. O semblante do homem mudou de surpresa para frieza imediatamente. 

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