Capítulo 100 Maria Luíza Duarte No quarto, eu andava de um lado para o outro, os pensamentos fervilhando na cabeça. Minha raiva era evidente. Não era só pela forma como Alexei tinha lidado com Ayla, mas pelo jeito autoritário como me silenciou na frente de todos. Eu entendia que ele era o Don e ela merecia, mas éramos parceiros, e eu odiava quando ele ignorava isso. Sentei na beira da cama, cruzando os braços. Minhas mãos tremiam, mas não sabia se era de raiva, frustração ou algo mais profundo. Eu o amava, mas às vezes, ele me fazia questionar se isso era suficiente, pois queria matá-lo. A porta se abriu devagar, e Alexei entrou. Fechei a cara, sem olhá-lo diretamente. Ele fechou a porta atrás de si e permaneceu em silêncio por alguns segundos, apenas me observando. — Malu, eu preciso falar com você. — Ah, agora você quer falar? — retruquei, sarcástica. Ele suspirou e se aproximou, sentando ao meu lado na cama. Sua presença era forte como sempre, mas havia al
Capítulo 101 Maria Luíza Duarte Enquanto a água quente escorria pelos nossos corpos, o vapor do banheiro formava uma atmosfera íntima. Alexei me puxou novamente para um beijo, mas dessa vez, ele estava disposto a recuperar o controle. Suas mãos firmes seguraram minha cintura, me prendendo contra a parede de azulejos frios. — Você acha que pode me provocar assim e sair ilesa? — murmurou, com os olhos faiscando. Sorri desafiadoramente. — Eu não saio ilesa, Alexei. Ele riu, um som rouco e grave, antes de deslizar os dedos por meu corpo com uma precisão que fazia meu coração acelerar. O toque dele era intenso, quase possessivo, e a combinação da água quente e da pele fria da parede tornava tudo mais estimulante. — Então, mostre o que mais pode fazer, Malu — desafiou ele, inclinando-se para sussurrar em meu ouvido. Respondi ao desafio retomando o controle por um momento, explorando cada parte dele com toques e beijos que o fizeram fechar os olhos, completam
Capítulo 102 Maria Luíza Duarte Acordei sentindo o calor de Alexei ao meu lado. Ele ainda dormia profundamente, o rosto relaxado, quase angelical, diferente da expressão firme que costumava carregar durante o dia. Por um momento, permiti-me apenas observá-lo, gravando cada detalhe em minha memória. "Ele não levantou antes de mim, hoje". Então, como se sentisse meu olhar, ele abriu os olhos lentamente, o azul intenso focando diretamente em mim. — Bom dia, Malu — ele murmurou, sua voz rouca pelo sono. — Bom dia — respondi, inclinando-me para beijá-lo levemente. Mas a leveza daquele momento logo deu lugar a um ar mais sério quando Alexei suspirou e passou a mão pelo rosto. — Hoje é o dia do enterro de Maxim. É melhor começarmos a nos preparar. Senti um leve arrepio ao ouvir aquelas palavras. Não era tristeza; Maxim não tinha deixado um legado de amor ou saudade. Pelo contrário, sua ausência parecia trazer um alívio para todos nós, exceto, talvez, para A
Capítulo 103 Don Alexei Kim O silêncio do porão era inquietante. As paredes frias refletiam a luz pálida da lâmpada única no teto, criando sombras que dançavam em um ritmo quase hipnótico. Ayla estava presa à cadeira no centro do ambiente, seus braços e pernas firmemente atados. Seu rosto, ainda que desafiador, exibia marcas da última "conversa" que tivemos. Seus joelhos com bastante sangue dos furos da placa de pregos no chão. A cadeira presa ao seu corpo dava ainda mais pressão do corpo nos pregos que já estava começando a infeccionar. Eu me aproximei devagar. — Ayla. Vamos economizar tempo hoje. Quem matou Anton? Ela levantou o rosto lentamente, os olhos brilhando de ódio. — Já disse que não sei de nada — respondeu, cuspindo as palavras. — Se quer uma confissão falsa, vai ter que arrancá-la de mim à força. Eu já disse para esses soldados que não sei. Eu sorri de lado, um sorriso frio que sequer chegou aos meus olhos. — Ah, mas é exatamente isso que vou f
Capítulo 104 Don Alexei Kim Malu me seguiu em silêncio até o porão. Suas palavras permaneciam em minha mente. "Se livra dessa mulher." E, de fato, Ayla já havia ultrapassado todos os limites. Sua resistência não era mais um desafio; era uma afronta à minha autoridade. — Essa será a última vez que pergunto a ela — declarei para Malu. Ela assentiu, mantendo-se em silêncio. Ayla estava lá, sua cabeça caída para o lado, ofegante. As manchas de sangue seco em suas mãos mutiladas e a palidez de seu rosto mostravam que ela estava perto de seu limite. — Vou perguntar pela última vez — disse, apontando a arma diretamente para o joelho de Ayla. — Quem matou Anton e Zaia? Ela levantou a cabeça com dificuldade, os lábios rachados se curvando em um sorriso fraco. — Por que não desiste, Alexei? Você sabe que não vou dizer nada. — Então escolheu o fim — respondi, movendo a pistola em um movimento lento. Ela não mostrou medo. Ao contrário, gargalhou, dando
Capítulo 105 Don Alexei Kim Saí do quarto de Anastasia com passos firmes e rápidos, os ecos dos meus passos refletindo minha raiva. Minha paciência com as objeções dela havia se esgotado, e minha decisão estava tomada. Ela podia lutar contra, mas sabia que no final cederia. A responsabilidade da nossa família não permitia fraquezas ou recusas. Foi quando um som alto invadiu o silêncio do corredor. O choro alto e desesperado de Sofia ecoava pela casa, como um alerta de algo errado. Meu coração apertou, e em um impulso, corri em direção ao quarto da minha filha. Empurrei a porta com força, mas mal estava encostada, e encontrei Malu segurando Sofia no colo. O semblante dela estava abalado, e sua expressão tensa me fez congelar por um segundo. — O que aconteceu? Ela caiu? — perguntei, minha voz mais dura do que o necessário, me aproximando. Malu balançou a cabeça, tentando acalmá-la enquanto acariciava suas costas. — Não, Alexei. Não foi isso... — Antes que pudes
Capítulo 106 Don Alexei Kim — Vem, cá — murmurei, puxando-a delicadamente para um abraço. Envolvi-a com os braços, trazendo-a contra meu peito, sentindo a tensão em seu corpo. Ela soltou um suspiro trêmulo, relaxando aos poucos. — Alexei, eu só... — começou, mas a interrompi. — Não precisa dizer nada agora. Vou cuidar de você, minha linda. Sem soltar sua mão, guiei-a para o nosso quarto. Tranquei a porta atrás de nós, afastando qualquer possibilidade de interrupção. — Alexei, estou bem, de verdade. Não precisa... — ela tentou protestar, mas a ignorei. — Eu sei como está, já te conheço o bastante, Malu. Comecei a desabotoar sua blusa com calma, tirando peça por peça enquanto a olhava nos olhos. Seu rosto estava levemente corado, mas ela não resistiu. Quando já estava sem roupas, liguei o chuveiro, ajustando a temperatura da água. — Fique aqui um momento — pedi, enquanto deixava a banheira encher e eu tirava minhas roupas. Voltei ao chuveiro, onde a água
Capítulo 107 Maria Luíza Acordei sentindo o calor dos lençóis ao meu redor e uma estranha sensação de leveza. A noite passada, com Alexei cuidando de mim como nunca antes, parecia um sonho. Olhei para o lado, mas ele não estava na cama. A ausência dele deixou o quarto mais frio, mais vazio. Vesti um robe de seda e saí em busca dele. Enquanto caminhava pelo corredor, vozes alteradas chegaram aos meus ouvidos. Elas vinham do salão principal, e o tom familiar de Alexei, misturado a outros que eu não reconhecia imediatamente, me deixou alerta. Aproximei-me com cuidado, mantendo-me parcialmente escondida enquanto ouvia. — Isso é inaceitável, Alexei! — a voz de uma mulher soou ríspida e cheia de acusação. — Você deu os documentos a Klaus, quando claramente deveriam ser nossos! — Areta, chega! — Alexei respondeu, sua voz carregada de autoridade. — Isso não é assunto para discussão. Klaus é irmão do meu pai. Foi uma ordem direta de Maxim. — Maxim?! — outro homem inter