Capítulo 178 Nazar Andei de um lado para o outro no corredor, inquieto, as mãos puxando os cabelos curtos enquanto minha mente tentava decifrar o que estava acontecendo. Nada fazia sentido. Yuri parecia muito certo de que Areta e Nikolay estavam sendo manipulados. Se ele tinha razão, significava que alguém aqui dentro estava jogando contra a gente, e isso complicava tudo. "Preciso ser esperto, investigar mais", pensei, frustrado. Mas quanto mais tentava conectar os fatos, mais confuso eu ficava. — Droga! — Murmurei, chutando o ar. De repente, ouvi um barulho leve atrás de mim e, ao me virar, levei um susto ao dar de cara com a Neide, parada ali com os braços cruzados, me olhando como se eu fosse um idiota completo. — Credo, mulher! Aparece do nada. — Resmunguei, colocando a mão no peito para acalmar a pulsação. — Se é tão medroso, devia andar com uma luz acesa. — Ela respondeu, ríspida, o tom cortante como uma lâmina afiada. — Você é sempre assim? Ou veio d
Capítulo 179 Yuri Nazar estava no local, apavorado, com as mãos nos pulsos de Areta, que estava desmaiada, presa na cadeira. Ele olhou para mim com olhos arregalados, quase como se pedisse ajuda. — O que aconteceu aqui? — Perguntei, aproximando-me rapidamente. Tentando sentir o pulso. — Eu... eu não sei! — Nazar respondeu, soltando os pulsos dela e dando um passo para trás. — Eu só entrei para dar uma olhada... ela simplesmente estava assim. Ajoelhei-me ao lado de Areta, verificando sua respiração e seu pulso, novamente. Ela estava viva, mas parecia extremamente fraca. — Ela está respirando, mas precisamos de um médico agora! — Disse, lançando um olhar severo para Nazar. Antes que ele pudesse responder, ouvi sua voz alta no comunicador, avisando Alexei e ativando o alarme. O som estridente ecoou pelos corredores, mas isso só me deixou mais tenso. — Para de gritar e chama logo o médico! — Ordenei, enquanto começava a soltar os laços e correntes que prendia
Capítulo 180 Yuri Deixei Nazar e Fred cuidando dos primos junto ao médico. Alexei havia dado ordens claras para mantê-los vivos a qualquer custo, e eu sabia que eles estariam seguros, pelo menos por enquanto. Mas eu não podia ficar parado. Precisávamos de respostas, e eu tinha que encontrá-las antes que alguém fizesse outro movimento. Com passos rápidos, fui até o local onde Areta e Nikolay estavam sendo mantidos. Ao entrar, uma onda de tensão passou pelo meu corpo. O ambiente estava silencioso. Olhei ao redor, cada detalhe contando uma história. A cadeira onde Areta estava presa ainda tinha marcas de sua luta para se libertar. A corrente no chão parecia pesada, mas não era isso que me interessava. Eu precisava de pistas, algo que me dissesse quem estava operando nas sombras. Fred havia instalado uma microcâmera no ponto cego enquanto cuidávamos dos primos. A pequena luz verde piscava, discreta, mas eficiente. Sorri com a precisão dele. Pelo menos teríamos olhos no
Capítulo 181 Yuri Segurei o rosto de Anastasia com cuidado, sentindo a suavidade de sua pele sob minhas mãos. Ela me olhava com seus olhos azuis brilhantes, mas havia algo ali, escondido entre as camadas de amor e preocupação. Um pequeno traço de ciúmes que, mesmo em meio a toda a confusão, conseguia me arrancar um suspiro. — Ana... — murmurei, olhando fundo em seus olhos, tentando transmitir a sinceridade que ela merecia. — Eu segurei a Areta no colo porque estava tentando salvar a vida dela. Ela estava mal, precisava de ajuda, e não ia deixar ninguém morrer enquanto eu pudesse fazer algo. Ela desviou o olhar por um segundo, mas eu não deixei que se afastasse. Mantive minhas mãos firmes em seu rosto, trazendo seu olhar de volta para mim. — Eu não acho que eles sejam culpados, mas isso não significa que confio cegamente neles. Eu tô analisando tudo, Ana. Cuidando de tudo. Mas uma coisa que você precisa entender... — Inclinei meu rosto mais perto, falando com tod
Capítulo 182 Yuri Fred apareceu no final do corredor, sua expressão tensa, quase sombria. Ele caminhava rápido, com as mãos nos bolsos da jaqueta, mas os olhos atentos a tudo ao redor. Assim que me viu, fez um gesto para que eu me aproximasse. Alexei o notou também e seguiu comigo, deixando para trás o quarto de Areta e Nikolay. — Precisamos conversar. — Fred disse direto. Alexei cruzou os braços, impaciente. — Fale. Não temos tempo a perder. Fred lançou um olhar para ambos e então começou. — Havia veneno no suco. Não na comida, só no suco. O impacto daquelas palavras caiu como uma bomba. Senti meu estômago revirar enquanto processava a informação. Alguém estava jogando sujo, bem debaixo do nosso nariz. — Isso significa que temos um traidor dentro da casa. — Alexei rosnou, sua voz carregada de fúria controlada. Ele passou uma das mãos pelo rosto, os dedos trêmulos de raiva. Eu respirei fundo, tentando manter a calma. O rosto de Anastasia surgiu na minh
Capítulo 183 Yuri O caminho até o porão parecia mais longo do que o habitual. Cada passo que dava atrás de Alexei eu me certificava de tudo que acontecia ao redor. Nikolay caminhava à frente, cabeça baixa, o corpo curvado, desanimado. Talvez sem esperanças. Areta já estava fora de perigo, mas Alexei tinha outras intenções ao trazer Nikolay para o porão novamente. Eu sabia disso. Ele queria observar, provocar. Era uma jogada para expor qualquer um que estivesse envolvido no envenenamento. Eu estava entendendo tudo perfeitamente, agora. Assim que chegamos, Alexei abriu a pesada porta do porão e fez sinal para que Nikolay entrasse. O primo hesitou por um momento, mas, ao sentir o olhar frio de Alexei, seguiu sem reclamar. — Fique aqui. Não vou demorar. — Alexei ordenou com um tom cortante. Dois soldados estavam posicionados no corredor, em frente ao quarto de Areta. Alexei fez questão de reforçar a vigilância, mesmo que tudo parecesse controlado. — Vamos ver quanto tempo lev
Capítulo 184 Don Alexei Kim O relógio marcava 00:30 quando o som estridente do alarme invadiu o silêncio do quarto. Me levantei num pulo, os músculos tensos e o coração já acelerado pela adrenalina. Peguei duas pistolas da mesa de cabeceira e gritei sem pensar duas vezes: — Maria Luíza, proteja Sofia! Não deixe ninguém entrar naquele quarto! Ouvi o som apressado de passos e portas se trancando. Corri pelo corredor apenas de bermuda, ignorando tudo a minha volta. Ao virar a primeira esquina, avistei Nazar e Fred, ambos em alerta, suas armas prontas e os olhos atentos como cães de caça. Alguns soldados também se espalhavam pelos corredores, examinando cada canto. — Porão! — gritei, e eles assentiram, correndo em direções diferentes para cobrir mais terreno. Ao me aproximar da escada, pulei por uma mureta para economizar segundos, aterrissando com o corpo em movimento contínuo. O som abafado dos tiros ecoou pelo porão, mas não eram disparos fatais, eu conheço o baru
Capítulo 185 Ivete "Mas que inferno! Casa de malucos!" Alarme acordando todo mundo a esse horário? Olhei no relógio e balancei a cabeça ao arrumar a toquinha branca que uso pra dormir. Calcei as pantufas e o maledetto do Fred já tinha sumido. "Poxa... Nem pra me esperar?" Estava com meu pijama enorme, de mangas e reto até os pés. Saí assim mesmo, queria ver o motivo da confusão. Contaria tudinho depois, para minha senhora. Quando cheguei na escada, quase caí com o alvoroço, precisei me segurar no corrimão com o idiota do soldado que só faltou passar por cima de mim. Nem me notou. — Elaiá, hein? Mexi no tornozelo massageando, e quase caí de novo ao ver a Dora, minha auxiliar de cozinha, com uma arma na mão, escondida atrás de uma porta que ninguém mexe, falando no celular. Estreitei os olhos, parei até de respirar. Uma moça novinha dessas, segurando uma arma? Ouvi uma frase dela e fiquei parada: — Sim, pegaram o laranja burro que arrumei. O velh