CAPÍTULO 41 Maria Luíza Duarte Ele se aproximou, e antes que eu pudesse reagir, senti a boca dele descendo pelo meu pescoço, deixando um rastro quente, lento, que fazia minha pele arder em antecipação. Os lábios de Alexei eram firmes, quase possessivos, e eu só conseguia me agarrar a ele, como se fosse a única coisa me mantendo ancorada. Cada beijo parecia me marcar, como se ele quisesse deixar claro que eu era dele. Minhas mãos, já sem controle, deslizavam pelas costas dele, sentindo os músculos tensos, fortes, que reagiam ao meu toque. Quando ele me beijou de novo, sua boca encontrou a minha com um fervor quase selvagem, cada movimento carregado de uma paixão que me fazia esquecer de tudo. O jeito como ele me segurava, firme e decidido, só tornava tudo mais intenso, mais urgente. Seus lábios desceram lentamente pelo meu corpo, explorando cada pedaço de mim, como se estivesse determinado a me fazer lembrar desse momento para sempre. Meus dedos se entrelaçaram nos cabelo
Capítulo 42 Don Alexei Kim Acordei com Malu nua nos meus braços, o corpo quente, relaxado, completamente entregue. O que eu sinto por ela é confuso, uma mistura de desejo e uma necessidade possessiva de saber toda a verdade. É por isso que preciso que Marco acelere o processo e confirme o que desconfio ou refute tudo. Não posso ficar na incerteza, ainda mais quando se trata dela. Levanto devagar, tomando cuidado para não acordá-la. Procuro o celular e rapidamente ligo para Nazar, meu consigliere. Ele atende na primeira chamada. — Nazar, quero que você acelere o Marco. Ele precisa estar em Roma o quanto antes. Preciso das informações que pedi, sem mais delongas. — Vou pressioná-lo pessoalmente, senhor — ele responde sem hesitar, eficiente como sempre. Aproveito a ligação para abordar outro assunto. — E sobre a babá? Encontrou alguém? — pergunto, pensando que Malu ficará mais segura com um profissional qualificado, especialmente com os dias de tensão que se
Capítulo 43 Don Alexei Kim Cheguei em casa para buscar Maria Luíza e, por um momento, me vi travado na entrada. Ela estava na sala, parada ao lado da janela, com o vestido vermelho justo que eu havia escolhido para ela. Não havia decote, nem a deixava exposta, porém as suas curvas se encaixaram perfeitamente no tecido. Os sapatos de salto completavam o quadro como uma moldura perfeita. Era difícil de acreditar que alguém pudesse ficar tão bem em algo que escolhi; talvez fosse a forma dela de me surpreender, me lembrar que, por mais que a situação entre nós fosse forçada, havia algo natural naquela conexão. Caminhei em sua direção, meus passos ecoando pelo chão de mármore. Quando ela me olhou, havia um ar de curiosidade misturado com desconfiança, como se estivesse tentando adivinhar o que eu pensava. — Está pronta? — perguntei, parando bem perto dela. — Está perguntando ou afirmando? — ela devolveu, com aquele tom que eu já conhecia, sempre pronta para me desafiar. Segur
Capítulo 44 Maria Luíza Duarte Alexei manteve a mão em minha cintura, como se precisasse me sentir perto, me proteger de algo invisível. Vladislav desceu logo atrás, o rosto franzido, tentando manter a compostura, mas claramente irritado com o ataque. Enquanto ele se aproximava, olhei para Alexei de relance. Sabia que não era o momento, mas precisava dizer algo. — Ainda não te contei tudo — murmurei. Alexei apertou minha cintura, como se fosse sua forma de me pedir paciência. Apenas assenti, deixando o assunto para depois. Entramos no carro em silêncio. Alexei parecia perdido em pensamentos, o que me deu tempo para organizar os meus. Quando chegamos em casa, ele fechou a porta atrás de nós e me olhou diretamente, sem qualquer traço de cansaço. — O que você não contou? Respirei fundo. Era agora ou nunca. — Eu aprendi a fazer leitura labial com meu pai, Alexei. Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso, mas não disse nada, esperando que eu continuasse.
Capítulo 45 Don Alexei Kim Era uma visão inesperada, quase desarmante. Malu, com Sofia nos braços, balançando-a suavemente enquanto sussurrava palavras que a pequena não devia entender, mas que pareciam ter um efeito mágico. Eu não esperava encontrar algo assim ao entrar no quarto... um pouco de normalidade em meio a confusão constante que nos cercava. Sofia, que mal tolerava qualquer um além de mim, estava entregue a Malu como se tivesse encontrado uma paz que nem eu conseguia oferecer. Observei por mais alguns segundos antes de me aproximar. Logo Sofia adormeceu, e a babá voltou para levá-la ao berço. Observei Malu se aproximar da porta do quarto, hesitante, como se esperasse que eu dissesse algo. Ela saiu do quarto da Sofia, e eu fui logo em seguida. Ela me lançou aquele sorriso que só servia para me provocar. Eu ri, mas não subestimei suas palavras. Tranquei a porta do nosso quarto assim que entramos, girando a chave devagar, deixando que ela ouvisse o cliqu
Capítulo 46 Maria Luíza Duarte Acordei e Alexei não estava. A ausência dele ao meu lado era um alívio e uma inquietação ao mesmo tempo. Não sabia onde ele estava, mas preferia assim; sua presença era sufocante, ainda que ausente ele não saísse da minha mente. Levantei devagar, Sofia precisava de mim. Caminhei até o quarto dela, e aquele pequeno ser tão inocente trouxe um sopro de leveza ao meu coração. — Bom dia, meu anjo — sussurrei enquanto ela agitava os bracinhos, já desperta. Peguei-a no colo e a embalei, sentindo sua pele quente e macia contra a minha. Troquei sua fralda, vesti uma roupinha limpa e a alimentei. — Senhora, o Don me explicou um pouquinho do seu transtorno, pediu que eu a auxiliasse. Pode ficar tranquila, estarei aqui pra isso. — Me surpreendeu a atitude do Alexei. — Obrigada. Ela parece bem, hoje — evitei falar sobre isso. — Não está mais febril. — Que bom. Decidi levá-la para dar uma volta pela casa. Era uma mansão fria, ch
Capítulo 47 Don Alexei Kim A raiva queimava dentro de mim como uma chama que eu mal conseguia controlar. Saí do quarto sem olhar para trás, meus passos ecoando pelos corredores frios da casa. A cada segundo, a imagem da minha mãe tremendo na frente da Malu e da Sofia me fazia ferver ainda mais. E Anton... aquele desgraçado ousou desrespeitá-la. Não precisei procurar muito. Anton estava no pátio, perto dos carros, conversando com um dos seguranças. Ele parecia relaxado, alheio ao que havia feito. Aquilo só aumentou minha fúria. — ANTON! — gritei, e ele virou-se, confuso. — O que foi agora, Alexei? — perguntou com desdém, como se já soubesse que vinha bronca. Não respondi. Cruzei o espaço entre nós em segundos e acertei um soco direto no rosto dele. Anton cambaleou para trás, segurando o nariz que começou a sangrar imediatamente. — VOCÊ OUSOU HUMILHAR A NOSSA MÃE? — gritei pelo pátio. Anton se recompôs, esfregando o sangue do nariz, mas não demonstrou arre
Capítulo 48 Don Alexei Kim — Minha mãe era uma mulher incrível, forte, corajosa... Ela era a base dessa família... pelo menos pra mim. Quando Selena, morreu... a casa toda ficou numa situação bagunçada. Acho que descuidamos da segurança, e uma máfia inimiga a levou, quando a recuperamos... ela estava bem machucada e sem a língua. Depois disso, ela nunca mais foi a mesma. — Parei por um instante, sentindo o nó na garganta apertar. — Meu pai tenta fingir que não existe algo dela aqui, mas eu sei que existe, ela só está... ausente. Malu segurou minha mão, os dedos quentes contra minha pele fria. — Meu Deus! Que crueldade com uma pessoa boa. Cortaram a língua dela? Por isso ela não fala? — Sim, nem gosto de lembrar. — Conseguiram matar essas pessoas? — Sim, meu pai matou. Depois ele ficou doente também, e eu com muita coisa na cabeça, acabei deixando Sofia aos cuidados de Zaia. Até por esse motivo, achei benéfico ter um acordo com a máfia Strondda. — Coita