Capítulo 49 Don Alexei Kim Caminhei para o escritório com passos firmes, a cabeça a mil. Nazar chegou em poucos minutos, carregando o tablet dele com as imagens que pedi. — Aqui estão, Don Alexei — disse ele, estendendo o aparelho. Peguei o tablet e me sentei na cadeira de couro, fixando os olhos na tela. Nazar permaneceu em pé ao lado, atento. Reproduzi as imagens do corredor em velocidade normal. Os minutos passaram até que vi Anton entrando no quarto da nossa mãe. Meu corpo enrijeceu. Ele ficou lá por alguns minutos e, logo depois, meu pai apareceu. O rosto de Nazar refletia minha própria confusão. — Ele entrou logo depois? — perguntei, franzindo o cenho. — Sim, senhor. Pelas câmeras, parece que não houve mais ninguém além deles. Os pensamentos começaram a se atropelar. Anton tinha um histórico de provocar a nossa mãe, mas o que meu pai estaria fazendo lá? Ele quase nunca a visitava, só aparecia para as consultas. Aquilo não fazia sentido. Fechei o ta
Capítulo 50 Don Alexei Kim Ela sorriu para mim, aquele sorriso sedutor, com um toque de desafio. Malu sabia como me desarmar, mas também havia aprendido como me provocar. Quando senti suas mãos em meus ombros, me empurrando contra o closet, fiquei surpreso. Não pelo movimento em si, mas pela intensidade. — Você acha que pode ser o chefe aqui dentro também, Alexei? — ela perguntou, a voz baixa, enquanto me olhava nos olhos. — Não acho, eu sou — rebati, mantendo o tom firme, mas ela sabia que havia algo mais no fundo. Malu riu, um som suave e cheio de malícia, e num piscar de olhos pulou em meu colo, cruzando as pernas ao redor da minha cintura, completamente nua. — Puta que pariu! Qualquer hora você me mata, Maria Luíza! Minhas mãos automaticamente foram para suas coxas, segurando-a no lugar, enquanto ela me provocava com o movimento do quadril. — Parece que está mudando de ideia... — murmurou perto do meu ouvido, mordendo o lóbulo levemente. — Como conseg
Capítulo 51 Maria Luíza Duarte Saí do banheiro com os cabelos ainda úmidos, o corpo envolto na toalha e um sorriso de pura satisfação no rosto. Sentia cada músculo do meu corpo ainda vibrando pela intensidade do que havia acontecido momentos antes. Alexei mal olhou para mim ao passar em direção ao banheiro, mas o brilho predatório em seus olhos foi suficiente para me fazer estremecer. Ele sabia o que tinha feito comigo, e eu sabia o que tinha feito com ele. Fui até o closet, me vesti com calma e, quando terminei, ele já estava de volta. Banho rápido como sempre, cabelo ainda pingando água, mas impecável. Ele vestiu-se em silêncio, enquanto eu finalizava os últimos retoques no espelho. Troquei um olhar rápido com ele pelo reflexo, e Alexei apenas arqueou uma sobrancelha, um gesto que me dizia que, mesmo sem palavras, ele sabia que estávamos ficando conectados. Pouco tempo depois, estávamos no restaurante, um local discreto e sofisticado como Alexei preferia. As p
Capítulo 52 Don Alexei Kim Tirei Malu daquele restaurante. Não sei que merda é essa que essas mulheres resolveram perturbar a minha vida. De volta em casa, percebi ela inquieta. — O que foi, Malu? — encostei na porta, ela me olhou e sentou na cama. — Quem era aquela mulher? Primeiro foi Irina, agora... — balançou a cabeça, sem terminar de falar. — Eu nunca fui de relacionamentos, Malu. Tive várias mulheres, todas virgens que não podiam se relacionar com outros homens. Eu banquei todas elas, mas quando casamos isso acabou. Meu pai pagou uma compensação a cada uma, mas imagino que não estejam satisfeitas com a boa vida que perderam. Talvez ainda precisemos colocar algumas no lugar. — Que horror... por isso ela se achava tanto, esbanjando joias. — É mais isso acabou, espero que tenha ficado claro para elas e para você. Odeio mulher ciumenta — ela balançou a cabeça. — Não sou eu, é você. Deveria rever alguns conceitos. Agora me dê licença que
Capítulo 53 Don Alexei Kim Precisei sair de casa, acompanhar a entrega do armamento que chegou. Só voltei no final do dia. Distraído abri a porta do quarto e me deparei com Maria Luíza sentada na cama, o celular encostado ao ouvido. Ela estava de costas pra mim, concentrada, não pareceu perceber a minha presença, o que imediatamente chamou minha atenção. Não era comum vê-la assim, tão focada em uma ligação. — Marco, você tem certeza disso? — ouvi-a dizer, o tom quase autoritário, algo que raramente usava. Minha mandíbula travou. Marco, aquele maldito soldado. O nome dele ecoou na minha cabeça como um alarme. Fechei a porta com um pouco mais de força do que pretendia. — Preciso que você investigue, Marco. Quero saber quem é essa mulher e quais as ligações dela com Anton. Sabe que me deve isso — Ela se levantou, caminhando até a janela enquanto falava e minha raiva só aumentava — Sim, a Chiara. Quero tudo o mais rápido possível sobre essa mulher. Antes que pudesse dizer mais
Capítulo 54 Don Alexei Kim Eu iria atrás dela, mas meu celular tocou, era Don Antony. — Don Alexei... poderia me explicar porque o soldado que enviei está em Roma? — respirei fundo. — Sim. Eu e a Malu pedimos para que ele verificasse algumas informações na casa, mas acredito que ele prefira ficar aí em Roma. De qualquer forma, a opção é dele — falei casualmente, se Marco me desobedecesse, morreria com certeza. — Hum... entendo. Pede para a Malu me ligar amanhã cedo, por favor. E avisa que Fred logo estará viajando pra Rússia, para analisar seu sistema de segurança — bufei. A casa é minha e ele diz como se fosse só dela. — Claro. Bom descanso, Don — cortei. — Pra vocês também. Quando desliguei fui em direção ao quarto do Anton. Ele teria que explicar essa história direito. Por sorte o encontrei no corredor, seu rosto roxo, nosso pai havia batido mais nele do que quando bati ontem. “Ótimo!“ Encostei Anton na parede com força, o impa
Capítulo 55 Maria Luíza Duarte Os gritos e o choro ainda ecoavam na minha cabeça, apertando meu peito como se não fossem embora. Mas, na água da piscina, com Alexei ali perto, comecei a sentir o peso se dissolver. Ele não disse nada, só ficou comigo, atento a cada movimento meu, como se estivesse cuidando de mim, com seu braço esticado na borda da piscina. Seu olhar era cheio de preocupação, e sua presença me envolvia como um abraço silencioso, me fazendo acreditar que, com ele ali, eu podia respirar. Ele é tão rude, mas as vezes tão bom pra mim. O que será que estou sentindo? Será que é apenas gratidão? Não... não parece. Quando saí da água, ele me envolveu com uma toalha e me conduziu até o quarto. As mãos firmes, mas gentis, seguravam minha cintura. — Toma um banho quente, Malu. Isso vai ajudar. — Ele ajeitou os cabelos molhados que grudavam no meu rosto, aquela mão grande, marcada com cicatrizes discretas, mas tão suave pra mim. Sua voz tinha um tom firme, m
CAPÍTULO 56 Don Alexei Kim Deitei na cama, puxando Malu para perto de mim. Senti sua resistência inicial, mas depois ela cedeu, deixando o corpo relaxar contra o meu. Era como se a tensão dela fosse um fio elétrico, pulsando entre nós. Não gostava de vê-la assim, tão frágil. — Apenas relaxe, Malu. Ela não respondeu de imediato, mas suspirou fundo. Seus dedos tremiam levemente, e eu segurei suas mãos, envolvendo-as com as minhas. Comecei a massageá-las com cuidado, sentindo os pequenos nós de tensão ali. — Por que faz isso? — ela murmurou, a voz quase um sussurro, como se estivesse entre o cansaço e a curiosidade. — Porque você carrega mais do que imagina, Malu, — respondi, deslizando os dedos pelas palmas dela. Ela ficou em silêncio, mas eu senti que minhas palavras a atingiram. Continuei os movimentos, pressionando levemente, vendo como seus dedos finalmente relaxavam sob o meu toque. — Isso... isso me ajuda, Alexei, — ela murmurou, quase inaudível. — P