Capítulo 39 Don Alexei Kim O silêncio no porão era denso, e cada passo meu fazia ecoar um som seco no concreto, intensificando a tensão que pairava no ar. Zaia e o mordomo estavam ali, lado a lado, mas não trocavam olhares. Ambos estavam parados, tentando manter a compostura, mas o leve tremor nas mãos de Zaia a entregava. Cruzei os braços e os encarei por um momento. Então, fiz a pergunta, com o tom grave e direto que eles conheciam bem: — Quero saber uma coisa. Quem foi que preparou a vitamina que Anton serviu para Maria Luíza? O mordomo, sempre cuidadoso e preciso, levou um momento para responder. Ele desviou o olhar e ajeitou a gravata, uma tentativa falha de parecer inabalável. — Fui eu quem entreguei a vitamina para Anton, senhor — respondeu, com um leve tremor na voz. — Mas foi... foi a Zaia quem a preparou. Zaia arregalou os olhos, visivelmente surpresa, e o medo rapidamente tomou conta do seu rosto. Ela deu um passo para trás, como se precisasse de distância
Capítulo 40 Maria Luíza Duarte Assim que Alexei fechou a porta, o silêncio do quarto pareceu se intensificar, meu coração acelerou. Sabia o que vinha a seguir, sentia no ar a intensidade que ele carregava, cada passo dele uma promessa silenciosa de tudo o que me esperava. Senti o peso do olhar dele sobre mim, aquele olhar intenso, quase perigoso, que fazia meu corpo responder antes mesmo dele me tocar. Ele se aproximou devagar, como quem saboreia o momento, e quando seus olhos encontraram os meus, eu soube que não havia como fugir. Não que eu quisesse. Na verdade, ansiava por aquilo, pelo toque firme, pelo jeito rude que ele exalava em cada gesto. Quando colocou as mãos na minha cintura, uma onda de calor subiu pelo meu corpo, e eu senti os músculos dele tensos sob minha pele, fortes e implacáveis, como ele. Eu me perdi naquele beijo, e cada movimento parecia despertar ainda mais a necessidade que me consumia. Minhas mãos deslizaram por suas costas, apertando com fo
CAPÍTULO 41 Maria Luíza Duarte Ele se aproximou, e antes que eu pudesse reagir, senti a boca dele descendo pelo meu pescoço, deixando um rastro quente, lento, que fazia minha pele arder em antecipação. Os lábios de Alexei eram firmes, quase possessivos, e eu só conseguia me agarrar a ele, como se fosse a única coisa me mantendo ancorada. Cada beijo parecia me marcar, como se ele quisesse deixar claro que eu era dele. Minhas mãos, já sem controle, deslizavam pelas costas dele, sentindo os músculos tensos, fortes, que reagiam ao meu toque. Quando ele me beijou de novo, sua boca encontrou a minha com um fervor quase selvagem, cada movimento carregado de uma paixão que me fazia esquecer de tudo. O jeito como ele me segurava, firme e decidido, só tornava tudo mais intenso, mais urgente. Seus lábios desceram lentamente pelo meu corpo, explorando cada pedaço de mim, como se estivesse determinado a me fazer lembrar desse momento para sempre. Meus dedos se entrelaçaram nos cabelo
Capítulo 42 Don Alexei Kim Acordei com Malu nua nos meus braços, o corpo quente, relaxado, completamente entregue. O que eu sinto por ela é confuso, uma mistura de desejo e uma necessidade possessiva de saber toda a verdade. É por isso que preciso que Marco acelere o processo e confirme o que desconfio ou refute tudo. Não posso ficar na incerteza, ainda mais quando se trata dela. Levanto devagar, tomando cuidado para não acordá-la. Procuro o celular e rapidamente ligo para Nazar, meu consigliere. Ele atende na primeira chamada. — Nazar, quero que você acelere o Marco. Ele precisa estar em Roma o quanto antes. Preciso das informações que pedi, sem mais delongas. — Vou pressioná-lo pessoalmente, senhor — ele responde sem hesitar, eficiente como sempre. Aproveito a ligação para abordar outro assunto. — E sobre a babá? Encontrou alguém? — pergunto, pensando que Malu ficará mais segura com um profissional qualificado, especialmente com os dias de tensão que se
Capítulo 43 Don Alexei Kim Cheguei em casa para buscar Maria Luíza e, por um momento, me vi travado na entrada. Ela estava na sala, parada ao lado da janela, com o vestido vermelho justo que eu havia escolhido para ela. Não havia decote, nem a deixava exposta, porém as suas curvas se encaixaram perfeitamente no tecido. Os sapatos de salto completavam o quadro como uma moldura perfeita. Era difícil de acreditar que alguém pudesse ficar tão bem em algo que escolhi; talvez fosse a forma dela de me surpreender, me lembrar que, por mais que a situação entre nós fosse forçada, havia algo natural naquela conexão. Caminhei em sua direção, meus passos ecoando pelo chão de mármore. Quando ela me olhou, havia um ar de curiosidade misturado com desconfiança, como se estivesse tentando adivinhar o que eu pensava. — Está pronta? — perguntei, parando bem perto dela. — Está perguntando ou afirmando? — ela devolveu, com aquele tom que eu já conhecia, sempre pronta para me desafiar. Segur
Capítulo 44 Maria Luíza Duarte Alexei manteve a mão em minha cintura, como se precisasse me sentir perto, me proteger de algo invisível. Vladislav desceu logo atrás, o rosto franzido, tentando manter a compostura, mas claramente irritado com o ataque. Enquanto ele se aproximava, olhei para Alexei de relance. Sabia que não era o momento, mas precisava dizer algo. — Ainda não te contei tudo — murmurei. Alexei apertou minha cintura, como se fosse sua forma de me pedir paciência. Apenas assenti, deixando o assunto para depois. Entramos no carro em silêncio. Alexei parecia perdido em pensamentos, o que me deu tempo para organizar os meus. Quando chegamos em casa, ele fechou a porta atrás de nós e me olhou diretamente, sem qualquer traço de cansaço. — O que você não contou? Respirei fundo. Era agora ou nunca. — Eu aprendi a fazer leitura labial com meu pai, Alexei. Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso, mas não disse nada, esperando que eu continuasse.
Capítulo 45 Don Alexei Kim Era uma visão inesperada, quase desarmante. Malu, com Sofia nos braços, balançando-a suavemente enquanto sussurrava palavras que a pequena não devia entender, mas que pareciam ter um efeito mágico. Eu não esperava encontrar algo assim ao entrar no quarto... um pouco de normalidade em meio a confusão constante que nos cercava. Sofia, que mal tolerava qualquer um além de mim, estava entregue a Malu como se tivesse encontrado uma paz que nem eu conseguia oferecer. Observei por mais alguns segundos antes de me aproximar. Logo Sofia adormeceu, e a babá voltou para levá-la ao berço. Observei Malu se aproximar da porta do quarto, hesitante, como se esperasse que eu dissesse algo. Ela saiu do quarto da Sofia, e eu fui logo em seguida. Ela me lançou aquele sorriso que só servia para me provocar. Eu ri, mas não subestimei suas palavras. Tranquei a porta do nosso quarto assim que entramos, girando a chave devagar, deixando que ela ouvisse o cliqu
Capítulo 46 Maria Luíza Duarte Acordei e Alexei não estava. A ausência dele ao meu lado era um alívio e uma inquietação ao mesmo tempo. Não sabia onde ele estava, mas preferia assim; sua presença era sufocante, ainda que ausente ele não saísse da minha mente. Levantei devagar, Sofia precisava de mim. Caminhei até o quarto dela, e aquele pequeno ser tão inocente trouxe um sopro de leveza ao meu coração. — Bom dia, meu anjo — sussurrei enquanto ela agitava os bracinhos, já desperta. Peguei-a no colo e a embalei, sentindo sua pele quente e macia contra a minha. Troquei sua fralda, vesti uma roupinha limpa e a alimentei. — Senhora, o Don me explicou um pouquinho do seu transtorno, pediu que eu a auxiliasse. Pode ficar tranquila, estarei aqui pra isso. — Me surpreendeu a atitude do Alexei. — Obrigada. Ela parece bem, hoje — evitei falar sobre isso. — Não está mais febril. — Que bom. Decidi levá-la para dar uma volta pela casa. Era uma mansão fria, ch