“Se você fechar bem os olhos e se concentrar apenas em mim, quando os abrir irá conseguir me ver.”
Ao longe minha mente vem repetindo essa frase, várias e várias vezes, dia após dia. O que será que isso significa?
Minha cabeça lateja, tento a todo custo entender o que essa simples frase quer dizer, e como eu conheço essa frase? Foi alguém que a disse para mim? E se sim, quem?
Sinto meus olhos pesados, meu corpo e mente estão esgotados, meus olhos vão se fechando devagarinho, sinto o sono me levando para o breu, porém, antes que eu desligasse por completo minha mente, essa frase é repetida mais uma vez em minha mente.
—Anael...— ouço a potente voz do comandante e treinador Suriel.Paro de admirar a beleza do paraíso onde vivo, e levanto da rocha no meio da cachoeira onde me encontro sentado. Faço uma breve saudação a Suriel e ele diz:— O senhor que ter contigo Anael — diz com seu semblante sério de sempre.Sabes o por quê treinador? Quente... Aqui está muito quente!Abro meus olhos e vejo algo brilhante, um brilho muito bonito, tenho vontade de tocá-lo. Eu vou tocá-lo!Estico minha mão e a coloco sobre um ponto do brilho e constato que o calor emana dele. É quente, mas não queima; parece ser algo possível de segurar, no entanto não consigo, minha mão passa direto pelo brilho vermelho.Um sentimento ruim se faz presente, acho que estou frustrado, não entendo como sei definir, contudo eu sei exatamente o que estou sentindo. Agora, por que não consigo segurá-lo? Por que ele é quente, mas não queima? E, o que é esse brilho? Por que eu não sei?— Anael, meu filho. - escuto uma voz bem alta, mas de soranidCapitulo Um
Enquanto eu e Suriel andávamos para algum lugar eu observava tudo atentamente, era tão belo, tão cheio de cores...— Veja Anael, aqui será onde você passará à noite — diz Suriel apontando para frente, eu sigo a direção que seu dedo aponta com o olhar.— O que é isso? — pergunto, mesmo não sabendo o que era, estava admirado com a beleza do lugar.— Aqui é o dormitório dos novatos, você terá uma catre para repousar durante à noite e durante o dia você irá se preparar para cumprir sua missão
TIRINTINTIME assim se inicia mais um dia, às trombetas tocando e os aprendizes acordando. No meu primeiro dia foi um pouco difícil, afinal, nunca havia feito aquilo antes, e ser o novato não é fácil.Meu primeiro dia foi bem... Hum... Engraçado, digamos assim; todos os aprendizes eram quatro dias mais velhos do que eu, e todos, sem exceção de nenhum, zombaram de mim, e o pior, era que eu nem sabia o que eles estavam fazendo, até o treinador Suriel os repreender e falar que não se pode zombar de um irmão e nem de ninguém, que isso não é atitude de um filho do senhor.No meu primeiro dia de treino (segundo de vida) caí tantas vezes que os anjos cu
Enormes portas revestidas a ouro fino, cravadas por diversas pedras preciosas como: os rubis, as safiras, os diamantes, as esmeraldas... São tantas que eu não sei nem listar o nome de todas — É porque eu ainda não sei o nome de todas mesmo, mas sei que não demorarei muito para eu ter conhecimento de tudo isso.Nesse momento todos os aspirantes a anjos aprendiz, estamos no corredor aguardando a hora de entrarmos dentro do grande salão de cerimônia, Suriel está de frente para as grandes portas e de costa para a gente; sinto minhas mãos e pernas darem , passo as costas de minha mão no intuito de removê-las, meu coração pulsa tão forte que sou capaz de escutá-lo como se estivesse dentro de meus ouvidos. Saio de
— Hoje o paraíso se encontra em festa — diz olhando para todos dentro do salão — Hoje estamos recebendo dez novos membros em nossa família celestial — dá uma pequena pausa, olha para todos os aprendizes e então continua — Fiquem ombro com ombro.Eu não saio do lugar, não é preciso, os aprendizes que estavam atrás de mim se locomovem e ficam todos um do lado do outro, e eu que era o primeiro agora sou o oitavo da fila.—
**Trezentos e sessenta e cinco mil dias depois, ou um ano no tempo dos dos anjos**408... 409... 410...- ANAEL? — paro de contar minhas abdominais ao ouvir a voz de Suriel me chamando.— Aqui treinador! — chamo sua atenção para indicar minha localização e então volto para minha atividade.— Por que ainda está aqui Anael? — pelo tom rude que ele usou comigo, já sei que Suriel está irritado comigo. De novo. Suspiro alto, cansaço se faz presente em meu semblante.Não era pra eu estar aqui no CAAG (Centro Acadêmico dos Anjos da Guarda), era para eu estar no portal do paraíso, junto com os outros anjos da guarda, indo cumprir uma tarefa primordial para a minha classe.— Não acho que observar os humanos seja mais importante que treinar para defendê-los — falo
— Ahhhhhhh! — olho com a testa franzida para a humana que está em cima de uma maca hospitalar, tudo indica que ela está a dar a luz — Ahhhhh! — a cada grito de dor que ela dá lágrimas escorrem de seus olhos se misturando com o suor que escorre de sua testa, seus cabelos loiros estão grudando em seu rosto por conta do suor.Ao seu lado um humano, com cabelos cacheados de cor marrom escura, e pele pálida está segurando a mão da humana, presumo ser o seu companheiro, e pai do bebê que está a vir fazer parte desse horrível mundo, sinto pena dessa criança, as pernas do humano tremem, seus olhos estão fechados bem forte, não entendo o por que de tanto medo.Simplesmente aparecemos aqui, nesse lugar pequeno preenchido pelos gritos de dor dessa humana. Passar pelo portal, não é tão simples, anjos sem autoriz