Quente... Aqui está muito quente!
Abro meus olhos e vejo algo brilhante, um brilho muito bonito, tenho vontade de tocá-lo. Eu vou tocá-lo!
Estico minha mão e a coloco sobre um ponto do brilho e constato que o calor emana dele. É quente, mas não queima; parece ser algo possível de segurar, no entanto não consigo, minha mão passa direto pelo brilho vermelho.Um sentimento ruim se faz presente, acho que estou frustrado, não entendo como sei definir, contudo eu sei exatamente o que estou sentindo. Agora, por que não consigo segurá-lo? Por que ele é quente, mas não queima? E, o que é esse brilho? Por que eu não sei?
— Anael, meu filho. - escuto uma voz bem alta, mas de soranidade tão doce.
Olho na direção que vem o som e não consigo ver de primeira, o brilho lá é mais forte que esse brilho aqui, e diferente do daqui que é vermelho, o de lá é branco… Pisco várias vezes meus olhos, e esfrego os mesmo com as palmas de minhas mãos até que consigo enxergar:
Um alto, muito alto, corpo brilhante e que está todo de branco, e ao seu redor tem vários outros corpos, apenas um pouco mais baixos que o corpo alto, brilhante e branco.
— Levante-se Anael!- esse som vem do corpo de maior destaque.
Anael?
Quem é Anael?
Será que este ser está falando comigo?
— Sim! É contigo mesmo Anael.
O corpo de maior destaque fala como se soubesse exatamente o que estou a pensar.
Não digo nada, minha boca parece está colada e ressecada, então, apenas me apoio em meus braços enquanto firmar minhas pernas no chão; ao sentir que estou firme, retiro minhas mãos do chão e apoio-me apenas em minhas pernas que logo que firmo dão uma leve tremida.
Depois de me certificar que não estou mais tremendo tentou movê-las e me desequilibro quase caindo no chão, não chegou a cair porque um dos corpos que estava junto ao corpo de destaque me ampara com suas mãos.
—Uma de cada vez — diz o corpo e me ajuda a sair do local quente e de cor vermelha.
Nos primeiros passos sinto minhas pernas tremerem e quererem fraquejar, mas o corpo (um pouco maior que eu) me ajuda e juntos nos aproximamos do grande corpo de destaque.
— Seja bem vindo à vida Anael, aquele que tem a minha graça — tento olhá-lo, mas o brilho de sua face é tão forte que imediatamente fecho meus olhos, pisco algumas vezes e depois de alguns segundos finalmente consigo olhá-lo.
— O… Obrig… Obrigado — mesmo gaguejando consigo falar pela primeira vez; minha voz sai grave e rouca.
— Este Anael, é Suriel, ele ficará responsável por você até estar pronto para a sua missão meu filho — sua voz me transmite um sentimento de paz.. É tão bom!
Dito isso o ser de destaque some do nada, e eu abro bem meus olhos. Como ele fez isso?
—Venha Anael — fala Suriel e me ajuda a andar novamente.
Enquanto eu e Suriel andávamos para algum lugar eu observava tudo atentamente, era tão belo, tão cheio de cores...— Veja Anael, aqui será onde você passará à noite — diz Suriel apontando para frente, eu sigo a direção que seu dedo aponta com o olhar.— O que é isso? — pergunto, mesmo não sabendo o que era, estava admirado com a beleza do lugar.— Aqui é o dormitório dos novatos, você terá uma catre para repousar durante à noite e durante o dia você irá se preparar para cumprir sua missão
TIRINTINTIME assim se inicia mais um dia, às trombetas tocando e os aprendizes acordando. No meu primeiro dia foi um pouco difícil, afinal, nunca havia feito aquilo antes, e ser o novato não é fácil.Meu primeiro dia foi bem... Hum... Engraçado, digamos assim; todos os aprendizes eram quatro dias mais velhos do que eu, e todos, sem exceção de nenhum, zombaram de mim, e o pior, era que eu nem sabia o que eles estavam fazendo, até o treinador Suriel os repreender e falar que não se pode zombar de um irmão e nem de ninguém, que isso não é atitude de um filho do senhor.No meu primeiro dia de treino (segundo de vida) caí tantas vezes que os anjos cu
Enormes portas revestidas a ouro fino, cravadas por diversas pedras preciosas como: os rubis, as safiras, os diamantes, as esmeraldas... São tantas que eu não sei nem listar o nome de todas — É porque eu ainda não sei o nome de todas mesmo, mas sei que não demorarei muito para eu ter conhecimento de tudo isso.Nesse momento todos os aspirantes a anjos aprendiz, estamos no corredor aguardando a hora de entrarmos dentro do grande salão de cerimônia, Suriel está de frente para as grandes portas e de costa para a gente; sinto minhas mãos e pernas darem , passo as costas de minha mão no intuito de removê-las, meu coração pulsa tão forte que sou capaz de escutá-lo como se estivesse dentro de meus ouvidos. Saio de
— Hoje o paraíso se encontra em festa — diz olhando para todos dentro do salão — Hoje estamos recebendo dez novos membros em nossa família celestial — dá uma pequena pausa, olha para todos os aprendizes e então continua — Fiquem ombro com ombro.Eu não saio do lugar, não é preciso, os aprendizes que estavam atrás de mim se locomovem e ficam todos um do lado do outro, e eu que era o primeiro agora sou o oitavo da fila.—
**Trezentos e sessenta e cinco mil dias depois, ou um ano no tempo dos dos anjos**408... 409... 410...- ANAEL? — paro de contar minhas abdominais ao ouvir a voz de Suriel me chamando.— Aqui treinador! — chamo sua atenção para indicar minha localização e então volto para minha atividade.— Por que ainda está aqui Anael? — pelo tom rude que ele usou comigo, já sei que Suriel está irritado comigo. De novo. Suspiro alto, cansaço se faz presente em meu semblante.Não era pra eu estar aqui no CAAG (Centro Acadêmico dos Anjos da Guarda), era para eu estar no portal do paraíso, junto com os outros anjos da guarda, indo cumprir uma tarefa primordial para a minha classe.— Não acho que observar os humanos seja mais importante que treinar para defendê-los — falo
— Ahhhhhhh! — olho com a testa franzida para a humana que está em cima de uma maca hospitalar, tudo indica que ela está a dar a luz — Ahhhhh! — a cada grito de dor que ela dá lágrimas escorrem de seus olhos se misturando com o suor que escorre de sua testa, seus cabelos loiros estão grudando em seu rosto por conta do suor.Ao seu lado um humano, com cabelos cacheados de cor marrom escura, e pele pálida está segurando a mão da humana, presumo ser o seu companheiro, e pai do bebê que está a vir fazer parte desse horrível mundo, sinto pena dessa criança, as pernas do humano tremem, seus olhos estão fechados bem forte, não entendo o por que de tanto medo.Simplesmente aparecemos aqui, nesse lugar pequeno preenchido pelos gritos de dor dessa humana. Passar pelo portal, não é tão simples, anjos sem autoriz
— Vamos, Anael!Ouço pela terceira vez a voz de Zaniel me chamando. Estou deitado em minha catre desde que voltei do mundo dos humanos com a informação de que serei um anjo da guarda protetor, estou ignorando a todos desde então, só queria fazer partes dos anjos da guarda lutadores, assim não teria que ficar vendo o terrível mundo dos homens, mas o senhor me fez virar guarda um ser humano, que é inocente agora, mas quando crescer vai ser tão detestável como qualquer outro.— Levanta! Deixa de agir! — escuto sua voz levemente alterada."Puff"Caio de lado no chão, Z
E lá vamos nós, mais uma vez para o tão amado mundo humano, sinto algo estranho em meu peito, meu coração bombeia forte, sinto a ponta de meus dedos darem leves tremidas… Como será que vai sair? Dessa vez eu não estou indo para observar, mas sim para lutar em proteção da humana.Olho para Zaniel ao meu lado, se ele está ansioso, apenas observando o seu semblante não dá para saber, ele está calmamente sério, em suas mãos se encontra um caderno de anotações para anotar tudo o que a humana faz de certo e errado, grudado nele tem uma pena especial de cor azul celeste, ela é especial porque não se faz necessário o uso de tinta para que ela escreva.— Está ansioso para a primeira missão? — tenho puxa conversa, esse silêncio está me enlouquecendo.— Poderia até estar se eu fosse desempenhar o que eu realmente fui criado para fazer — fala frio.Eu entendo, quer dizer… Eu acho que entendo, não deve ser fácil se prepara