AgathaAndei para fora do fórum, com meu celular em mãos e a chamada para o número de Michel, encaminhada. Ele atendeu no toque e me pediu desculpa por demorar a atender.— Sem problemas, eu quero falar com Danilo.— Claro, vou passar para ele.O ouvi chamar por meu filho e logo a voz de Danilo chegou aos meus ouvidos, acalmando meu coração.— Oi, mamãe. A senhora já está vindo para casa? Aqui está bem divertido, eu estou brincando na piscina com Helena, Miguel e Milena. — Ele falou alegre.— Oi, meu amor. Que bom que está se divertindo! A mamãe demorará um pouco, mas logo, logo estarei aí para brincar com vocês também.— Está certo, mamãe, agora vou brincar. Te amo.— Também te amo, meu filho. Beijo e se divirta, em breve estarei com você.— Beijo, mamãe.Ele entregou o celular ao Michel e logo sua voz grossa tomou o lugar da voz fina e alegre do meu filho.— Como estão as coisas por aí?— Estamos na pausa dada pelo juiz para avaliar as provas anexadas ao processo. Como já era esperad
Agatha— … Decidi que a criança, Danilo Souza Michel, deve ter sua guarda alterada para guarda alternada. A Guarda Alternada confere de maneira exclusiva a cada genitor a guarda no período em que estiver com seu filho. Sendo assim, alternam-se os períodos de convívio da criança com cada pai. O que difere da Guarda Compartilhada, onde a guarda é exercida conjuntamente pelos pais, ou por duas ou mais pessoas conjuntamente, de forma que compartilhem o exercício das funções paternas e maternas no cotidiano da criança/adolescente. Nessa guarda alternada, o tempo da criança será dividido de forma igualitária entre cada um dos pais.Eu estava chocada com a decisão do juiz, eu teria que dividir o tempo do meu filho com o canalha do pai dele. Se eu ficar um mês com o Danilo, Guilherme terá que ficar um mês com ele também. Eu ficarei semanas, meses longe do meu filho. Eu não posso permitir isso, eu não aguentarei.— Exemplo: a criança morará uma semana na casa de cada genitor, alternadamente. Du
MichelTodos estavam entretidos olhando as crianças brincar, mas eu não. Minha mente estava longe, estava na Agatha. Sentia-me angustiado com tudo o que estava acontecendo, por não poder estar lá com ela.— O que tanto te preocupa? Sei que sua mente não está aqui. Onde ela está? — Meu pai me questionou, sentando-se ao meu lado.Eu estava com raiva dele por ter me destituído da empresa, mas a raiva estava começando a abrandar. Nesses dias, peguei-me refletindo sobre como tenho conduzido minha vida nos últimos anos e me dei conta de muita coisa errada que vinha fazendo.— Na Agatha. Senti-a aflita quando me ligou para falar com Danilo. Sei que errei com ela, pai, e com o senhor também, mas não gosto de vê-la sofrer. Sei que, se perder a guarda do filho, será o fim para ela.— Por que não assumiu logo seus sentimentos por ela? Sei que se apaixonou por ela, Michel, não negue.— Já disse os meus motivos para isso.— Isso é só uma desculpa para fugir dos seus sentimentos. Sei que não se acha
Michel— Quando eu tinha 23 anos. Descobri que minha namorada estava grávida na época, eu era imaturo, egoísta e consequentemente não queria esse filho. Então pedi a Havana, minha namorada na época, que abortasse, mas ela não quis e nós brigamos…Começo a relatar tudo o que fiz e vivi com minha namorada quando ainda era bem jovem. Todos me escutam com atenção, mas ninguém me julga. Vejo que, por alguns instantes, uma tristeza passa pelos olhos de Sarah, na certa pela imagem que tem de mim, que está mudando diante do meu relato, mas isso logo se vai.— Eu não sei como Guilherme chegou a obter essas informações, pois na época paguei aos médicos para abafarem esse caso, pois eu não queria que ele vazasse para a imprensa e nem que os meus pais soubessem do quão irresponsável era seu filho. Mas, como podemos ver, a informação vazou e ele usou isso para prejudicar Agatha. Creio também haver o dedo da minha ex-namorada nisso, a vi por aqui algumas semanas atrás. Havana não apareceria aqui no
Michel— Não ouse ser desrespeitoso com ela, Guilherme. — A voz fria de Dylan se fez ouvir e Guilherme levou sua atenção a ele.— Dylan Castro. O grande Dylan Castro, um dos empresários mais bem conceituados e bem-sucedidos do país. — Havia deboche na voz dele. — O que as pessoas que tanto o admiram falariam se soubessem quem realmente você é? O que elas achariam se descobrissem a verdade?— Que verdade, seu canalha infeliz? — questionou Dylan.Guilherme deu uma gargalhada e falou:— Que, na verdade, você não é o bonzinho que todos creem. Que é um mercenário, assassino com conexões com pessoas da pior espécie e até mafiosos. Acha que não sei que foi você quem torturou e matou o ex-namorado de sua esposa? Que espancou quase até a morte o ex-namorado de sua irmã? Quem mandou matar o homem que sequestrou Amely a pedido do seu amigo Marcos Ferreira? — Ele tornou a rir das expressões chocadas que fizemos. — Sei dos podres de todos vocês.— Você não tem prova de nada. Está apenas blefando. —
Michel Agatha se agarrou a mim e chorou compulsivamente. Apertei-a em meus braços e falei palavras de conforto. Amely veio me auxiliar a acalmá-la e Duda foi até Sarah, que chorava ao ver a amiga sofrer.— Já acabou com seu showzinho? — Cristine se levantou em sua pose de advogada. — Acabou com as ameaças? Já se vangloriou sobre nós? Então, pode ir embora. Hoje você não levará o Danilo, amanhã, depois do almoço, Agatha o levará até sua casa.— Você não pode decidir nada.— Mesmo? Pois sinto informá-lo que entrei em contato com um juiz amigo meu e relatei toda a situação. Ele expediu um documento dando a Agatha mais um dia de convivência com seu filho antes de o menino ter sua rotina alterada bruscamente. Hoje você não levará o Danilo, então pegue esse capacho que chama de advogado e caia fora daqui.Nunca a vi tão fria como vi agora. Os olhos de Dylan brilham de orgulho por sua esposa, mas também há algo, é ódio, e se eu fosse Guilherme, tomaria cuidado daqui para frente.— Não se ach
AgathaAcordei sentindo meu corpo doer pela má posição em que dormi na noite passada. Olho para o rosto sereno do meu filho e meu peito se enche de tristeza. Não sei como suportarei passar um mês longe dele.— Bom dia, mamãe. — Ele abre os olhos e sorri.— Bom dia, meu amor. Dormiu bem?— Sim. — Ele me aperta com seus bracinhos. — Gosto de dormir com a senhora. Terei mesmo de ir morar com meu papai mal? — pergunta triste.— Infelizmente, sim, meu amor. — Beijo sua testa. — Mas no final de semana você vem ficar comigo, tudo bem?— Está certo, mamãe. Mas agora vamos comer, que minha barriga está pedindo chocolatinho, olha. — Ele toca a barriga que solta um ronco baixo.— Nossa! É mesmo. — Faço cócegas nele. — Essa barriguinha está faminta. Vamos escovar os dentes e ir comer.— Vou para a escola hoje, mamãe?Nós nos levantamos e eu o levo para o banheiro.— Não. — Pego sua escova de dente. — Hoje você vai passar a manhã com a mamãe e depois vai para a casa do seu papai Guilherme.— Está b
MichelHavia chegado a hora de levar Danilo à casa do pai biológico dele e meu coração estava apertado por isso. Agatha estava desolada e eu não sabia o que fazer para ajudá-la. Eu também estava sofrendo por ter que ficar um mês longe dele. Aquele menino inteligente e esperto conquistara meu coração e ponderar ficar longe dele me fazia mal.Segurei a mão de Agatha ao parar meu carro na porta da casa do Guilherme.— Você é forte, ele vai ficar bem e logo estará conosco.Ela me olhou e vi seus olhos marejados, esforçara-se para não desmoronar na frente do filho.— Não quero ficar longe dele.— Não será por muito tempo, eu prometo. Entrarei em contato com meus advogados e Cristine, junto à sua advogada, está buscando provas dos crimes cometidos por ele. Já entramos com processos por calúnia, injúria, difamação e ameaças contra Guilherme. Danilo não ficará com ele.— Sei disso, mas meu coração está sofrendo. Tenho medo do que ele pode fazer com meu filho.— Ele não fará nada, sabe que esta