DylanJá era final da festa e uma boa parte dos convidados havia ido embora.Eu estava indo para a cozinha pegar um pouco de água quando vi uma cena que chamou minha atenção. Escondi-me por trás de alguns arbustos altos que minha mãe tinha no quintal e fiquei observando a cena que se desenrolava a minha frente.Queria ver até onde ele ia para eu ter a desculpa que procurava para acabar com a raça desse enviado do diabo sem me tornar um vilão.— Eu não quero mais nada com você, Gael — minha irmã estava alterada.— Me deixa em paz. — ela se virou para sair de perto dele, mas ele puxou seu braço fazendo-a chocar em seu peitoral.— Você não pode me descartar assim, sua putinha mimada — ele gritou na cara dela e isso fez minha raiva revisitar, mas me controlei para ver até onde ele ia, pois se dependesse de mim, hoje seria seu último dia na terra.— Me larga, Gael, você está me machucando. Eu não quero ficar com você, não gostei do que fez da última vez que estivemos juntos e não vou permi
CristineDias depoisEncosto na bancada da pia e um suspiro de cansaço me espaça dos lábios.Não tem coisa que mais desgaste do que faxina e faxinar uma casa do tamanho da dona Inês é ainda mais cansativo e desgastante. Sempre me deixa toda quebrada no final do dia.— Minha filha já terminou a faxina?— Já, sim, dona Inês. — respondo indo até a pia e lavando as mãos.— Fiz um bolo de laranja com calda de chocolate, vou separar uns pedacinhos para você levar para casa e comer com sua mãe.— Não precisava dona Inês, mas muito obrigada. — vou até ela e lhe dou um beijo no rosto.Por mais que eu seja sua faxineira, ela me trata com muito carinho e sempre me presenteia com algo, seja comida, roupas ou lembrancinhas.— Faço com muito gosto menina, você sabe que tenho muito apreço por você e sua mãe.Concordo com a cabeça terminando de guardar os pratos no armário. Nós nos conhecemos desde que eu era criança e sempre foi muito legal e gentil comigo e minha mãe.— Eu já deixei tudo pronto e a
Cristine Dias Depois… Eu olhava para as coisas da minha mãe que eu e minha prima estávamos encaixotando e sentia a tristeza me dominar. Hoje completava um mês de sua morte e eu precisava me desfazer das coisas dela. Era duro, triste e doloroso, mas extremamente necessário. — O que vai fazer com as coisas dela, prima? — Jéssica questionou dobrando algumas peças de roupa. — Doar. O que ainda for usável doarei e o que não prestar mais vai para o lixo. Ela concordou e passou a dobrar o resto das roupas. Eu sabia que para ela aquilo também era doloroso, Jéssica era a sobrinha mais próxima de minha mãe e estava sofrendo com sua morte. Porem cada um tem sua forma de lidar com o luto e ela sempre guardava seus sentimentos para si e não demonstrava o que sentia. Era ruim ser assim, se mostrar forte sempre e uma hora ela não vão mais aguentar enfrentar tudo sozinha. Terminamos de encaixotar tudo e separei o que seria doado e o que iria para o lixo. Peguei um casaco de minha mãe e o guarde
Cristine— Tá a fim de uma saideira? — Ingrid, minha colega de sala, me pergunta ao para ao meu lado.Nós acabamos de sair da aula e tudo o que quero é um banho e minha cama.— Não vai dar Ingrid, estou muito cansada e só quero dormir.— Tudo bem.— Ela não vai? — João Pedro, nosso colega de sala, questiona a Ingrid.Ele estava com Mariano, Bernardo e Guilherme ao seu lado.— Estou cansada, meninos. Deixa para uma próxima. — falei sorrindo e Guilherme veio me dá um abraço. Ele era um cara que gostava de toques e abraços.Era um cara bonito e muito legal de se conviver.— Beleza, gatinha, descansa. — me deu um beijo no rosto e eles foram embora.Olhei meu relógio e conferi o horário para ver se meu ônibus estava próximo de chegar. Caminhei para fora da faculdade e fui até o ponto de ônibus. Hoje a aula terminara mais cedo e hoje daria para eu ir de ônibus e economizava um pouco mais de dinheiro.Estava quase próximo do ponto quando um carro se aproximou de mim.— Oi, minha linda. — ouv
DylanEu estava bem puto com meu irmão.Era só para ele ir à bendita reunião que eu havia pedido, mas ao que indicava, algo tão simples era extremamente complicado quando se tratava de Adrian.Porra tinha dias que eu queria esganá-lo, era um puto às vezes e essa sua mania de furar os compromissos por perder a hora fodendo alguém me dava nos nervos.Fazia-me querer matá-lo.Eu fodia a mulher que eu queria e a hora que eu queria, mas não na hora do trabalho e não quando tinha uma reunião para presidir. Eu estava abarrotado de trabalho e ele só tinha que ir nessa reunião com o novo estilista que desenharia nossas roupas para o próximo desfile.— Vou socar sua cara quando o vir, Adrian. — falei tomado pela raiva que ele me causou por ser imprudente com nosso futuro estilista.— Cara, a culpa não foi minha. A mina que bateu em meu carro.— Se você estivesse ido direto para a empresa após o almoço para de lá ir para a reunião com a Ingrid ao invés de ir foder mais uma de nossas modelos, iss
DylanTem coisas na vida que acontece conosco para testa até onde vai nossa humanidade.Sou um cara que não suporto nenhum tipo de violência contra inocentes. Mas isso se intensifica quando o assunto é mulheres e crianças.Minha vida mudou no minuto em que meus olhos caíram na jovem que queria se matar depois de, provavelmente, ter sido abusada por algum mostro que não viverá por muito tempo assim que eu descobrir sua identidade.Depois de muito se debater em meus braços, Cristine, a jovem que evitei que tirasse sua própria vida, desmaiou. Seu choro sofrido e o estado no qual ela se encontrava fez revisitar o pior de mim, a raiva era o único sentimento presente em todo o meu corpo e tudo o que se passava pela minha cabeça era as formas como eu mataria o desgraçado que fez isso com ela, porque farei isso. O matarei da pior forma possível.Ela foi colocada na ambulância assim que a mesma chegou. Uma viatura da polícia também estava aqui assim como uma dos bombeiros.Olhei ao redor e vi
CristineUm bip se ouve em meus ouvidos.Minha cabeça está pesada e dói ainda mais quando tento abrir os olhos.Onde eu estou?O que aconteceu?— Tem certeza de que ela vai ficar bem, doutor? — conheço essa voz.É Jessica! Ela está doente?— Creio que sim, mas só teremos certeza de como seu psicológico vai reagir depois de tudo o que aconteceu quando ela acordar.Aconteceu?O que aconteceu?Minha mente está confusa e nublada.Uma angústia se instala no meu peito e eu não consigo respirar.Eu estava na faculdade, iria para casa de ônibus.Imagens surgem em minha mente, mas um carro parou ao meu lado e alguém me deu carona.Eu não queria, contudo, a pessoa insistiu e eu aceitei.Carlos era ele no carro, ele me deu carona, ele estava com raiva. Não ele não tinha porque estar com raiva. Meu celular… ele o jogou… e...Você é minha, é minha! Você é minha, é minha! Você é minha, é minha! Suas palavras invadem minha mente, ele diz que sou dele e então…O barulho do bip se torna mais alto. Esto
Cristine Abro os olhos e sou recebida por um clarão. Olho em volta e percebo que estou em um hospital. Respiro fundo e afundo minha cabeça no travesseiro e algumas lágrimas molham meu rosto. Carlos abusou de mim, fui burra e ingênua ao aceitar sua carona e ele desgraçou minha vida. Ouço a porta do quarto se abrir e levanto a cabeça para ver quem entra por ela. Um homem muito bonito de cabelos castanho-claro entra e sorri a me ver acordada. — Que bom acordou, senhorita Cristine. Avisarei ao médico. — Você… Você foi quem me trouxe para cá? — Sim. Eu a encontrei no viaduto. — fecho os olhos e respiro fundo me lembrando que ele me impediu de pular. — Sinto muito por tudo que lhe aconteceu. Sua voz era grave e sussurrada. Eu podia sentir o sentimento através dela. Ele devia está com pena de mim. — Obrigada. — pedi com a voz embargada. Mesmo que não fosse isso que eu realmente quisesse dizer. Eu queria sumir para a dor que eu sentia sumir também. estar salva era seguir sofrendo.