Capítulo 2

Mia

O que fui fazer?

Como iria ter coragem de voltar ao trabalho depois do que aconteceu?

Mia poderia, simplesmente, ter dito “não”, tê-lo ignorado e seguido com a sua noite com os planos de Sadie, mas foi se deixar cair pelo charme e companhia daquele chefe irritante e muito sexy que a disse que teriam um simples jantar.

Nada com Taylor era simples. A ruiva passou a noite acordada, pensando em tudo o que aconteceu, no que ele disse, pediu e na coragem que teve para dizer a ele sobre algo tão íntimo.

Também, tudo aquilo foi íntimo. O homem a pediu em casamento. Foi um pedido, só que frio e cru, sem a emoção ou paixão de um casal que se ama.

Jackson não era esse tipo de homem. Ele era rude, arrogante e egocêntrico. Achava que todos deviam a ele, que precisavam cobri o chão que ele pisa, com um tapete dourado. Mia se irritou. Ela andou de um canto a outro, do quarto, roeu as unhas, bateu a cabeça no travesseiro, tudo isso pensando em Taylor e no que aconteceu.

Pior, ela ainda estava curiosa sobre o que teria por trás daquele tecido. Que lugar era aquele?

Então, ela olhou para o móvel de madeira que ficava ao pé da cama, viu seu celular e lembrou que ontem ele não parou de tocar. Mensagens. Muitas mensagens de Taylor Jackson. Ela estava com medo de ver o que era. Será que a demitiria novamente? Ou tinha medo de que ela abrisse a boca sobre isso e muitas outras coisas?

Mia, tomou coragem e foi até ele, o pegou, roeu as unhas, novamente e abriu a tela. Seu coração batia rápido, ela estava nervosa. Também estava com sono, contudo, não conseguiria pregar os olhos.

“Sei que parece inapropriado, mas a proposta está de pé. Não irei forçá-la, é só um acordo.”

“Devo admitir ser estranho o que estou fazendo, o meu interesse em você e que essa situação é complicada, mas acredite, ruivinha, estou disposto a fazer qualquer coisa por você.

Lendo isso, até parece ela tinha um certo poder sobre ele. Ou que Taylor estava realmente apaixonado por ela.

No fundo, Mia gostou de saber que sua falta de experiência não tirou dele, essa atração. Na verdade, isso a amedrontava também. Jamais pensou que estaria em uma situação como essa.

“Terá dois dias para decidir. Depois disso, se não disser nada, tomarei seu silêncio como uma resposta de recusa. Nunca mais terá que se preocupar comigo. Serei um chefe justo.”

— Como assim eu não terei que me preocupar com ele? — Pensou. — “Serei um chefe justo” isso quer dizer que vamos trabalhar juntos e ele me trará como uma secretaria, sem provocação, arrogância ou aqueles olhos de águia querendo dar o bote?

Isso permaneceu na sua cabeça por mais tempo do que deveria. Lá, no fundo, Mia odiou isso. Não a proposta, mas sim o ponto final. Ele não seria o chefe por quem ela fantasiava todas as noites. A trataria com desdém, encontraria outra esposa.

Claro! Ele encontrará outra!

— Mia! — A voz de Sadie a despertou dos pensamentos, a assustando. A ruiva olhou para a amiga, parada na porta do quarto, assustada, descabelada. Foi assim que Taylor a deixou depois daquela noite. — Não vai se arrumar para sair?

Então ela lembrou do trabalho. Merda!

— Sim, claro — Desconcertada, ela se levantou. — Tive um pesadelo a noite, fiquei meio que acordada. — Ela tentou justificar a sua situação. Como se sua amiga estivesse por dentro do seu dilema.

— Como foi ontem à noite? — A loira entrou no quarto, sentou na cama, e esperou a resposta de Mia. Sadie já estava pronta para o trabalho. Relaxada por não ser mais ela quem estaria do lado do Jackson furioso. Já, Mia, ela estava nervosa com a sua pergunta. A noite foi péssima, um constrangimento só. Para piorar, a desculpa que usou, para não sair com Sadie, foi que ela foi a um jantar com seu irmão, que estava na cidade. — Não vi você chegar.

Mia se arrepiou toda, ao lembrar do que aconteceu. Taylor a colocando contra a parede, tocando nela, prometendo coisas, pedindo coisas. Isso ela nunca diria a Sadie.

— Adam está empolgado. Parece que será promovido. — Ela odiava mentir. Sua mãe sempre repetia no seu ouvido: mentira tem perna curta. — Ainda me surpreendo ao vê-lo ficar surpreso e impressionado, pois meu irmão sempre foi acima da média.

— Ainda quero conhecê-lo. — Não mesmo! Jamais colocaria vocês no mesmo lugar. Iria acabar descobrindo a minha mentira.

— Quem sabe. — riu. — Desculpa, agora tenho que me vestir.

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