Capítulo 5

Ele estava a poucos passos dela. Mia odiava ter que levantar a cabeça para encará-lo, portanto, pensava que ele fazia isso de propósito só para provocá-la.

— Deseja mais alguma coisa, senhor? — Ela não baixou a cabeça, o que só a colocaria em uma má situação.

Ela tinha que permanecer naquele cargo. Era a sua chance ali em Nova York. Mia não sabia que se Taylor a demitisse, poderia voltar para o seu cargo como secretária de Vivian, pois já tinha alguém naquele lugar.

Por isso ela odiava ainda mais o Taylor. Ele estava estragando tudo.

— Volte ao trabalho, faça-o calada e nunca mais me responda dessa forma.

Ela passou alguns segundos presa ao seu olhar e teve que piscar algumas vezes para sair da sua hipnose.

— Devo lhe comunicar que não será a última vez. — Naquele momento, Taylor achou que ela estava desafiando-o, pelo que pude ver em seus olhos. E para o bem da sua permanência ali, Mia deveria explicar o seu lado. — Não é insubordinação, é que às vezes faço isso sem perceber.

— Então está me dando motivos para a demitir — Taylor estava curioso. Mia era uma mistura de menina inocente e mulher apimentada que ele estava gostando de conhecer.

O homem não queria assustar a garota, gostava de ver até onde ela ia para ficar naquele cargo. Em cinco meses, essa era a mais divertida e desafiadora, por isso desejava ficar com ela.

— Não pode me demitir. Ainda nem viu do que sou capaz. — Riu de nervoso.

— Você já deixou claro do que é capaz, Mia. É capaz de me provocar e me enlouquecer. Não permito que nenhum funcionário meu me responda desse jeito, seja no meu escritório ou na presença de qualquer outra pessoa.

Ele estava certo. Eu era uma secretária.

Mia sabia que esse era o início de uma batalha de farpas. Ela era desse jeito e nem sempre poderia segurar a sua língua.

— O senhor está certo — concordou, sentindo-se mal. — Prometo não fazer isso na frente de ninguém. Segurarei a minha língua. Mas não garanto que terei sucesso quando estivermos a sós. — Surpreendendo Jackson, Mia riu da expressão confusa e irritada dele. O homem observou sua boca e o rosto iluminado. Quase esqueceu quem era a mulher. — Desculpa. É que… faço isso quando estou nervosa.

— Saia da minha sala e cuide do seu trabalho antes que eu esqueça das leis e a tire do meu escritório.

— Sim, senhor.

Ela ainda tentava parar de rir. Estava quase se batendo por esse descontrole.

— E nunca mais apareça aqui vestindo esses trapos — ele falou com muita raiva, mas não gritou. Mia se surpreendeu com o seu autocontrole.

Ela parou no meio do caminho, pensando no que ele disse.

— Não uso trapos, essas roupas são…

— Um lixo — completou.

Novamente, ela sentiu sua língua coçar. Pensou muito se o responderia ou não, e teve que a morder.

— Pode parecer uma senhora de cinquenta anos fora da minha empresa, mas enquanto estiver aqui, deve ser elegante e demonstrar finesse. Você me representa, é como uma extensão minha. E quando estivermos em reuniões, jantares de negócios e viagens, deve estar à minha altura, então arranje roupas mais dignas de uma secretária executiva.

— Mas o senhor esquece que sou sua secretária. Meu salário não paga as roupas que exige. — Cruzou os braços.

Ela estava no cargo há três dias e, apesar do salário ser bom, bem mais alto do que o anterior, ainda não tinha muito dinheiro para sair gastando com roupas de grife.

— O que quer que eu faça? Que jogue tudo fora e assalte uma loja? Me desculpe por ser tão... feia. Deveria contratar alguém como a Sadie. Ela é fina e se veste adequadamente.

— Acredite, eu quero muito demitir você agora.

— Por que não consegue ser um pouco mais educado?

Ok, Mia estava cutucando a onça com vara curta. Até ela sabia que tinha passado dos limites.

Ele pegou o telefone sobre a mesa e discou algum número. Seu sangue gelou, pois achou que fosse uma ligação para o RH para demiti-la.

— Sadie, venha à minha sala neste exato momento, antes que eu jogue a novata pela janela — ele disse, furioso, e depois bateu o aparelho, desligando-o.

— Espera. Vai me demitir mesmo? — Voltou à sua frente, sentindo uma raiva imensa de si mesma. — Não vou mais responder, vou ficar calada e prometo trabalhar em dobro. Será péssimo se...

— Cale-se. — Ela engoliu em seco e o Senhor Jackson a encarou profundamente. A ruiva sentiu que cometeu um erro ao chegar tão perto dele. — Não brinquei quando ordenei que queimasse tudo o que está vestindo agora. Eu poderia arrancar essas peças do seu corpo só por odiar vê-las em você.

— Não vai me demitir? — Franziu o cenho.

— Tome cuidado. Não costumo ser bonzinho ou perdoar. — Ele se curvou e olhou nos olhos dela, bem de perto. — Na próxima vez, eu mesmo a colocarei para fora desta empresa.

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