— Qual o porquê de tanta demora? — ele questionou ao as olhar, com o cenho franzido, por alguns instantes. — Tenho afazeres e preciso de você.— Eu não estaria passando por isso se não tivesse me obrigado a vir até aqui. — Cruzou os braços.Ele levantou uma das sobrancelhas e a encarou como se fosse a sufocar com suas mãos. Então, Mia percebeu que fez aquilo de novo. Até que era engraçado, mas ela não poderia perder o emprego.— É para eu estar chateada, não você. — O que falei sobre me responder desse jeito?— Não estamos na situação na qual devo calar a minha boca — justificou. — E não sei por que o senhor está aqui. Quer presenciar ainda mais a minha humilhação?— Deveria me agradecer por fazer esse favor a você. — Ele poderia estar bravejando agora, e ela sentia que queria, só que não faria isso na frente daquelas mulheres. — Posso poupá-la do trabalho se achar melhor ser demitida. — Certo. Mas depois disso, não poderá reclamar de mais nada em mim — propus.— Isso é só o começo,
Mia O dia de Mia foi exaustivo, mesmo não tendo um trabalho braçal. Suportar o mau-humor de Taylor Jackson não era para qualquer um. Ela só estava nisso há três dias, mas pareciam semanas. E nem dava para reclamar, ou ele a botaria para fora da empresa.Maldita hora que fui me meter em uma situação como aquela.Mia não era de desistir e nunca fazia corpo mole. Na verdade, sempre teve que se virar. Sua mãe se dobrava para trabalhar e estar presente na escola e nas competições, enquanto ela tinha que cuidar de si mesma. A ruiva tinha orgulho de nunca ter dado muito trabalho. A mãe já tinha uma vida corrida, por isso ela fazia de tudo para não ser mais uma na sua lista de afazeres.— Vamos. Temos que conversar — disse Sadie, que saiu rebolando na sua frente.Mia ficou parada, onde estava, tentando entendê-la, então a loira olhou para trás e franziu o cenho.— Vamos. Tem um “pub” aqui perto. Podemos beber e conversar lá — explicou.Finalmente Mia andou para fora do prédio, passando pela
Querendo ou não, a ruiva ficou curiosa para saber mais. — Bem, eu não sei se são namorados, contudo, é a pessoa com quem ele mais sai. Mas ainda é um mistério esse lado paciente dele com você. Não passaria do primeiro dia se ele visse que não valeria a pena e não estaria no fim do dia tomando um chope comigo depois do que fez mais cedo. Esse homem não é bonzinho, então fica a pergunta: por que não a demitiu ainda?— Se acha o que falei mais cedo um absurdo, é porque você não viu antes de chegarmos ali. — Ela riu e bebeu um gole da cerveja. — Ele me tratou super mal e eu não fiquei de boca fechada. Esse é o meu mal: não calo a boca quando alguém me provoca.— Isso só piora as coisas — ela disse, chamando a sua minha atenção. — Cinco meses. Cinco secretárias demitidas em cinco meses. Elas não passaram do primeiro mês com ele. Achei que eu ficaria naquele cargo e seria a próxima a ser demitida. E nenhuma delas o respondeu daquele jeito. — O que elas fizeram para ser demitidas?— Chegar
TaylorJackson não sabia o que estava fazendo. Isso o surpreendia. Se considerava durão e concentrado, tinha fodas casuais, ia a festas nas quais muitos consideravam erradas ou pecaminosas, contudo, desde que conheceu Mia, não parava de pensar ou desejar a ruiva.Todas às vezes que ela abria a boca e o respondia com petulância, ficava excitado. Já teve funcionárias que discordaram dele, foi fácil demiti-las, contudo, Mia Wannell não era como elas.A mulher lhe causava uma atração sem explicação. Pensava nela, no trabalho, em casa, na cama e com outras mulheres. Já estava parecendo obsessão.Mia estava com um vestido tubinho, desenhando suas curvas, combinando com a sua pele pálida e cabelos ruivos. Seus lábios estavam pintados de rosa-claro. Ela não precisava de muito para ser linda e elegante, contudo, parecia que a mulher não sabia disso.Taylor não queria arriscar seu pescoço. Aquela mulher era um incêndio e poderia o prejudicar, porém, Jackson não conseguia evitar não há desejar.
MiaTrabalhar ao lado de Taylor estava sendo difícil. Ele era arrogante e sedutor ao mesmo tempo. Tinha vezes que chegava com a cara fechada, se comportava como um ditador, mas antes de ir embora, a olhava com chama nos olhos, fazendo com que Mia se tremesse toda.Desde aquele dia, na sala de reuniões, ele não se atreveu a chegar tão perto dela, novamente. No entanto, não era necessário ele estar tão perto para perturbar ela.Como já havia prometido a si mesma, ficou de boca calada e não o provocou. As semanas se passaram e ela fazia de tudo para permanecer naquele emprego.— Me diz: como ele está hoje? — Sadie veio em sua direção cautelosa e discretamente, após olhar por cima dos ombros de Mia e ver o chefe digitando no seu computador portátil. — Ele já esbravejou ou só ficou calado?— Por que a pergunta? — A ruiva franziu o cenho, desejando olhar na mesma direção que ela, só que isso chamaria a atenção dele. Ele sempre previa quando ela o encarava.Mais do que odiar o seu chefe, ela
— É com isso que está preocupada? — Virou-se abruptamente, com o rosto demonstrando raiva, a fazendo engolir em seco. — Acredite, você é a mais qualificada até então. Mas não consegue se manter firme e comportada. Na primeira oportunidade, me irrita. E sim, esse é o momento em que eu a demito. POR JUSTA CAUSA.Ouvi-lo fez com que Mia também perdesse a noção dos fatos.— Ótimo. Estou contente — mentiu, levantando o nariz. — O senhor é um homem arrogante e muito exigente. Trata a todos com desprezo e vive de mau-humor. Desculpe-me se estraguei a sua roupa ou se o café pode estar quente o suficiente para o machucar. — Pôs as mãos na cintura e o encarou, aproximando-se dele vagarosamente. — Apesar de tudo, posso suportar o senhor, só que duvido muito que encontre outra que possa suportá-lo por mais de um mês. — Parece mesmo que você não se importa com o seu trabalho aqui — disse entre dentes.— Muito pelo contrário, senhor — debochou. — Se eu não me importasse, não teria ficado calada po
Mia A ruiva não estava de bom humor, hoje. Depois de tudo e de se mudar para o apartamento de Sadie, ela precisava de um novo trabalho.Uma das piores coisas, para ela, era sair e ir aquelas agências de empregos, pois no ramo corporativo, a competição, às vezes, não era justa.Mesmo sendo bem apresentável e com um excelente currículo, as exigências e padrões estéticos derrubava algumas concorrentes. Eu não queria ser como ele. O homem era detestável, mesmo que inteligente.Ela levantou o rosto para tirar a expressão de morta dele, depois tomou um banho para acordar o corpo, e buscar roupa decente.Ah, as roupas…Mia odiava abrir o guarda-roupa e as ver nos cabides. Acredite, ela tentou devolvê-las e mandar um cheque, mas é claro que não tinha um valor que cobrisse os gastos. E, pior, ele disse que não queria nada que o fizesse se lembrar da “menina inconveniente”.Ela evitava usá-las. Também não gostava de se lembrar dele. O que era controverso, pois muitas vezes se pegou parada no
Mia Mia estava empolgada com o novo emprego. Não quis demostrar tudo, no café da manhã, viu sua amiga com o rosto cansado e desanimada, tudo por causa de Taylor.Tela teve que pegar o metrô para ir ao novo trabalho. Enquanto a AMP era em Manhattan, a GM Model ficava fora dela. E depois de sair da estação, ela andou por uns cinco minutos até chegar a um enorme prédio corporativo. Mia trabalharia no quinto andar, onde funcionava a agência.Antes de subir no elevador, ela se identificou na recepção. Depois que entrou nele, sentiu suas mãos suarem. Seu coração estava de vento em popa. Era um novo lugar onde ela teria que se adaptar.Torceu para que seu novo chefe não fosse uma cópia malfeita de Taylor Jackson, ou ela acabaria pensando que havia alguma coisa errada com ela.Mia olhou novamente para o papel que recebeu da agência e que ela entregaria na entrada. Leu o nome do dito-cujo: James Madison.Ela nunca havia ouvido falar nele e estava rezando para ele ser uma pessoa legal, que não