No dia seguinte, Orlando veio me buscar. Élida já havia voltado o período de aulas e em breve tudo voltaria ao normal. Embora eu reclamasse de trabalhar demais algumas vezes, senti falta da D.D.
Enquanto organizava as malas, Orlando olhou brevemente para Maria Eduarda e depois me disse hesitante:
- Olhou as notícias hoje, senhor Dulevsky?
Estreitei os olhos, preocupado:
- Não, não olhei. Confesso que estes dias que passei aqui foi quase uma lua de mel. – Confessei, olhando para a mulher ao meu lado, que esteve presente a cada minuto do tempo que passei naquele quarto de hospital.
- O que aconteceu? – Ela perguntou a Orlando, preocupada.
- A senhora Maya Maxim deu entrevista a todos os jornais e sites, dando a data do casamento entre o senhor e a filha dela.
Peguei o celular e antes que acessasse qualquer coisa, Maria Eduarda retirou-o da minha mão.
- Não quero
POV MARIA EDUARDA- Então quer dizer que a sua ideia é seguir investindo no perfume de Ashley. – Conclui.Andress me olhava de forma diferente, mal se movendo na cadeira. Eu estava sentada pela primeira vez à frente dele em sua sala falando sobre negócios e a forma como eu representaria a Montez Deocca na D.D.- Eu não tenho outra opção. Assinei um contrato com ela. Se quebrá-lo, sabe que terei que pagá-la e não tenho condições de fazer isto. A não ser... Que você queira convencer David a me ajudar a pagar a quebra de contrato.Eu ainda lia meu contrato de trabalho, mas levantei os olhos na direção dele para dizer:- Por que eu faria isto? – perguntei de forma séria – Eu não disse em forma de crítica o fato de você investir tudo no perfume dela.- Fiz isto por saber que é sua cria&
- O senhor Dulevsky o atenderá no horário marcado. Ele sempre cumpre sua agenda de forma exemplar.O homem sentou-se de frente para mim, enquanto também começava a mexer no celular. Levantei-me e fui até a secretária:- O senhor Dulevsky está em reunião? – Perguntei.- Não – ela me olhou de forma séria – Mas não pode atender agora.- Ele está com a noiva. – A outra respondeu – E como o senhor ali tem horário agendado, a senhora terá que aguardar um encaixe na agenda do senhor Dulevsky.- Encaixe na agenda? – balancei a cabeça, atordoada.Como assim ele estava com a noiva? Não havíamos combinado que ele não teria mais nenhum compromisso com Tumalina? Inclusive David tinha deixado bem claro aquilo quando fez questão de noticiar o término do compromisso em todas as revist
- Irei cumprir com o contrato, Maria Eduarda. E infelizmente aconteceram coisas nestes dias com as quais não pude lutar contra.- Quer... Falar sobre isto?Ele suspirou:- De que adiantaria? Se houvesse uma solução, juro que contaria. Mas só faria com que sofrêssemos mais e mais. E acho que você já passou por muita dor para ficar se martirizando por minha causa. Deixá-la livre, neste momento, é um ato de amor, por mais que me doa.- É assim que vai acabar? – Minha voz mal saiu.- Vai acabar... Assim – ele abaixou a cabeça, confirmando – Eu não posso mais vê-la... Porque... Doerá ainda mais em mim.Eu ri, limpando as lágrimas:- Eu posso apostar que sim.- Nunca duvide do que sinto por você.- É simples não é mesmo? Me ama, mas escolheu ela. E... Eu sempre soube o quanto seria
Quando abri a porta do apartamento de Verbena, fiquei incerta sobre como havia chegado ali, já que chorei o caminho inteiro e não lembrava de praticamente nada.Fiquei imóvel e incerta sobre como agir quando vi cacos de vidro no chão enquanto Verbena e Cecília me olhavam. Cecília ainda estava com o dedo em riste na direção de minha amiga, ambas visivelmente alteradas e com as faces ruborizadas.- Está... Tudo bem? – Foi o que consegui perguntar para não parecer tão intrometida, já que era visível que não estava nada bem.Cecília gargalhou antes de dizer:- Agora temos que dar satisfações sobre a nossa vida para esta aí também?- Cecília, acalme-se! Duda não tem nada a ver com a nossa relação.- Ela mora na sua casa, porra! O que me garante que você não tem um caso
- Na verdade, não estou seguindo você. Este é o meu lugar! – ela riu e bebeu todo o líquido do copo de uma vez.- O banco ou o bar? – Eu quis saber, bebendo de uma vez o meu drinque.- As duas coisas. – Ela bateu o copo de cerveja na minha taça, brindando.- Nunca brindei com copos vazios... – observei – Mas confesso que é como estou me sentindo neste momento... Completamente vazia.- Eu sinto muito pelo que houve.- Não estou falando de Cecília e sim da minha vida.- O que aconteceu?Expliquei-lhe de forma breve o que havia acontecido, já que uma banda começou a tocar dentro do bar e o lugar ficou barulhento e mais movimentado.- É claro que ele está sendo chantageado. Só não entendo o que David pode perder mais do que metade da D.D. – Verbena ficou pensativa.- Bem, tem a parte boa nisto
Quando cheguei ao condomínio, me impressionei por ainda ter acesso à área interna dos condôminos. O táxi pôde me deixar em frente à mansão Deocca, onde morei por muitos anos junto de Andress e Mabel.O motorista me ajudou com as malas, deixando-me na frente da porta. Senti meu coração acelerar ao observar aquele lugar novamente. Sabia que precisava ser forte para enfrentar tudo que viria pela frente.Apertei a campainha e Fernanda foi quem atendeu.- Senhora Maria Eduarda? – Ficou surpresa.- Boa noite, Fernanda – sorri – Será que eu poderia entrar?- Claro, senhora – ela afastou-se para que eu pudesse passar pela porta – Deixe que levo suas malas.Entrei na casa e olhei tudo ao redor, que estava exatamente igual a quando eu havia ido embora.- Onde... Devo arrumar suas coisas? – ficou em dúvida.Suspirei e olhe
- Talvez acreditasse... Se não tivesse ouvido da sua própria boca, há poucos meses atrás, que eu era tão perfeita que fiz com que você anojasse do nosso relacionamento.- Eu estava completamente perdido, Duda... Porque é assim que fico longe de você. E não há como negar que a vida toda nos demos muito bem e se não fosse Ashley me seduzir, ainda seríamos um casal perfeito.- Um casal perfeito! Com um relacionamento que lhe causava nojo? – Estreitei os olhos, tentando entender.- Não seja tão dura comigo.Eu ri:- Eu gostaria que você fosse duro comigo... Literalmente. Mas você não conseguia, não é mesmo? Afinal, “queria uma mulher e não um robô”. Às vezes acho que fui muito mais mulher do que você foi homem... E um robô talvez me satisfizesse mais do que o meu marido.<
- Você roubou minha herança. E tenho direito a tudo que é seu. Foi assim que assinamos o nosso contrato pré-nupcial. Então como dividi meus bens com você, os quais pegou sem me consultar e sequer partilhou comigo, exijo que pague o aluguel de uma boa casa, próxima do centro de Noriah Norte.- Não tenho dinheiro para isso.- Venda um carro... A empresa... Ou venda seu corpo magricelo numa esquina – olhei na direção de sua região íntima – Se é que conseguirá alguém que pague pelo que você tem no meio das pernas sem pedir devolução...- Está sendo ofensiva agora, Duda.- Se não pagar o aluguel, dividiremos esta casa.- Por mim tudo bem.- E a primeira coisa que farei é ligar para David e convidá-lo para dormir aqui, comigo. Sabe que ele virá. E transaremos a noite inteira... E