POV MARIA EDUARDA
- Então quer dizer que a sua ideia é seguir investindo no perfume de Ashley. – Conclui.
Andress me olhava de forma diferente, mal se movendo na cadeira. Eu estava sentada pela primeira vez à frente dele em sua sala falando sobre negócios e a forma como eu representaria a Montez Deocca na D.D.
- Eu não tenho outra opção. Assinei um contrato com ela. Se quebrá-lo, sabe que terei que pagá-la e não tenho condições de fazer isto. A não ser... Que você queira convencer David a me ajudar a pagar a quebra de contrato.
Eu ainda lia meu contrato de trabalho, mas levantei os olhos na direção dele para dizer:
- Por que eu faria isto? – perguntei de forma séria – Eu não disse em forma de crítica o fato de você investir tudo no perfume dela.
- Fiz isto por saber que é sua cria&
- O senhor Dulevsky o atenderá no horário marcado. Ele sempre cumpre sua agenda de forma exemplar.O homem sentou-se de frente para mim, enquanto também começava a mexer no celular. Levantei-me e fui até a secretária:- O senhor Dulevsky está em reunião? – Perguntei.- Não – ela me olhou de forma séria – Mas não pode atender agora.- Ele está com a noiva. – A outra respondeu – E como o senhor ali tem horário agendado, a senhora terá que aguardar um encaixe na agenda do senhor Dulevsky.- Encaixe na agenda? – balancei a cabeça, atordoada.Como assim ele estava com a noiva? Não havíamos combinado que ele não teria mais nenhum compromisso com Tumalina? Inclusive David tinha deixado bem claro aquilo quando fez questão de noticiar o término do compromisso em todas as revist
- Irei cumprir com o contrato, Maria Eduarda. E infelizmente aconteceram coisas nestes dias com as quais não pude lutar contra.- Quer... Falar sobre isto?Ele suspirou:- De que adiantaria? Se houvesse uma solução, juro que contaria. Mas só faria com que sofrêssemos mais e mais. E acho que você já passou por muita dor para ficar se martirizando por minha causa. Deixá-la livre, neste momento, é um ato de amor, por mais que me doa.- É assim que vai acabar? – Minha voz mal saiu.- Vai acabar... Assim – ele abaixou a cabeça, confirmando – Eu não posso mais vê-la... Porque... Doerá ainda mais em mim.Eu ri, limpando as lágrimas:- Eu posso apostar que sim.- Nunca duvide do que sinto por você.- É simples não é mesmo? Me ama, mas escolheu ela. E... Eu sempre soube o quanto seria
Quando abri a porta do apartamento de Verbena, fiquei incerta sobre como havia chegado ali, já que chorei o caminho inteiro e não lembrava de praticamente nada.Fiquei imóvel e incerta sobre como agir quando vi cacos de vidro no chão enquanto Verbena e Cecília me olhavam. Cecília ainda estava com o dedo em riste na direção de minha amiga, ambas visivelmente alteradas e com as faces ruborizadas.- Está... Tudo bem? – Foi o que consegui perguntar para não parecer tão intrometida, já que era visível que não estava nada bem.Cecília gargalhou antes de dizer:- Agora temos que dar satisfações sobre a nossa vida para esta aí também?- Cecília, acalme-se! Duda não tem nada a ver com a nossa relação.- Ela mora na sua casa, porra! O que me garante que você não tem um caso
- Na verdade, não estou seguindo você. Este é o meu lugar! – ela riu e bebeu todo o líquido do copo de uma vez.- O banco ou o bar? – Eu quis saber, bebendo de uma vez o meu drinque.- As duas coisas. – Ela bateu o copo de cerveja na minha taça, brindando.- Nunca brindei com copos vazios... – observei – Mas confesso que é como estou me sentindo neste momento... Completamente vazia.- Eu sinto muito pelo que houve.- Não estou falando de Cecília e sim da minha vida.- O que aconteceu?Expliquei-lhe de forma breve o que havia acontecido, já que uma banda começou a tocar dentro do bar e o lugar ficou barulhento e mais movimentado.- É claro que ele está sendo chantageado. Só não entendo o que David pode perder mais do que metade da D.D. – Verbena ficou pensativa.- Bem, tem a parte boa nisto
Quando cheguei ao condomínio, me impressionei por ainda ter acesso à área interna dos condôminos. O táxi pôde me deixar em frente à mansão Deocca, onde morei por muitos anos junto de Andress e Mabel.O motorista me ajudou com as malas, deixando-me na frente da porta. Senti meu coração acelerar ao observar aquele lugar novamente. Sabia que precisava ser forte para enfrentar tudo que viria pela frente.Apertei a campainha e Fernanda foi quem atendeu.- Senhora Maria Eduarda? – Ficou surpresa.- Boa noite, Fernanda – sorri – Será que eu poderia entrar?- Claro, senhora – ela afastou-se para que eu pudesse passar pela porta – Deixe que levo suas malas.Entrei na casa e olhei tudo ao redor, que estava exatamente igual a quando eu havia ido embora.- Onde... Devo arrumar suas coisas? – ficou em dúvida.Suspirei e olhe
- Talvez acreditasse... Se não tivesse ouvido da sua própria boca, há poucos meses atrás, que eu era tão perfeita que fiz com que você anojasse do nosso relacionamento.- Eu estava completamente perdido, Duda... Porque é assim que fico longe de você. E não há como negar que a vida toda nos demos muito bem e se não fosse Ashley me seduzir, ainda seríamos um casal perfeito.- Um casal perfeito! Com um relacionamento que lhe causava nojo? – Estreitei os olhos, tentando entender.- Não seja tão dura comigo.Eu ri:- Eu gostaria que você fosse duro comigo... Literalmente. Mas você não conseguia, não é mesmo? Afinal, “queria uma mulher e não um robô”. Às vezes acho que fui muito mais mulher do que você foi homem... E um robô talvez me satisfizesse mais do que o meu marido.<
- Você roubou minha herança. E tenho direito a tudo que é seu. Foi assim que assinamos o nosso contrato pré-nupcial. Então como dividi meus bens com você, os quais pegou sem me consultar e sequer partilhou comigo, exijo que pague o aluguel de uma boa casa, próxima do centro de Noriah Norte.- Não tenho dinheiro para isso.- Venda um carro... A empresa... Ou venda seu corpo magricelo numa esquina – olhei na direção de sua região íntima – Se é que conseguirá alguém que pague pelo que você tem no meio das pernas sem pedir devolução...- Está sendo ofensiva agora, Duda.- Se não pagar o aluguel, dividiremos esta casa.- Por mim tudo bem.- E a primeira coisa que farei é ligar para David e convidá-lo para dormir aqui, comigo. Sabe que ele virá. E transaremos a noite inteira... E
Eu tinha menos de uma semana para inscrever meu perfume para poder concorrer à fragrância do ano, para assim participar da festa que elegia a criação feita pelo melhor perfumista. E não tinha a mínima ideia do que produzir, tampouco um lugar onde pudesse trabalhar.Por conta de meu orgulho havia deixado a entender para David que eu moraria com Andress e aquilo poderia ser minha ruína, fazendo com que ele não me mandasse nenhum contrato, tampouco me ajudasse num patrocínio, conforme eu havia implorado.Eu precisava parar para pensar no que faria. Mas tudo estava de cabeça para baixo na minha vida, mais uma vez. E já começava a achar que o “de cabeça para baixo” era o lado certo da minha vida.Passei dois dias procurando um apartamento que fosse na zona central de Noriah Norte. Mas estava difícil encontrar algo na localidade que eu desejava por um pre&ccedi