- Não acho que seja o momento de falarmos sobre isto.
- Eu sei – retirei as mãos dele das minhas – E por isto mesmo peço que não me toque. Não quero caridade... Tampouco gesto de carinho por pena.
- Eu... Não estou fazendo isto por pena.
- Sim... Você está. Porque não foi capaz de me perdoar, mas seu coração está aflito por saber que eu poderia ter morrido... E sabe o quanto estou sofrendo com a revelação de minha mãe. E não sabe nem metade de tudo que eu descobri nestas últimas 24 horas. Não podemos ser amigos, David... Porque o que sentimos um pelo outro não é amizade.
- Eu amo tanto você, Maria Eduarda... Mas traiu minha confiança.
- Entendo você, David... Juro que entendo. E não se sinta na obrigação de ficar comigo por conta do que houve... Eu poderia ter
- Não... Isso não tem como... – Ela estreitou seus grandes olhos azuis, confusa.- Eu também achei que fosse loucura, Mabel. Mas quem me contou... Foi minha própria mãe.- Maria Dolores? Ela voltou? Procurou você?- Na verdade ela não me procurou. Mas acabei descobrindo quem era ela...- Foi feito teste de DNA quando você nasceu... E confirmado que Rob era seu pai.- Provavelmente falso. Certamente terei que fazer novamente... Afinal, eu não acredito totalmente na minha mãe, embora não ache que ela teria motivos para mentir.- Mas por que ela mentiu isto por tantos anos? Por que carregou isto sem contar a verdade? Você teria todos os seus direitos...- Eu os tive... Em nome de Robin.- Isso... É loucura! – Ela balançou a cabeça, atordoada.- Também achei... Mas Maria Dolores garantiu que é verda
- Maria Dolores? – Ele olhou nos meus olhos e senti um frio na barriga.- Sou... Filha dela. – Expliquei, com a voz quase inaudível.- Ela é sua filha, Maria Eduarda – Mabel disse, de forma carinhosa – Sua filha junto com Maria Dolores.Alexis olhou para nossas mãos enlaçadas e sorriu:- Oi, Maria Eduarda... Filha de Dolores.Parece que mesmo doente, ele não conseguia admitir a paternidade, o que me deu uma certa dor no coração.- Sua filha também! – Mabel envolveu as próprias mãos nas nossas, obrigando-nos a ficarmos unidos.- Filha? – Os olhos dele se estreitaram, realmente parecendo não lembrar da minha existência.- Se ele me vê mais jovem, certamente não consegue assimilar algumas coisas. Não sabemos em que tempo ele vive, não é mesmo? – Tentou justificar, ainda sem
POV DAVIDEu estava nervoso, mas imaginava que Élida devia estar mil vezes mais. Não conseguia parar de balançar meu pé e vez ou outra fazia movimentos circulares, a fim de que ninguém percebesse o quanto aquela demora estava me incomodando.Levantei e fui até a janela, tomar um ar. O espaço não era tão amplo e fiquei com medo de ter uma crise por conta do ambiente fechado e o pouco espaço que me separava de Tumalina e Maya.Até que a recepcionista nos chamou e finalmente entramos na sala, a fim de saber o resultado. Senti a mão de Élida entrelaçar na minha e apertei seus dedos, para que ela se certificasse de que eu estava e estaria junto dela para sempre, em qualquer momento.Nos sentamos na frente do médico, que nos mostrou o papel dobrado que estava à sua frente:- Posso abrir e dar a notícia... Ou se preferirem, algum de voc&e
- Por mim, não. – Afirmei.- Claro que não. – Maya garantiu.- Viveremos sem ninguém saber que somos irmãs? – Tumalina pareceu confusa.- Claro! – Élida pareceu bem decidida.Tumalina deu de ombros:- Tudo bem.- Lembrando que refaremos o exame de irmandade e pode ainda dar negativo. E se isso ocorrer, ou David casa ou divide a D.D. com minha Tumalina. – Maya parecia ainda ter esperanças.- Concordo em refazer, Maya. Mas não submeteremos minha irmã e Tumalina por muito tempo a isso. – Fui enfático, repetindo para me certificar de que ela havia entendido.- David, eu gostaria de dizer que talvez podemos conversar e chegarmos a um acordo com relação a D.D. – Tumalina me olhou.- Outro acordo?- Não quero a D.D. Como já lhe disse, a empresa não me interessa. Quem sabe em vez dos
POV MARIA EDURDAAssim que cheguei no hospital, me dirigi ao quarto onde Maria Dolores estava. Bati levemente na porta e abri, deparando-me com Élida sentada ao lado da cama.Não sei exatamente o que senti ao ver aquela cena... Talvez chegou a passar na minha cabeça que aquele lugar era meu. Mas sabia que o tempo havia passado e o lugar pertencia àquela menina magricela e com olhos grandes e cheios de afeto, que talvez amasse a babá mais do que eu amava minha mãe biológica atualmente.- Duda? – Ela me olhou, retirando a mão que estava sobre a de Élida.Élida olhou para a própria mão sobre a cama e levantou-se, tentando um sorriso:- Vou... Sair para deixar vocês conversarem sozinhas.- Não... Não tem necessidade! – Falei imediatamente.Senti o cheiro de Fucking Fabulous invadindo o quarto e não precisei olhar para
- E se soube antes... Por que não me contou? Qual sua intenção ficando ao meu lado sem dizer a verdade?- Eu tinha medo que você fugisse de mim. Sabia que precisava ter calma...- Você sabia onde eu estava... Nunca passou pela sua cabeça voltar até a mansão Hauser para me ver?- Eu tinha um acordo com Alexis...- Assim como David tinha com TumbaLinda... E conseguiu quebrá-lo. E o deles era um acordo legalizado. Você tinha um acordo de boca com Alexis... Nunca sentiu saudade de mim?- Eu senti... A cada dia da minha vida. Você sempre foi o que eu tive de mais precioso.- Quando temos algo precioso e sabemos o quanto amamos... É impossível ficar longe.- Tentou me procurar quando cresceu?- Conforme o tempo foi passando eu imaginei que você não queria me ver... Que realmente tinha me abandonado.- Você estudou, se form
David beijou meu queixo e disse com os lábios ainda na minha pele:- Não quero fazê-la sofrer... Não quero ser mais um que a magoou...- Eu sofro por você... Mas a culpa não é sua. – Declarei.- Sinto tanta falta da sua pele, da sua boca... – seus lábios foram subindo em direção aos meus, que deixei que os consumisse de forma voraz.Nossas línguas se entrelaçaram numa dança já conhecida, saudosa, apressada. Meu coração parecia que explodiria dentro de mim só de saber que seria tocada por ele novamente. Eu queria que o tempo parasse exatamente naquele momento, para que eu pudesse ficar para sempre daquele jeito, nos braços de David Dulevsky.Eu havia errado. E tantos outros haviam errado comigo. A vida era um eterno jogo de erros e acertos. E eu não estava mais disposta a jogar. Nunca fui uma pessoa aventurei
Engoli em seco e embora tivesse sentido vontade de chorar, decidi que não havia mais sentido em ficar me debulhando em lágrimas. Teria que superar... Assim como superei tantas outras coisas que achei que seriam insuperáveis.Levantei a mão na direção dele, ensaiando um aceno de despedida. David retribuiu e logo voltou a falar com o médico, como se eu fosse somente a foda da vez.Virei as costas e saí, parecendo que o ar me faltava e o lugar tivesse ficado incrivelmente minúsculo.Estava tão atordoada que quando fui passar pela porta, bati em alguém. Fui desculpar-me quando me deparei com...- Eliardo? – Fiquei completamente surpresa.- Duda? – ele sorriu, como se fosse um velho conhecido – Não acredito que é você! – Me abraçou.Mal consegui retribuir o toque, confusa. Eliardo estava bem diferente de quando est&aacut