- Eu não estou gostando de David. – Garanti.
Ela riu e pôs o restante do doce na boca:
- Confesso que prefiro David Dulevsky do que Andress Montez Deocca. Este sim é um canalha. E eu posso fazer uma lista das canalhices dele se quiser.
- Se eu disser que não gosto de Andress estaria mentindo – confessei – Porque no fundo do coração ainda guardo aquele garoto que me ajudou de todas as formas. Me protegeu de TumbaLinda e de colegas que tentaram me diminuir ao final do Ensino Fundamental. Depois que minha prima finalmente foi embora com tia Maya, ficamos Andress e eu. E continuamos inseparáveis. Boa parte dos problemas e rejeição se foram quando elas saíram da minha vida. Porque minha prima só queria que o mundo inteiro soubesse que eu não era como ela, que não havia nascido na família Hauser, que tinha vindo de um lugar diferente e... Ainda fazia ques
- Esta parte não sei, senhor. Mas tenho uma informação que aposto que ficará impressionado.- Qual?- Ela está com uma viagem marcada para a Ilha do Portal.- Como? – Senti meu coração bater descompassadamente.- O nome dela está na lista de participantes da excursão. Assim como... O da minha irmã.- Sua irmã? Por que sua irmã também irá nesta excursão?- Porque minha irmã... É Verbena Adams, senhor. Ela foi a médica que cuidou de Maria Eduarda por 11 meses e dois dias. E atualmente sua futura senhora Dulevsky mora junto no apartamento da irmã... Até que possa comprar uma casa.- Verbena, amiga de Vlady, é a sua irmã? – Inquiri, incrédulo.- Sim, senhor.- Isso quer dizer... Que Maria Eduarda estava pertinho de você... E não a encontrou,
- Sim, meu amor, eu sei. Seria sobre o nosso casamento?- Sim, exatamente isso.- Já tenho algumas ideias em mente sobre a cerimônia...- Em primeiro lugar, não sou o seu amor. Em segundo, vamos acabar com esta palhaçada, Tumalina.- Palhaçada você chama... O que ser refere ao nosso casamento, David?- Meu advogado tem uma proposta em mãos para lhe fazer. Basta deixá-lo apresentá-la.Ela gargalhou:- Se não for 50% da D.D ele não precisa me trazer proposta alguma, “amor”. Qual o problema, afinal? Conheceu uma vagabunda e quer lhe dar o meu lugar de futura esposa de David Dulevsky? Aliás, vi você na TV dia destes. Quer dizer que está em Noriah Norte e sequer foi capaz de me dizer?- Desde quando lhe devo satisfações?- Desde que tem o compromisso de ser meu marido
Os advogados delas alegavam que eu realmente não era obrigado a casar, já que aquela cláusula realmente era bem “antiquada” e “estranha”. No entanto os 50% que cabiam às Hauser Maxim deveria ser concedido.Eu sempre me dei bem com meu pai. E tentei gostar de Tumalina, o que não deu certo. Cheguei a reclamar do tal contrato, mas meu pai dizia que se eu não estava apaixonado por ninguém, não seria tão horrível casar com uma mulher bonita e educada como Tumalina Hauser Maxim.E embora eu nunca tenha achado o contrato justo, e nem era tanto por conta do casamento, que para mim até então era o de menos, e sim pela questão da divisão da empresa em partes iguais sendo que Tumalina sequer sabia o que significava a D.D para minha família e nunca tivesse arregaçado as mangas e trabalhado para ajudar em qualquer coisa a não ser receber din
- Estou indo para a Grécia... Tenho um compromisso com a minha irmã. – expliquei.- Você... Tem uma irmã? – Pareceu surpresa.- Sim... – sorri – Élida Dulevsky. Ela está completando 15 anos e pediu de aniversário uma viagem.Maria Eduarda sorriu:- Se eu fizesse quinze anos hoje também pediria uma viagem no lugar da festa.- Eu gostaria que ela tivesse pedido a festa – confessei – Mas nosso pai faleceu recentemente. Então... No fim acho que ela fez uma boa escolha. Neste caso... Para ela.A mulher riu, daquele jeito que me fazia mal conseguir respirar:- Claro que a escolha é dela... Afinal, ela fará aniversário.Sorri e meneei a cabeça, não conseguindo desviar os olhos dos dela, incerto do que dizer. Afinal, deveria ou não falar que eu sabia para onde ela estava indo? Se Maria Eduarda j&aa
- Você não estava mentindo. – Constatou.- Claro que não.- Como um homem... Que viaja o mundo todo tem medo de avião?- Não tenho medo de avião, nem de altura – reafirmei – É o ambiente... Lotado... Com pouco espaço...- Deveria ter voado na classe executiva.- Sim... Geralmente faço isto – menti – Mas por que porra você foi escolher a econômica? – Me ouvi esbravejando.Ela arqueou a sobrancelha, divertidamente:- Então está confessando que me stalkeia, senhor Dulevsky?- Só um pouquinho... – Confessei, sorrindo.- Então é mentira sobre a sua irmã... E o aniversário? – Pareceu decepcionada.- Claro que não – peguei meu celular no bolso e procurei uma foto de Élida, mostrando-lhe – Esta é ela. Não repare ne
POV MARIA EDUARDAQuando nos aproximávamos do aeroporto Internacional de Atenas, uma das comissárias de bordo falou ao microfone que tinha acontecido um pequeno imprevisto e não poderíamos pousar. Sendo assim o avião voaria diretamente para o aeroporto de Megara e de lá seguiríamos viagem num ônibus que nos traria para o destino inicial: Atenas.Óbvio que várias pessoas começaram a reclamar, o que era justo. Muitos de nós tínhamos compromissos agendados e não poderíamos nos atrasar. Mas ao mesmo tempo era compreensível que não era culpa de nenhuma das comissárias, tampouco dos pilotos.Olhei no relógio, preocupada:- Irei me atrasar. – Olhei para David – E isso é um grande problema.- Você pagou caro por esta excursão. Creio que ninguém sairá sem você e sua amiga.- Tem noção de quantas pessoas dariam a vida por esta excursão? Acha mesmo que o guia me esperará? – suspirei, sabendo que não entenderia.- Eu acho que ele irá esperá-las sim. – Não pareceu preocupado.- E sua irmã? Marcou
- Não... – Ele franziu a testa, confuso.- O que o fez viajar na classe econômica, não podendo usufruir de seu habitual conforto, David Dulevsky?Ele riu e balançou a cabeça, talvez entendendo a que me referi: o medo precisava ser vencido quando a vontade de chegar a determinado lugar fosse mais forte.- Então Maria Eduarda tem astrafobia, brontofobia e hidrofobia.Estreitei os olhos, confusa:- De onde você tirou tantas “fobias” para mim?- Sou o rei das fobias. – Ele riu – Sei tudo sobre elas.Não contive o riso e comecei a gargalhar. Estar com David Dulevsky era sempre uma aventura. Aquele homem era divertido, educado, gentil e ainda me fazia transar sem amor, o que eu achava que jamais faria na vida.Me proporcionava orgasmos inimagináveis, fazia eu me sentir desejada e bonita, me ajudou a destruir e humilhar Andress por alguns minutos e ainda me deixava provar de seu belo corpo que mais parecia um parque de diversões, o qual eu até pagaria para usufruir.- Tenho fobia de mentiras
- Será que tem fobia? – Me perguntei em voz alta.- Bem... Só entrando para saber. – Ele admitiu, finalmente subindo os três lances de escada, receoso.Enquanto David Dulevsky ia andando pelo corredor estreito, mesmo com o fato de o ônibus ser leito, percebi sua hesitação. Certamente estava arrependido por ter pego aquele voo, na classe econômica para me fazer companhia. Temi que ele pudesse desistir e descer, deixando-me completar o trajeto sozinha.Mas não. Apesar de receoso, foi até os últimos bancos do ônibus, que estavam vazios, e escolheu um deles. Afastou-se para que eu pudesse ocupar o lugar à janela e depois sentou-se ao meu lado, imediatamente ajustando o encosto e o assento, certificando-se de que suas pernas, não tão longas a ponto de ficarem desconfortáveis, ficassem bem afastadas do banco da frente.- Quanto você tem de altu