Alice com seus 1,75 de altura está sentada na sala de espera da igreja com um buque de rosas vermelhas na mão, os seus cabelos negros como a noite preso num coque de noiva e os velhos verde esmeralda cheios de lágrimas pela dúvida que tinha se deveria ou não entrar por aquele corredor.
- Eu não posso fazer isso. Ele já fez muita coisa comigo. Se eu ficar aqui ele vai terminar comigo. -Pensava ela. Vou sair daqui antes que seja tarde.
Antes que voltasse atrás na sua decisão Alice saiu pela porta lateral da igreja, desceu os degraus e foi para o ponto de taxi que ficava ao lado da igreja. Deu o endereço da sua casa e o taxi saiu pelas ruas da pequena cidade e logo chegou.
-Espere por mim, por favor. – O taxista apenas assentiu.
Quando Alice entrou em sua casa deu uma olhada nos móveis velhos que já foram comprados usados. A casa estava silenciosa, pois todos estavam esperando por ela na igreja. Ela foi rapidamente para o quarto trocou de roupa, jogou algumas roupas dentro de uma mala e saiu correndo para não voltar mais.
-Para a rodoviária. – O motorista olha para Alice e percebe que ela está fugindo, mas não diz nada, apenas dirige até o destino.
A rodoviária é pequena e poucos ônibus passam por ela. Com somente um guichê, de dois funcionando Alice entra na fila e não demora muito para chegar a sua vez.
- Qual é o próximo ônibus que sai daqui?
-Temos um que sai agora para a capital e o próximo é só amanhã de manhã. - Responde a moça que está atendendo.
-Pode ser.
Assim que Alice compra a passagem o ônibus liga o motor e ela corre arrastando sua mala e colocando a carteira na bolsa. Quando o motorista vê Alice ele espera por ela que entra e senta-se no primeiro banco vago. Logo o ônibus já sai e entra no curso para chegar ao seu destino.
Um som começa a tocar e Alice percebe que é seu celular, olha e vê que é o pai, não atende e desliga o telefone.
- Desculpa, pai. Tentei te contar tudo que ele me fez, mas você não acreditou. Não tive outra saída. – Pensou Alice.
O ônibus acelerou quando saiu da rodovia, Alice se aconchegou no ônibus e dormiu, pois não tinha feito isso na última noite e a viajem levaria algumas horas.
Quando Alice percebeu que o ônibus tinha parado já estava na capital. O céu já estava escuro e as luzes da cidade já brilhavam para mostrar que estava em um lugar totalmente diferente. Até mesmo a rodoviária era muito maior que na sua cidadezinha, com muitos ônibus parados e passageiros embarcando e desembarcando.Ela saiu do ônibus arrastando a sua mala e resolveu ligar o celular para olhar a hora. Uma pessoa com muita pressa esbarrou nela, mas nem olhou e correu na direção de outro ônibus parado ali. O celular que estava na mão de Alice caiu no chão longe dela e trincou a tela.- As pessoas aqui não olham para onde estão indo, passam pela gente como furacão. – Resmungou ela.Quando estava juntando o celular no chão, ouviu um choro desesperado de uma criança. Olhou em vo
Alice respira fundo e toca a campainha. Ao longe se ouve passos se aproximando rapidamente. Um homem alto, loiro de olhos cor de avelã abre a porta. Ela sente um arrepio quando olha para ele e ao mesmo tempo fica fascinada pelos seus traços perfeitamente esculpidos. Porém, quando ele vê Alice ali parada o encarando quase de boca aberta, fica furioso:-Quem é você? Como te deixaram entrar no condomínio? Pago por segurança e primeiro meu filho some e depois alguém que não conheço bate em minha porta.Alice dá um passo pra trás com medo do que ele possa fazer e se arrependeu de ter um coração bom e querer ajudar o garoto. Ela suspira e depois toma coragem de falar.- Desculpe incomodá-lo, senhor. Eu encontrei um garoto que disse morar aqui e o trouxe. – Falando isso ela tira João Pedro
Arthur que está no topo da escada observando- a antes de descer quando ouve o telefone. Ele pára e espera para que ela possa falar ao telefone antes de o ver.-Alô! Oi, mãe!- O que você fez Alice? - Uma voz preocupada do outro lado da linha.- Eu sei mãe, eu não deveria ter fugido. Só que não podia casar com aquele homem. Eu não queria passar o que passei nos últimos anos pelo resto da minha vida. - Ela fala isso e lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.- Então é verdade. Nós achamos que você falou só para não se casar com ele.- Eu contei pra vocês a verdade, mas vocês preferiram acreditar nele e não em mim. Eu não pude fazer mais nada além de fugir.-Desculpa, filha!
Alice sai de perto do patrão e repara em como ela é bonita, mas se veste de uma forma desastrosa. Quando ela volta ele fala:-Vou pedir para uma loja mandar alguns uniformes para você amanhã. Você poderia me dizer o seu tamanho.- Eu uso tamanho médio, mas eu gostaria que não fosse saia ou vestido, por favor.- Certo. Vou pedir calças para você. Pode ser?- Sim. Obrigada. Vou para cozinha, qualquer coisa é só chamar. – Alice saiu e foi para a cozinha lavar as louças que deixou depois de preparar o café.- Alice, você ficou? - Disse João Pedro, correndo para abraçá-la.- Sim, fiquei para cuidar de você. - Ela falou isso abaixando- se para retribuir o abraço. - Agora vá tomar seu café
Chegando na cozinha, passou pela mesa do jantar e viu que estava limpa assim como toda a cozinha, mas não viu nem rastro da Alice: “Julieta deve ter voltado”. Serviu um copo de água e quando estava tomando escutou gritos e correu para ver de onde vinham. Era um quarto de empregada.- Não, por favor pare. - Gritava Alice- Eu não quero.Arthur achou que alguém estava no quarto com ela e abriu a porta para socorrê-la, mas ela estava tendo um pesadelo e estava muito perturbada, então ele resolveu acordá-la.- Alice acorda, você está sonhando. – Ele disse enquanto sentava na beirada da cama. Olhando bem para ela percebia-se que chorou até adormecer e deve ter pensado em coisas que a atormentavam. - Alice - ele deu um pequeno chocalho nela.- O quê. - Ela levantou se supetão. - O qu
Na manhã seguinte Alice levantou cedo e foi até a cozinha ajudar Julieta a terminar o café da manhã. Quando terminaram de colocar tudo na mesa Arthur chegou, sentou-se e começou a comer.- Alice, preciso que, as doze e quarenta, meu filho esteja na entrada do condomínio para pegar a carona para a escola. Se você sabe dirigir pode usar um dos carros da garagem.- Sei, sim senhor. Posso te pedir um favor?- Claro, diga.- Preciso consertar meu celular, deixei cair quando encontrei seu filho e quebrou a tela. Se você conseguir o consertar pode descontar do meu salário no final do mês.- Deixe-o comigo e farei isso para você. A propósito, seus uniformes chegaram hoje à tarde.- O que o senhor quer que eu faça enquanto seu filho está na es
No sábado Alice estava dando almoço para João Pedro quando Arthur chegou e entregou-lhe um presente.- Obrigado, mas não posso aceitar.- Aceite. Você me salvou de um colapso nas minhas lojas.- Como assim?- Descobri que os funcionários que eu mais confiava estavam me roubando e se não fosse o que você me disse naquele dia de noite eu nem suspeitaria. Outra coisa, foi muito gentil deixar a janta pra mim no microondas.- Que bom que meu conselho estava certo e você descobriu as coisas a tempo, mas você não precisa me agradecer.- É só um pequeno presente, um vestido da nossa nova coleção de inverno. Eu tenho algumas lojas de roupa de grife e este é exclusivo, gostaria que aceitasse.Alice abriu o present
Já que Alice estava de folga no domingo ela resolveu dar uma volta pela cidade. Chamou um taxi e foi para a praça central dar uma olhada, caminhou um pouco, olhou de longe o palácio do governador e almoçou em um shopping perto. Depois de andar um pouco pelos corredores se dirigiu para a saída quando viu um evento sendo organizado em uma das salas e Arthur tentando resolver problemas por telefone.- Posso te ajudar? Perguntou ela ao se aproximar.- Oi, Alice!- Olhou para ela com admiração quando lembrou da entrada de sua casa que ela redecorou.- Talvez você possa. Preciso de ajuda para decorar o local. A decoradora ficou doente. E está tudo uma bagunça.- Vou dar uma olhada e ver o que posso fazer.Ela entrou no espaço e organizou os arranjos de flores e pediu para que os garotos que estavam colocando as ca