Os olhos do homem não brilhavam como nos dias anteriores e isso preocupava a mulher parada do outro lado do quarto. As garrafas da bebida mais forte que mandou comprar para tomar durante aquela madrugada já havia todas acabado e a noite não chegava ao fim. Seu corpo estava quase desnudo, suado em frente aquela janela grande coberta pela cortina que ele não fez questão de abrir. Não queria ver a noite e nem o céu escuro, pois isso o fazia lembrar-se dos cabelos longos cheirosos e macios; nem para as estrelas ele queria olhar, lembraria o brilho no olhar perolado que somente ela tinha.Alexandre nunca notou o quanto dói amar uma pessoa. Desde pequeno foi apaixonante e saudável, cheio de mulheres ao seu redor e cuidado dele. Seus pais o deixaram rico e viajaram para outro país em busca de viver de todo o dinheiro que conseguiram, ligavam poucas vezes, o visitava menos ainda, mas era como se eles estivessem ao seu redor o tempo todo. Encontrar Amice naquela noite de bebedeira como os amig
O sol ainda não tinha nascido quando os olhos perolados da falsa lady se abriram lentamente com cansaço e preguiça, uma que ela nunca pensou existir dentro do seu corpo. Bocejou largamente e virou a cabeça para os lados procurando saber onde estava. O cheiro de sexo dominou suas narinas e junto dele o de Jasper veio com força a fazendo voltar a deitar a cabeça na cama e girar para o lado onde o veria dormindo. Ah, ele era lindo em todos os sentidos que não poderia mais pensar. A felicidade que ela sentiu ao vê-lo daquela forma foi o bastante para ela sorrir e chorar vendo o rosto do amado ser iluminado pela luz solar.Ela esperou calada enquanto o via respirar fundo, traçou os dedos pelo rosto, cabelo e peito do homem até vê-lo franzir o cenho e abrir os olhos devagar. Ele a puxou de repente em um gesto possessivo a girou para ficar por cima. A beijou novamente levando uma das pernas para sua cintura, aprofundando aquele beijo e a cheirando pelo pescoço e só parou quando deitou a cabe
Não sabia mais o que fazer com todo aquele sentimento dentro do peito, sabia que não amava Alexandre da forma que o mesmo merecia, mas depois de tudo que ele fez para ela, até mesmo entregá-la para seu rival. Todas as provas de amor, tudo, tudo, tudo... Sim, ela era egoísta, mas o que podia fazer? Tomar decisões certas e erradas é o que nos faz viver mais nesta terra. Não escutou nada vindo do quarto de Jasper além de uma batida de porta, seguiu para fora do navio e estranhou não ver ninguém ao redor. Percorreu todo o caminho de volta e de cima do seu cavalo, ela ainda esperou que Jasper aparecesse em algum lugar, desejou ver seu rosto novamente, mas sabia que isso não aconteceria... Não tão facilmente, havia acabado de jogar todas as chances com ele fora.Não escondeu suas lágrimas quando botou o capuz em sua cabeça e seguiu o mais rápido possível para a mansão de Alexandre, preferia ter corrido para mais longe, mas se não podia estar com Jasper, estaria com o noivo que aceitou na no
— Se esse for seu pensamento final, você é mesmo um idiota, Eliott. - Avisou e levantou do chão andando pelo quarto e parou apenas quando estava diante do quadro que um dia desenhou, com pequenas semelhanças ao rosto da deusa que amava. — Esse navio não está te prendendo a nada. Você sempre gostou daquela mulher e sinto muito que não pode ficar com ela. Na manhã em que acordei sozinho naquele puteiro na saída eu encontrei sua namorada. Ela estava com a criança no colo e certamente veio procurar por você. Ela ainda te ama e talvez queira ficar com você, não perca essa... Chance. - Avisou sério e virou para o amigo que já tinha se levantado. — Vai atrás dela e compre algo para seu filho, para ela, para vocês, arrume sua família.— O que aconteceu? - Eliott mudou de assunto quando viu nos olhos do homem em sua frente que algo muito grave o impedia de pensar direito como o capitão cruel e impiedoso que conheceu em alto mar.— Amice armou tudo isso. Alexandre Brodonmor ofereceu todo aquele
— Como foi sua noite com ele? - Perguntou. Amice engoliu a seco sem saber exatamente como responder a aquilo. — Porque a demora em responder que foi boa?— Alexandre eu acho que isso não é o que você quer escutar. Eu te magoei, e te traí, sinto muito. Estou magoando vocês dois e não mereço nenhum. Sou egoísta a esse ponto. Vocês não merecem uma pessoa como eu.— Você merece tudo Amice. Está vendo o que está fazendo? - Ele virou para ela — trocando sua liberdade para ficar com uma pessoa que não ama.— Alexandre eu te...— Você não me ama. Você ama a Jasper, o seu verdadeiro Lorde e apesar de doer no meu coração, o que posso fazer? Obrigar-te a casar comigo e dormir todas as noites ao meu lado pensando e sonhando com outro?— Eu prometi que me entregaria por inteira a você.— Sua criada mal vestida, fez isso. Nenhuma outra mulher me fez sentir completo, nem mesmo com o amor e o prazer que eu sinto transando com você eu me senti completo quanto à noite passada. Sabe o que aconteceu? Ela
— Eu não quero que faça isso. Você, Alexandre, ambos me chamaram de egoísta, e sim, eu sou. Eu quero você, quero me casar com ele, mas meu coração é seu. Eu prendo os dois, magoou os dois, vocês dois me amam, e eu não faço nada por nenhum. Talvez a escolha certa seja eu... Voltar a viajar. Certeza que vocês merecem uma pessoa melhor.— Como? Como a gente não merece você? - Amice abaixou os olhos querendo repor todo o ar que estava perdendo ali diante de Jasper. Ele estava como na noite passada, exalando beleza, transbordando sua masculinidade para todos que o visse sentado perante a luz do luar. — Porque fez uma coisa idiota? Todo mundo, todos os dias fazem escolhas idiotas.— Não Jasper. Não é por isso. Eu prometi, eu dei a minha vida, a minha vida por uma noite com você. Eu dei minha palavra de que casaria com ele caso ele me desse à noite com a pessoa que eu amo. - O Dickson sorriu novamente abaixando a cabeça. — Meu Lorde, você sempre foi o tipo de homem que teve tudo em suas mãos
— Ele é uma criança bonita. - Murmurou devagar enquanto admirava o garoto dormindo serenamente em sua cama rodeada de lençóis azuis com desenhos de barcos e ancoras por todo mundo. — Bonita demais para ser chamada de criança - Falou outra vez levando os olhos para a lua no céu. A brisa fria da noite chegava ali no quarto do menino bagunçando os cabelos longos e dourados como o do pai. — Ainda não acredito que tenho um filho. - Por fim, olhou para a mulher parada na porta do pequeno quarto que logo o convidou para sair.A casa era pequena, mas com todas as mordomias que Arthur poderia ter dado a prima. Embora Isabel por muitas vezes tenha negado sua ajuda, não dizia não para sempre uma vez que tinha a criança para cuidar. Elliot seguiu a mulher da sua vida agora parando na sala graciosa com pequenos desenhos espalhados.— Eu não espero que você me aceite. - Avisou vendo-a sorrir e virar em sua direção — Eu acho que não tenho o direito de me sentar aqui e querer que você me aceite de vo
Quando Amice pisou naquele lugar, todos os olhos voltaram para si. Ainda que o casaco cobrisse seus longos cabelos, era difícil não reconhecer os fios róseos que escapavam pelo capuz. Haviam caminhado pela cidade e até comprado algumas coisas, dormido em uma tenda bonita e conversado com algumas mulheres e amigas que conhecia. Pensou a noite toda sobre seu noivado que acabou e o quanto se sentia livre e feliz por deixar tudo de lado. As amigas e conhecidas nem acreditavam que ela tinha desistido de tudo, pois qualquer uma ali daria tudo de si para se casar com um lorde e ser sua lady mais preciosa.Mas claro que ela sempre deixaria claro para qualquer um entender que não adianta a gente viver uma vida que não é nossa, e nem do nosso interesse. Desceu os pequenos degraus olhando com gosto para todo lugar antes de ver Celestia do outro lado do balcão. Caminhou até ela mostrando seu doce sorriso e sentou em uma das bancadas, sorriu mais ainda ao vê-la lhe servir uma bebida, a sua preferi