Thalia.Uma semana depois...A manhã de domingo despertou suave e promissora, como se o próprio céu quisesse celebrar conosco. Na casa dos pais de Marcelo, a atmosfera era carregada de expectativa e gratidão. Sua mãe, com seu sorriso radiante, insistiu em organizar um almoço em família para celebrar a recuperação do filho.Os parentes mais íntimos estavam aqui, e eu já tinha rido bastante com sua prima Catarina, que tive o prazer de conhecer quando Marcelo precisou ficar no hospital devido ao acidente que sofreu dias atrás.Ela era um acontecimento.A luz do sol derramava-se pelas janelas, pintando padrões dourados no chão da sala de jantar. As cortinas brancas dançavam suavemente com a brisa matinal, como se saudassem a chegada de um novo dia de esperança. O aroma reconfortante de alimentos sendo preparados flutuava pelo ar, misturando-se com o perfume fresco das flores dispostas em vasos sobre a mesa.Marcelo, sentado à cabeceira da mesa, irradiava uma aura de tranquilidade e gratid
Capítulo bônusVivianSubi as escadas da casa dos pais de Marcelo e segui direto para o banheiro. Ainda podia ouvir as risadas vindas da área externa da casa, o que me fazia rir. Estava feliz por minha amiga ter encontrado o amor, e um que era recíproco.Marcelo a ama, isso se podia ver em seus olhos, eles brilhavam ao fitar minha amiga. Thalia havia sofrido muito nos últimos anos : perdera a mãe, o pai caiu no alcoolismo e, por vezes, ficou sem trabalho, pois precisava sair às pressas para salvar o pai.Sabia que ela não era completamente feliz. Mesmo que fosse alguém alto-astral, risonha ou faladeira, Thalia tinha um vazio dentro dela que só começou a ser preenchido após a chegada de Marcelo. Eu tentava ajudar como podia, mas sabia que não era suficiente.Foi pensando que a estava ajudando que insisti que baixasse um aplicativo de namoro e aceitasse se encontrar com alguém. Mas isso resultou em traumas. Minha amiga foi enganada por um homem casado e acabou grávida.Culpei-me por iss
Vivian— Enio era um salafrário. — Nelicia seguiu falando e minha mente se concentrou nela. Fez sua mãe ficar contra mim ao alegar que eu o queria e nossa amizade acabou. Mas segui por perto e estive presente no julgamento dele. Vi-a se apaixonar por Augusto, o seu pai, e ser feliz com ele. Eles fazem um belo casal.— Fazem sim. — Sorri.Eu amava meus pais.— Eles são loucos um pelo outro. Meu pai a idolatra. Conheci Arthur através dele. São pai e filho. — Revelei.Sempre que falava isso, muitas pessoas pensavam que Arthur e eu éramos irmãos. Não sou filha de sangue de Augusto. Mas ele é meu único pai. Minha mãe transou com um cara qualquer numa boate e engravidou. Acredito que para se vingar do Enio. Augusto sempre gostou dela e, quando soube da gravidez, não recuou. Ele me assumiu como filha dele, enquanto eu ainda estava na barriga da minha mãe. Ele pode não ter me concebido, mas era o meu pai. Nossa história se assemelhava à de Thalia e Marcelo, a diferença era que minha mãe não
Marcelo.Dias depois...Meu coração batia forte contra o peito e a ansiedade me consumia. Estava prestes a receber Thalia para o jantar de noivado surpresa que eu tinha preparado para ela. Estavam presentes meus pais, meus tios com minha prima, meu irmão e minha cunhada com o pequeno Ravi, minha irmã Natali, Vivian e seu marido, Arthur.O apartamento estava impecavelmente arrumado, com a mesa da sala de jantar elegantemente posta, destacando os pratos favoritos de Thalia. Meus pais estavam sentados no sofá, trocando sorrisos cúmplices enquanto brincavam com o neto. Meu irmão e minha cunhada, sempre carinhosos, ajudavam minha tia com os últimos detalhes na cozinha.Natali estava alegre, saltitando pela casa, preenchendo o ar com suas risadas ao brincar com o sobrinho. Vivian e Arthur estavam perto da janela, conversando com minha prima enquanto admiravam a vista noturna da cidade.— Relaxa, filho — disse meu tio, carinhosamente, apertando meu ombro. — Tudo vai dar certo. Thalia vai ama
Thalia.Assim que me vi sozinha com meu noivo, me entreguei à intensidade louca que nos consumia. Marcelo havia me pedido em noivado. Preparou tudo com seus pais e irmão e me fez o pedido em seu apartamento. Algo simples, entre família e amigos, mas lindo e cheio de emoção. Mais um dia que ficaria na minha memória para sempre.Ao chegar no quarto, tomei as rédeas da situação e me pus no controle do momento. Hoje eu iria comandar a nossa noite e ela seria deliciosa. Pedi a Marcelo que se ajoelhasse e, com uma lentidão torturante, me despi do vestido que usava, enquanto conferia o desejo brilhar nos olhos de Marcelo e o via perder a sanidade ao estar nua na sua frente. Fixei meus olhos nos seus e sorri, provocativa, abrindo as pernas e me oferecendo ao meu homem.— Me chupa. — Minha ordem é acatada imediatamente.Marcelo agarrou minha cintura, beijando meu ventre primeiro. Ele sorriu, cafajeste, e colocou minha perna em seu ombro, percorrendo minha pele com seus lábios até a parte inter
Capítulo 1 Thalia.Batuquei os dedos, nervosamente, sobre a mesa, mordendo o lábio inferior numa tentativa frustrada de conter a ansiedade que me assolava. Finalmente, a porta se fechou atrás de nós, proporcionando um refúgio do barulho insistente vindo da sala de espera, que estava começando a me irritar.Respirei fundo, enquanto meus olhos se fixavam nos meus dedos. Havia feito as unhas, ou melhor, as havia pintado com um discreto tom de rosa-claro, sempre preferi tons mais sutis e discretos, e ao examinar mais detalhadamente, notei uma pequena cutícula levantada no canto da unha do meu dedo mindinho.Sem pensar, levei a mão à boca e tentei remover a cutícula com os dentes, fazendo uma careta ao puxar e sentindo um pouco de dor pela ação que acabou ferindo o cantinho da minha unha. Sabia que não deveria fazer aquilo, mas o tédio e a ansiedade obtinham o poder de me fazer agir impulsivamente. Em outras palavras, eu fazia merda quando estava entediada. Manter o controle era um desaf
Capítulo 2Thalia.— Eu não vou fazer exame algum porque eu não estou grávida! Exijo que refaça os exames, esses devem ter sido trocados, porque não tem como eu estar esperando um bebê se eu nunca fiz sexo! — Ok, eu já havia tido momentos íntimos com um homem, mas nada que corresse o risco de uma gravidez. Foram apenas algumas sarradas, mão boba, mas nada de penetração, nada que me fizesse acreditar que um bebê estava crescendo dentro de mim.Doutor Rodrigo soltou um suspiro, se sentou e levou os dedos à têmpora. Sua expressão era um misto de raiva, frustração e tédio. Ele cerrou os olhos em minha direção e começou a falar com mais calma para ver se eu conseguia compreender o que ele estava falando.Senti-me uma criança birrenta enquanto o pai tentava explicar pela décima vez que não podia colocar o dedo na tomada ou levaria um choque. Bom, eu estava realmente chocada. — Não estou afirmando que acredito em você, já que nunca havia me deparado com um caso assim, mas é possível ter eng
Capítulo 3Marcelo.Passado.Parei meu carro no estacionamento da casa noturna e desci. Do lado de fora, sorri ao ver meu irmão e estendi a mão para bater na sua em um cumprimento descontraído.— E aí, mano, veio encher a cara também? — questionou sorrindo.— Na verdade, eu vim impedir que você faça alguma besteira. Ele fez uma careta.— Sabe que não sou disso. Posso estar no fundo do poço, mas jamais me colocaria em risco ou faria isso com pessoas inocentes. — Sua fala saiu ríspida, ele havia se chateado com meu comentário e não podia julgá-lo. Soltei um suspiro.— Eu sei, mano. Me desculpa, mas não custa me certificar, não é? — Ele assentiu, mas sem esconder sua chateação. Mateus era médico, neurologista, para ser mais específico, então salvar vidas era sua função, sua missão na terra, mesmo que nem sempre conseguisse isso.— Vamos entrar, moças fofoqueiras, ou vão ficar aí a noite toda fofocando? — Gabriel, nosso amigo e dono da casa noturna, se aproximou e nos chamou, fazendo um