Mel subiu para a cozinha sentando também na mesa e esperou que a senhora se sentasse logo depois. — Será um prazer conhecê-la?— Oh, imagine, claro que será um prazer, somos família, não? - Mel não moveu um musculo. — Eu nunca tive chance de conhecer os filhos do meu filho, na verdade eu sequer sabia que ele tinha tido dois filhos, achei que só existia você.— Com certeza ele tinha um motivo… - Desviou o olhar — O que você veio fazer na minha casa?— Eu tive uma visita de uma advogada, que me contou sobre vocês dois, e sobre a morte do meu filho que não estava ciente. Me contou que estavam sozinhos e que o menor estava doente e você sem emprego, sem dinheiro, como iria salvar o seu irmão?— Eu me virei. - Avisou à senhora assentiu.— Eu devo imaginar o jeito que uma garota como você, bonita e charmosa tenha se virado nessa cidade grande se nem uma faculdade tem no Curriculum? - Mel estreitou os olhos.— O que você quer dizer com isso? Não pode chegar aqui e vir com essa mentira de que
Às vezes em nossa vida, as coisas acontecem sem ao menos a gente aproveitar o momento. As pessoas vêm e vão da sua vida, empregos, emoções, momentos especais, datas comemorativas… Ou datas que nunca serão esquecidas que trazem memorias cruéis para sua mente. E uma dessas datas que jamais serão esquecidas, para Mel, era à noite em que perdeu seus pais. Não se lembrava de muita coisa, apenas que estava brincando com o irmão uma hora, e na outra já estava presa entre as ferragens de um carro sem um arranhão sequer. Ela se preocupou com o irmão menor ao seu lado, mas não foi o suficiente para mantê-la acordada por muito tempo.Lembrava-se de escutar vozes e muitas pessoas ao seu redor mandando que ela ficasse calma, mas ela estava calma, dormia e acordava novamente com luzes em seu rosto e o som de carros e sirenes. Ela chamou por seu irmão, pelo pai, pela mãe, mas parecia que ninguém atendia, ou se respondia, ela não conseguia escutar, e foi em uma dessas de dormir e acordar, que ela abr
Quando o carro parou em frente a um restaurante, Levi soube na mesmo hora que tinha alguma coisa errada, o seu pai não marcaria um almoço depois de ter passado a manhã toda em sua casa. Será que não tinha dado tempo de ter ido para casa e só no outro dia procurar saber se ele estava bem? Ou será que alguma coisa ruim tinha acontecido tão rapidamente que um celular não pudesse resolver?Almoços em restaurantes tão abertos como aquele, servia para reuniões com novos sócios e se bem lembrava, não havia ninguém marcado para aquela semana.Assim que entrou, um dos funcionários o levou diretamente para a mesa onde Marlon já o aguardava tomando vinho enquanto escutava sua esposa falar. Riu de canto.— Vai querer fazer todas as refeições do dia comigo? - Questionou ao sentar do outro lado da mesa e chamar atenção dos dois presentes. — O que é isso? Quer saber se estou me alimentando direito?— Eu poderia querer saber disso, afinal, quero um neto saudável. - Levi perdeu o sorriso na mesma hora
— Do quem está falando? - Anna quis saber engolindo toda a sua curiosidade com uma taça de vinho inteiro e virou para o marido antes de ternar a encarar Miranda que estava nervosa, com a palma em frente à boca como se sentisse culpada de ter dito alguma coisa. — Hoje de manhã.— Me desculpe. Desculpe-me, eu não deveria ter dito uma coisa dessas - Mirando tornou a olhar para Levi e tocou em sua mão em cima da mesa. Levi abriu os olhos na mesma hora, encarou a mão dela em cima da sua e depois seu pai que continuava a lhe encarar esperando que alguma coisa fosse dita — Sinto muito.— A Mel é uma prostituta? - Marlon questionou, queria saber, as pessoas ao lado não parecia ter notado, então estava bem, é um segredo de família.— Não, ela não é uma prostituta. Ela é apenas uma garota simples.— Uma garota simples que conseguiu chegar à sua casa? E ela era o que? Uma empregada? Parando para pensar essa garota apareceu recentemente na nossa vida, não daria tempo de você, se apaixonar. Sendo
Mel conseguiu fazer com que ele lhe atendesse com urgência e ainda relembraram os velhos tempos. Explicou a ele detalhadamente todos os acontecimentos desde a morte de seus pais até o presente deixando de lado o fato de está namorando uma pessoa famosa. As últimas informações ela deixou para mandar por e-mail se sentindo mais segura com o outro dia.Quando terminou, notou que era tarde da noite o que não lhe deu descanso por uma noite inteira de sono, mas ela entendia perfeitamente que estava fazendo isso por um bem maior. Agradeceu por Becca não lhe perguntar durante a madrugada. Becca havia se tornado uma amiga incrível, nem dava para lembrar-se do quanto discutiram no inicio de tudo. No fim, agradecia com todo coração por Levi ter “entregando” a empregada para ficar sob seus cuidados. Isso era horrível.Assim que saiu do banho, se assustou quando a encontrou dentro do quarto. Mas é claro que seu momento livre dela não iria durar. Mas sorriu agradecendo pelo café quente e agradeceu
— Se ela estiver grávida, será mais difícil você conseguir separá-la do Levi. - Avisou e Miranda se sentou de uma vez ao lado.Não. Aquilo não podia está acontecendo, porque ela não podia engravidar. É claro que o Levi não a deixaria grávida, e nem mesmo os pais dele o faria deixar. Ou será que fariam? Afinal, o filho de uma prostituta não tem valor, é apenas um golpe, não?— Quero que tenha certeza disso, vá ao hospital, procure saber de tudo, e só me volte aqui quando tiver o resultado desse exame.— Eu sabia que iria pedir isso e já tenho o endereço do hospital, volto depois - Levantou, pegou suas coisas e a bolsa no fim do quarto e simplesmente abriu a porta para dar de cara com a última pessoa que iria imaginar ali. Os braços cruzados indicavam que ele não estava ali para brincadeira e o segurança mais atrás, menos ainda. — Miranda, temos visita. - Saiu da frente quando o homem entrou de uma vez sem ao menos questionar se podia.Miranda levantou de onde estava e ainda abriu um so
A sala de espera era clara demais para seu gosto, mas cheirosa em todo caso. Respirou fundo quando avistou seu amigo do outro lado do corredor e não tardou a abraçá-lo em total desespero. Era a primeira vez que se encontravam depois da faculdade e em condições loucas, como ele mesmo tinha lhe dito na noite anterior. Mas depois de largar todos os casos em que estava trabalhando para dar atenção a seu antigo amor do passado, um abraço apertado e caloroso já tinha valido a pena. Quando se afastaram, se encararam outra vez.— Você não mudou em nada, continua a mesma sem graça de sempre. - Avisou a outra que sorriu desviando o olhar um momento — Mas tudo bem. Estudei seu caso e apesar de ter me chamando em cima da hora, eu procurei algumas coisas na internet e não tinha como sua vó não saber que o próprio filho morreu, ou ele simplesmente não tinha contato de emergência. E talvez ela soubesse que ele estava morto, só não sabia que sua mãe também tinha morrido.— No momento eu quero apenas
O juiz voltou a se sentar direito, ele não sabia dessa informação. Conhecia bem as famílias nobres da cidade para reconhecer o sobrenome.— Você não pode colocar o nome de um homem rico e influente, no meio desse tribunal sem provas de que vai se casar, ainda mais com um homem comprometido.— Comprometido? Sim. Comigo. - Apontou para si mesma.— Ah, todo mundo aqui está sabendo que ele teve um encontro importante e por mais que quisesse esconder a garota, ela já foi revelada, - mexeu no celular enquanto Mel olhava para o advogado ao lado que tratou de fazer o mesmo, se uma noticia como aquela tinha vazado, ele precisava saber. — E é Miranda Soares, á fotos deles juntos em um restaurante almoçando com o senhor Marlon Santiago e a esposa, além de que ele foi visto saindo hoje de manhã do hotel onde ela está.Com a foto mostrada ao juiz e a matéria logo abaixo, ele encarou Mel do outro lado que não estava entendendo onde todos queriam chegar.— Você quer tentar enganar esse tribunal? É u