Mundo de ficçãoIniciar sessão
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Oitenta e Quatro
— Como está se sentindo agora? - Era a terceira vez que Maurício perguntava. Foi o único que ficou no quarto com Mel enquanto tomava soro porque se recusou a sair, e ninguém iria o tirar ali. Segurou sua mão o tempo todo enquanto a via sorrir e dizer que estava bem, mas se estivesse mesmo bem, não tinha parado ali.— Estou bem, Maurício, já disse - contou outra vez apertando sua mão enquanto a outra arrumava os cabelos ruivos do menino — Tem que ir comer alguma coisa.— Não estou com fome, Mel. Estou preocupado com você - Contou e olhou para frente encarando a janela do quarto — O que você tem?— Bom, digamos que… Eu esteja esperando um filho. - Ele assentiu, Mel se surpreendeu. — Achei que ficaria surpreso.— A Becca já me contou - Ela revirou os olhos — Mas gravidez não é doença, você tem alguma outra coisa? - Quis saber e dessa vez, a olhou nos olhos. — Não posso te perder. Eu só tenho você. Prometeu que seria sempre eu e você para o resto da vida.— Parece que agora será eu, você
Oitenta e Cinco
— O que você sente por mim, de verdade?Outra vez, a pergunta a pegou de surpresa, os olhos arregalados e a boca entreaberta, sua mente querendo adivinhar o que se passava na cabeça daquele homem foi ao extremo. Engoliu a seco desviando o olhar para o lado. Porque depois de tanto tempo aquela pergunta sempre voltava quando menos esperava? Será que eles não podiam seguir a vida agora? Ainda mais depois de tudo que foi dito naquele tribunal. Levantou andando pelo quarto e Levi a seguiu na mesma hora, ele queria uma resposta e a teria.— Precisamos conversar sobre isso, Mel. Eu preciso saber o que você sente de verdade, sobre tudo. - Perguntou outra vez e Mel puxou o ar para dentro antes de virar para o homem lhe encarando fixamente.— Eu amo você. Já disse isso várias vezes e não falaria se não fosse verdade. Desde que nos conhecemos, você tem feito bem a mim e ao meu irmão, você é um homem incrível, eu gosto do seu cheiro, de tudo que a gente faz em cima de uma cama, e até amo quando s
Oitenta e Seis
Durante todo o trajeto de volta a casa, Mel não disse uma só palavra enquanto ia ao banco de trás ao lado de Maurício que em nenhum momento conseguiu desviar os olhos de sua irmã. Uma discussão como aquela poderia afeitar seu sobrinho o que já o deixou zangado, e mais zangado ainda ele ficou ao vê-la tão desesperada para sair daquele lugar a ponto de correr no meio da rua que nem uma louca e só parar quando foi quase atropelada por um dos moradores. Se alguma coisa acontecesse a sua irmã, ele jamais perdoaria Levi, nem ele e nem ninguém que conhecia a doce Mel.Becca não disse nada também, olhava de tempos em tempos para o banco da frente enquanto Felipe analisava meticulosamente cada lágrima que escorria pelo rosto de Mel. Embora todos estivessem preocupados, ninguém ousou dizer uma palavra o que fez a garota pensar um pouco até chegar a frente ao prédio de sua casa, olhou para fora antes de sair sem esperar que Felipe abrisse a porta. Ele não era um empregado seu e não desejava nem
Oitenta e Sete
Ela não era uma avó ruim, na verdade, queria ajudar seus netos. Ela deixou claro que nunca tinha gostado de sua nora e nunca aceitou que seu único filho fugisse de casa com a tal mulher, mas era inevitável você conhecer seus próprios netos e não se apaixonar por eles. Não queria tomar Maurício das mãos de Mel, mas pretendia o levar para que ela tivesse uma vida melhor, ela poderia aprender a se cuidar mais e dar mais atenção a si mesma que a qualquer coisa. E estaria disposta a lhe ajudar caso aceitasse ir com ela para sua casa.Como vinha dizendo desde o momento em que apareceu, Georgina não era inimiga era a única pessoa que Mel tinha no mundo depois de Maurício e iria ajuda-la em tudo que pudesse.— Você não pode ficar nervosa desta forma, isso faz mal para o bebê - Comentou ao lembrar-se da discussão mais cedo e Mel assentiu voltando a se sentar direito na cama, — Quero que tenha uma gravidez saudável.— Uma gravidez saudável? Eu também queria ter algo assim, normal. Mas eu não vo
Oitenta e Oito
— Miranda. - Bradou o nome da mulher já sentindo um no na garganta. — O que está fazendo aqui?— Vai sair? - Quis saber ao entrar e como se fosse à dona da casa, ordenou que a empregada sumisse. Tudo sob o olhar atento de Levi. Será que as pessoas de fora o viam como ele via Miranda? Uma grande filha da puta mentirosa e manipuladora?Era assim que Mel o via?— Isso não é da sua conta. Mas eu aviso mesmo assim, vou até a casa da Mel, precisamos conversar. - Suspirou e passou pela mulher que não disse nada, pelo menos não no primeiro momento.— Porque ainda insiste em querer se destruir dessa forma? - Levi parou no meio do caminho e voltou a ela.— Eu não gosto quando vem a minha casa, e achei que já tínhamos conversado. Vai procurar alguma coisa para fazer, desde que você apareceu na minha vida às coisas tem dado errado, então o centro da minha desgraça, é sua presença.— Eu não tenho culpa se aquela mulher não te ama de verdade. - Aquela era uma ferida em Levi que se abria cada vez qu
Oitenta e Nove
Não era a primeira vez que iria receber novamente uma visita indesejada em seus aposentos no hotel de luxo no meio de Seant. Mas com certeza era a primeira vez no meio daquela briga com Mel Albuquerque que a veria implorar para que nada de ruim voltasse a acontecer. Perder a guarda do irmão a faria entender que não estava ali para brincar, e que quando entrava nunca disputa, raramente perdia.Miranda Soares era a herdeira mais inteligente e fazia questão de dizer isso em toda e qualquer oportunidade que tivesse seus irmãos não aparentavam querer alguma coisa dentro da empresa o que facilitava a movimentação tanto de trabalho, quanto de dinheiro e poder que vinha caindo direto em suas mãos. E depois de ser uma mulher criatividade e inteligente, tomar conta das empresas da família e a preferida do pai, arrumar um bom casamento a faria uma pessoa cheia de poder, e no final de tudo herdaria com louvor a cadeira de seu pai.Em frente ao espelho, ela estudava o vestido azul que lhe caiu bem
Noventa
Ela não ia cair naquela emboscada, Levi não valia sua saúde mental, também não valia a vida do próprio filho. Suspirou calmamente e virou para Miranda que mantinha um sorriso grande nos lábios.— Já soube do resultado da audiência, o que não é nenhuma surpresa. Por mais que eu fosse pagar para ter aquele resultado, qualquer juiz em plena consciência daria a guarda a sua avó. E tudo isso, foi apenas para mostrar o quão eu posso ser superior a você com apenas uma ligação - parou mais próxima de Mel — E agora que já sabe do que eu sou capaz, volto a dizer que eu vou acabar com você, se continuar com o Levi.— Todo mundo está querendo saber quem é a namorada dele, mas talvez já tenham adivinhado. - Anna voltou a falar — Num simples almoço de família as pessoas olharam para Miranda e viram uma mulher digna de ser a esposa do Levi. E é claro que se ele rejeitar, quando todos te conhecerem, vai querer saber quem é você, e eu não vou usar outras palavras se não as que eu conheço. Nem que isso
Noventa e Um
Se sentir livre e sem um peso nas costas não é para qualquer pessoa.Todo mundo diz que para conseguimos as melhores coisas da vida, é preciso fazer sacrifícios.Então, ela faria esses sacrifícios.Abrir mão de Levi seria como lhe matar por dentro, mas ao mesmo tempo e que lhe mataria, tudo voltaria ao normal quando olhasse no espelho e visse o seu próprio filho.Ainda nem tinha parado para pensar direito no que era ter um ser humano dentro da sua barriga, mas ela já sentia tanto amor, tanto carinho que não daria um passo para frente sem pensar na segurança e bem estar da criança. E realmente, se continuasse ali e prosseguisse como namorada de Levi sabe Deus quantas pessoas iriam irritar, e se alguém além daquelas duas fizesse algo ao seu bebê? Ah, mas ela não se seguraria, e acabaria com qualquer um no piscar de olhos.Logo o táxi chegou ao seu prédio e desceu com um sorriso no rosto, o mundo poderia está desabando, ela continuar sorrindo apenas em saber que seu filho estava bem, que