Oitenta e Dois

A sala de espera era clara demais para seu gosto, mas cheirosa em todo caso. Respirou fundo quando avistou seu amigo do outro lado do corredor e não tardou a abraçá-lo em total desespero. Era a primeira vez que se encontravam depois da faculdade e em condições loucas, como ele mesmo tinha lhe dito na noite anterior. Mas depois de largar todos os casos em que estava trabalhando para dar atenção a seu antigo amor do passado, um abraço apertado e caloroso já tinha valido a pena. Quando se afastaram, se encararam outra vez.

— Você não mudou em nada, continua a mesma sem graça de sempre. - Avisou a outra que sorriu desviando o olhar um momento — Mas tudo bem. Estudei seu caso e apesar de ter me chamando em cima da hora, eu procurei algumas coisas na internet e não tinha como sua vó não saber que o próprio filho morreu, ou ele simplesmente não tinha contato de emergência. E talvez ela soubesse que ele estava morto, só não sabia que sua mãe também tinha morrido.

— No momento eu quero apenas
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