— Você não vai falar nada? - A voz fina que veio do outro lado da mesa não deixou Levi surpreendido. Sabia que o garoto estava doido para conversar sobre o que aconteceu na noite passada, mas desde que haviam voltado para o quarto, sequer tocaram no assunto do jantar. Mas é claro que o garoto queria sua opinião. Se tinha sido muito rude com quem não deveria ou se tinha agido certo, contado o que sentia e o que queria e ido atrás de seus objetivos para aquela noite que era basicamente não ficar ali. — Peguei muito pesado com aquele homem? Não devia me castigar?— A gente não pode fingir gostar de alguém para agradar outras pessoas, Mael - Contou trocando a folha do jornal e depois de lê toda a página, fechou deixando de lado. Encarou o filho que mantinha seu olhar cansado e os lábios crispados, prontos para começar novamente a dar seu show de palavras difíceis e cortar alguém. — Mas se todas as vezes que sua mãe te apresentar alguém e você agir dessa forma, irá deixá-la com raiva. Minh
— A Mel estava grávida? - Repetiu como se não estivesse acreditando naquelas palavras saídas pelos lábios avermelhados de Maurício — Mas ela não me contou.— Mas é claro que ela não te contou. Estava sob ameaça com todo mundo ao seu redor a mandando embora, e ainda mais aquela briga na justiça pela minha guarda, a Mel estava vulnerável, e ela fugiu por isso.Levi encarava o homem, e embora as palavras parecerem certas, não era exatamente o que ele viu naquela época. Quando a briga pela guarda de Maurício apareceu, ele se ofereceu para ajudar e ela negou, passou algumas noites e dias longes mesmo quando ele ligava e pedia para está junto. Mel tinha lhe afastado e não contou nada sobre a gravidez, ele não tem uma bola de cristal. E depois de tudo, apareceu dizendo que iria embora.O que mais tinha passado que ele não percebeu? Miranda?— Miranda… - Murmurou o nome da ex-esposa enquanto Maurício esperava pacientemente, dando uma breve olhava em seu noivo, até cair à ficha de Levi e ele e
Ter uma loja de roupas com acessórios e maquiagem, sapatos e tudo mais, não estava em seus planos, mas quando estava em casa tentando cuidar das filhas e notando que precisava realmente fazer alguma coisa que não precisasse sair de casa, muitas ideias veio a sua mente e começar uma pequena empresa, foi que pareceu mais viável. Como toda empresaria, começou com poucas coisas, apenas ali naquela cidade onde todos já a conheciam e queriam saber mais, tanto sobre as três filhas que por aonde iam, as pessoas comentavam e queria conversar. Eram animadas, astutas, divertidas, embora uma delas mal abrisse a boca.No começo, mel tinha ciúme das garotas, de como interagiam com as pessoas de fora e riam para qualquer um, com um tempo, percebeu que aquilo era um bom, uma vez que elas nunca se sentiriam sozinhas, tinham amigos, padrinhos, vizinhos, colegas até demais, e mesmo assim, tudo que acontecia, corriam para lhe contar. Eram as quatro melhores amigas do mundo e esperava do fundo do coração
O silêncio naquela sala era primordial, os olhares se trocavam a cada momento. As garotas atrás do balcão não sabiam se admiravam o homem bonito a qual entrará naquela loja, ou se notavam os olhares que Mel e suas filhas trocavam algo de mãe e filhas que nunca iria se separar, certo?Mel deu um passo à frente tentando não começar a chorar, não era para chorar e derramar um rio de lágrimas só porque o amor da sua vida tinha voltado para a sua vida, e que agora já tinha visto suas filhas e suas filhas visto o pai. Abriu e fechou a boca algumas vezes para então tomar coragem e começar:— Eu quero que vocês me esperem lá em cima um momento. Essa conversa é de adulto. - Pediu às garotas que se entreolharam e logo voltaram à mãe.— Porque eles voltaram agora? - Lara questionou — Porque temos que subir?— Isso não é um pedido, é uma ordem, e eu quero que subam agora. - Pediu novamente e as meninas assentiram e subiram na mesma hora sem olhar para trás. Mel virou em direção ao
— Você devia ao menos fingir que não está feliz por voltar para casa. – Miranda murmurou ao lado trocando olhares com o motorista no banco da frente. Voltou ao filho que mexia no celular sem dar atenção a qualquer um. — Não pode negar que você ficou feliz em passar essa semana comigo. Comprei tudo que pediu, não fomos mais a praia, até meu namorado foi embora mais cedo para que você tivesse um tempo maior comigo.— Porque tenho que esta feliz com algo assim? Você não fez mais que sua obrigação. É a minha mãe, e tem que me aturar. – Murmurou desgostoso. Não conseguia achar o limite do seu estresse. 8 dias que passou ao lado de Miranda, pareciam ter sido uma eternidade. Não deveria odiar esta com sua mãe, ou algo assim, mas a ansiedade de voltar para casa, de saber as aventuras de seu pai em busca da mulher de cabelos ruivos estava lhe matando aos poucos.— Olha meu filho... Sei que temos passado muito tempo separados, seu pai não deixa eu simplesmente te pegar qualquer dia
— Sim, que prova mais verdadeira você quer depois de ver nosso filho?— Porque está falando como se não soubesse que eu também estava grávida quando partir? - Ela deu de ombros — Eu também tive uma filha do Levi… quer dizer… Eu tive três filhas do Levi. - Miranda engoliu a seco, a surpresa foi grande enquanto entreabria os lábios, o corpo todo arrepiou. — Eu aposto que você gostou de conhecê-las, elas são muito amorosas.— Três garotas? - Repetiu desviando o olhar.— Exatamente, eu tive três garotas, uma gravidez de risco, onde desde as primeiras semanas eu passei mal, até chegar o grande momento de tê-las finalmente. Desde você me perturbando até a Anna sua aliada tentando me afastar do pai das minhas filhas até a guarda do meu irmão e eu ter que olhar na sua cara.— Não foi culpa minha você ter ido embora, poderia ter ficado e contado a ele sobre a gravidez. - Deu um passo a frente.— E acabar morta como a Becca? - Também se aproximou, não iria abaixar a cabeça para aquela mulher.—
Os passos do garoto eram lentos.Ia e voltava analisando cada quadro e ou arte daquele escritório mesmo já tendo decorado até mesmo as cores e o nome dos artistas. Parou novamente em frente à mesa de seu pai, o coração estava batendo acelerado. Talvez estivesse passando mal, ele precisava de um tempo para lidar com as coisas que lhe aconteceram naquele dia certo? Estava em sua razão.Estava sim em sua razão.De repente, a porta abriu e Mael se virou rápido avistando seu pai adentrar a sala e logo atrás a garota de cabelos ruivos. No momento, Mael deu toda a razão ao seu pai quando falava daquela mulher. Ela era muito bonita, os olhos verdes e o cabelo ruivo, sem contar com a pele clara, eram lindos em todo caso e parecia com as garotas em seu quarto. As garotas que disseram serem suas irmãs.Levi atravessou a sala parando em frente ao filho e agachou perto, sorriu na esperança do menino fazer o mesmo, mas tudo que via naquele olhar era o desespero.— Tudo bem, Mael? - Perg
— E só mais um retoque e você vai ficar maravilhoso. - Suspirou a mulher que fazia de tudo para manter o cabelo liso e negro de seu querido colega e ‘acompanhante’ do jeito que o dito cujo desejava — Como você está se sentindo com tudo que vai acontecer hoje? Não conseguimos conversar esses dias.Mael abriu os olhos encarando o espelho. Mostrou um sorriso de canto dando uma breve olhada em Oli, não tinha nada, nada mesmo que aquela mulher pudesse fazer direito, mas gostava da forma como ela lhe tratava; Oli o via como um garoto que precisava cuidar apenas, não o filho de um herdeiro que possivelmente seria duas, três, dez vezes mais ricos que o próprio pai, além de é claro, ela o tratar como um jovem adolescente, e não como uma mera criança mimada.— Não conversamos porque não precisamos de você na casa. Gosto de ficar com as minhas irmãs - Contou fazendo a outra apenas revirar os olhos antes de sorrir — E eu gosto da minha madrasta.— Ela disse para você a chamar de Me