— Você devia ao menos fingir que não está feliz por voltar para casa. – Miranda murmurou ao lado trocando olhares com o motorista no banco da frente. Voltou ao filho que mexia no celular sem dar atenção a qualquer um. — Não pode negar que você ficou feliz em passar essa semana comigo. Comprei tudo que pediu, não fomos mais a praia, até meu namorado foi embora mais cedo para que você tivesse um tempo maior comigo.— Porque tenho que esta feliz com algo assim? Você não fez mais que sua obrigação. É a minha mãe, e tem que me aturar. – Murmurou desgostoso. Não conseguia achar o limite do seu estresse. 8 dias que passou ao lado de Miranda, pareciam ter sido uma eternidade. Não deveria odiar esta com sua mãe, ou algo assim, mas a ansiedade de voltar para casa, de saber as aventuras de seu pai em busca da mulher de cabelos ruivos estava lhe matando aos poucos.— Olha meu filho... Sei que temos passado muito tempo separados, seu pai não deixa eu simplesmente te pegar qualquer dia
— Sim, que prova mais verdadeira você quer depois de ver nosso filho?— Porque está falando como se não soubesse que eu também estava grávida quando partir? - Ela deu de ombros — Eu também tive uma filha do Levi… quer dizer… Eu tive três filhas do Levi. - Miranda engoliu a seco, a surpresa foi grande enquanto entreabria os lábios, o corpo todo arrepiou. — Eu aposto que você gostou de conhecê-las, elas são muito amorosas.— Três garotas? - Repetiu desviando o olhar.— Exatamente, eu tive três garotas, uma gravidez de risco, onde desde as primeiras semanas eu passei mal, até chegar o grande momento de tê-las finalmente. Desde você me perturbando até a Anna sua aliada tentando me afastar do pai das minhas filhas até a guarda do meu irmão e eu ter que olhar na sua cara.— Não foi culpa minha você ter ido embora, poderia ter ficado e contado a ele sobre a gravidez. - Deu um passo a frente.— E acabar morta como a Becca? - Também se aproximou, não iria abaixar a cabeça para aquela mulher.—
Os passos do garoto eram lentos.Ia e voltava analisando cada quadro e ou arte daquele escritório mesmo já tendo decorado até mesmo as cores e o nome dos artistas. Parou novamente em frente à mesa de seu pai, o coração estava batendo acelerado. Talvez estivesse passando mal, ele precisava de um tempo para lidar com as coisas que lhe aconteceram naquele dia certo? Estava em sua razão.Estava sim em sua razão.De repente, a porta abriu e Mael se virou rápido avistando seu pai adentrar a sala e logo atrás a garota de cabelos ruivos. No momento, Mael deu toda a razão ao seu pai quando falava daquela mulher. Ela era muito bonita, os olhos verdes e o cabelo ruivo, sem contar com a pele clara, eram lindos em todo caso e parecia com as garotas em seu quarto. As garotas que disseram serem suas irmãs.Levi atravessou a sala parando em frente ao filho e agachou perto, sorriu na esperança do menino fazer o mesmo, mas tudo que via naquele olhar era o desespero.— Tudo bem, Mael? - Perg
— E só mais um retoque e você vai ficar maravilhoso. - Suspirou a mulher que fazia de tudo para manter o cabelo liso e negro de seu querido colega e ‘acompanhante’ do jeito que o dito cujo desejava — Como você está se sentindo com tudo que vai acontecer hoje? Não conseguimos conversar esses dias.Mael abriu os olhos encarando o espelho. Mostrou um sorriso de canto dando uma breve olhada em Oli, não tinha nada, nada mesmo que aquela mulher pudesse fazer direito, mas gostava da forma como ela lhe tratava; Oli o via como um garoto que precisava cuidar apenas, não o filho de um herdeiro que possivelmente seria duas, três, dez vezes mais ricos que o próprio pai, além de é claro, ela o tratar como um jovem adolescente, e não como uma mera criança mimada.— Não conversamos porque não precisamos de você na casa. Gosto de ficar com as minhas irmãs - Contou fazendo a outra apenas revirar os olhos antes de sorrir — E eu gosto da minha madrasta.— Ela disse para você a chamar de Me
Mais uma vez naquela semana, Mel se preparava para ir embora da lanchonete e qual vinha trabalhando durante algumas semanas, mas diferente dos outros dias, ela provavelmente, não iria mais voltar ali.Olhou-se novamente no espelho abotoando a camisa até o pescoço alisando-a logo depois, combinava com a calça escurava que usava, junto à sapatilha que não tirava do pé, já havia se tornado sua marca, uma vez que não teria outro para trocar.Os cabelos ruivos eram a única coisa que lhe tornava a única naquela cafeteria de esquina. O sorriso tímido, o olhar confiante, uma combinação perfeita com uma educação e paciência de dar inveja, e mesmo com todos esses atributos, não foi o suficiente para manter seu emprego de garçonete por mais tempo até salvar o irmão.Pegou sua bolsa junto de tudo que tinha seu por ali, e se olhou no espelho novamente, encarando-o sua face. Não iria chorar por ter perdido o emprego, não se daria ao luxo de desistir depois de ouvir um não. Ergueu a cabeça e saiu do
— Eu quero.— Tenho que avisar que ele é homem formado, mas completamente insuportável. Acha que sua autoridade é a única que importa no mundo e isso deixa qualquer um estressado. Em outras palavras é apenas um mimado que tem tudo do bom e do melhor e quer mais e mais sem pensar nas outras pessoas, basicamente, uma pessoa sem coração.— Eu acho que só preciso servi-lo e depois sair, não vou mexer com seu coração.— Não precisa, porque como eu disse, ele não tem. - Mel sorriu. — Ele também não é um homem muito bom em relacionamentos. Evite falar de sua família ele não gosta de saber nada dos seus empregados. E também não fale sobre a dele, e nem fique fazendo perguntas demais.— Senhora… eu só preciso do emprego, esse tipo de coisa é algo natural. Não vou comentar nada. - Mirela a encarou de novo e sorridente, buscou suas coisas depois de pagar o café e desceu da cadeira pronta para ir.— Então vamos que estou ansiosa. - Saiu primeiro deixando a ruiva para trás que acabou sorrindo tamb
— Eu, vim pelo… Bom, ela me trouxe pelo emprego.Estava nervosa e não iria negar, e quanto mais ele se aproximava, menos a voz saia, as palavras fugiam de sua mente. Pôde notar mais de perto a cor dos olhos, era lindo, mais bonito do que qualquer pessoa.— Da onde você é? - Questionou, a garota corou como se fosse uma grande adolescente… Isso era charmoso, bem diferente das outras garotas que adentraram seu quarto naquela semana. Céus, a menina ali não era nada do tipo que dormia em sua cama.— Do norte da cidade. De um lugar onde tem barulho e luz, um lugar onde parece ter vida, bem diferente daqui. - O homem levantou as sobrancelhas, surpreso.— O que? Acha que não tem luz o suficiente? Quer dizer que algo está morto? Que? Eu? - Apontou para si. — Tá dizendo que aqui não tem animação? - Ela balançou a cabeça, assentindo. — Eu não gosto de barulho.— Deu para notar - desviou o olhar, e vendo que ele não disse mais nada, voltou a encará-lo encontrando uma face confusa, — Digo… Eu acho
Quanto mais andava para longe daquela casa, mais queria sumir e não voltar nunca mais. Quando parou no meio daquele labirinto sem saber para onde caminhar, ela olhou ao redor, procurou saber onde realmente estava e o que podia fazer, mas nada, nada. De repente se assustou até com o toque do celular dentro do bolso, o tirou na mesma hora e o desespero tomou conta do seu peito quando viu que era o número do hospital.— Alô? - Ela engoliu a seco — Já estou a caminho.E desatou a correr ainda mais até chegar ao hospital.— Como esta meu irmão? – Perguntou desesperada quando chegou à porta do quarto. — Ele piorou, ficou melhor? Por favor, não me assuste desse jeito.— Sim, sim, apenas a pressão subiu ele ficou um pouco mal. O médico veio rápido e tudo ficou bem. – Disse a mulher. Mel sentou no banco do lado da porta.— Ah meu Deus, eu fiquei com medo de algo ter acontecido. Estava muito longe, eu corri peguei alguns ônibus. Saco!— Não preciso repetir o que digo todos os dias; ele precisa