Quanto mais andava para longe daquela casa, mais queria sumir e não voltar nunca mais. Quando parou no meio daquele labirinto sem saber para onde caminhar, ela olhou ao redor, procurou saber onde realmente estava e o que podia fazer, mas nada, nada. De repente se assustou até com o toque do celular dentro do bolso, o tirou na mesma hora e o desespero tomou conta do seu peito quando viu que era o número do hospital.
— Alô? - Ela engoliu a seco — Já estou a caminho.
E desatou a correr ainda mais até chegar ao hospital.
— Como esta meu irmão? – Perguntou desesperada quando chegou à porta do quarto. — Ele piorou, ficou melhor? Por favor, não me assuste desse jeito.
— Sim, sim, apenas a pressão subiu ele ficou um pouco mal. O médico veio rápido e tudo ficou bem. – Disse a mulher. Mel sentou no banco do lado da porta.
— Ah meu Deus, eu fiquei com medo de algo ter acontecido. Estava muito longe, eu corri peguei alguns ônibus. Saco!
— Não preciso repetir o que digo todos os dias; ele precisa de uma cirurgia o mais rápido possível. Acha que câncer é alguma brincadeira?
— Eu sei que ele precisa – olhou para o irmão do vidro que tinha na porta do quarto. — Estou procurando um emprego.
— E quando vai conseguir? – a menina se calou. — Espero que seja antes dele passar mal, e não conseguimos mais salvá-lo – deu seu aviso antes de ir embora. Mel sentou no banco de novo, derrotada.
Ela precisava do emprego, de verdade, mas não tinha como arrumar algo tão rápido e que pagasse o valor necessário, quer dizer… tirar a roupa para aquele homem? Dormir com ele? Nem mesmo tinha ficado sozinho num quarto com um homem e de repente aquele arrogante lhe deu uma ordem? Não. Obvio que ela não aceitaria ser obrigada a fazer nada. Não era esse tipo de mulher.
Bateu a cabeça na parede ao lado de fora do quarto, o corredor não estava tão movimentado, mas sua alma estava o coração agitado. Sentia que a qualquer momento tudo iria desabar, mas ela não podia desistir, não podia e não iria. Levantou devagar parando novamente em frente à porta do quarto de Maurício, o olhou pelo vidro, a criança dormindo tranquilamente, parecia um anjo, um anjo que ela não deixaria morrer.
***
Ele podia ter qualquer mulher na sua cama para seu prazer imensurável, contudo, nem todas as mulheres vêm com a função obedecer a um homem tanto na cama como fora dela.
Levi não era um homem tão ruim assim, era sorridente quando estava perto de uma de suas submissas e gostava de esta no comando. Dava tudo que elas queriam desde dinheiro a casas e joias desde que elas fizessem o que gostava.
Todas as outras submissas que passaram por suas mãos, foram bem tratadas a sua maneira, contudo, nem todas elas sabiam diferenciar um sexo por prazer e dinheiro e ter um relacionamento. Se apaixonar ou casar não estava nos seus planos, não estava e nunca estaria e ele sempre deixou isso bem claro, então porque elas insistiam nisso?
Casamentos não terminavam bem, não importava o quanto um homem fizesse para mantê-lo de pé. Afinal, o seu pai tentou, ele deu amor, carinho, deu tudo de si para sua mãe, e mesmo assim, ela foi embora com o melhor amigo achando que estava saindo por cima, deixando para trás um rastro de dor, sofrimento e um filho esquecido.
Por esse motivo, um relacionamento sério com casamento e filhos não estava em seus planos. Não corria o risco de se apaixonar por nenhuma mulher, porque todas elas eram iguais. Não importava o quanto desse amor, carinho e desejo, elas sempre iriam embora sem se importar. Ganhavam dinheiro, jóias, um quarto com todas as regalias que uma mulher merecia. E novamente, elas iam embora. Mas, amor de verdade? Isso ele não sentia, então não daria a ninguém algo que não tinha.
Parado em frente a grande janela do quarto, a única coisa que ele conseguia pensar era na garota que saiu de sua casa há exatamente duas semanas sem olhar para trás. Correu dali como se ele fosse uma praga. Será que ele era algum tipo de praga? Se fosse, ele entendia, não é? Todos foram embora.
— Droga… - Murmurou zangado. Mirela ainda fazia seu trabalho em trazer algumas garotas, mas nenhuma parecia como ela… não estava procurando por Mel e seus cabelos ruivos, mas não iria negar o quanto ela era bonita e charmosa, e aquela língua afiada?
Faria mal ir atrás dela? E fazê-la entender que quem deveria está no comando de tudo era ele.
Voltou para sua mesa trabalhando ardentemente durante todo aquele dia até o anoitecer. Tomou um banho quente e até pensou em ligar para seu pai, mas não iria voltar a trabalhar lá. Aquele lugar era uma droga. Não tinha silêncio, não tinha paz. Ele era o auxiliar do pai, na empresa de publicações Santiago em Seant.
Só assumia o cargo de líder quando o pai viajava para outras cidades, enquanto isso ele preferia trabalhar em casa para não ter estresse e o melhor de tudo, teria mais tempo para suas fantasias sexuais.
Parou em frente à mesa grande, poderia voltar a trabalhar, mas nada o fazia se concentrar direito. Andou pelo quarto, tomou outro banho, e assim que voltou para o quarto, escutou as batidas e a voz de Mirela do outro lado no corredor. Mandou-a entrar enquanto ia para sua mesa.
— Espero que tenha tido mais sorte. - Murmurou zangado a vendo desfilar por seu quarto até a mesa.
— Trouxe o que me pediu. - Por um momento, Levi ergueu a cabeça achando que veria aquela mulher novamente atravessar o quarto com toda sua timidez à língua afiada, mas tudo que ganhou foi uma pasta marrom jogada em cima da mesa. — É pra você, pode abrir.
— Documentos? - Perguntou ao olhar para do documento para a secretária. — Não acha que já tenho muitos para olhar e analisar?
— É sobre a garota que você assustou. Talvez depois de você ler tudo isso, vai entender porque ela foi embora, correu de você. - Revirou os olhos. — Eu vou continuar buscando alguém para ficar aqui, mas isso fica sendo difícil sabendo você não é o tipo de homem que consegue atrair mulheres quando abre a boca.
— Vou ignorar o que você acabou de falar e crê que está apenas querendo ser engraçado, o que é um erro porque também detesto piadas sem graça, e as que têm graça também - Jogou de volta o envelope na mesa. Cruzou os braços fixando o olhar em Mirela que apenas suspirou abaixando a cabeça.
Queria surtar e dar no rosto, mas tudo bem. Tudo bem.
— Eu não quero um documento e ler sobre a garota que saiu dessa casa correndo como se eu fosse uma praga - Mirela o olhou — O que? Acha que sou algum tipo de praga? É isso? - Ela não respondeu. Se dissesse que sim, podia ser que ele a mandaria embora, e ganhava tão bem, ainda que sentisse ódio o tempo todo.
— Sr. Levi, eu não faço ideia de onde ela pode está no momento.
— Se todo mundo soubesse onde ela está no momento, não a mandaria procurar. Vai. - Ordenou e a outra deu a volta surtando, mas foi.
Olhando para o seu irmão, Mel temia alguma coisa a mais de ruim acontecer. Não queria vê-lo morrer ou muito menos sofrer ainda mais. A doença o atacava cada vez mais, e ela precisava pagar uma cirurgia que iria ajudá-lo muito, mas como fazer se não tinha o dinheiro?Duas semanas atrás tinha fugido da casa de um maluco, e desde então, não deixou de procurar por um emprego que não precisasse tirar a roupa, mas nada estava aberto no mercado. A faculdade de medicina tinha sido trancada, e fora ela, a única experiência de trabalho que tinha era como garçonete, e nem assim, conseguiu encontrar alguma coisa.Respirou fundo quando a porta do quarto abriu, uma médica apareceu revelando um sorriso de conforto chegou perto do garoto deitado na cama e puxou o remédio diário injetando no tubo que estava diretamente ligado a veia de Maurício, aplicou vendo Mel querer chorar com a cena. Quando terminou, jogou a seringa e retirou as luvas, deu a volta na cama e parou diante de Mel que olhou para o la
— Levi? - Marlon encarou o filho adentrar sua sala e caminhar devagar até o pai. — Não estava te esperando.— Ando sem muita coisa para fazer. - Avisou para o outro que assentiu voltando a se sentar.— A empresa está bem, não mandei muito porque tudo o que precisava ser feito, você fez em um mês e meio, está tudo bem? – Levi desviou o olhar ajeitando o terno caro.— Sim! – olhou para o pai.— Sei que tem alguma coisa errada, mas não é da minha conta – Levi apenas o olhava, sem animo, ou motivação — Precisa de quê, de uma puta para mudar sua cara?— Estou bem.— Não parece – Marlon levantou andando pela sala. — Conheço o filho que tenho, está diferente e isso é porque a moça saiu de sua casa?— Não está falando sério? – Levantou também. — Sou adulto, não preciso que fique me vigiando.— Não sou eu. É sua madrasta. – contou e Levi bufou. — Sabe que eu não me importo com o que você faz, apenas com o trabalho que entrego em suas mãos. Você é adulto e sabe das suas decisões. Mas me avise s
— Bom dia meu amorzinho – ela abriu a porta do quarto assustando seu irmão que quase saltou na cama de alegria. — Mel – se agitou e Mel correu para baixar seu rosto. — Estava com saudade de seus abraços. — E eu de ver seu sorriso meu amor, que saudade de você – parou o abraço e encarou o rosto do irmão. — Maurício, trouxe um café diferente pra você só porque está de volta, meu anjinho, eu sentir sua falta demais. — Eu sei, a médica falou que você não saiu daqui enquanto eu não tinha acordado – Mel confirmou com a cabeça. — Eu sei que precisava trabalhar então me desculpa por isso. - Mel apenas assentiu, não precisava pedir desculpas de nada, e estava tudo certo com seu novo trabalho. Adorava aquele lugar e agradecia todos os dias por ele. — eu vejo você como minha mãe, Mel. — É mesmo? E você me fala isso assim do nada? – Mel se emocionou quase que de repente, e abraçou o irmão. — Eu poderia sentir mais falta da mamãe se você não estivesse comigo. Então obrigada por está comigo sem
— Não parece óbvio? - Eles voltaram a se encarar — Eu quero você. Ela desviou o olhar um momento. Levi parecia sincero, tão cheio de si, sua voz era como um tom de comando e a sua mente lhe traia enquanto queria obedecer, mas seu coração a mandava ser quem realmente era, uma mulher que não aceitaria aquele tipo de trabalho nunca. Hora essa. — O que o Sr. Acabou de dizer? — Que eu quero você - Não achou que ele fosse repetir, mas se enganou — É muito difícil você entender? Tem alguma coisa nessa frase que não consegue compreender? Suspirou voltando a desviar o olhar, mordeu os lábios querendo soltar um palavrão… Expirou, não ia surtar, não ia, não ia, não ia. — É um pouco difícil sim de compreender quando já falei que não quero que me siga que me toque que fique por perto. E que não quero ser sua submissa, sua mulher, sua qualquer coisa que queira pagar. - Ele perdeu o sorriso — Acha que pode chegar aqui no meu local de trabalho dizendo que me quer e eu tenho que aceitar? Que tipo
Naquela manhã, Mel acordou mais disposta que todos os outros dias. As coisas estavam começando a dar certo na sua vida… Ao menos em algumas formas, uma vez que já tinha um emprego, mesmo que demorasse a ganhar tudo o que fosse precisar, mas já tinha uma ideia. Saiu do apartamento com um riso no rosto, passou na padaria que Maurício gostava levando para ele seu salgado preferido. Ele poderia comer alguma coisa. Passou um tempo com o garoto que sorria e se animava todas as vezes que via a irmã, e assim que ela partia, o sorriso diminuía, mas ainda era bonito como tal. Quando deu horário, saiu do quarto encontrando a enfermeira de sempre. — Oi… Como ele passou a noite? Ele está indo bem? - Queria saber de tudo, está ciente de tudo. — Ele está bem, Mel. Reage aos remédios perfeitamente bem, mas sabe que ele não pode viver assim para sempre, certo? A cirurgia ainda é a melhor opção. – Ela concordou com a cabeça — Escutei que você conseguiu um emprego. – Apontou para o uniforme mal escon
Seus olhos se encheram de lágrimas, mas de puro ódio. Mexendo com aquele lugar, ela perderia o emprego, e se perdesse o emprego, não tinha como cuidar do seu irmão. E se mexeu com o irmão dela, ela virava uma onça. E era isso que ele veria assim que chagasse na casa dele. Quarenta minutos depois de ônibus, ela desceu alguns quilômetros da casa dele e depois de passar por toda aquela segurança do condomínio andou rápido, porque queria chegar o mais depressa possível. Quem ele pensava que era? Ela só conseguia pensar nisso. Chegou ao jardim grande e até achou bonito ele morar no condomínio aberto, cheio de glamour, pessoas importantes talvez, as casas eram afastadas uma da outra, e tinha paz, mas a paz dele morreria. Apertou a campainha e seus olhos verdes estavam fervendo de raiva, pura raiva, só raiva. Quando a porta foi aberta ela entrou sem ser convidada ou se apresentar. Não deixou o luxo da sala a parar e subiu as escadas sem olhar pra trás, ainda lembrava-se do caminho que tinha
Ela ficou petrificada no lugar como já era de se esperar vindo de uma mulher como ela. Levi saiu de trás dela indo para frente, como se não tivesse a mandado fazer nada, alias nem estariam ali se ela tivesse obedecido no inicio. Levi era um homem mimado sim, acostumado a ter dinheiro, poder, bons contatos, dinheiro, poder, respeito, dinheiro... Tudo que um homem podia ter, ele tinha em dobro. As pessoas faziam o que ele queria, quando queria, mas quando ela disse não e saiu correndo, aquilo quebrou a bolha que ele vivia deixando o todo poderoso incrédulo e com força de vontade de cravar os dentes naquela boca carnuda e afiada. Como queria. Foi atrás dela porque ela fugiu e quando encontrou, levou mais patada, por isso, ela ia pagar caro por sua infantilidade e desobediência perante a um homem como ele, importante, rico, milionário, cheio de desejos e anseios. — Não vou esperar o dia todo – olhou para o relógio. — Ou a tarde toda, é só tirar a roupa. Você já fez isso antes, sabe c
— Você é virgem. Ele se afastou, mas não conseguia tirar os olhos dos dela. Estavam vivos, em alerta, olhando para ele, o esperando fazer alguma coisa, mas ele não conseguia fazer anda. Foi dando passos pra trás até bater na sua poltrona, riu de lado botando a mão na cintura. Aquilo era uma brincadeira muito boa pra ser verdade. Mas ele tinha certeza que tinha tocado no hímen, ela era virgem, aquela mulher, de vinte e poucos anos, bonita, era virgem, aquela m*****a mulher que o enfrentou o desobedeceu e ainda foi embora, o chamou de filho da puta e invadiu sua sala, era virgem. Tossiu um pouco e pegou o copo de uísque, bebendo todo o liquido. — Eu… – ela tentou dizer alguma coisa, mas ele balançou a mão mandando-a calar a boca, ela calou. — Não diga nada – deixou o copo no lugar e olhou de novo para o corpo dela, tão linda, linda demais que deixava seu corpo possuído, e seu pau dolorido, estava dormente dentro das calças que estavam apertadas. Ele queria botar pra fora e enfiar den