Cento e Quinze
Assim que fechava os olhos, era como se estivesse flutuando nas nuvens onde nenhum problema era aceito. Seu corpo era abraçado fortemente pelo sofá que a aconchegou, tão quentinho para atender seus pedidos fúteis. Sorriu de canto ao escutar a porta ser aberta. Poucas vezes se dava o trabalho de ir a aquele lugar, mas todas as vezes que se deitava ali, era como se não existisse problema, e que sua inteira era coberta de amor e alegria.

— Eu estava com uma longa estranha sensação de que você não voltaria aqui tão cedo. - A mulher colocou suas coisas na mesa tirando o casaco e logo as botas de cano longo procurando se arrumar para um pequeno dia de trabalho que estava marcado para começar dali a três horas. Mas quando se é uma psicóloga e tem como paciente a esposa de um homem que pode destruir seu consultório apenas num estalar de dedos, a qualquer hora do dia, ou lugar que Miranda Soares lhe chamar, ela vai.

— Engano seu. Preciso de algo para me deixar calma esses dias, pretendo fazer
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