Assim que fechava os olhos, era como se estivesse flutuando nas nuvens onde nenhum problema era aceito. Seu corpo era abraçado fortemente pelo sofá que a aconchegou, tão quentinho para atender seus pedidos fúteis. Sorriu de canto ao escutar a porta ser aberta. Poucas vezes se dava o trabalho de ir a aquele lugar, mas todas as vezes que se deitava ali, era como se não existisse problema, e que sua inteira era coberta de amor e alegria. — Eu estava com uma longa estranha sensação de que você não voltaria aqui tão cedo. - A mulher colocou suas coisas na mesa tirando o casaco e logo as botas de cano longo procurando se arrumar para um pequeno dia de trabalho que estava marcado para começar dali a três horas. Mas quando se é uma psicóloga e tem como paciente a esposa de um homem que pode destruir seu consultório apenas num estalar de dedos, a qualquer hora do dia, ou lugar que Miranda Soares lhe chamar, ela vai. — Engano seu. Preciso de algo para me deixar calma esses dias, pretendo fazer
Naquele fim de semana, Miranda abriu os olhos escutando uma pequena chuva cair do céu batendo contra a janela que deixou aberta do quarto. Virou na cama encarando os pingos de chuva invadir seu quarto com seriedade, mas não o suficiente para molhar tudo com voracidade. Revirou os olhos lembrando que naquele mesmo dia, mais tarde, estaria viajando ao lado do marido e possivelmente da garota de programa que parecia nunca lagar aqueles dois. Será que se oferecesse um dinheiro a mais para ela, ela se recusaria a ir para a praia ao lado do casal? Será que ao menos ela não se tocava que não era bem-vinda?Desceu da cama chegando à janela onde fechou rapidamente. A cobertura lhe dava uma visão tão maravilhosa, uma visão dos deuses, por assim dizer. O alto da cidade lhe pertencia, tal como sua posição de grande esposa de um homem milionário e popular, e como herdeira das empresas de sua própria família, status, fama, elegância e dinheiro, tinha para qualquer um que viesse ao se
A escola militar era a única na cidade, trazendo pessoas de todo lugar mais próximo para estudar ali. Não era à toa que os cursos eram dados com professores de alto renome, afinal, quem quisesse sair dali direto para a escola de polícia era só fazer todos os cursos indicados. No entanto, para isso, precisavam de mais verbas e arrecadar dinheiro para novos cursos se tornou uma febre na cidade, tanto que logo tiveram a ideia de uma grande festa onde todo o dinheiro dali seria dado à escola.E para que todos soubessem, uma reunião de pais foi marcada para o início daquela semana, a fim de atrair os pais e contarem sobre isso. Claro que interessou a Mel, já que Maurício passou mais de uma hora pulando na sua frente dizendo que ela precisava ajudar em tudo. Com o comando do irmão, ela se arrumou e apareceu na hora certa daquela reunião, toda cheia de si e atravessou os corredores da escola entrando no auditório maior que já viu na sua vida.Sorriu para alguns, mas sua atenção foi chamada p
— Então há dois meses vocês estavam em uma viagem? - O médico fazia suas perguntas ao casal em frente, bem animado e divertido ao contrário dos dois pombinhos que mal conseguiam se olhar — E quando foi que as coisas começaram a mudar? - Levi expirou divertido e olhou para o lado, a esposa encarava o médico com os olhos grandes em cima dele, estava ansiosa, não iria negar, no entanto, havia tantas e tantas coisas acontecendo ao seu redor.Aquela viagem foi um dos momentos mais bonitos que já viveu em sua vida e não se lembrava de Levi ter participado de nenhum deles. Divertiu-se, correu nua pela praia, dançou inúmeras músicas, foi desejada e até quase ficou com um homem extremamente forte e moreno, com a pele escura coberta de tatuagem. E só não foi até o fim, porque sabia que muita gente lhe conhecia ali, e se a mídia descobrisse naquele momento? Bebeu na sua vida como nunca antes, experimentou todos os tipos de bebida sem aquela pressão na cabeça em que poderia pagar algum vexame e s
Primeiro, ela parecia ter entrando em um filme de terror. Depois, ela navegou pelas águas mais geladas da sua vida e gritou por socorro tantas vezes que até não conseguir mais ouvir sua própria voz, e no fim, caiu em um poço de escuridão que não dava para ver nada e acabou por acabar com todas as chances de ver uma luz do dia depois de implorar tanto para que o mundo voltasse a ser como era antes.Tudo parecia novo quando abriu os olhos novamente, o céu estava calmo, o clima geladinho como se a alma estivesse voltando ao corpo depois de anos perdida vagando pelo submundo. Será que era isso mesmo? Tentou focar no que seu cérebro raciocinava, mas apenas borrões eram visto.Focou mais, insistiu um pouco mais até ver as flores bonitas balançar na direção do vento numa paisagem gostosa. Sentiu o calafrio passar por seu corpo e sua cabeça girar. Fechou os olhos para organizar os pensamentos, para saber entender onde estava, o que fazia. Abriu novamente os olhos agora mirando
O sol já tinha nascido quando o garoto foi acordado pela luz solar que se fez presente no quarto com poucos enfeites e lembranças. Resmungou alguma coisa que não fora entendido pela babá presente, e reclamou mais quando o lençol fora tirado de si o deixando sem proteção contra pessoas do mundo inteiro, inclusive da babá que parou no pé da cama cruzando os braços com um olhar assassino no rosto.— Se o senhor se atrasar para a escola novamente, alguém mais poderoso de quase dois metros vai me demitir. E eu adoro o meu emprego. - Avisou ainda brava, e o garoto sentou na cama, lentamente, como todas as manhãs fazia. A olhou dos à cabeça aos pés e revirou os olhos descendo da cama — Você poderia ser menos antipático, ou pelo menos fingir que gosta de mim.— Já me declarei duas vezes. - Avisou seco, emburrado e ainda mais put0 ao ver que não adiantaria resmungar e pedir para ficar em casa naquele dia, aquela mulher não sairia do seu pé.— Mael - Parou atrás do garoto que se apo
Já passava das oito quando ele abriu os olhos escutando uma leve risada ao seu redor. Poderia levantar e espantar quem quer que fosse lhe atormentando em um sábado de manhã que deveria ser o seu dia de folga, dormir até tarde e sequer pensar em trabalho.Se não fosse pelas risadas, ou os passos que estavam tentando esconder, e graciosamente esqueceria e voltaria a dormir. Ou melhor, se fosse qualquer outra pessoa, Maurício esqueceria todo o mundo e voltaria a fechar os olhos e se entregar o mundo sombrio de seus olhos. Mas não era qualquer pessoa e certamente, elas não lhe deixariam em paz.Apertou os olhos quando sentiu o colchão afundar atrás de si e não aguentou sequer um minuto quando as mãos pequenas brincaram com o longo cabelo avermelhado o puxando para que viesse a acordar. Ele virou na cama aos poucos encontrando aqueles três pares de olhos lhe encarando como se ele tivesse devendo alguma coisa.Será que ele estava?Se estivesse, não lembrava.— O que aconteceu? - Perguntou d
A primeira noite de férias tinha que ser uma das melhores. Assim que Levi e Mael pousaram em um aeroporto particular e desceram do jatinho também particular e próprio de Levi Santiago, foram abordados pelos seguranças e o motorista que os levariam até o hotel em que iriam ficar. Sempre cheios de pose e o menor mantendo seu rosto coberto com máscara, chapéu, o maior casaco que encontrou no armário e a bolsa ao lado.E casaco grande para as férias de verão? Isso que era gostar de andar com roupas de marca e lindo como o pai, que trajava quase a mesma coisa com exceção do seu rosto coberto. Chegava até mesmo a rir de todo aquele presente que teria que ser aberto ao chegar ao quarto. Mael não tinha alergia a nada, mas era um garoto fanático pela limpeza e seu melhor amigo se chamava álcool em gel. Onde ele aprendeu a ser daquele jeito? Não fazia ideia.Ao descerem de carro, os seguranças escoltaram o pai e filho até o hotel e rapidamente para o quarto que iria ficar. Mael come