A infelicidade de voltar dias, talvez meses antes do que tinha planejado para sua lua-de-mel, estava estampada no rosto de Miranda Santiago e ninguém seria ousado o bastante para perguntar o motivo de seu desgosto. Cada parte do seu ser exalava uma irritação diferente, e nada iria mudar. Sua mente ainda tentava buscar no fundo um motivo exato para não ter explodido completamente naquela festa. Ela devia ter ficado na sua, a festa estava divertida e todos os homens que havia dançando ficaram esperando ela voltar para a roda e se divertir, ao invés disso, correu atrás de que queria.Levi não ficou feliz de ter sido interrompido em um momento que poderia ser o mais especial da lua-de-mel, ele não sabia onde, e nem se teria realmente a coragem e chegar até o final com uma, duas, três, naquela noite não importava, os cabelos ruivos de uma mulher o deixou meio tonto. Podia não ser ela, mas será que ao menos podia fingir que a mulher que sorriu gentil com um decote bonito podia ser a Mel de
— Uau! Sejam muito bem-vindos - Anna abriu a porta dando passagem para Levi adentrar o apartamento de luxo em que seu pai vivia com a esposa também de luxo, ao menos era assim que passou a chamar. Miranda entrou logo depois lhe entregando um de seus vinhos preferidos. — Me desdobrei em duas para conseguir fazer um grande jantar para essa noite. Tudo bem que não ficamos a virada nessa data comemorativa, mas ainda é natal. - Sorriu mais fechando a porta — Adorei esse vinho.— Paramos para comprar. - Comentou tirando o casaco para mostrar o vestido vermelho — Infelizmente não consegui esperar chegar aqui para abrir. - Avisou e Anna deu uma breve olhada para a garrafa e depois para Miranda — Será que a gente pode ter um tempo para conversar?— Mas é claro - Entraram mais no apartamento e Anna avisou a todos que usaria o pequeno escritório do marido, depois de cumprimentar a todos, Miranda seguiu a mulher animadíssima, haviam poucos convidados ali, amigos mais próximos, mais duas irmãs de
— Levi? Não sabia que estaria em casa tão cedo.— Para onde está mandando as coisas do outro quarto? - Questionou, ainda com sua voz calma, não estava estressado, ao menos não ainda.— Eu disse que a ideia de ter quartos separados, me agradava, mas eu achei esse aqui muito pequeno. - Ele levantou uma sobrancelha — Então eu resolvi que quero emendar o meu quarto com o outro ao lado, e o que não está sendo utilizado, seria o meu novo escritório.— O que não está sendo utilizado. - Repetiu com um misto de divertimento e ódio. — O quarto tem dono, mas tudo bem. Se você pretende trazer as coisas dela para você usar, ter o mesmo perfume, quer dizer que começou a fazer o que eu mandei.— Eu não vou fazer nada disso, e muito menos o que você mandou. Eu não sou esse tipo de mulher para você me mandar.— E é justamente uma das coisas que eu mais odeio em você - Miranda se calou — Eu não quero que você mude nada nessa casa, nem mesmo um móvel de lugar. Essa casa era da minha família, foi onde eu
— Ela assinou mesmo os papéis? - Mirella estava impressionada enquanto lia cada linha daquele acordo com os olhos atentos a cada vírgula — Devo dizer que você é incrível por natureza, mas assim você vai se achar demais.— A Miranda é uma mulher que sabe quando está sendo manipulada, mas eu sei que ela vai fazer o que eu quiser, se eu der o que ela quer.— Você sabe que o que ela mais quer, é que você durma com ela. - Levi assentiu revirando os olhos. Estava acomodado demais na sua cadeira pensando no seu triunfo, para tornar a pensar que ainda tinha esse grande sacrifício pelo caminho. — Seu pai não sabe sobre esse contrato, vou levar para o cartório e ela voltará a ser apenas Miranda Soares, sem o Santiago.— Isso é música para meus ouvidos.— Outra coisa, eu quero que leia essa parte do contrato de casamento que seu pai e o seu sogro dos sonhos fizeram - Levi a olhou e depois para o papel na mesa — Aqui diz que ela tem que engravidar em menos de dois anos. - Levi parou de sorrir se
Quando as pessoas da pequena cidade começaram a notar Mel ali o tempo todo junto de Georgina, não notaram a semelhança entre avó e netos, mas notou o quanto Valério era apegado aos dois, e as fofocas de que Mel seria sua esposa grávida de trigêmeos e o Maurício seu filho se espalharam como fogo, e embora muitas garotas ainda se interessassem pelo surfista, ficava difícil tentar alguma coisa sabendo que a “esposa” dele era uma garota linda demais, educada e estava grávida.Mas graças, as fofocas foram se acabando, tornando a amizade dos dois ainda mais sólida e trazendo uma grande companheira para o homem, Laura era bonita, de pele negra com os cabelos longos e enrolados, charmosa, e atlética, estudante de educação física e o grande amor de Valério que corria como um verdadeiro homem apaixonado aos pés da mulher.— As más línguas são apenas más. Mas vamos falar de um assunto mais importante do momento.— Já podemos saber o sexo dos bebês? - Mel sorriu e rapidamente negou — Estou começa
Assim que fechava os olhos, era como se estivesse flutuando nas nuvens onde nenhum problema era aceito. Seu corpo era abraçado fortemente pelo sofá que a aconchegou, tão quentinho para atender seus pedidos fúteis. Sorriu de canto ao escutar a porta ser aberta. Poucas vezes se dava o trabalho de ir a aquele lugar, mas todas as vezes que se deitava ali, era como se não existisse problema, e que sua inteira era coberta de amor e alegria. — Eu estava com uma longa estranha sensação de que você não voltaria aqui tão cedo. - A mulher colocou suas coisas na mesa tirando o casaco e logo as botas de cano longo procurando se arrumar para um pequeno dia de trabalho que estava marcado para começar dali a três horas. Mas quando se é uma psicóloga e tem como paciente a esposa de um homem que pode destruir seu consultório apenas num estalar de dedos, a qualquer hora do dia, ou lugar que Miranda Soares lhe chamar, ela vai. — Engano seu. Preciso de algo para me deixar calma esses dias, pretendo fazer
Naquele fim de semana, Miranda abriu os olhos escutando uma pequena chuva cair do céu batendo contra a janela que deixou aberta do quarto. Virou na cama encarando os pingos de chuva invadir seu quarto com seriedade, mas não o suficiente para molhar tudo com voracidade. Revirou os olhos lembrando que naquele mesmo dia, mais tarde, estaria viajando ao lado do marido e possivelmente da garota de programa que parecia nunca lagar aqueles dois. Será que se oferecesse um dinheiro a mais para ela, ela se recusaria a ir para a praia ao lado do casal? Será que ao menos ela não se tocava que não era bem-vinda?Desceu da cama chegando à janela onde fechou rapidamente. A cobertura lhe dava uma visão tão maravilhosa, uma visão dos deuses, por assim dizer. O alto da cidade lhe pertencia, tal como sua posição de grande esposa de um homem milionário e popular, e como herdeira das empresas de sua própria família, status, fama, elegância e dinheiro, tinha para qualquer um que viesse ao se
A escola militar era a única na cidade, trazendo pessoas de todo lugar mais próximo para estudar ali. Não era à toa que os cursos eram dados com professores de alto renome, afinal, quem quisesse sair dali direto para a escola de polícia era só fazer todos os cursos indicados. No entanto, para isso, precisavam de mais verbas e arrecadar dinheiro para novos cursos se tornou uma febre na cidade, tanto que logo tiveram a ideia de uma grande festa onde todo o dinheiro dali seria dado à escola.E para que todos soubessem, uma reunião de pais foi marcada para o início daquela semana, a fim de atrair os pais e contarem sobre isso. Claro que interessou a Mel, já que Maurício passou mais de uma hora pulando na sua frente dizendo que ela precisava ajudar em tudo. Com o comando do irmão, ela se arrumou e apareceu na hora certa daquela reunião, toda cheia de si e atravessou os corredores da escola entrando no auditório maior que já viu na sua vida.Sorriu para alguns, mas sua atenção foi chamada p