Jhulietta DuarteO brilho da aliança no meu dedo refletia a luz suave do painel do carro, e eu ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. Olhei para Nicolas ao meu lado, dirigindo com uma expressão relaxada, mas com aquele sorriso de canto que eu sabia muito bem o que significava. Ele estava satisfeito, orgulhoso e com razão. Ele tinha acabado de me pedir em casamento da maneira mais linda e romântica possível.Eu me mexi no banco, observando as ruas iluminadas pela cidade à nossa volta, e soltei um suspiro.— Ainda parece um sonho — murmurei, girando o anel delicadamente no meu dedo.— Se for, então que seja o nosso sonho para sempre — Nicolas respondeu, sem tirar os olhos da estrada, mas segurando minha mão por cima do câmbio.— Você não tem medo de te chamarem de marica? — perguntei curiosa. — Não! Aprendi com meu pai e ele não tem medo de ser romântico. — Seu pai é muito bacana, gosto dele e da sua mãe também, embora ela me trate como se eu fosse a minha
Acordei com o toque suave dos lábios de Nicolas percorrendo minha pele. Seus beijos passeavam lentamente pelo meu pescoço, ombros e braços, me despertando de um jeito que só ele sabia fazer. Me espreguicei preguiçosamente na cama, tentando prolongar aquele momento, mas precisei interromper sua investida.— Vai dormir, senhor Santorini — resmunguei, minha voz saindo rouca de sono.— Não quero dormir... — ele murmurou contra minha pele, continuando a distribuir beijos pelo meu pescoço. — Quero fazer umas coisinhas animadas.Mordi o lábio para conter o sorriso. Virei-me de frente para ele, e nossos olhares se encontraram. Havia um brilho travesso em seus olhos, um convite irresistível. Sua boca encontrou a minha, e o beijo foi tão intenso que esqueci de tudo ao meu redor. Nossas mãos se exploravam com familiaridade e desejo, nossas respirações se misturando enquanto o mundo lá fora deixava de existir.Mas então, o som irritante do meu celular preencheu o quarto, quebrando o encanto do mo
Olivia Marques Acordei com o som irritante do meu celular tocando insistentemente na mesinha de cabeceira. Quem ousaria me acordar tão cedo em um sábado? Esfreguei os olhos, tentando afastar o sono que ainda pesava sobre mim, e estiquei a mão para alcançar o aparelho. Quando olhei para a tela, vi o nome de David Lopes piscando. Revirei os olhos. O que ele queria agora? Desde que eu o coloquei na folha de pagamento, esperava muito mais do que ele vinha entregando. Suspirei profundamente antes de atender. — Fala logo, David. Isso tem que ser realmente importante. — Minha voz saiu ríspida, sem esforço para esconder meu mau humor matinal. — Olivia, você não vai acreditar nisso. Nicolas Santorini fez o pedido ontem. — A empolgação na voz dele era evidente. Me endireitei na cama, o coração batendo mais rápido. Como assim, "pedido"? Que pedido ele estava falando? Tentei processar as palavras dele enquanto minha mente ainda estava nebulosa de sono. — Pedido de quê, David? — Pergunt
Jhulietta Duarte Chegamos ao clube e escolhemos um espaço estratégico próximo à piscina principal, onde o movimento era intenso, mas não exagerado. Espreguiçadeiras confortáveis, guarda-sóis enormes e um cenário digno de filme. Nicolas realmente sabia como escolher os lugares. — Esse lugar é demais! — Ethan vibrou, jogando a toalha na espreguiçadeira antes de correr em direção à piscina. — Ethan, espera aí! — chamei, mas ele já havia mergulhado. Ri sozinha ao vê-lo emergir todo sorridente, com os cabelos bagunçados e o rosto iluminado pela alegria. — Deixa ele se divertir. — Nicolas aproximou-se por trás, seus braços me envolvendo. — Ele merece um dia só para brincar e se refrescar. Virei-me para encará-lo. Seu sorriso era contagiante. — Concordo. E eu também mereço um dia de descanso. — Então aproveite, minha noiva. — Ele piscou, o tom brincalhão, mas seu olhar carregado de carinho. Meu coração disparou. Ainda era estranho ouvir aquela palavra: noiva. Minha mente ainda
Diogo Lima O som abafado da televisão ecoava pelo pequeno apartamento alugado em São Paulo. As paredes descascadas e o cheiro de mofo eram um lembrete constante de como as coisas tinham desandado na minha vida. Mas agora... agora tudo estava prestes a mudar.Estava jogado no sofá puído, uma lata de cerveja gelada na mão e os pés apoiados na mesa de centro que balançava a cada movimento. Ao meu lado, Coiote roía as unhas, seus olhos fixos na tela da TV.— Diogo, você podia arrumar um lugar melhor. — Ele cuspiu um pedaço de unha no chão, sem cerimônia.— Tu tem mais grana que eu e não é procurado. Por que não arrumou um lugar melhor, então? — Respondi, sem tirar os olhos da televisão.— Porque eu tô aqui pra te fazer um favor, não pra bancar o filantropo. Tira o escorpião do bolso.— Já te mandei se foder hoje? — Retruquei com um sorriso cínico.Coiote soltou uma gargalhada alta, mas sua risada foi interrompida quando uma notícia chamou nossa atenção.— Cala a boca! — Ordenei, endireit
Jhulietta DuarteO quarto estava mergulhado na escuridão, silencioso e acolhedor, mas dentro da minha mente, um pesadelo terrível se desenrolava como um filme de horror. Eu estava parada em um lugar sombrio, cercada por sombras que se contorciam ao meu redor. Vozes sussurravam palavras que eu não conseguia entender, mas o tom ameaçador me fazia tremer. De repente, uma figura surgiu das trevas. Era um homem de rosto sombrio, olhos frios e cruéis que brilhavam com malícia. Ele se aproximava lentamente, seus passos ecoando como trovões na minha mente. Eu tentei me mover, correr para longe, mas estava presa, incapaz de me mexer. — Você não pode escapar, Jhulietta. — A voz dele era grave, carregada de ódio. — Eu voltei para buscar o que é meu... Um grito desesperado escapou dos meus lábios enquanto ele avançava, sua mão estendendo-se para mim como uma garra ameaçadora. Senti o toque gelado dele em meu braço, puxando-me para as sombras, e tudo ao meu redor começou a desmoronar. As som
Nicolas Santorini Eu fiquei ali, parado à beira da cama, observando Jhulietta adormecer novamente. Seus longos cabelos estavam espalhados pelo travesseiro, os cílios descansavam suavemente sobre as maçãs do rosto, e sua respiração começava a se estabilizar, tornando-se lenta e profunda. Ela parecia tão frágil, tão vulnerável. Aquilo me atingiu como um soco no estômago. O medo que vi em seus olhos durante a noite ainda me assombrava.Eu já havia visto Jhulietta assustada antes, mas nada comparado ao pavor que ela sentiu depois daquele pesadelo. A lembrança de seu corpo trêmulo em meus braços, seus olhos arregalados e a voz embargada enquanto confessava seus temores... Aquilo me marcou. Me fez perceber que, por mais que eu quisesse protegê-la de tudo, havia coisas contra as quais eu não podia lutar.Pesadelos, memórias, traumas. Mas ameaças reais? Essas eu podia combater.Dei um último beijo em sua testa, acariciei seus cabelos suavemente e me afastei em silêncio, saindo do quarto e fe
Jhulietta DuarteAcordei de repente, o coração disparado. A luz do dia já iluminava o quarto, e um pânico familiar me envolveu quando olhei para o relógio na parede. Estava tarde, tarde demais para um dia normal. Sentei-me na cama, tentando acalmar a respiração. Como eu podia ter dormido tanto? O pânico cresceu à medida que a preocupação com Ethan tomou conta de mim. — Meu Deus... a escola! — murmurei, levantando-me apressada. Eu nunca dormia tanto assim. Não quando havia responsabilidades a cumprir. Não quando Ethan precisava de mim. Procurei freneticamente o celular na mesa de cabeceira, mas ele não estava lá. Minha cabeça latejava levemente, como se estivesse me recuperando de uma noite mal dormida, e então as memórias do pesadelo voltaram como um maremoto. Imagens confusas, fragmentadas, de rostos sombrios e risos cruéis. A sensação de desespero ainda pesava em meu peito, mas eu não tinha tempo para lidar com isso agora. Apressei-me para o banheiro, jogando água fria no rost