Jhulietta Duarte O carro deslizou suavemente pelas ruas iluminadas da cidade, e eu aproveitei o silêncio por alguns instantes antes de olhar para Nicolas, que dirigia com um sorriso misterioso nos lábios. — Você vai me contar para onde estamos indo agora? — perguntei, inclinando-me levemente na direção dele. Ele desviou o olhar da estrada por um segundo e sorriu, aquele sorriso que sempre me deixava desconfiada e ao mesmo tempo fascinada. — Você verá — respondeu simplesmente, voltando a atenção para a direção. Revirei os olhos, mas sorri. Adorava quando ele fazia essas surpresas, embora me deixasse curiosa ao extremo. Para quebrar o silêncio, liguei o rádio e uma música começou a tocar. "Perfect", de Ed Sheeran, encheu o carro com sua melodia suave e romântica. Sorri ao reconhecer a música e comecei a cantar, fechando os olhos por um instante, sentindo cada palavra. — Baby, I'm dancing in the dark, with you between my arms... — cantei com entusiasmo, mas fui interrompida
Nicolas Santorini Chamei o garçom assim que Jhulietta parou de me encarar daquele jeito que só ela sabia fazer, uma mistura de curiosidade e ciúmes.— Faça seu pedido primeiro, amor — pedi, oferecendo um sorriso.Ela analisou o cardápio por alguns instantes e, depois de mordiscar o lábio inferior em dúvida, fez sua escolha.— Vou querer o risoto de camarão.— Excelente escolha, senhora — o garçom elogiou antes de olhar para mim.— O filé mignon ao molho de vinho tinto. E me traga também o melhor vinho da casa. O mais caro que vocês tiverem.Senti o olhar de Jhulietta sobre mim assim que o garçom se afastou.— Jantar com direito a vinho caro? — Ela sorriu, desconfiada.— Apenas aproveite a noite, amor.Não demorou muito para que a recepcionista retornasse, trazendo uma garrafa de vinho sofisticada. Ela se inclinou ligeiramente ao colocá-la sobre a mesa, fazendo questão de olhar diretamente para mim.— Senhor Santorini, aqui está o vinho mais caro do nosso estoque, exatamente como ped
Jhulietta DuarteO brilho da aliança no meu dedo refletia a luz suave do painel do carro, e eu ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. Olhei para Nicolas ao meu lado, dirigindo com uma expressão relaxada, mas com aquele sorriso de canto que eu sabia muito bem o que significava. Ele estava satisfeito, orgulhoso e com razão. Ele tinha acabado de me pedir em casamento da maneira mais linda e romântica possível.Eu me mexi no banco, observando as ruas iluminadas pela cidade à nossa volta, e soltei um suspiro.— Ainda parece um sonho — murmurei, girando o anel delicadamente no meu dedo.— Se for, então que seja o nosso sonho para sempre — Nicolas respondeu, sem tirar os olhos da estrada, mas segurando minha mão por cima do câmbio.— Você não tem medo de te chamarem de marica? — perguntei curiosa. — Não! Aprendi com meu pai e ele não tem medo de ser romântico. — Seu pai é muito bacana, gosto dele e da sua mãe também, embora ela me trate como se eu fosse a minha
Acordei com o toque suave dos lábios de Nicolas percorrendo minha pele. Seus beijos passeavam lentamente pelo meu pescoço, ombros e braços, me despertando de um jeito que só ele sabia fazer. Me espreguicei preguiçosamente na cama, tentando prolongar aquele momento, mas precisei interromper sua investida.— Vai dormir, senhor Santorini — resmunguei, minha voz saindo rouca de sono.— Não quero dormir... — ele murmurou contra minha pele, continuando a distribuir beijos pelo meu pescoço. — Quero fazer umas coisinhas animadas.Mordi o lábio para conter o sorriso. Virei-me de frente para ele, e nossos olhares se encontraram. Havia um brilho travesso em seus olhos, um convite irresistível. Sua boca encontrou a minha, e o beijo foi tão intenso que esqueci de tudo ao meu redor. Nossas mãos se exploravam com familiaridade e desejo, nossas respirações se misturando enquanto o mundo lá fora deixava de existir.Mas então, o som irritante do meu celular preencheu o quarto, quebrando o encanto do mo
Olivia Marques Acordei com o som irritante do meu celular tocando insistentemente na mesinha de cabeceira. Quem ousaria me acordar tão cedo em um sábado? Esfreguei os olhos, tentando afastar o sono que ainda pesava sobre mim, e estiquei a mão para alcançar o aparelho. Quando olhei para a tela, vi o nome de David Lopes piscando. Revirei os olhos. O que ele queria agora? Desde que eu o coloquei na folha de pagamento, esperava muito mais do que ele vinha entregando. Suspirei profundamente antes de atender. — Fala logo, David. Isso tem que ser realmente importante. — Minha voz saiu ríspida, sem esforço para esconder meu mau humor matinal. — Olivia, você não vai acreditar nisso. Nicolas Santorini fez o pedido ontem. — A empolgação na voz dele era evidente. Me endireitei na cama, o coração batendo mais rápido. Como assim, "pedido"? Que pedido ele estava falando? Tentei processar as palavras dele enquanto minha mente ainda estava nebulosa de sono. — Pedido de quê, David? — Pergunt
Jhulietta Duarte Chegamos ao clube e escolhemos um espaço estratégico próximo à piscina principal, onde o movimento era intenso, mas não exagerado. Espreguiçadeiras confortáveis, guarda-sóis enormes e um cenário digno de filme. Nicolas realmente sabia como escolher os lugares. — Esse lugar é demais! — Ethan vibrou, jogando a toalha na espreguiçadeira antes de correr em direção à piscina. — Ethan, espera aí! — chamei, mas ele já havia mergulhado. Ri sozinha ao vê-lo emergir todo sorridente, com os cabelos bagunçados e o rosto iluminado pela alegria. — Deixa ele se divertir. — Nicolas aproximou-se por trás, seus braços me envolvendo. — Ele merece um dia só para brincar e se refrescar. Virei-me para encará-lo. Seu sorriso era contagiante. — Concordo. E eu também mereço um dia de descanso. — Então aproveite, minha noiva. — Ele piscou, o tom brincalhão, mas seu olhar carregado de carinho. Meu coração disparou. Ainda era estranho ouvir aquela palavra: noiva. Minha mente ainda
Diogo Lima O som abafado da televisão ecoava pelo pequeno apartamento alugado em São Paulo. As paredes descascadas e o cheiro de mofo eram um lembrete constante de como as coisas tinham desandado na minha vida. Mas agora... agora tudo estava prestes a mudar.Estava jogado no sofá puído, uma lata de cerveja gelada na mão e os pés apoiados na mesa de centro que balançava a cada movimento. Ao meu lado, Coiote roía as unhas, seus olhos fixos na tela da TV.— Diogo, você podia arrumar um lugar melhor. — Ele cuspiu um pedaço de unha no chão, sem cerimônia.— Tu tem mais grana que eu e não é procurado. Por que não arrumou um lugar melhor, então? — Respondi, sem tirar os olhos da televisão.— Porque eu tô aqui pra te fazer um favor, não pra bancar o filantropo. Tira o escorpião do bolso.— Já te mandei se foder hoje? — Retruquei com um sorriso cínico.Coiote soltou uma gargalhada alta, mas sua risada foi interrompida quando uma notícia chamou nossa atenção.— Cala a boca! — Ordenei, endireit
Jhulietta DuarteO quarto estava mergulhado na escuridão, silencioso e acolhedor, mas dentro da minha mente, um pesadelo terrível se desenrolava como um filme de horror. Eu estava parada em um lugar sombrio, cercada por sombras que se contorciam ao meu redor. Vozes sussurravam palavras que eu não conseguia entender, mas o tom ameaçador me fazia tremer. De repente, uma figura surgiu das trevas. Era um homem de rosto sombrio, olhos frios e cruéis que brilhavam com malícia. Ele se aproximava lentamente, seus passos ecoando como trovões na minha mente. Eu tentei me mover, correr para longe, mas estava presa, incapaz de me mexer. — Você não pode escapar, Jhulietta. — A voz dele era grave, carregada de ódio. — Eu voltei para buscar o que é meu... Um grito desesperado escapou dos meus lábios enquanto ele avançava, sua mão estendendo-se para mim como uma garra ameaçadora. Senti o toque gelado dele em meu braço, puxando-me para as sombras, e tudo ao meu redor começou a desmoronar. As som