Capítulo 1
Isabella Souza Dez anos antes . . . Entrando na cozinha, parei na porta e dei de cara com a Ali sentada, enfrente á mamãe, contando a fofoca do dia. Nunca vi uma garota que gostas tanto de uma boa fofoquinha, balançando a cabeça de um lado para outro, rio internamente. — Tia Aurora, você sabia que a dona Isabella está toda apaixonada pelo novo professor da faculdade? Diz minha amiga, enquanto provava com uma colher do recheio de maracujá que minha mãe fez e deu para que ela parasse de mexer nas encomendas. Franzido o cenho, eu a olho com cara de quem quer matar minha melhor amiga. E digo entre dentes. — Eu queria contar para ela. . . — Não estou sabendo de nada, Alisson. Minha mãe parou o que estava fazendo e colocou a mão na cintura. — Sério, Isabella, têm certeza?Não dará problema porque ele é professor? Me olha com cara de preocupação. E sei que o assunto é sério porque ela só me chama pelo meu nome inteiro, é quando está brava, se não elas me chamam de Bella. — Acho que não, mãe. Com tanto que não fiquemos na faculdade, nossa vida particular não interessa a ninguém, a direção nada pode fazer e, como não há menores envolvidos, tá tudo bem. Assim, ela já tira do rosto a expressão de preocupação e já coloca no rosto um sorriso de lado e balança as sobrancelhas para cima e para baixo. — Pelo menos é gatinho? — Continua separando os recheios em porções menores e colocando nos saquinhos para por na geladeira. — Gatinho, ele é tia Aurora. — me olha a atrevida, com um sorriso maroto. —Mas tem uma cara de misterioso. E me encara mais e muda seu semblante para de dúvida. — Não curti muito, sei lá... Pode ser um pedaço de mau caminho. — afirma — mas não estou dando muita confiança, ainda tenho minhas dúvidas. — Assim, colocando mais uma colher de recheio na boca. — Como assim, filha? Larga os saquinhos na bancada de novo e me olha. Mas quem respondeu me cortando foi a Ali. —Faz oito meses que ele está trabalhando lá na faculdade, tia e ninguém sabe nada sobre ele, onde mora, se tem família, amigos, nada, redes sociais, o cara é só segredos. - Credo, e faz o sinal da cruz. Furiosa com sua intromissão, dei-lhe um beliscão na sua barriga. — Aiai... Mas também, o boca grande da Alisson, não que minha mãe nunca me dê abertura de falar sobre homens com ela, sempre nos ensinou que não mentimos ou ocultamos nada uma da outra. Só ainda não tinha tido a oportunidade de me abrir com ela. Já a minha situação com o João, nem definimos nada, continuo falando mesmo de costas pras duas. — Eu pouco sei sobre ele, apenas tivemos alguns flertes nos corredores da universidade. — Às vezes que saímos e ele pouco revelou sobre sua vida, sei somente que ele veio de Belo Horizonte, e seus pais já são falecidos, não tem irmãos. — Mas falamos bastante sobre outros assuntos relacionados à dança e sobre mim, na verdade. — seco a mão no pano de prato, volto para a bancada ao lado das duas, olho em seu rosto da minha velhinha como ela odeia ser chamada. — Desculpa, mãe, se ainda não tinha te contado. Minha amiga me abraçou por cima dos ombros, e depositou um beijo no topo da cabeça. Fechei os olhos com o gesto dela, e os abri vagarosamente. — É só o jeito dele, Alisson. Com o tempo, eu espero que ele fale sobre sua vida, também não vou pressionar. — E depois, nem todo mundo é arroz de festa que nem você, né? Que chegou aqui de outro país sem saber falar muito bem a nossa língua, fez amizade com todo mundo mesmo assim. Ela revirou os olhos, como sempre faz quando não concorda com algo. Minha mãe olhando séria para nós duas. — Só peço, Bella, que você tenha cuidado e vá com calma e, se for possível, que me apresente o rapaz se for algo sério. — Tá bom, mãezinha, pode deixar, eu vou com calma e assim que der trago o João para vocês conhecerem. — Aí Ai... Ai... O João... diz à intrometida, da minha melhor amiga, suspirando e tirando uma com minha cara. — Para sua boba, eu saí correndo atrás dela, mas logo paro. E ela ri ainda mais. Já na porta da cozinha que sai e dá para o quarto dos fundos, ela me olha com todo o carinho possível de quem levará essa amizade até o fim das nossas vidas. — A única coisa que quero é cuidar de você, sabe que eu te amo né? Sempre que precisar, eu estarei aqui. Nem que eu tenha que voar de longe só para te proteger. — Eu sei, lhe respondi com os olhos cheios de água. Nesse momento, eu me lembro de como nos conhecemos. Em plena primeira semana de aula encontrei uma doidinha que falava em inglês com o pessoal do ponto de ônibus e eles não entendiam nada, parando ao seu lado eu a ajudei a saber qual era o ônibus certo que precisava pegar. O que realmente ajudou foi o curso de inglês que estou fazendo e que tem ajudado nessa situação. Após uma conversa, conseguimos nos entender e descobri que ela estava indo para a mesma faculdade em que estudo e que ainda estava vindo de um intercâmbio. No entanto, ela já está finalizando seu curso e apenas algumas disciplinas que faremos juntas. Ela sempre sonhou em se tornar uma bailarina reconhecida, enquanto eu, por minha vez, sempre quis ser professora de dança. Foi por causa desse nosso amor em comum que nos tornamos amigas. — Eu também te amo. — Sabe o quanto você se tornou importante para mim, my beauty (minha bela) e me lança um beijo, vou até ela e lhe dou um abraço. — You became my family, part of my heart (você se tornou minha família, parte do meu coração). Beijo sua testa. — Eu não sei por quê, mas tenho a sensação de que essa nossa amizade será muito importante. — diz a minha doidinha e sai porta afora.Damon Muller Dez anos antes ... Como herdeiro da Muller. Security Company, venho desenvolvendo nova expansão da empresa para Milão, na Itália, com o meu casamento daqui a duas semanas. Preciso deixar tudo pronto aqui antes da viagem. Meu pai Otto Muller fundou a empresa 30 anos atrás com meus avós Jhon e Katrina, me orgulho muito da empresa de fundo de quintal se tornou a potência que é, não só aqui em Las Vegas-Nevada como em mais dois estados, Los Angeles-Califórnia e Austin-Texas. Agora com 28 anos, estou conseguindo a façanha de levar a empresa a um patamar maior. Com a abertura da filial na Itália, também assumirei a presidência, assim podendo dar um pouco de descanso para meu pai. Ele disse que precisa tirar umas férias prolongadas pós-meu casamento e assim só me auxiliará daqui dos Estados Unidos depois, como ele diz que precisa aproveitar e pegar umas gatas por aí. E muito trabalho na empresa, então acho justo ele ter um pouco de descanso e curtir alguma companhia q
Damon Muller Dez anos antes ... Como herdeiro da Muller. Security Company, venho desenvolvendo nova expansão da empresa para Milão, na Itália, com o meu casamento daqui a duas semanas. Preciso deixar tudo pronto aqui antes da viagem. Meu pai Otto Muller fundou a empresa 30 anos atrás com meus avós Jhon e Katrina, me orgulho muito da empresa de fundo de quintal se tornou a potência que é, não só aqui em Las Vegas-Nevada como em mais dois estados, Los Angeles-Califórnia e Austin-Texas. Agora com 28 anos, estou conseguindo a façanha de levar a empresa a um patamar maior. Com a abertura da filial na Itália, também assumirei a presidência, assim podendo dar um pouco de descanso para meu pai. Ele disse que precisa tirar umas férias prolongadas pós-meu casamento e assim só me auxiliará daqui dos Estados Unidos depois, como ele diz que precisa aproveitar e pegar umas gatas por aí. E muito trabalho na empresa, então acho justo ele ter um pouco de descanso e curtir alguma companhia q
Damon Muller Chegando ao meu quarto, tiro a roupa para o banho, vou até meu closet e já escolho o terno e a camisa, levo tudo em cima da cama, entro no banheiro e vou até o box. Quando sinto a água gelada caindo sobre meu corpo, solto um suspiro, pensando em toda a mudança na minha vida daqui a alguns dias. Termino de me lavar, desligo a água, já com a toalha envolta na cintura, penteio o cabelo, saio do banheiro, visto a roupa que ali deixei, quando termino passo perfume e saio. Já na porta de saída, pego as chaves e a carteira, entro na minha belezinha de carro e me dirijo à casa da minha noiva. Chegando à sua casa, bato a porta, é Marta quem abre. — Boa noite, senhor Damon. Seu pai e o senhor Mark estão na sala de jogos com o pessoal. — Boa noite Marta. — E a Sarah e senhora Amber? — A senhora Amber. Está lendo no quarto e a menina Sarah disse que está terminando e já vem. Fique à vontade. — O senhor quer uma bebida ou outra coisa? — Não, Marta, agradeço, mas estou bem,
Isabella Souza Chegando à consulta marcada, eu entro na sala do médico, que havia me chamado, sento- me na maca ao lado após deixar minha bolsa na cadeira. Depois do médico abrir um prontuário, ele vem até mim. — Boa tarde, Isabella. O que lhe traz aqui hoje? — Boa tarde, doutor Márcio, bom eu venho sentindo há alguns dias muitas dores de cabeça, um pouco de cólica, e ainda na quarta-feira um desconforto no estômago. — Bem, será que você pode deitar na maca e levantar a sua blusa um pouquinho? — Claro! Assim que faço o que o doutor me pediu, ele examina minha barriga e eu sinto uma pequena pressão e um leve desconforto. Terminando, ele tira minha pressão, depois olha para mim. — Isabella, eu vou lhe pedir alguns exames, tá bom? — Mas me tira mais uma dúvida, sua menstruação está em dia? Essa pergunta me vem como uma avalanche na minha cabeça. Meu Deus, como eu não me prestei atenção nisso, logo já fiz as contas. — Aí. Doutor Márcio, não! Ela está atrasada há uma seman
Damon Muller Me levanto às 5:30 da manhã, cuido das minhas necessidades matinais, troco de roupa e saio para correr antes do trabalho. Voltando para casa uma hora e meia depois, tomo um banho e já fico pronto para o trabalho. Desço e a Maria já deixou pronta a mesa do café, vejo que meu pai já está ali com seu fiel escudeiro, jornal de toda manhã. - Bom dia, pai? - Bom dia Damon.Como vão os preparativos do casamento e da abertura da filial da Milão ? - Bem pai quase tudo pronto, Sarah cuidou praticamente tudo sobre o casamento. Agora falta pouco. - A filial já está recebendo os funcionários para os treinamento. - O Antony meu braço direito aqui, já está lá há quatro meses e tá cuidando de tudo como você sabe, assim que eu viajar para lá faremos a inauguração. - Me lembra de deixar tudo pronto pra ir pra lá também uns três dias antes assim aproveito e já conheço seu apartamento. - Claro pai eu a Sarah ficaremos, muito feliz em receber o senhor. Tomo meu café, como u
Isabella Souza Saio do café e mando mensagem para Alisson, pois não sei como faço. Minha mãe ficará decepcionada comigo, por escolher um cara desse. Ela jamais me julgaria por engravidar, mas ela sempre me alertou para tomar cuidado com ele e eu, boba apaixonada, não quis escutar. Eu 18:00. Amiga!!! Você está aí? É uma emergência. Melhor Amiga 18:00. Fala, gata! Tua mãe disse que você ia ao médico, aconteceu alguma coisa? Eu 18:01. Sim, será que você pode me buscar? Sei que você ficou com o carro da mamãe. Melhor Amiga 18:02. Você está tá onde? Eu estou no mercado, vim comprar morango para tua mãe e absorvente para Angel. Eu 18:03. Estou na frente do café, aquele aqui da esquina da faculdade. Melhor Amiga 18:03. Tá bom estou saindo agora do estacionamento, daqui a uns 15 minutos chego aí, fica calma. Eu me sento no degrau da calçada e sinto tudo tremer, eu só tenho forças para chorar. Como pude ser tão boba, me deixei enganar por esse mentiroso
Damon Muller Dez anos depois... Hoje estou atolado de trabalho na empresa, organizando os novos trabalhos, mas também já conversei com meu pai pelo telefone e inclusive a Sarah me mandou mensagem dizendo que ficará fora o dia todo, por ter um trabalho para a agência e uma sessão de fotos à tarde. Todo o dia passa numa correria, e ainda bem que eu já havia comprado o presente da minha esposa. Hoje, é o aniversário do nosso casamento, são exatamente 10 anos de casados. Deixei as reservas do restaurante, o presente comprado, ficamos de nos encontrarmos mais tarde, tenho uma última reunião às 15:00 horas, depois passarei na floricultura é a única coisa que falta. Escuto uma batida na porta. É Megan, minha secretária, quando nos mudamos para a Itália, eu lhe fiz uma proposta para que viesse para a filial daqui e ela aceitou, então continuou sendo a responsável por tudo. - Senhor? Ela fala enquanto entra em minha sala. - Com Licença? - Pois não, Megan, pode falar. - É que a s
Isabella Souza Dez anos depois… Passei a noite toda trabalhando no “Boate e Club Night Dance”, a nova sensação para maiores onde eu e amigo Max somos sócios. Ela está funcionando há oito meses, mas já é uma das mais badaladas de Las Vegas. No primeiro andar se encontra o espaço da Boate, que possui uma pista de dança enorme, camarotes privativos, para quem gosta de algo mais alto, elite. Já na pista de dança, contém bar e com vários garçons para atender à demanda, o show particular que eles fazem em cima dos balcões, quando a sirene toca, leva a mulherada à loucura, e os melhores DJs tocam de quinta a sábado. No segundo andar se encontra a parte onde ocorrem as apresentações das dançarinas, e também a quinta das mulheres, onde Max comanda os dançarinos masculinos, inclusive ele é o mais pedido da mulherada, várias despedidas de solteiro ocorrem ali, e é o ponto mais frequentado nos últimos tempos. Já no terceiro e último andar fica o Clube com o salão vermelho. Onde somente qu