Isabella Souza Olho para os lados e tento achar algo que consiga cortar as cordas em que estou amarrada. Vejo a alguns metros uma máquina que está com a lataria torta e possui uma ponta que talvez consiga arrebentar a corda. Sem fazer barulho para não chamar a atenção de João, eu me arrasto lentamente até alcançar a máquina, essa é a chance que preciso para poder fugir. Me agarro a ela e finalmente consigo ficar de pé, começo a esfregar os pulsos, no pedaço afiado, e percebo que está dando certo. Confiro se ele não sai da sala onde está, e quando vejo que as cordas dos pulsos finalmente se soltam, sinto um alívio. Rapidamente, eu comecei a soltar as que estão nos meus pés. Assim que consigo tirá-las, procuro a saída, tento algumas portas e estão trancadas, o nervosismo toma conta. Quero sair logo antes que volte e perceba que consegui escapar, tento a próxima porta e finalmente ela abre. A claridade me deixa a tonta, então forço as minhas pernas a correr, olho para trás para ver se
Isabella Souza Tuntun… tuntun… É o som do meu coração, tudo o que ouço nesse momento, vê-lo no chão coberto de sangue, com os fechamentos, me fazem estar em um filme de terror, tudo anda em câmera lenta, os gritos que saem da minha garganta assustam quem nos olha. Não posso viver sem ele, meu corpo não quer, minha mente não deseja e minha alma necessita dele. Bato em seu peito, mesmo com dor no pulso machucado, imploro para que ele volte para mim. Electra está aqui e fala comigo, mas não consigo prestar atenção. Drakko tenta disfarçar me levantar, eu me agarro ao Damon e começo a me debater, estou completamente histérica, um helicóptero pousa, tudo acontece rápido. Luke e outros soldados carregam o homem que amo e o colocam na aeronave. — Isabella, olha para mim? Em meio às lágrimas, eu a encarando. — Ele… O barulho das hélices atrapalha, para que eu a escute direito, colocando as duas mãos no meu rosto, olhando dentro dos seus olhos, e tento puxar lentamente a respiração.
Isabella Souza Otto caminhou até mim e minhas irmãs e amigos nos deram espaço. Ele tinha a cara de quem estava cansado, e chorou muito, o medo que eu estava de fazer a pergunta me travou. Ele segurou uma das minhas mãos e, com a outra, acariciou meu rosto, então me deu um beijo na testa. Tudo que preciso ouvir é que ele está vivo. — Por favor, não minta para mim. Ele suspira e dá sorriso que não chega aos seus olhos. — Já, mais minha querida, só preciso que não fique nervosa, ele está vivo, mas… — Mas se ele tá vivo por que ninguém fala nada? — Isabella, a situação é um pouco séria, ele está em coma, ele teve duas paradas na mesa de cirurgia, então esse é o estado em que ele se encontra, dessa forma seria mais seguro para sua melhor recuperação. Mas não quero que você se preocupe, ele voltará para a gente. Eu assenti com a cabeça, mesmo querendo que ele estivesse aqui, bem do meu lado. Otto me dá um abraço apertado, com toda certeza ele é um pai maravilhoso. — Preciso con
Damon Muller Sabia que ali talvez fosse o meu último momento com ela, mas a certeza que tinha era que protegeria sempre, a mulher que me mostrou como é amar, como uma tempestade que chega sem avisar, e consome tudo, quando vi que o ex dela apertou o gatilho daquela arma. Não pensei em mais nada, só entrei na frente, jamais me perdoaria se meu filho e ela se machucassem. Meus olhos começam a ficar pesados, eu comecei sentir dificuldade para falar e respirar, olhando no fundo daqueles olhos, que por muitas vezes me consumiram, só queria pedir para ela cuidar do bem mais precioso da minha vida e foi o que fiz. Mas quando quis dizer que a amava, não tive forças, meu corpo se entregou a escuridão. Queria acordar daquela sensação estranha, como se meu corpo estivesse preso, mas a voz dela era música para meus ouvidos, me agarrei à vontade de estar com ela, me sentindo grogue, barulhos de bip… bip, me confundindo onde estou, o calor daquela pele macia sobre meu rosto. Lentamente fui abr
Isabella Souza Sentir ele, acariciando meus cabelos, realmente é algo que quero sempre. Esses 30 dias foram como uma tortura, sem saber se o corpo dele ia reagir. Esse serzinho que cresce aqui dentro me fez ter forças, para aguentar a espera, saber que tenho um pedacinho dele aqui, me confortou todo esse tempo. — Damon? — Sim, meu amor! Olho para ele com que acabei de ouvir. — Você me chamou de amor? — Meus olhos embaçando, realmente ouvi-lo dizer isso me deixou emocionada, ainda mais com os hormônios da gravidez, eu estava parecendo uma manteiga derretida. Puxando a ponta do meu queixo, olhando nos meus, o sorriso mais lindo surgiu em seu rosto, mesmo com a barba grande e os cabelos bagunçados, ele continua sendo o homem mais lindo e atraente que eu já conheci. Com seu nariz tocando o meu, ele depositou um beijo casto em meus lábios. — Chamei, porque você é tudo que eu mais amo, além desse mini Isabella que está aqui dentro. Ele continua com a mão sobre a pequena bolinha na min
Damon Muller Hoje faz um mês que ganhei alta do hospital, eu quero fazer algo especial para Isabella, eu não deixei escolha a ela no dia em que saí do hospital, arrastei-a para a minha cobertura, ela moraria comigo a partir daquele dia. Com a vinda da nossa filha, sim, é uma menina como ela pressentia, não poderia ser diferente, agora somos uma família, elas são as mulheres da minha vida. E eu sou o homem mais feliz por isso. Essa semana, fizemos o ultrassom, ouvimos o coraçãozinho, foi a coisa mais maravilhosa do mundo, jamais imaginei que o amor que senti naquele momento poderia existir. Agora que já sabemos o sexo, Isabella poderá começar a decorar o quartinho, mas eu pedi a ajuda das suas irmãs e dos meninos para mantê-la ocupada enquanto eu preparava tudo para o que eu queria fazer. Preparei, tudo com a ajuda da Maria, um jantar especial à luz de velas. Faz 15 minutos que Max avisou que estava trazendo a minha futura esposa para casa. Tomei banho, vesti uma camisa social br
Estamos nos casando hoje, dois meses depois do nascimento da Hope, nossa pequena esperança que é a cara do Damon, mas com a cor dos meus olhos. A cerimônia é íntima e linda no jardim da casa do meu sogro. Apenas as pessoas mais importantes estão aqui, nada de repórteres ou fotógrafos malucos, como é todos os eventos da Muller Security Company. Dos funcionários, apenas a Megan, que foi secretária do Damon por anos, veio da Itália. A conheci alguns meses atrás e nos demos muito bem. Luke, que além de ser o fiel segurança do Damon se tornamos grades amigos também, as meninas do estúdio de dança e a Maria, que é como uma mãe para o meu futuro marido. Minhas irmãs e Electra foram minhas madrinhas, enquanto os meninos e Drakko foram os padrinhos do Damon. Tia Elizabeth e tio Maximilian, os pais da Alisson, Mirian e Ludovico, não poderiam faltar, foi graças a eles que vim para os Estados Unidos e eles foram meu suporte juntamente com minha amiga que infelizmente faz tanta falta. E o príncipe
Prólogo Isabella Souza Há muito tempo eu era uma linda menininha, que sonhava com contos de fadas onde encontrava um belo príncipe e tinha o seu final feliz. Até que o príncipe se tornou meu pesadelo, e o pior vilão da minha história. A dança sempre fez parte de mim, então a escolha da UFM- Universidade Federal Morumbi, a qual tem o curso de dança, sempre esteve em meus maiores desejos. Poder me formar e abrir meu estúdio e ensinar as crianças a se expressar, as mulheres a descobrir seus corpos com uma dança sensual, ou até mesmo casais se conectarem através dela, seria maravilhoso. Desde muito cedo, meu pai fez questão de me pôr na aula de ballet no Estúdio aqui do bairro. Eu tinha apenas quatro aninhos quando comecei, com isso minha paixão só foi crescendo. Aos doze anos, além do ballet, eu já sabia dançar jazz e sapateado. Com dezesseis anos, participava de várias competições de dança de rua e de dança de salão e já me arriscava na dança do ventre, sei que meu pai sent