Olá! Tudo bem? Espero que esteja gostando da estória. Por favor, me siga e adicione essa estória a sua biblioteca! Me deixe saber o que você pensa, deixe seu comentário ♥
25 Charlotte François ⤝⥈⤞ Houve um tempo em que eu me importaria com os meus sentimentos e me isolaria para sofrer sozinha. Porém, o meu coração já não estava mais comigo e eu teria que guardar o sofrimento, aguentando calada. O homem que eu escolhi para viver não passa de um canalha. Eu desejo, do fundo da porcaria do meu coração, que ele sofra. Eu e meu encorajamento unimos forças para que eu agarrasse mais o volante e finalmente dirigisse para fora daquele estacionamento terrível. Eu tinha a boca dele desenhada em meus lábios, ele estava nitidamente em meu olhar, refletido em meus olhos. Era impossível de me olhar no espelho e não vê-lo. Eu temia apagar a luz e fechar a porta para não encontrá-lo, por isso, fui para a mansão François onde eu não estaria sozinha nem se implorasse. ⤝⥈⤞ Estacionando em frente à gigantesca fonte de água, eis que o segurança Sebastian saiu de seu carro, vindo em minha direção. O som de suas palavras fez o meu coração afundar. Joguei as
26 Lisa Mary ⤝⥈⤞ Quando chegamos na mansão o comboio se desfez normalmente. Foi quando Vicente e eu descemos de meu Audi e eu o ajudei. O prestigiado segurança Sebastian se aproximou em passos acelerados. Havia uma ruga entre suas sobrancelhas e isso me deixou inquieta, mas ignorei, segurando Vicente pela cintura até que finalmente entrássemos em casa. —Vicente! Meu filho, nós estávamos tão preocupados com você, o que houve naquela indústria? —Madame François o tomou de mim, como se fosse colocá-lo de volta para dentro do útero. —Meu filho, nós colocamos toda a equipe investigativa nisso, não se preocupe. Os melhores detetives estão trabalhando para descobrirem o que aconteceu com você, e até lá, você não retorna para o escritório... Uma voz grossa em um tom alto explodiu da garganta de Vicente, o fazendo ajustar a postura. Embora eu soubesse que ele estava sentindo dor, o admirei por isso. —Parem de me tratar como se eu fosse quebrar. Eu agora sou o dono daquela indústr
27 Lisa Mary ⤝⥈⤞ Os olhos de Charlotte sobre mim, pesaram. Ela inspirou e eu quase tive certeza de que ela morreria com aquele ar dentro dela, até ouvir suas palavras. —Eu vou matar você. —E seus olhos grandes foram diminuindo de tamanho. —Você ficou maluca? Olha aqui, torce muito pra que essa merda não seja revelada, entendeu? Muito mesmo, porque eu tô cansada de tantos problemas. Cansada! Ela apoiou as mãos sobre a mesa e se levantou, furiosa comigo. Talvez, apenas talvez, eu tenha exagerado, mas eu precisava eliminar aquela garota do meu caminho. Eu precisava tirar ela do espaço entre Vicente e eu. ⤝⥈⤞ Estava pronta para me levantar quando a empregada retornou da cozinha com o meu suco. Trazia, também, um lanche saudável para Vicente, mantendo o bom-humor expressado em sua face. —Senhorita Mary, aqui está o seu suco. Também trouxe algo leve para o senhor François. —Ela curvou-se lentamente ao meu lado, pondo tudo em minha frente. —Tem algo mais que eu possa fazer
28 Lisa Mary ⤝⥈⤞ Sempre temi que o vazio dentro de mim, pudesse me induzir a uma sulta demência, e eu me tornasse cada vez mais vulnerável. Baseado nisso, tratei de me proteger no interior das minhas camadas, tornando-me cada vez pior e desprezível. Essa era eu. Essa era a Lisa Mary criada exclusivamente de mim, para mim. —Você vai querer sair nas primeiras horas da manhã, Vicente? —Liguei a torneira cascata, esticando a mão para debaixo da água, sentindo o calor entre os dedos enquanto esperava, educadamente, pela resposta de Vicente. —Pretendo. —Seu tom de voz estava normal. Normal demais para quem estava triste há minutos atrás. Terminando de preparar o banho de Vicente, saí do banheiro e o encontrei sentado na beirada da cama. —Você não parece muito bem, tem alguma coisa que eu possa fazer por você? Senti pesar sobre os meus ombros a incerteza de seu olhar. Aparentemente ele estava mais perdido do que eu dentro de mim, mas precisava de ajuda. No entanto, se a sua
29 Charlotte François ⤝⥈⤞ Em total segurança eu, finalmente, fui levada para casa. O segurança Sebastian se manteve em silêncio durante todo o percurso e, logo, o comboio nos encontrou, assumindo o controle novamente. Pelo telefone ele soube, e eu também, que haviam sido apreendidos pelo menos oito bandidos; onde três foram mortos na rua vazia e estreita onde Sebastian e eu fomos encurralados. Foi apenas quando nós adentramos nas propriedades François e o comboio se desfez, que eu pude expirar forte na certeza de que eu estaria segura. —Nós chegamos, senhora François. —Sebastian tirou o cinto de segurança e desligou o carro. —Está se sentindo bem? —Ele falava comigo, olhando em meus olhos, mas eu ainda estava sem reação. O segurança sorriu minimamente e fechou os olhos por uma fração de segundos. Ele sabia que eu ainda estava em estado de choque e se compadeceu. Até que os abriu novamente e pôs a mão no puxador da porta do carro para sair. —Não! —Impulsivamente eu estiquei
30 Vicente François ⤝⥈⤞ Atendi a ligação, e pude ouvir o som da voz de Charlotte, trêmulo. —Charlotte? Como você conseguiu o número da Lisa? —Alguns segundos de silêncio me deixaram inquieto. —Eu estou falando com você- —Um número de telefone não é a coisa mais difícil de se conseguir, além do mais, você não deveria tá brigando comigo depois de eu ter passado pelo que passei, okay? —Ela parecia nervosa. —O que houve? —Desce, Vicente. Você precisa resolver um problema. Ela não se importou em esperar que eu respondesse e encerrou a chamada, me deixando em silêncio. Daquela vez, Lisa Mary teria que me perdoar, mas eu precisava encontrar a Charlotte. ⤝⥈⤞ Soltei o celular novamente sobre o divã e atravessei o quarto apressadamente. Descendo pelo lance de escadas, percebi a movimentação pouco comum na sala da mansão François, e encontrei Charlotte sentada na poltrona, de frente para a lareira, rodeada por dois detetives. —O que é isso aqui? —Minha voz alcançou a todos naquela sa
31 Lisa Mary ⤝⥈⤞ Há um momento em nossa vida que nós nutrimos a certeza de que temos o controle sobre o caos a nossa volta, e de que estaremos prontos para quando o imprevisto acontecer. Acontece que é por isso que se chama “imprevisto”. Não conseguimos prever, e se não conseguimos prever, não podemos nos preparar para isso. ⤝⥈⤞ Meu despertar aconteceu quando ouvi a voz de Vicente no canto do quarto. Senti minhas mãos congelarem, mas precisava me manter no disfarce até que aquilo acabasse. Sem me acordar, ele teve a ousadia de sair do quarto, e me deixou sozinha. Foi quando ouvi o barulho da porta batendo, que joguei as pernas para fora da cama e me levantei correndo até o divã. —Porra, fala sério, Vicente. Você é mesmo intrometido... —Murmurava, checando as ligações recentes, até encontrar o nome de Charlotte brilhando entre as chamadas. Decidi então mandar uma mensagem. “Cuidado como fala quando ligar pra mim, já deu pra perceber que nem sempre eu vou atender.” No tédio, r
32 Lisa Mary ⤝⥈⤞ Eu estava lá, sentada no banco do motorista do meu Audi azul, dirigindo em alta velocidade até o hospital onde a ex do meu namorado estava internada. Meus pensamentos confusos quase me dominaram. Enquanto dirigia com as mãos no volante, rolei os olhos para o lado, cortando a atmosfera a minha frente. Ele estava com as duas mãos sobre as coxas, ignorando o cinto. Seus olhos encaravam o caminho através de sua janela, na qual ele estava apoiando a cabeça desde que havia entrado no automóvel. Por que você parece tão preocupado com ela, quando eu estou bem do seu lado agora? Por que eu me importo com isso? ⤝⥈⤞ Nós chegamos ao estacionamento do hospital sem demora. Bati a porta do carro ao descer, sentindo as batidas do meu coração afundarem o meu peito. Ele me esperou dar a volta no carro para lhe encontrar do outro lado, e nós demos as mãos, caminhando em direção à recepção. —Você está tremendo e a sua mão está gelada. —Comentei, erguendo o braço para alcançar o