Até onde eu teria coragem de ir para salvar a vida da minha filha? Teria coragem de ter outro filho com o homem que mais me magoou? Do homem que me abandonou grávida e me acusou de traição, sem eu ter cometido?A resposta mais óbvia deveria ser sim, eu teria coragem de qualquer coisa para salvar Elena, até mesmo ter outro filho.No entanto, esse homem é Matheus Albertelli, o homem que um dia foi o amor da minha vida, herdeiro de uma das maiores fortunas do mundo, filho de uma mulher capaz de qualquer coisa pra manter, pessoas como eu, longe de sua família. Desde que Ricardo nos aconselhou a ter outro filho, não consigo tirar as palavras de Matheus da minha cabeça. “Já temos um. Qual o problema de termos outro, Elisa?”Como ele não está surtando? Estamos falando de um filho, caramba! Uma responsabilidade para vida toda. Elena não foi planejada, ela simplesmente aconteceu. Agora a situação é outra. Essa nova criança viria com a missão de salvar a vida da irmã. — E o que você pretend
— Estou curioso para saber o que você quer falar comigo. — Meu pai entra em minha sala, novamente sem bater, falando. — O que é tão importante que você não poderia falar no jantar de amanhã?Liguei ontem para ele e disse que tinha algo muito importante para falar com e não poderia ser com a presença da minha mãe. Por algum motivo não quero que ela saiba da existência da Elena, por enquanto. — Eu tenho uma filha. — Passo os próximos minutos falando sobre Elena. Como descobri sobre a sua existência, o exame de DNA, a doença e a necessidade do transporte.Meu pai escuta tudo com atenção, fazendo somente algumas interrupções a fim de sanar algumas dúvidas. Quando termino de relatar tudo, fico esperando o sermão que estranhamente não vem.— Porra! Sabia que algum dia essa mania de Olga ficar se metendo na vida de vocês um dia iria dar merda. — fico alarmado com sua forma de falar, ele não é de usar palavrões.— Do que você está falando pai? — pergunto preocupado de que o meu pai não tenha
Escuto o apito do elevador e fico surpreso quando as portas se abrem e encontro um sorriso lindo me esperando. — Papai! — Elena pula em cima de mim, não me dando tempo para me preparar.— Oi princesa linda, como você está?— Estava com saudades, você não veio me visitar ontem — faz bico e eu posso jurar que é a coisa mais linda que já vi em toda a minha vida. — O papai teve que resolver algumas coisas de adulto ontem. Como prometido, passei a noite de ontem lamentando pelo passado e bebendo, tive que exercer uma força sobre humana, a noite toda, para não ligar para Elisa implorando seu perdão.Hoje pela manhã após tomar um banho gelado e duas aspirinas, comecei a trabalhar em algumas ideias para me reaproximar e percebi que a melhor forma é por meio de Elena. Coisa que não será sacrifício algum, pois amo essa pequena.— Hum. — Cruza os bracinhos e não parece muito satisfeita com a minha resposta.— Tenho um presente para você. — Digo me abaixando para pegar a caixa atrás de mim.
Depois de ser voto vencido descemos com o cachorro e Elena para dar uma volta. Morar em frente a praia me proporciona algumas vantagens, uma delas é ter alguns quilômetros de uma orla bem cuidada, para passeios.Depois de pegar a guia no carro de Matheus, seguimos os três mais o cachorro para o calçadão em frente ao condomínio. Qualquer um que parar para nos observar verá o retrato de uma família perfeita, um casal, uma criança e um cachorro, passeando. Como naqueles comerciais de produtos para o consumo pet.Entretanto, são as últimas atitudes de Matheus que estão me tirando de órbita. O que foi aquele beijo? É atormentador pensar nele flertando comigo, meu corpo reage muito facilmente a cada contato, isso é muito perigoso para o meu coração.— Elena não se afaste muito. — Falo assim que percebo que ela está alguns passos adiante.— Ela parece estar feliz.— Sim, só que mais uma vez você foi precipitado.— Achei que já tínhamos concordado de que o cachorro iria ficar.— Não, você não
Escuto três batidas fracas na porta e autorizo a entrada. Vejo Larissa, minha secretária, entrar pela porta com um sorriso no rosto e não demoro muito para entender o que ela veio procurar no meu escritório.— Precisa de ajuda com alguma coisa, senhor Albertelli? — Se ainda houvesse alguma dúvida teria se esvaído neste exato momento.— Preciso, sim. — Respondo e vejo-a passando a língua pelos lábios carnudos de forma insinuante. — Preciso que ligue para a Alonso Technologies e veja se consegue marcar uma reunião com o CEO, ainda essa semana. Depois vá ao jurídico e pergunte se eles terminaram de revisar os contratos que pedir hoje cedo.— Oh!Uma coisa que sempre admirei em minha secretária é a capacidade que ela tem de sair do modo safada para profissional em questões de segundos, sem contar o fato de ela ser uma excelente secretária, a melhor que eu já tive nos últimos anos.— Larissa, — chamo-a antes de sair. — você é uma excelente secretária não precisa me oferecer mais do que seu
Eu gostaria de dizer que sou forte e resistente a todo o chame de Matheus Albertelli, no entanto só basta ele se aproximar de mim e todo o meu corpo estremece, o meu cérebro vira gelatina e eu me esqueço todos os motivos pelos os quais eu não devo me envolver com ele.Como agora em que estamos com as mãos entrelaçadas e o contato de sua pele quente com a minha está sendo muito bem recebido, não desfiz o contato e nem desejo.Sei que ele está jogando comigo, já conheço suas artimanhas e as consequências de me deixar envolver, mas não estou resistindo e sinceramente não sei se eu quero.No final das contas, o que é um aranhão para quem já tá fodido?— Espero que ainda goste de comida italiana. — Comenta parando o carro em frente ao restaurante.— Acho que algumas coisas não precisam mudar.— Então, vamos, temos uma reserva esperando.Ele sai e dá a volta no carro para abrir a minha porta, todo cavaleiro, me ajuda a descer e apoia uma mão na minha lombar ou me guiar para a entrada. Deixa
Nem percebi como aconteceu, quando dei por mim os seus lábios já estavam sobre os meus, esmagando-o com fúria, paixão, desejo e saudade. Mesmo depois de tanto tempo o seu beijo ainda me era familiar, seu sabor ainda era o melhor do mundo, sei que talvez eu vá me odiar por estar permitindo isso, mas nesse momento tudo que eu mais quero é aproveitar essa sensação de estar de volta ao lar. Seus braços são o meu lar.Suas mãos começaram a percorrer todas as minhas curvas e sentir o meu corpo esquentar imediatamente eu estava amando, na mesma proporção que odiando essa sensação.Droga de corpo traidor!— Matheus… — Empurro o seu peito de leve e tento tomar fôlego. — Vamos para o meu apartamento.— Por que você fez isso? — Pergunto ignorando seu pedido.— Estava com vontade de te beijar desde o momento que te vi.— Matheus…— Ele colocar o indicado em meus lábios para me calar — Permita isso que só existe entre nós… essa coisa… química, paixão… seja lá o que for. — Me olha de uma forma que
— Transei com Matheus. — Disparei assim que o meu amigo abriu a porta. — Três vezes.— Opa! Não sabia que já tínhamos chegado nesse nível de amizade. Assim que o dia amanheceu e a nuvem de excitação se dissipou eu entrei em pânico e fugi do apartamento, sem nem lhe deixar um bilhete.Pode parecer ridículo, mas eu fiquei confusa com tudo o que aconteceu e precisava desabafar com alguém. Não poderia chegar em casa desse jeito e muito menos conversar com minha mãe sobre esse assunto, por isso procurei o único amigo que tenho, Romeu. — Estou confusa, Romeu. — Choraminguei e isso o fez bufar.— Por que você não toma um banho e troca de roupas, enquanto eu peço algumas coisas gostosas para o nosso café da manhã? — Assenti com um movimento de cabeça e fui em direção ao quarto de hóspedes.Romeu morava no hotel, ele tinha um apartamento completo na cobertura e como minha vida estava muito corrida nos últimos meses mantinha algumas mudas de roupas aqui, para quando precisasse. No banheiro,