POV Simone
Suspiro olhando para meu café intocado, a inquietação me consome enquanto penso nas contas e boletos que me esperam na mesa da sala. Desde que saí do meu último emprego como atender a vida estava cada vez mais difícil, estando numa cidadezinha que não tem nada minhas chances de conseguir alguma coisa são quase nulas.— Aí Simone, seu sonho de começar a faculdade está a cada dia mais distante…— murmuro para mim mesmo enquanto tento pensar em uma solução.Escuto meu celular tocar e me levanto indo ao meu quarto para atender:— Alô? Tia Roberta? Como a senhora está?— Bem, minha filha, mas e você? Conseguiu ajeitar sua vida?— Nada ainda tia, a situação está pior do que nunca.— Então se prepara que tenho uma ótima notícia para você! Meu chefe está atrás de uma babá para o menino Fábio e consegui que ele te contratasse, só que você vai ter que se mudar para cá para ficar o período integral com o menino.— Graças a Deus tia! Me muda até para outro planeta se eu conseguir mudar essa situação, já vou agora comprar uma passagem de ônibus e arrumar as coisas por aqui, beijos.— Se cuida da minha filha e até logo.Olho para a casa que foi meu lar por todos esses anos, ajeito a bolsa no meu ombro e vou para fora trancando a porta.— Vai dar tudo certo ou não me chamo Simone Teodoro Mattos! — Sorrio enquanto vou andando em direção à rodoviária.Após longas horas em um ônibus lotado e apertado, finalmente chego ao meu destino, desço e vou procurar minha tia pela multidão.— Simone! Aqui! — Ela corre em minha direção e me dá um abraço apertado.— Tia que saudade que eu estava da senhora. —— Eu também querida, mas vamos para casa, você precisa descansar dessa longa viagem!Chegando na casa, entramos e arrumamos todas as malas, depois disso caímos no sofá e conversamos sobre o grande dia que seria amanhã.— Tia estou tão ansiosa para amanhã, é a primeira vez que estou numa cidade dessas e ainda mais trabalhando para uma gente tão importante. — Falo enquanto olhava para ela angustiada.— Que isso, Simone, o patrão é um homem bom, fechado na dele, sim, mas sempre trata nós empregados muito bem. Ela pega minhas mãos e aperta carinhosamente. — Você vai ver que vai dar tudo certo, mas agora vamos dormir, porque amanhã o dia vai ser longo.Sorrio para ela e vamos descansar, espero que ela esteja certa sobre tudo.Amanhece e me levanto indo ao banheiro escovar meus dentes e lavar meu rosto, coloco meu uniforme e desço para tomar café da manhã.— Bom dia, tia. — Dou um beijo em sua consideração e me sento ao seu lado.— Bom dia querida, vamos logo comer pra não chegarmos atrasados no seu primeiro dia — Rimos juntas e focamos no nosso café.Terminamos e arrumamos a cozinha, pegamos nossas bolsas e saímos, pegamos um ônibus e logo chegamos na grande mansão que ocupava um quarteirão inteiro.— Meu Deus, parece um castelo. — Olho embasbacada para aquele lugar de beleza.— Sim, Simone, tive a mesma reação que você quando começou a trabalhar aqui. — Ela ri e vai me contar mais sobre a casa e os empregados.Entramos pela porta dos fundos, passamos pela lavanderia mais linda que já vi na vida com máquinas de lavar roupa e secadoras de última geração, e pelo corredor olhando para todos os lugares simultaneamente.Entramos na cozinha, a luz da manhã deixa o local claro e arejado, estudo o local que contém armários brancos luxuosos, eletrodomésticos tecnológicos e reluzentes, bancadas gigantes de quartzo, e um cheiro delicioso em todo lugar.Minha tia conversa com seus colegas e eu apresenta a eles, depois de alguns minutos de conversa sou chamada para conversar com o senhor Miguel sobre o emprego.Sou levada por um corredor impecável e brilhante, com lindas obras de arte e vasos de flores, no meio do salão há um lustre enorme cheio de brilhantes que me faz suspirar. Chegamos a uma porta de madeira entalhada por ilustrações e sou deixada sozinha.Respiro fundo e bato na porta, escuto uma voz grave me falando para entrar, engulo em seco e entro. Observe e local com respeitos, um escritório mobiliado com um sofá e duas poltronas de couro, uma mesa de mogno no centro com um computador e várias folhas e uma prateleira incrível lotada dos mais diversos livros.Olho para o homem sentado atrás da mesa e congelo, o tempo parece parar, ele tem lindos olhos azuis, cabelos lisos e pretos como carvão, uma boca carnuda que parece chamar para ser mordida e um corpo escultural em um terno de linha traçada.Hipnotizada, não percebi ele me chamou.— Senhorita? Você está me ouvindo? — Finalmente percebo a situação em que estou e rapidamente me recomponho.— Me desculpe senhor, estava um pouco distraída — Coro às orelhas enquanto falo, até tentar não olhar em seus olhos.— Muito bem, sente-se e vamos conversar sobre seus horários e responsabilidades. — Ele indica as poltronas na frente e me sento ajeitando minhas roupas.— Primeiramente, vou me apresentar, me chamo Miguel Fonseca Germanni. — Estende a mão para me cumprir.— Prazer, me chamo Simone Teodoro Mattos. — Sorrio enquanto o cumprimento de volta.— Ótimo, sua tia a recomendou muito bem, e já que ela é de minha confiança, resolvi te dar uma chance. — Pegue alguns papéis enquanto diz. — Vamos começar essa semana como uma experiência, para ver se você e meu filho se adaptam.— O Fábio tem horários rígidos em suas atividades, das 08:00 até o 12:00 ele fica na escola, você vai com o motorista buscar e trazer ele para casa, dar um banho nele e ver se ele está com fome. Depois você pode deixá-lo brincando até às 15:00, a soneca da tarde é nesse horário, ele dorme todos os dias por uma hora. Quando ele acordar lhe dê o lanche da tarde e ajude com suas tarefas, é basicamente isso por enquanto — Ele vai explicar e me esperar uma resposta.— Obrigada pela oportunidade, senhor, vou me dedicar o máximo possível para atender as suas expectativas. — Ele se levanta e sigo em direção a porta. — Cuidarei muito bem do Fábio.Ele assente e abre a porta me levando até a sala de estar, com uma televisão de plasma gigante, uma mesinha de centro com um tapete felpudo em baixo e um sofá enorme e muito fofo, que provavelmente vai me engolir se eu sentar.— Bem, vou trabalhar, a senhorita pode esperar aqui a hora de ir buscar até o Fábio na escola. — Ele avisa, dando um aceno de cabeça, pega sua maleta e saiu da casa.Olho em volta depois que ele saiu, suspirou bem alto e vou em direção a cozinha beber um pouco de água. Encontro minha tia cozinhando, com a sua assistente Berta.— Voltei, queria pedir um copo de água. — Minha tia acena, pega um copo e me entrega. Caminho em direção a ela enquanto Berta me pergunta como foi a conversa com o patrão.— Foi normal e formal, ele foi bem-educado e prestativo, estou ansiosa para começar a cuidar do Fábio. — Explico enquanto me sento num banquinho da bancada.— Apenas útil, né? Você se encantou por ele não é Simone? Com aqueles olhos lindos dele. — Berta olha para minha tia enquanto fala e ri bem alto.— Que isso gente! Estou aqui apenas para o trabalho. — Coro olhando para todos os lugares, menos para elas. Interiormente penso em Miguel e me arrepio.— Relaxa Simone, essa garota é muito melhor mesmo. — Minha tia b**e um pano de prato em Berta enquanto ri. — Porque você não vai lá em cima no quarto do Fábio para se atualizar, é melhor fazer isso antes que ele chegue da escola.Assinto para ela, me levanto do banquinho e vou em direção ao segundo andar, encontro o quarto de Fábio e entro.É o maior quarto que já vi na vida, com milhares de brinquedos e com uma decoração de Toy Story, e ao redor por um tempo e vou em direção a cama. Ao lado, na mesa de cabeceira, encontro um, porta retrato, com Miguel, Fábio e uma linda mulher de cabelos loiros e olhos verdes.— Será que é a esposa do patrão...? — Me questiono em voz alta. Balanço a cabeça e deixei a curiosidade de lado, olho mais uma vez o lindo quarto infantil e me retiro, voltando para a cozinha para almoçar.Depois que como, me levanto e vou indo em direção à garagem, ao longe vejo o chofer, um senhor de idade, com cabelos brancos em um terno escuro do lado de um carro preto esportivo.— Com licença? Sou a nova babá, Simone. — Me apresento apertando sua mão.— Sim, sim, o patrão já havia me avisado sobre isso, eu sou o Antônio, mas vamos indo, ou chegaremos atrasados. — Antônio sorri e abre a porta para mim.Entro no carro e coloco o cinto de segurança, o carro dá partida e saímos para a rua.O quarteirão é o mais bonito e chique que já vi, com arborizações milimetricamente podadas, tudo limpo e ruas perfeitas, sem nenhuma rachadura. Alguns minutos depois paramos em frente de uma escola infantil, muito colorida e com um parquinho na frente. Uma professora estava esperando na frente, e liberando as crianças conforme os responsáveis chegavam.Saio do carro e vou em direção ao portão.— Boa tarde, vim pegar o Fábio, sou a nova babá dele — Sorrio para a professora. — Meu nome é Simone.— Olá, o senhor Miguel me avisou que você iria buscar ele, eu sou a professora do Fábio, Rosângela — Ela se apresenta vai buscar o Fábio na fila de crianças.Eles se aproximam de mão dadas e finalmente vejo ele, é um menininho de uns 4 anos, grandes olhos verdes e cabelos pretos até os ombros. Rosângela me dá sua mochila e se despede de nós dois.Pego sua mãozinha e o encaro, ele está com a outra mão na boca e olha para mim com curiosidade. — Oi Fábio, prazer em te conhecer, sou sua nova babá. — Sorrio para ele, piscando um olho. — Pode me chamar de Simone.— Papai tinha me falado que você ia vir hoje, você é muito bonita sabia? — Ele diz enquanto sorri pra mim.Começo a rir envergonhada e levo ele pra dentro do carro.— Obrigada, mas você é muito mais lindo, meu anjo. — Acaricio seu cabelo, e prendo o cinto de segurança nele.Depois de algum tempo chegamos na sua casa, entramos e levo ele pro seu quarto.— Muito bem mocinho, tá na hora do banho. — Faço cócegas nele enquanto falo. A risada dele ecoa pelo quarto colorido, pego sua mão e o levo para o banheiro adjacente ao quarto, espero a banheira encher enquanto o ajudo a tirar a roupa.Coloco vários brinquedos e espuma na água, depois disso ajudo Fábio a entrar e se sentar nela. Brincamos por bastante tempo, o limpo com uma esponja com um sabonete muito cheiroso, enxaguo e enrolo uma toalha em sua volta.Coloco uma roupa fresca nele e penteio seu cabelo, descemos para o térreo e vamos para o jardim. Sentamos em frente a piscina, numa mesa com guarda-sol, comemos frutas e bebemos suco.Deixo ele brincar na grama enquanto o observo, Fábio é uma criança espoleta e agitada, vejo também que ele se sente sozinho, mesmo nos conhecendo hoje, ele se apegou rapidamente. Suspiro, aproveitando o ar fresco, enquanto trabalhar aqui vou tentar ao máximo dar carinho para essa criança.— Fábio! Vem aqui! — Grito e ele vem correndo em minha direção.Me levanto e o abraço, começo a rodopiar e escuto sua gargalhada alta. Depois de um tempo paro meio zonza, procuro fôlego e me jogo no chão, deito abrindo os braços e coloco sua cabecinha escorada no meu ombro.Ficamos deitados esperando a respiração normalizar, vejo uma nuvem com um formato estranho, parecendo um gato.— Olha, Olha! Fábio o que aquela nuvem parece? — Aponto, chamando sua atenção.— Um gatinho tia Si!! — Ele olha encantando para as nuvens com os olhos brilhando.Meu coração enche de ternura enquanto o observo, esse emprego vai ser melhor do que eu esperava.POV MiguelAcordo mais uma vez de um pesadelo na madrugada, sento de pressa e dou uma olhada no despertador na mesa de cabeceira.— Mas que droga! Ainda são só 04:30! — bato na cama, frustrado, observo o teto do quarto de madeira, pensando quando essa tortura vai acabar.Levanto-me, desistindo de tentar recuperar o sono, e, vou em direção ao banheiro tomar um banho para clarear as ideias. Ligo a ducha na água gelada, e entro, penso naquele trágico acidente em que acabei de sonhar. Dou um murro com força nos ladrilhos das paredes, sinto a dor nos nós dos meus dedos, e fecho os olhos com força.Abro o boxe e saio, pego uma toalha e envolvo em volta da cintura. Volto ao meu quarto e entro na porta ao lado, onde é o meu closet. Vasculho os cabides por alguns minutos, e, pego uma camiseta social de botões branca, um colete na cor grafite, um blazer e uma calças de linho em cores pretas.Fecho a porta do closet e olho o horário novamente, são 05:20, olho meu quarto escuro e sinto um vazio no
POV MiguelVivemos assim por mais ou menos 1 ano, apenas cumpríamos o que esperavam da gente e como o casal perfeito, foi quando ela finalmente engravidou, todos à nossa volta ficaram felizes, eu incluindo, mas Patrícia parecia estar em choque e em desespero, tentei conversar com ela e ajudar, mas não fui muito bem recebido, ela parecia me culpar. Mais tarde descobri que ela tinha um amante, ela dizia ser o amor da vida dela, por isso não queria e não podia ter aquele filho.Consegui convencer ela de ter o filho por mim, eu queria e muito aquela criança, foram nove meses horríveis de convivência, a ajudei em tudo o que ela precisava e dava tudo o que queria, mas, era como se não bastasse, a gestação toda Patrícia estava distante e indiferente. Me sentia um lixo desprezível, fingíamos na frente de nossos pais e de outras pessoas que éramos uma família feliz e amorosa, mas, quando ficávamos a sós, cada um ia para o seu canto. Fábio nasceu numa madrugada muito chuvosa, o parto foi um pro
POV SimoneJá se passaram alguns dias desde que comecei a cuidar do anjinho Fábio, incrivelmente temos nos dado muito bem, pensei que demoraria um pouco para ele confiar em mim, mas, estava enganada, ele me aceitou muito mais rápido do que eu esperava possível. Temos uma convivência ótima e agradável, como ele não tem a mãe por perto, me parece que ele tem essa carência de atenção elevada, e como o pai trabalha mais do fica em casa, ele direcionou toda essa carência para mim, tento ao máximo possível suprir o amor e o carinho que ele precisa, mas, entendo às vezes em que ele fica um pouco triste, precisamos dos pais por perto, ainda mais quando se é apenas uma criança.Vou até à cozinha para pedir um lanche para Fábio, ele está assistindo alguns desenhos infantis na grande televisão de plasma da sala, aproveito e vou lá rapidinho.— Bom dia galera, como vocês estão? — Converso um pouco com minha tia e os outros funcionários da cozinha.— Tia Roberta, a senhora pode fazer um lanche para
POV MiguelNão sei o que deu em mim, sinceramente, nunca algo do tipo tinha acontecido, quando dei por mim, já tinha pedido para que Simone se sentasse e comesse conosco, a sua timidez e hesitação em aceitar o convite de primeira fizeram, com que eu insistisse mais do que devia. Quando ela por fim aceita e se senta ao lado de Fábio, um sorriso adorna meus lábios, de longe dá para perceber o carinho genuíno que ela tem pelo meu filho, diferente das outras babás que contratei, eram muito frias e cheias de regras, depois de alguns dias tinham que ser mandadas embora, porque Fábio não se enturmava e nem se acostumava com elas.Mas essa menina, não sei como conseguiu a proeza de conquistar meu filho, só de olhar nos olhos dá criança se percebe o carinho que ela nutre, meu coração se aperta quando penso nisso e evito olhar novamente para lá. Tento focar no jantar, sim, o jantar, tusso e chamo a atenção dos dois do outro lado.— Vocês podem começar a se servir, e senhorita Simone, fique a von
POV Miguel— Concordo, sim, senh... Miguel, está mais que certo, Fábio vai ser muito legal você tomar outro banho, você e seus brinquedos vão poder andar de novo no mar, não é incrível? — Ela olha para ele e fala cada palavra com uma empolgação palpável.Fascinado, observo Fábio acenar e concordar mais que prontamente com o que Simone fala, me parece que meu filho está tão encantado com a nova babá que concorda com tudo o que ela diz.— Meu Deus! O que seria de mim sem você aqui, para convencer essa criança, Simone? — Bato minhas palmas e exclamo em voz alta.— Que isso Miguel! Fábio é um amor, é só saber falar com ele, que tudo vai dar certo. — Corando Simone explica a situação e olha com carinho para direção de Fábio.— Fique tranquila Simone, estou apenas brincando, e, além disso, fico muito feliz que meu filho respeite você. — Olho para ela, enquanto falo.Nos encaramos depois disso, e como se um ímã nos atraísse, não consigo desgrudar meus olhos dela, tudo nela parece atrair meu o
POV SimoneEm choque, observo meu chefe se despedir e praticamente sair correndo para longe, o que foi isso? Chacoalho a cabeça, e, devido ir até à cozinha em busca de um copo de leite. Chegando lá, encontro minha tia, e peço para ela o copo de leite, estranho que ela começa a me encarar fixamente, parecendo em busca de respostas, me sento no banquinho da bancada e espero ela trazer a bebida, com mais alguns biscoitos.Começo a beber o leite morno e mordo um biscoito, incomodada ainda com seu olhar em mim, resolvo perguntar o que ela quer.— Tia Roberta, o que houve? Tem alguma coisa de errado? — Aflita, pergunto para ela.— Bem, minha filha, você sabe que em casa de rico as paredes têm olhos e ouvidos, não sabe? — Ela questiona me encarando com seriedade. — Fiquei sabendo que você jantou com o patrão e o menino Fábio, os empregados daqui já estão fofocando sobre isso.— Sim, o patrão acabou me convidando e eu aceitei, mas não aconteceu nada de mais tia, apenas jantei e ajudei o Fábio
POV Simone— Meu celular! Ainda bem que hoje me lembrei dele! — Volto correndo até o criado mudo e pego o aparelho, o colocando dentro da minha bolsa. Saio do meu quarto e vou até à sala de estar, já encontrando tia Roberta pronta e esperando por mim, chego ao seu lado e vamos para fora de casa, espero ela trancar a porta e vamos até o ponto de ônibus perto de casa. Chegando lá, nos sentamos e esperamos o ônibus certo por alguns minutos, ao longe vejo ele chegar e me levanto, puxando minha tia comigo, entramos nele e a viagem dura em torno de 20 minutos, o trânsito estava bom e graças a Deus não pegamos engarrafamentos. Descemos no ponto próximo à mansão e o restante do caminho vamos a pé, chegando perto do grande portão, nos aproximamos e minha tia toca o interfone identificando a nós duas, logo ele se abre e adentramos para o jardim da casa. Andamos até a porta dos fundos que dá para a cozinha e entramos, me despeço da minha tia e vou até às escadas, depois que as subo sigo o caminho
POV MiguelDepois daquela desastrosa despedida com Simone, não parei de pensar nela e no que eu quase fiz, se não tivesse me segurado no último minuto, não sei se teria forças para parar aquilo depois. A noite foi longa, fiquei me revirando na cama sem conseguir fechar os olhos, só conseguir um tempo de sono quando já eram altas horas da madrugada, quando o despertador me acorda, sinto que um trem passou por mim, o cansaço ocupa todo o meu corpo e mente, desistindo de continuar deitado, me levanto e vou até o banheiro jogar uma água no rosto, me olho no espelho e vejo as grandes orelhas em baixo de meus olhos, resignado bufo e pego a escova e o creme dental para escovar meus dentes.Gargarejo e enxáguo minha boca, tiro a toalha do gancho na parede e seco meu rosto, me observo no espelho novamente e passo a mão na região da minha bochecha, reparo que minha barba já começa a pinicar, e assim, me incomoda bastante, decido por fim a aparar e abro a segunda gaveta do gabinete da pia, dou um