Saio do banheiro após vestir minha lingerie branca de renda, me olho no espelho vendo as cicatrizes, me sentia estranha em minha imprudência ser o motivo delas. A renda branca se destaca em minha pele bronzeada devido aos dias em que fui na praia com Luana, nunca fui alguém que tivesse bronzeado, minha pele sempre fui bem branca comparada aos dos meus irmãos, confesso que estava gostando dele me ver desse jeito.Pego o frasco de loção corporal e espalho um pouco do produto cremoso em minha mão, misturo o mesmo com minhas mãos e apoio minha perna na cama espalhando o produto nela. O cheiro adocicado toma conta do ambiente, me sentia muito mais bonita quando fazia esses pequenos gestos de cuidado, era como se eu ficasse instantaneamente mais confiante e atraente.Será que a Cecília iria gostar do meu cheiro? Me pergunto enquanto passo a loção em minha outra perna. sorri ao lembrar de nosso encontro em seu apartamento, seu rosto em meu pescoço, ela lambendo toda sua extensão, seus lábios
Me sentia estranha com esse vestido, estava usando uma roupa sem sutiã pela primeira vez desde minha infância, isso era totalmente novo pra mim, me sentia exposta. Seguindo tutoriais de maquiagem na internet, fiz uma maquiagem bem chamativa, estava me sentindo sexy, mesmo com meu cabelo curto.Embora meu cabelo tenha crescido mais que o normal nesses meses, ainda estava bem curto e isso me dava insegurança.Colo brincos cascata e um colar de prata com um pingente de diamante, o único colar que era da minha mãe, nunca havia usado ele antes, meu pai não me permitia sequer encostar na caixa onde ele estava, ele o guardava em um cofre. Mas certo dia, aos meus quinze anos, ele deixou o cofre aberto e eu peguei o colar, lembro que ele pensou se tratar de um assalto pois foi em um dia onde ele estava dando uma festança, mas eu guardei o colar comigo, nunca mostrei a ninguém, sempre tive medo de ser dedurada. Hoje era o dia ideal para usar a jóia, era uma forma de levar minha mãe comigo, mesm
— Agradeço a todos vocês por esse tempo maravilhoso como equipe. – Minha voz sai embargada enquanto olho para os rostos à minha frente. – Este foi um dos meus melhores projetos e, sem dúvida, foi uma experiência que mudou minha vida para sempre. Vou guardar cada memória em meu coração; vocês são os melhores.Os aplausos preenchem a sala, a equipe do set de filmagens me olhava com emoção. Não menti em meu discurso; para mim, eles eram muito mais do que uma equipe de produção cinematográfica, eram uma família.— Ótimo discurso, fiquei emocionada.Ashley disse se aproximando com uma taça de champanhe em sua mão. Seus passos eram sedutores, como se desfilasse em uma passarela.— Apenas disse como me sentia.Seus olhos verdes me estudavam enquanto ela degustava sua bebida. Um sorriso cresce em seu rosto, e sua mão toca meu ombro.— Você sempre teve um jeito com as palavras, minha cara. Não esperava menos da mulher eleita como a melhor atriz da atualidade pela Acting Academy British.Suas p
Pego minha mala e escuto Otto reclamar.— Sabe que é o meu trabalho te ajudar.Rio sem graça. Otto é meu motorista e segurança. Ele é muito mais que um funcionário; é um amigo querido.O homem é alto, cerca de 1,98. Sua altura intimida as pessoas. Por ter um corpo forte, uma barba cheia e nenhum cabelo na cabeça, Otto tem uma aparência ameaçadora... mas é um homem doce e gentil.A gente se conheceu no meu primeiro trabalho como atriz em Los Angeles. O diretor o recomendou para trabalhar como meu motorista. Desde então, ele tem sido meu amigo e confidente. Até pesquisou diversos seguranças para essa viagem. Selecionei dois para me acompanharem.Voltar à minha cidade natal me trazia lembranças bem dolorosas e constrangedoras."Faça isso pelo filme, faça isso por sua carreira."Minha cabeça repetia isso como um mantra. Fazer esse filme seria um ponto crucial em minha carreira. Lutei durante anos para chegar onde estou, mas esse papel poderia mudar tudo.Por ser um filme com um tema polêm
Janaína MessiasHoras antes...Acordo com a voz suave de Maria, que cantava uma antiga música gospel enquanto passava o aspirador pelo meu quarto. Me reviro na cama e dou um sorriso tímido para minha madrasta, que o retribui.— Bom dia, meu anjo. O café está pronto, e tem bolo.Levanto contente ao ouvir suas palavras. Amo seus bolos. Maria ama cozinhar, e eu amo comer tudo que suas mãos mágicas preparam.— Obrigada, Maria. Vou me arrumar e já desço para o café da manhã.Beijo sua bochecha, e ela resmunga algo sobre meu hálito matinal. Não posso evitar rir enquanto corro em direção ao banheiro.Tiro meu pijama, ficando completamente nua. Meus olhos se perdem no reflexo do espelho. Nunca me achei um exemplo de beleza; meu pai sempre me ensinou que a vaidade é um pecado gravíssimo. Tenho um corpo magro, seios pequenos, coxas um pouco grossas e a pele levemente morena. Sempre me senti estranha por ter apenas 1,55 de altura. Meu pai diz que puxei minha mãe, que era pequena e tinha cabelo lo
— Que exemplo ela é para nossas crianças? Homem e mulher são feitos um para o outro! – Grito no megafone.Todos gritavam para ela ir embora e levantavam suas placas.— Essa gente é pior que um câncer! Temos que exterminar essas abominações!Pego um spray e escrevo no muro "VÁ EMBORA ABOMINAÇÃO!" As pessoas comemoram, e os paparazzi tiram fotos. Muitos repórteres tentam entrevistar algum dos líderes do protesto. Nós estamos dando nosso recado para esse mundo. Pecadores irão pagar!Fazia horas que a mulher tinha chegado. Não desistiria; Cecilia Gomes tinha que ir embora. Faria tudo ao meu alcance para manter essa cidade longe do pecado e da esbórnia. Algumas pessoas jogavam ovos por cima do muro em direção a casa, outras gritavam palavras de ordem e assopravam seus apitos. Os sons eram altos, deixando todos confusos, mas nossa mensagem era clara.— Pra que tanto ódio? Aposto que isso é apenas tesão reprimido desse bando de mal comidos. – Cecilia diz sarcástica saindo da casa.Me assusto
Cecília GomesHoras antes— Esses protestantes não calam a boca! – Victor fala irritado entrando no meu escritório.— Boa tarde pra você também, Victor. – Meu tom sarcástico faz suas bochechas corarem. O ator anda até minha mesa e sorri envergonhado.— Não sei como você aguenta todo esse barulho e ainda consegue trabalhar. – Ele diz sentando-se, suas pernas se cruzam e ele me analisa por alguns segundos em silêncio.— Não estou fazendo nada demais, apenas verificando alguns contratos de publicidade. – Elevo meu olhar rapidamente. – Essa sala possuí isolamento acústico, mas é claro, só funciona quando a porta está fechada corretamente.Victor parece entender minha indireta e se levanta envergonhado caminhando rapidamente até a porta e a fechando.Suspirei enquanto grifo uma parte onde desejava mudar, esse contrato estava muito mal feito. Quem havia elaborado, uma criança? Precisava urgentemente contratar uma assistente pessoal e uma boa equipe. Levo minha mão até minha testa massageand
— Faça-me sua, Jasper e eu... — Interrompi minha fala com um grunhido furioso.Os sons dos protestantes estavam cada vez mais altos. Como se isso não bastasse, não podíamos treinar no estúdio por conta de uma falha no ar-condicionado. Sem janelas, aquele lugar era um forno e mataria qualquer um que ficasse lá por muito tempo.— Esses protestantes estão acabando com minha concentração. — Victor confessa com desgosto enquanto olha pela janela.— Acho que devemos encerrar por hoje, ou iremos enlouquecer! — Digo, dirigindo-me ao banheiro da minha suíte.Victor suspira frustrado. Entendia seu sentimento; eu também queria continuar nosso ensaio, mas com toda essa baderna era impossível.— Vou pedir para que alguém prepare um chá calmante, precisamos disso! — Victor diz antes de sair do quarto.Precisava urgentemente de um banho para relaxar meus músculos cansados. Enquanto as peças de roupa deslizam pelos meus calcanhares, consigo ouvir os gritos frenéticos dos protestantes aumentarem. Eles