Continuação...Thayla Narrando Assim que Enrico entrou na casa dos meus pais, senti meu coração acelerar. Ele estava cansado da viagem, mas seus olhos brilhavam ao me ver. Trazia um presente em mãos, um pequeno pacote embrulhado com delicadeza.— Para você, meu amor — disse, me entregando com um sorriso terno.Abri e encontrei um colar com um pingente de uma bailarina, ele disse que era a nossa filha. Meus olhos se encheram de lágrimas.— É lindo, obrigada, meu amor.Ele segurou meu rosto e beijou minha testa, e naquele instante, soube que esse seria um dos momentos mais especiais das nossas vidas.Minha mãe chamou todos para a mesa, e meu pai, já estava sentado na cabeceira, observando tudo com seu jeito atento e protetor. O jantar estava delicioso, e a conversa fluía leve, mas eu sentia o frio na barriga aumentar a cada segundo.Troquei um olhar com minha mãe, que sorriu de canto, me incentivando. Respirei fundo e peguei a mão de Enrico sobre a mesa.— Tem algo muito importante que
Enrico Narrando Minha vida não podia ser mais perfeita. Se alguém me dissesse anos atrás que eu largaria tudo para me dedicar à minha família, eu teria rido. Mas aqui estou eu, vivendo a loucura mais acertada que já fiz na vida: ficar com Thayla.A filha do meu melhor amigo, uma menina 19 anos mais nova que eu… Tantos diriam que era errado, que era impossível dar certo. Mas Thayla não é apenas uma mulher jovem. Ela é forte, determinada e dona de um coração gigante. Ela mudou minha vida por completo.Eu já tinha enterrado o sonho de ser pai. Já tinha aceitado que a paternidade não estava nos meus planos, que meu destino era focar na empresa e apenas viver. Mas a gravidez da Thayla reacendeu algo dentro de mim, algo que achei que tinha morrido.E quando descobri que não seria apenas um bebê, mas dois. Eu soube que a vida estava me dando uma segunda chance. Pai em dose dupla. A maior realização da minha vida. Ver as duas no ventre da mamãe deu outro sentido à minha existência.Hoje de m
Thayla Narrando Minhas meninas nasceram. Elas são lindas, loirinhas de olhos azuis, e mesmo não sendo idênticas, são muito parecidas. Quando olho para elas, meu coração transborda de amor.Ainda parece um sonho. Eu as vejo dormindo, tão pequenas e delicadas, e me pego pensando em como tive sorte de carregar essas duas preciosidades dentro de mim. Agora, elas estão aqui, nos meus braços, e tudo mudou.O primeiro mês foi intenso. A maternidade é linda, mas também é cansativa. Dormir virou um privilégio raro. Meu corpo ainda está se recuperando da cesárea, e ao mesmo tempo, preciso ser forte para cuidar das duas. Felizmente, não estou sozinha.Enrico tem sido o melhor marido e pai que eu poderia desejar. Ele me ajuda em tudo. Troca fraldas, dá banho, nina as meninas, e, principalmente, me lembra constantemente que estou fazendo um ótimo trabalho.— Amor, pode pegar a Ayla para mim? Ela acabou de mamar e acho que precisa arrotar.— Claro, minha princesa. — Enrico pega Ayla com cuidado e
Enrico Narrando Um ano… já faz um ano que sou pai.Observo minhas filhas brincando no tapete da sala, suas risadas preenchem o ambiente como uma melodia suave. Ayla e Aurora, minhas pequenas, minhas razões para respirar. Seus cabelos loiros brilham sob a luz do lustre, parecendo raios de sol. Os olhos azuis, profundos e cheios de vida, me encaram com uma pureza que me desmonta por dentro. Nunca imaginei que sentiria um amor tão forte, tão absoluto, tão definitivo.— Vocês são o meu maior presente — murmuro, me jogando ao lado delas.Aurora percebe primeiro minha presença e abre um sorriso banguela antes de vir correndo, ainda meio desajeitada. Logo atrás, Ayla tropeça um pouco, mas também se apressa para os meus braços. Meu coração aperta de emoção. Estendo os braços e as puxo para perto, rindo ao sentir seus corpinhos pequenos contra mim.— Vocês já estão grandes demais! — brinco, beijando o topo da cabeça de cada uma.Me deito no tapete, permitindo que subam em mim, puxem meu cabe
Enrico Narrando A chuva caía em gotas finas sobre a cidade, encharcando o asfalto e refletindo as luzes dos postes. Eu encarava o vidro da janela do meu escritório, segurando um copo de uísque com a mão firme, mas o olhar perdido em meio às lembranças. A noite estava fria, mas o vazio no meu peito era ainda mais gélido. Nunca imaginei que a vida me pregaria uma peça tão cruel. Quando conheci Madeleine na faculdade, me apaixonei de imediato. Ela tinha uma beleza estonteante e uma leveza no olhar que fazia o mundo parecer menos pesado. Eu sabia, desde o primeiro momento, que queria passar o resto da vida ao lado dela. O casamento foi natural, um passo certo, e por um tempo, tudo pareceu perfeito. Até que os laudos médicos caíram sobre nós como uma sentença. — Eu não posso te dar um filho, Enrico… — a voz dela ainda ecoa na minha mente como um sussurro distante. Ela segurava os exames com as mãos trêmulas, os olhos marejados. A chance de engravidar naturalmente era mínima. Para Made
Enrico Narrando Sou Enrico D'Angelo, Tenho 42 anos, e sou Brasileiro.Ser bem-sucedido é um fardo que poucos conseguem carregar.O mundo me vê como um homem realizado. O CEO impecável, com uma empresa sólida e negócios lucrativos com a Petrobrás. Importamos e exportamos minérios e petróleo para diversos países, lidamos com os mais altos padrões de qualidade e exigência do mercado. Meu nome está associado à excelência, minha presença é requisitada nos maiores eventos do setor, e minha imagem estampa revistas de grandes CEOs.Mas ninguém sabe o que acontece quando as cortinas se fecham.— Senhor D’Angelo, seu próximo compromisso será no final da tarde. Uma conferência com investidores chineses — avisa minha assistente, sempre impecável.— Certo, Clara. Alguma atualização sobre o relatório da exportação de minério para o Oriente Médio?— Já está na sua mesa.Assinto com um aceno curto, dispensando-a. Trabalho, trabalho e mais trabalho. Essa tem sido minha vida nos últimos anos. A empres
Thayla Narrando Meu nome é Thayla Varela, tenho 23 anos e recentemente me formei em Administração com ênfase em Ciências Contábeis. Passei na University of Central Florida (UCF), uma das maiores universidades dos Estados Unidos. O dia em que vi meu nome na lista de aprovados foi o mais feliz da minha vida, mas também o mais triste. Era a realização de um sonho, mas significava deixar para trás minha família no Brasil: meus pais, meu irmão, minha casa, tudo que sempre conheci.A adaptação à nova vida nos Estados Unidos não foi fácil. No começo, me sentia sozinha, perdida em um país novo, cercada por pessoas que falavam uma língua que, embora eu entendesse, ainda soava estranha no dia a dia. Mas com o tempo, fiz amizades, aprendi a amar aquele lugar e construí uma rotina. Mesmo assim, havia algo que nunca mudou: minha saudade do Brasil e, principalmente, de uma pessoa muito especial.E agora, vou contar um segredo para vocês. Mas antes, quero deixar claro que não me importo se me julga
Thayla Narrando Saí da boate exausta, mas satisfeita. O ar fresco da madrugada me envolveu, e senti um alívio ao finalmente estar longe da música alta e das luzes piscantes. Meu corpo ainda vibrava com a adrenalina da noite, e quando ouvi a voz rouca de Logan me chamando, um sorriso brincou em meus lábios.— Vai embora sem se despedir? — Ele perguntou, encostado na parede do lado de fora.Logan era um pedaço de mal caminho. Moreno, alto, corpo definido, aquele sotaque português carregado que fazia qualquer palavra soar como sedução. Já tínhamos transado algumas vezes, sempre sem compromisso, sem expectativas. Mas agora que eu estava indo embora, talvez fosse a última vez.— Uma despedida, então? — Respondi, arqueando a sobrancelha.Ele sorriu de lado e puxou minha mão, me guiando até o táxi que nos levaria ao apartamento dele. Logan dividia o lugar com dois amigos, mas naquela noite o espaço era só nosso.O desejo se inflamou assim que a porta se fechou. Sem hesitação, ele me empurro