Thayla Narrando
Depois do jantar, e dos flertes com o Enrico, mas claro, sempre observando se não tinha ninguém prestando atenção em nós, não quero estragar algo antes de conseguir o que quero. Depois que todos foram embora, dei um beijo de boa noite nos meus pais e agradeci pelo jantar maravilhoso. Subi para o meu quarto, tomei um banho relaxante e vesti um pijama confortável. Deitei na cama, mas meu corpo estava inquieto. O banho relaxante não foi suficiente para acalmar meus pensamentos. O jantar foi delicioso, mas o que realmente mexeu comigo foram os olhares e as trocas sutis de flerte com Enrico. Cada vez que nossos olhares se encontravam, uma faísca acendia dentro de mim. Eu percebia que ele tentava manter a compostura, sempre desviando o olhar rapidamente, mas eu via além disso. Ele sentia minha presença, da mesma forma que eu sentia a dele. Virei para o lado, puxei o cobertor sobre o corpo e suspirei. Meu coração ainda batia acelerado só de lembrar da maneira como ele ajeitou a gola da camisa quando percebeu que eu o observava. Era sutil, quase imperceptível para os outros, mas para mim era claro: Enrico não estava indiferente. Peguei meu celular da mesa de cabeceira e rolei pela tela, sem realmente prestar atenção em nada. Queria me distrair, mas minha mente continuava nele. Será que ele estava pensando em mim agora? Será que tentava afastar os pensamentos que, inevitavelmente, já deviam ter se instalado em sua cabeça? Sem pensar muito, abri a página dele. Meu dedo pairou sobre o teclado por alguns segundos antes de tomar coragem para mandar uma mensagem. — Ainda acordado? Bloqueei a tela e segurei o celular contra o peito. Será que ele responderia? Será que deveria ter mandado aquilo? Não demorou muito para meu celular vibrar. Meu coração acelerou ao ver o nome dele iluminando a tela. — Sim. Você também. Sorri. Ele poderia ter ignorado, mas não o fez. — Parece que o jantar me deixou agitada. Dessa vez, ele demorou um pouco mais para responder. Imaginei-o hesitando, talvez ponderando se deveria seguir essa conversa. Finalmente, a resposta apareceu. — Talvez tenha sido algo além do jantar. Mordi o lábio, sentindo meu estômago revirar com aquela confirmação velada. Ele sabia do que eu estava falando. — Você sempre foi um homem observador. Outro tempo de espera. Meu corpo estava quente de expectativa. — E você cresceu mais do que eu imaginava. Fechei os olhos, sorrindo. Ele estava admitindo, mesmo que indiretamente, que me via de outra forma. — Isso é um problema para você? Meu coração disparou enquanto aguardava a resposta. Alguns minutos se passaram. Quando achei que ele não responderia, a mensagem chegou. — Só se você insistir em brincar com fogo. Soltei um suspiro trêmulo. Ele podia tentar se segurar, mas eu sabia que já o tinha balançado. — E se eu quiser me queimar? A resposta demorou mais dessa vez, e eu podia imaginar Enrico passando a mão pelos cabelos, indeciso. Quando finalmente veio, meu corpo inteiro estremeceu. — Então é melhor estar preparada para lidar com as consequências. A excitação percorreu minha pele. Eu estou. E farei de tudo para provar isso a ele. O assunto encerrou ali. Dei apenas boa noite. Ele respondeu de imediato, e eu sabia que queria continuar a conversa, mas prefiro jogar assim, deixando sempre uma ponta solta, para ter abertura para iniciar uma próxima conversa. Enrico, que até ontem eu chamava de tio, mas na verdade, sempre foi o dono do meu coração. Dormi como um anjo. Quando acordei, o sol já estava entrando pela janela. Me espreguicei na cama, fiz minha rotina matinal, me arrumei e desci. Meus pais e meu irmão já estavam na mesa tomando café. Meu irmão se preparava para a aula, e meu pai, para o trabalho. Foi quando perguntei: — Pai, posso ir com o senhor? Meu pai sorriu. — Claro, filha. Você vai trabalhar na empresa, é bom que já comece a conhecer tudo. Pedi dois minutos e corri de volta para o quarto. Queria causar uma boa impressão e, claro, provocar o Enrico. Escolhi um vestido colado ao corpo, marcando bem minhas curvas. O decote era leve, mas acentuado, e a fenda na perna revelava um pouco mais das minhas coxas. Calcei um salto alto, fiz uma maquiagem básica e deixei meus cabelos soltos. Quando desci, minha mãe não cansou de me elogiar. — Minha nossa, Thayla, você está linda! Maravilhosa! Sorri, satisfeita, e tomei café com eles. Pouco depois, saímos em direção à empresa. Assim que chegamos, meu pai fez questão de me apresentar a todos que cruzavam nosso caminho. Eu sorria educadamente, enquanto ouvia os elogios sobre como eu tinha crescido e como parecia uma mulher forte e determinada. Seguimos direto para a sala do Enrico. Meu coração acelerou quando meu pai abriu a porta. Ele estava sentado atrás da mesa, vestindo um terno impecável, como sempre. Seu olhar subiu de imediato pelo meu corpo, demorando um segundo a mais do que o necessário antes de me encarar nos olhos. — Bom dia, Enrico — meu pai cumprimentou. — Trouxe Thayla comigo hoje. Quero que ela comece a se ambientar com a empresa. — Bom dia — Enrico respondeu, desviando o olhar, e se levantou para nos cumprimentar. — Oi, tio — falei e o abracei, sentindo aquele perfume másculo. Ele me abraçou, me envolvendo de um jeito tão protetor. Me senti confortável em seus braços, mas não demoramos no abraço. Como sou formada em administração, meu pai e Enrico começaram a conversar sobre me deixar no setor administrativo. Eles discutiam os detalhes enquanto eu ficava em silêncio, observando-os. De repente, alguém bateu na porta. Era a secretária do Enrico, que entrou com uma expressão séria. — Senhor Enrico, o Matheus está aqui, o assunto parece ser urgente. Meu pai sorriu imediatamente. — Matheus! Ele é a pessoa certa para te mostrar tudo por aqui. Está no setor administrativo há dois anos e faz um excelente trabalho. Eu observei Enrico, e por um instante, achei que vi sua expressão se fechar, mas foi só um vislumbre. Ele rapidamente se recompôs. — Claro, pode mandar ele entrar — Enrico respondeu, voltando seu olhar para mim.Enrico Narrando Meu Deus, o que eu tô fazendo da minha vida?Respondi a Thayla com provocações, e agora tô aqui, precisando de um banho gelado pra tentar apagar as imagens que minha mente insiste em reproduzir. A água fria escorria pelo meu corpo, mas não era suficiente para aliviar a tensão que eu mesmo criei. Ela tem um jeito que me instiga, me desafia. E eu, um homem feito, me vejo reagindo como um garoto inexperiente.Me deitei na cama, mas o sono não veio fácil. Só consegui dormir quando o cansaço venceu a batalha contra meus pensamentos.Na manhã seguinte, acordei com o despertador tocando. Sem preguiça, coloquei meu tênis e saí para o treino. Comecei com um cardio intenso, seguido de exercícios de ombros e costas. Depois, nadei por quarenta minutos, sentindo a resistência da água me ajudar a colocar as ideias no lugar. A disciplina sempre foi minha aliada, e hoje não seria diferente.Quando terminei, já estava disposto para encarar o dia. Tomei um banho, vesti um terno impecáv
Thayla Narrando Matheus começou a apresentar os pontos que estavam tornando o processo administrativo mais lento. Ele tinha um levantamento interessante, com dados concretos e observações válidas. Enrico escutava em silêncio, mas eu percebi que sua expressão ficava cada vez mais fechada.Eu mesma fiz algumas anotações e observações, mas quem realmente fez uma análise crítica foram Enrico e meu pai. Não era surpresa. Os dois estão há mais de vinte anos no ramo administrativo e têm experiência de sobra. Eu os observava atentamente, absorvendo cada detalhe.Mas algo me chamou a atenção: o olhar de Enrico para Matheus estava excessivamente carregado. Não era só profissionalismo. Sempre que Matheus falava, Enrico reagia como se fosse uma afronta, mesmo quando o assunto era puramente técnico.Meu pai também percebeu.— Matheus, Thayla, podem nos dar um minuto? Quero falar com Enrico a sós.Enrico me lançou um olhar significativo. Parecia um aviso. Algo como “fica esperta, garota”.Saí da s
Enrico Narrando Eu não estava mais conseguindo me segurar com a Thayla ao meu lado. Caminhávamos pelos corredores da empresa, analisando tudo, observando as operações, mas tudo que eu conseguia perceber era a proximidade dela, o perfume doce que invadia minhas narinas e me fazia sentir mais vivo.O jogo de provocações entre nós já tinha passado dos limites. Os olhares demorados, os sorrisos cheios de segundas intenções, as palavras que pareciam inofensivas para os outros, mas que carregavam um peso enorme para nós dois.Para piorar, eu precisava lidar com Matheus e com os funcionários mais jovens que lançavam olhares carregados de desejo para ela. Meu sangue fervia. Eu queria agarrá-la, passar minha mão pelos ombros dela, puxá-la pela cintura e deixar claro que ela não estava disponível. Mas eu não posso.Não somos nada além da filha do meu melhor amigo e do homem que sempre esteve presente na vida dela. Ninguém tinha falado nada, mas os olhares diziam muito.— Está difícil se concen
Thayla Narrando Foi maravilhoso beijar o Enrico, melhor do que eu já tinha imaginado. Seu gosto ainda estava nos meus lábios, e a forma como ele ficou sem jeito depois só me fez achá-lo ainda mais irresistível. Voltamos para a sala dele, e ele mexia na gola da camisa, evitando me encarar diretamente. Tadinho, tentava manter o controle, mas eu via o desejo brilhando em seus olhos.Para aliviar a tensão, ou talvez só para me divertir vendo-o reagir, puxei assunto sobre a empresa.— Tio Enrico, como funciona a exportação de petróleo e minérios? — perguntei, cruzando as pernas devagar e me inclinando um pouco para frente. — Quero entender tudo direitinho.Ele umedeceu os lábios antes de responder, como se estivesse escolhendo as palavras certas.— Bom, Thayla — Ele pigarreou e ajeitou a postura. — Não é um processo tão simples. Primeiro, temos que garantir que a matéria-prima está no padrão certo. Qualidade é essencial.— Ah, então vocês são bem exigentes, né? — provoquei, mordendo de le
Enrico Narrando Tive uma reunião importante em uma cafeteria que possui uma sala privativa. A reunião foi com o representante do Governo Federal e, felizmente, foi bastante produtiva. Minha secretária já estava lá quando cheguei, e ficou claro que o próximo encontro será com o ministro em Brasília.Cheguei na empresa por volta das quatro da tarde, estacionei e, enquanto pegava minhas coisas no carro, vi Thayla e Matheus juntos. Meu sangue ferveu. Quando a vi abrindo a porta do carro dele, perdi completamente a sanidade.Eu sabia que deveria recuar. Mas, droga, quem disse que eu consegui resistir?Não deixei ela sair com o Matheus. Ela estava prestes a entrar no carro dele, mas eu não podia deixar aquilo acontecer.Mandei a Thayla entrar dentro do meu carro, entrei e respirei fundo. Meu Deus, o que eu estou fazendo? Perdi a noção de tudo. Olhei para ela, que estava sorrindo, me encarando.— Isso foi ciúmes, tio Enrico? — Ela perguntou, com aquele tom provocador que só ela sabe usar.O
Enrico Narrando Eu estava completamente envolvido na presença de Thayla, cada detalhe dela parecia me deixar mais encantado. A forma como ela se vesti, com aquela blusinha que deixa sua barriga à mostra, e a saia curta que realçava suas pernas perfeitas, me deixando sem palavras. Seus cabelos soltos, o brilho no olhar e aquele perfume delicioso, que tomou conta do carro assim que ela entrou, me faziam pensar que ela não era apenas bonita, mas uma verdadeira obra de arte. — Você quer jantar? — perguntei.— Não, já comi — ela respondeu, um sorriso provocante no rosto, como se soubesse exatamente o efeito que causa em mim. Quando chegamos na minha casa, descemos do carro, e a vi olhar ao redor, como uma criança curiosa. Ela sempre parecia se interessar por tudo ao seu redor, e isso me fascina. Era como se cada detalhe fosse importante para ela. Eu sorri, apreciando aquele momento, aquele olhar curioso e inocente.— Pode entrar — eu disse, abrindo a porta de casa. Ela entrou, observand
Thayla Narrando Durante o jantar, com um sorriso, falei que ia sair para tomar açaí com as minhas amigas da escola, que não vejo desde que fui para Flórida. Era mentira, é claro. Não tinha ninguém esperando por mim, mas meus pais não precisavam saber disso. O único objetivo era sair sem levantar suspeita. Eu não queria ter que mentir para os meus pais, mas não podia falar a verdade. Tenho a impressão que meu pai nunca aceitaria.Minha mãe me olhou com aquele olhar de sempre, cheio de preocupação, e deu a recomendação de mãe:— Vai se divertir, mas não volta muito tarde, Thayla. São Paulo está perigoso.Meu pai, apenas acrescentou:— Cuidado, filha. Vamos ficar te esperando.Eu sorri, nervosa, se eu falasse para não me esperar, eles poderiam desconfiar de alguma coisa.— Pode deixar, mãe, pai. Vou me cuidar. — Dei um beijo em ambos e subi para o meu quarto, o coração batendo forte. Agora que eles estavam tranquilos, eu poderia seguir com os meus planos.Fechei a porta do quarto. Pegu
Enrico Narrando A tempos que eu não tinha uma noite assim especial com uma mulher. Thayla é maravilhosa além de linda, entende de sexo e é muito inteligente. Ela estava com medo de dormir comigo por causa dos pais dela, e eu preferi não falarmos sobre isso agora, mas amanhã vamos abrir tudo para o Dante. Não quero que ele pense que sou um traidor, como também não quero abrir mão dela. Ainda mais sabendo que sempre foi apaixonada por mim.Acordei e ela ainda dormia. Linda, com os lábios entreabertos, o cabelo espalhado pelo travesseiro e a respiração calma. Era uma cena que eu nunca imaginei ver, pelo menos não assim, a Thayla ao meu lado. Durante anos, eu a enxerguei como a filha do meu melhor amigo, como a menina que me chamava de tio Enrico. Agora, não era impossível não vê-la como mulher.Me levantei com cuidado para não acordá-la, vesti uma roupa leve e saí para treinar. Fiz um cardio leve e foquei nos membros superiores. Era uma forma de gastar a energia acumulada e colocar as i