Thayla Narrando Cheguei em casa e, assim que fechei a porta, ouvi as vozes dos meus pais na sala de jantar.— Já cheguei! — gritei, tirando os sapatos enquanto subia as escadas. — Vou me arrumar para ir à empresa!Minha mãe respondeu no mesmo tom:— Está tudo bem?— Sim! — menti, porque, na verdade, meu coração ainda estava acelerado por tudo que tinha acontecido essa noite com Enrico. E também medo de ser pega.Entrei no meu quarto e tranquei a porta. Precisava de um banho para despertar completamente e, principalmente, para ver se aquela sensação de euforia diminuía. Liguei o chuveiro e entrei, deixando a água quente relaxar meus músculos. Enquanto ensaboava o corpo, minha atenção foi para o espelho embaçado pelo vapor.Me aproximei e afastei parte da névoa, revelando meu reflexo. Foi impossível segurar o sorriso quando vi as duas marcas arroxeadas no meu pescoço. Enrico é intenso em tudo, e aquilo era a prova de que a noite havia sido perfeita.— Droga, vou ter que cobrir isso — m
Enrico Narrando Trabalhei a manhã toda, tive uma reunião fora da empresa, e o Dante ficou para inspecionar a carga que está no processo preparatório para exportação. No horário do almoço, mandei mensagem para ele. Quero conversar, mas Dante disse que estava indo almoçar com os Ferres.Apertei o celular na mão. Não quero nem imaginar a Thayla perto do Otávio Ferrer. Respirei fundo e perguntei casualmente:— Quem vai com você?— Vou sozinho. A Thayla vai almoçar no restaurante perto da empresa.Meu peito aliviou um pouco. Falei que ia convidá-la para almoçar.— Tudo bem — respondeu ele, sem demonstrar qualquer interesse na minha decisão.Mandei uma mensagem para Thayla.— Me espera na frente da empresa. Vamos almoçar juntos.Ela respondeu rápido.— Ok, tio!Maldito tio, ela me deixa excitado me chamando assim.Ao chegar, a vi encostada na parede, mexendo no celular. Quando parei o carro ela me olhou e, abriu um sorriso. Ela entrou no carro.— Fiquei surpresa com seu convite.— Senti vo
Enrico Narrando Estava esperando Matheus quando ele chegou. Assim que entrou na minha sala, fiz um gesto com a mão para que fechasse a porta. Ele obedeceu sem questionar, e pude notar o sorriso debochado no canto dos seus lábios.— Senta aí — ordenei, indicando a cadeira à minha frente.Matheus se acomodou de forma relaxada, cruzando uma perna sobre a outra. Cruzei as mãos sobre a mesa e fui direto ao ponto.— Por que diabos você foi abordar a Thayla?Ele soltou uma risada nasal, balançando a cabeça como se achasse graça da minha pergunta.— Fiquei curioso — respondeu com um tom casual. — Nunca te vi olhar para ninguém do jeito que estava olhando para ela. E, além disso, teve aquele seu ataque de ciúmes ontem. Não deixou a garota ir para casa comigo.Apertei os lábios e mantive meu olhar firme no dele.— E o que você tem a ver com isso, Matheus?Ele levantou as mãos em rendição.— Nada a ver, Enrico, calma. Só achei curioso. Até porque, convenhamos, ela tem idade para ser sua filha.
Thayla Narrando Quase não consegui dormir preocupada com a minha mãe. Tadinho do Enrico, ficou conversando comigo por mensagem o tempo todo, tentando me acalmar. Eu estava inquieta, meu coração apertado, mas chegou um momento em que o cansaço foi mais forte e acabei adormecendo.Quando acordei, o sol já entrava pelas frestas da cortina, e meu celular vibrava sem parar. Desliguei o alarme. Peguei o aparelho e vi várias mensagens do meu pai. Ele dizia que estava vindo para casa e, pelo horário, já deveria ter chegado.Levantei às pressas, corri até o banheiro, lavei o rosto rapidamente e saí do quarto. A casa estava silenciosa, o que me deu um certo alívio. Fui até o quarto dos meus pais, abrindo a porta devagar para não fazer barulho. Eles estavam dormindo, e minha mãe parecia bem. O nó no meu peito afrouxou um pouco. Me aproximei, dei um beijo carinhoso nos dois e saí sem acordá-los.Voltei para o meu quarto novamente, tomei um banho rápido e vesti uma roupa confortável para o trabal
Thayla Narrando No caminho para casa do Enrico, enviei uma mensagem para minha mãe para saber como ela estava. Ela respondeu dizendo que estava bem, apenas com uma taxa sanguínea muito alta. O médico já havia prescrito um remédio, e ela planejava começar uma alimentação mais balanceada para melhorar. Perguntei pelo meu pai, e ela disse que ele estava descansando. Comentei que estava indo almoçar com o tio Enrico, e ela disse que tudo bem, pediu para eu me cuidar.Ao chegarmos à casa do Enrico, assim que passamos pela porta, ele me deu um selinho rápido, e fomos direto para a sala de jantar, onde a mesa já estava posta. Lavei minhas mãos em um lavabo próximo à sala de jantar, e Enrico fez o mesmo, aliás, foi ele quem me mostrou o local. Na noite em que estive aqui, não vi quase nada da casa, passamos a noite no quarto dele transando.Almoçamos conversando sobre algumas coisas triviais. Sobre a empresa, ele me disse que vai para Brasília no próximo mês.— Como está indo o trabalho? — p
Enrico Narrando Eu adoro ficar com a Thayla, transar com ela… Confesso que a energia dessa garota está me fazendo reviver, me redescobrir como homem. Há tempos eu não pensava em beijar, em transar, em ficar com alguém. Mas foi só ela chegar para mudar tudo isso.Eu decidi que não quero mais ficar às escondidas com ela. Só espero que o Dante entenda, senão vamos ter sérios problemas. Thayla já é maior de idade. Eu vou conversar com ele apenas pela consideração que tenho. Dante é meu melhor amigo, além de meu confidente.Quando a gente estava voltando para a empresa, depois de uma Foda excelente. Eu avisei para ela.— Thayla, hoje eu vou te levar em casa e vou conversar com o seu pai.— Você acha que é o momento pra isso? — Ela perguntou.— Claro que é, quero fazer as coisas direito, não quero ter que ficar com você às escondidas. Eu estou querendo algo sério princesa — Falei e peguei a mão dela para um beijo.— Não sei é uma boa ideia.— Eu vou falar com ele. Ele é meu melhor amigo,
Enrico Narrando Me sentei na cadeira de frente para Dante, e ele, com aquele olhar penetrante que sempre me deixa sem jeito, arqueou a sobrancelha e sorriu. Ele já sabia. Sabia que algo estava prestes a ser dito, mas não imaginava o que. Ele não demorou muito a perguntar, com aquele tom brincalhão de sempre. — Quem é essa mulher que você está conhecendo? eu a conheço?Respirei fundo. Fui direto ao ponto. Não havia mais como adiar. Olhei nos olhos dele, e minha voz saiu firme, mas tensa. — Eu e ela não temos culpa. Nossos corações se entrelaçaram nessa história, e eu não queria que fosse assim. Eu vi os músculos de Dante se contraírem. Ele fechou a expressão e, pela primeira vez, parecia perder a postura calma e controlada.A tensão era palpável no ar. O sorriso que antes parecia confortável se desfez, e ele se ergueu da cadeira, e sua postura ficou rígida como uma rocha. Ele não queria escutar, e eu podia ver que ele estava tentando entender o que eu acabara de dizer.Com um olhar
Thayla Narrando Assim que cheguei em casa com o Enrico, a tia Ariela estava lá. Ela me abraçou com carinho, e me elogiou muito, agradeci. — Minha nossa! Olha só como você está linda! Parece até uma pintura de tão perfeita! — Obrigada tia — Falei sorrindo.Mas ela me largou de uma forma até brusca e se jogou nos braços do Enrico, de um jeito tão íntimo. Parece até que abraça ele todos os dias. Não gostei nada desse comportamento dela, mas fiquei quieta, né? Não posso falar nada, mas a minha expressão mudou na hora. Não tenho como negar quando algo está me incomodando.Enrico e o meu pai foram para o escritório. Ficamos eu, a minha mãe e a minha tia. Confesso que senti um frio na barriga, porque sei bem o assunto que eles foram tratar lá dentro. Para tentar passar o tempo, puxei assunto. Claro que eu estou preocupada com a saúde da minha mãe. Primeiro perguntei como ela estava.— E a Senhora, como está?— Estou me sentindo bem melhor depois de ter tomado a medicação lá no hospital. A