Diego saiu do quarto de Izzy antes de todos. Quando Maria achou que ele estivesse ido embora, ela o encontrou na sala de espera.
— Diego!
Ele a olhou.
— Quem é esse cara? O seu namorado?
— Não...
— Não?
— Quer dizer sim. A Izzy adora ele.
— Ela o chamou de pai.
— Izzy nunca teve um pai e tudo o que ela sempre quis era alguém para chamar assim.
— Você deveria ter me procurado.
— Espera, você some da minha vida do nada, sem explicação nenhuma e queria que eu te procurasse? Eu estava grávida, eu não tinha nada, eu cuidei da minha filha sozinha. É isso, ela é minha filha.
— Eu sei Maria Clara, mas eu sou o pai e agora eu quero fazer parte da vida dela. É pedir muito?
— Sim, é. É claro que é!
Ele balançou a cabeça e a encarou de volta.
— Se for contra a minha aproximação da Isabelly eu vou brigar com você na justiça.
— O que? Você não pode fazer isso.
— Posso sim e você sab
Maria Clara entrou no quarto de hospital com um pouco de receio, ser obrigada a visitar o pai doente lhe causava náuseas, o que significava que ainda sentia muita mágoa do seu passado. Sabia que cometera um erro afastando Isabelly dos avós, mas como sua infância havia sido traumática demais, apagar as pessoas que causaram isso da vida da filha parecia o mais saudável.O homem na cama não parecia nem de longe o mesmo homem que bebia horrores e descontava suas frustrações batendo na mãe, o mesmo homem que lhe causava medo e pavor. Mas mesmo assim, ela não conseguia esquecer o que aconteceu.Ela nunca esqueceria.Teresa ficou assombrada ao ver a filha ali, e ao mesmo tempo feliz.Isabelly cumprimentou os avós e não deixou de demonstrar sua tristeza ao ver o avô tão mal.— Maria, minha filha...O velho Duarte estendeu a mão e recebeu nada mais, nada menos que um olhar de desprezo. Maria Clara ficou perto da porta de braços cruzados.— A
Uma semana depois…Isabelly rodou o vestido azul de bolinhas diante de Jared e Maria.— Como estou?— Linda demais divinha.— Você está maravilhosa meu amor. Linda demais.— A minha avó vai gostar de me ver assim?— Claro que vai. Você está linda.— Eu esqueci o presente no quarto. Já volto.Izzy disse e correu para a escada novamente. Jared virou-se para Maria Clara.— Maria você não acha que está indo longe demais?Ela encarou Jared sem entender.— Como assim Jared? Não foi você quem disse que eu deveria fazer isso? Ficar com o Alan e dar a Izzy um pai?— Mas Diego está na cidade. Eu o vi... Ele vai querer se aproximar. Ele vai atrás dos direitos dele...Maria se levantou.— Jared… Diego não é o pai da Izzy. Voc&
Isabelly entregou a bolsa para Marcela quando saiu da escola, ela deu uma voltinha graciosa com seu uniforme azul, o cabelo estava preso em um rabo de cavalo bem feito. — Ei devagar mocinha. Você tem um motorista especial hoje.Isabelly abriu a boca e sorriu animada. — É meu pai?— Quase isso. — É meu tio?Marcela sorriu. — É sim. Vamos? Mas me dê a mão. Isabelly obedeceu a babá e as duas caminharam até o carro de Cássio. A menina entrou e sorriu para o tio. — Tiooo Cássio...— Oi minha pequena. Ela conseguiu abraçá-lo e ganhar um beijo na face. — Você vai me levar para tomar sorvete tio?— Você é muito espertinha não é Izzy? — Um pouquinho tio. Quando necessário. Ela soltou uma risadinha e se escondeu no banco de trás. Cássio levou Isabelly e Marcela ao shopping. Ele queria passar um tempo com a sobrinha para a avaliar e descobrir se a amargura de Maria Clara
Eram sete horas da noite, Maria Clara, Jared e Isabelly estavam a mesa esperando Martinha terminar de servir o jantar. Maria ainda estava nervosa, ela precisava urgentemente de notícias do irmão.O telefone tocou alto na sala e foi ela quem se levantou para atender antes de todo mundo. Pegou o telefone com urgência.— Alô?— Filha? Maria Clara...— Mãe, não é sua ligação que eu quero.— Maria espera, tem um cara da polícia aqui em casa... — Teresa disse tremendo. Maria não conseguia dizer nada. Ela temia algo. — Ele disse que seu irmão está morto. — Teresa disse com a voz embargada sem conseguir conter o choro.— Não mãe. Não é possível... Não tem como...— Maria por favor, venha até aqui!A chuva que havia parado, voltou, agora com mais força. Jared havia levado Isabelly para ficar com Alan enquanto Maria ia até a casa da mãe para saber melhor o que estava acontecendo.Ela estava nervosa, é claro que estava, mas precisou s
Dois dias haviam passado e a tristeza havia tomado conta da casa de Maria Clara, mas todos estavam unidos, até mesmo a própria Maria e a mãe.Ela sentia-se mal por estar mentindo, havia uma esperança do irmão estar vivo e ela não dissera a nenhum deles. Isso fazia com que se sentisse egoísta, mas sabia que não poderia dar falsas esperanças a ninguém, isso seria muita maldade.Alan parecia diferente, ela notou. A preocupação e os cuidados com a filha dela era muito grande, às vezes a assustava um pouco. Mas entendia que ele se importava e a amava, pois também tudo estava difícil para ela.Menos para Maria. Ela não estava surtando ou se desesperando, até parecia que nada daquilo não a afetava, mas não era verdade. Maria estava sendo forte, porque foi assim que Cássio sempre pediu para que fosse, em todas as situações.Ela gostaria que Izzy fosse como ela, isso evitaria muitos sofrimentos, mas no fundo ela não desejava que a filha fosse forte o tempo todo,
Diego olhou para a menina, o grito de Maria Clara agora mais estridente, mas ele não deu importância para ela, apontou a arma em direção a Isabelly e atirou contra ela, Jared a puxou para o lado.— Vem Izzy!Ele a puxou pela mão e começaram a correr. Diego fez menção de segui-los, mas Maria Clara o agarrou pelo braço.— O que está fazendo? Por que está fazendo isso? Me fala Diego? Por quê?— Você me traiu mesmo Maria Clara? Esse é... — Ele olhou para Alan caído todo ensanguentado no chão. — Era, o pai da sua filha? Você me traiu mesmo? FALA MARIA!— Diego... Você é louco e eu sempre soube disso. Ele a puxou pelo braço com certa violência.— Me solte Diego!— Essa sua filha, está entre nós.— O que?— Fica comigo, ou eu mato ela.— Você enlouqueceu. Nunca deixaria você fazer nenhum mal para minha filha.— Você não tem muito escolha. Seu amante já foi para o andar de baixo e eu vou mandar sua filha também, se não escol
Alan abriu os olhos e se esforçou para sentar na cama, olhou ao redor e balançou a cabeça ainda confuso, seus olhos logo encontraram um par de olhos verdes, brilhantes e curiosos e um lindo sorriso.— Oi pai!Isabelly aproximou-se da cama e pegou a mão dele.— Deita aí de volta, você não pode se esforçar.Ele se encostou na cabeceira da cama e afagou a face macia da menina.— Você é enfermeira mocinha?— Quando eu crescer eu vou ser médica e vou salvar vidas.Ele sorriu.— Que bom. Você veio com quem?— Mamãe. Ela saiu para conversar com minha vovó e pediu para que eu cuidasse de você. Está sentindo dores?Alan suspirou.— Não. Eu estou bem.Mentiu.— Você sabia que é muito feio mentir para crianças?Ele sorriu.— Sim, eu sei. Por isso estou dizendo a verdade.Ela semicerrou os olhos desconfiada.— Sei, sei. Mesmo assim, não faça esforços.Ele assentiu.—
Quase seis anos antes…Era uma sexta-feira, eu estava trancada em meu quarto, fazia uma semana que Diego fora embora e me deixou aqui sozinha, sem notícias, sequer tive um adeus.Eu não sabia da razão de ele ter me deixado, foi tão repentino, talvez tenha sido essa a causa dessa dor horrível que eu estava sentido no meu peito. Eu não estava acostumada a perder pessoas.Eu era jovem demais, mesmo me achando a mulher mais incrível do mundo, eu era uma tola apaixonada. Eu não passava disso, eu era um fracasso.— Festinha hoje no inferninho.Jared disse ao aparecer na porta, eu estava deitada folheando um livro, pois ler era impossível com a minha cabeça em outro lugar. Ou melhor, em outra pessoa.— É uma boate lá naquela vila suburbana?Ele revirou os olhos.— Bom, uma boate em uma vila suburbana com certeza é muito mais animada que uma balada ricaça, com bebidas super caras e cheia de macho play boy (barra) escroto? Foi em uma dess