Isabelly entregou a bolsa para Marcela quando saiu da escola, ela deu uma voltinha graciosa com seu uniforme azul, o cabelo estava preso em um rabo de cavalo bem feito.
— Ei devagar mocinha. Você tem um motorista especial hoje.
Isabelly abriu a boca e sorriu animada.
— É meu pai?
— Quase isso.
— É meu tio?
Marcela sorriu.
— É sim. Vamos? Mas me dê a mão.
Isabelly obedeceu a babá e as duas caminharam até o carro de Cássio. A menina entrou e sorriu para o tio.
— Tiooo Cássio...
— Oi minha pequena.
Ela conseguiu abraçá-lo e ganhar um beijo na face.
— Você vai me levar para tomar sorvete tio?
— Você é muito espertinha não é Izzy?
— Um pouquinho tio. Quando necessário.
Ela soltou uma risadinha e se escondeu no banco de trás.
Cássio levou Isabelly e Marcela ao shopping. Ele queria passar um tempo com a sobrinha para a avaliar e descobrir se a amargura de Maria Clara
Eram sete horas da noite, Maria Clara, Jared e Isabelly estavam a mesa esperando Martinha terminar de servir o jantar. Maria ainda estava nervosa, ela precisava urgentemente de notícias do irmão.O telefone tocou alto na sala e foi ela quem se levantou para atender antes de todo mundo. Pegou o telefone com urgência.— Alô?— Filha? Maria Clara...— Mãe, não é sua ligação que eu quero.— Maria espera, tem um cara da polícia aqui em casa... — Teresa disse tremendo. Maria não conseguia dizer nada. Ela temia algo. — Ele disse que seu irmão está morto. — Teresa disse com a voz embargada sem conseguir conter o choro.— Não mãe. Não é possível... Não tem como...— Maria por favor, venha até aqui!A chuva que havia parado, voltou, agora com mais força. Jared havia levado Isabelly para ficar com Alan enquanto Maria ia até a casa da mãe para saber melhor o que estava acontecendo.Ela estava nervosa, é claro que estava, mas precisou s
Dois dias haviam passado e a tristeza havia tomado conta da casa de Maria Clara, mas todos estavam unidos, até mesmo a própria Maria e a mãe.Ela sentia-se mal por estar mentindo, havia uma esperança do irmão estar vivo e ela não dissera a nenhum deles. Isso fazia com que se sentisse egoísta, mas sabia que não poderia dar falsas esperanças a ninguém, isso seria muita maldade.Alan parecia diferente, ela notou. A preocupação e os cuidados com a filha dela era muito grande, às vezes a assustava um pouco. Mas entendia que ele se importava e a amava, pois também tudo estava difícil para ela.Menos para Maria. Ela não estava surtando ou se desesperando, até parecia que nada daquilo não a afetava, mas não era verdade. Maria estava sendo forte, porque foi assim que Cássio sempre pediu para que fosse, em todas as situações.Ela gostaria que Izzy fosse como ela, isso evitaria muitos sofrimentos, mas no fundo ela não desejava que a filha fosse forte o tempo todo,
Diego olhou para a menina, o grito de Maria Clara agora mais estridente, mas ele não deu importância para ela, apontou a arma em direção a Isabelly e atirou contra ela, Jared a puxou para o lado.— Vem Izzy!Ele a puxou pela mão e começaram a correr. Diego fez menção de segui-los, mas Maria Clara o agarrou pelo braço.— O que está fazendo? Por que está fazendo isso? Me fala Diego? Por quê?— Você me traiu mesmo Maria Clara? Esse é... — Ele olhou para Alan caído todo ensanguentado no chão. — Era, o pai da sua filha? Você me traiu mesmo? FALA MARIA!— Diego... Você é louco e eu sempre soube disso. Ele a puxou pelo braço com certa violência.— Me solte Diego!— Essa sua filha, está entre nós.— O que?— Fica comigo, ou eu mato ela.— Você enlouqueceu. Nunca deixaria você fazer nenhum mal para minha filha.— Você não tem muito escolha. Seu amante já foi para o andar de baixo e eu vou mandar sua filha também, se não escol
Alan abriu os olhos e se esforçou para sentar na cama, olhou ao redor e balançou a cabeça ainda confuso, seus olhos logo encontraram um par de olhos verdes, brilhantes e curiosos e um lindo sorriso.— Oi pai!Isabelly aproximou-se da cama e pegou a mão dele.— Deita aí de volta, você não pode se esforçar.Ele se encostou na cabeceira da cama e afagou a face macia da menina.— Você é enfermeira mocinha?— Quando eu crescer eu vou ser médica e vou salvar vidas.Ele sorriu.— Que bom. Você veio com quem?— Mamãe. Ela saiu para conversar com minha vovó e pediu para que eu cuidasse de você. Está sentindo dores?Alan suspirou.— Não. Eu estou bem.Mentiu.— Você sabia que é muito feio mentir para crianças?Ele sorriu.— Sim, eu sei. Por isso estou dizendo a verdade.Ela semicerrou os olhos desconfiada.— Sei, sei. Mesmo assim, não faça esforços.Ele assentiu.—
Quase seis anos antes…Era uma sexta-feira, eu estava trancada em meu quarto, fazia uma semana que Diego fora embora e me deixou aqui sozinha, sem notícias, sequer tive um adeus.Eu não sabia da razão de ele ter me deixado, foi tão repentino, talvez tenha sido essa a causa dessa dor horrível que eu estava sentido no meu peito. Eu não estava acostumada a perder pessoas.Eu era jovem demais, mesmo me achando a mulher mais incrível do mundo, eu era uma tola apaixonada. Eu não passava disso, eu era um fracasso.— Festinha hoje no inferninho.Jared disse ao aparecer na porta, eu estava deitada folheando um livro, pois ler era impossível com a minha cabeça em outro lugar. Ou melhor, em outra pessoa.— É uma boate lá naquela vila suburbana?Ele revirou os olhos.— Bom, uma boate em uma vila suburbana com certeza é muito mais animada que uma balada ricaça, com bebidas super caras e cheia de macho play boy (barra) escroto? Foi em uma dess
Semanas depois…Maria Clara não viu mais Alan, para Izzy vê-lo ela só podia contar com Jared ou Marcela.Murilo estava cada vez mais próximo de Maria, Isabelly não gostava nenhum pouquinho disso. Ela adorava o policial, mas contando que ele não "namorasse" a mãe.Cássio estava fazendo tratamentos e já começava a lembrar de algumas coisas.Briana estava desesperada, Alan se negava a ficar com ela.Alan já começava a se recuperar e pronto para voltar para a casa.Donna e Steffen se uniram e ela voltou ao Brasil preparada para transformar a vida do irmão em um verdadeiro inferno.Segunda-feira Alan teimou com a mãe e foi trabalhar, ele já tinha avisado Jared e não aceitou as críticas do amigo.Ele se sentia ótimo.Entrou na loja, cumprimentou as meninas, que soltaram um suspiro ao vê-lo. Maria estava de costas no caixa conversando com a atendente.Ele a observou e sentiu algo, Maria Clara tinha se tornado mais q
Maria Clara levantou de manhã, tomou banho e desceu até a cozinha. Era sábado e tudo o que ela queria era descanso, ela necessitava disso.Não havia dormido bem à noite.Jared era o único que estava na cozinha, sentado plenamente ainda vestido com um roupão lilás.— Bom dia.— Bom dia! Acordou cedo hoje.— Digo o mesmo de você.Ela sentou-se na cadeira ao lado e começou a servir-se.— Olha espero que esteja preparada para o dia de hoje.— Ah por favor, não começa.— Começo sim. Cássio ligou para cá há pouco procurando por você.— E o que é que ele queria tão cedo?— Alan está preso.— O que?— Ele foi encontrado dentro do Impala e no meio da rua.— Ele foi preso só por isso?— Estava bêbado. E deu na cara do Murilo.Maria Clara suspirou e Jared sorriu.— O policialzinho frouxo já se sentiu ofendido.— Não fala assim do Murilo. Se Alan foi preso fo
Maria Clara encarou Jared. Os dois estavam dentro do escritório dela.— Você convidou ele para ficar aqui? Isso não pode ser bom.— Pensa bem, isso vai ajudar na hora de ele nos perdoar. Ele está tendo a chance de ficar perto da Izzy em tempo integral, como antes não teve.— O que eu quero dizer é, ele e eu... No mesmo lugar.— Sossega a periquita mulher. Você está namorando, favor não se iludir com ele. Deixa o Alan em paz. Pelo menos até você terminar com o Murilo.— Eu não vou terminar com o Murilo. Eu gosto dele...Jared franziu a testa.— Ele é diferente Jared.— Diferente de quem?— De todos. Ele é compreensível, ele é gentil, ele é da polícia ou seja, confiável...— O cara perfeito, retirado diretamente de um livro. Sacooo...— Ele é totalmente ao contrário de Alan, que é tosco, mandão, teimoso e briguento...— Ai... Como você pode achar isso ruim. Alan é intensidade, oito ou oitenta, já esse