Saio da sala com a minha cabeça a mil e com o estômago pesado. -Você vai vomitar? -uma voz me pergunta. -O que? -digo.-Você parece que vai vomitar a qualquer instante menina. -Anne diz. -Ah Anne, eu só estou pensando em como vou me livrar de uma confusão em que me meti. -respiro fundo. -Eu vou viajar hoje e volto na quinta de manhã, consegue combinar com o Marcus a agenda certinho? -Claro, quer que eu te mande por email para você conferir e ir acompanhando também? -Isso seria fantástico, obrigada. Agradeço e vou em direção a minha sala. Apenas Marcus continua lá. Continuamos trabalhando e não vejo mais nenhum sinal de Will até a hora que saímos para o almoço. O trajeto até a casa foi curto. Desde que vim para Roseburg sempre visitei Dona Norma com frequência, ela foi a primeira pessoa a trabalhar comigo, antes da Rosa, mas foi acometida pela doença ainda no primeiro mês. Desde então, tenho ajudado a família a se manter mesmo sem que eles saibam. Contratei Marcus e pago o sal
Tudo está uma verdadeira confusão. Ainda ontem, depois do episódio na garagem e antes da invasão de domicílio e tudo mais, eu conversei com Giny. Falei que tinha cometido um erro e que não podia me casar com ela. Ele me perguntou se isso tinha algo a ver com a garota do bar e eu confirmei, ela sabia da história mas não sabia que a garota era Rain. Ora, nem mesmo eu sabia até uma semana atrás. Foi uma briga feia, com gritos e muitas coisas arremessadas na minha direção. Foi nesse momento que decidi sair e ir ajudar Rain com a invasão, eu não sabia que ela já tinha um plano tão bem criado e nem imaginava tudo que ia acontecer. Eu não tive oportunidade de falar com ela sobre a Giny ontem e hoje ela não me deu nem chances. Eu não estava arrependido, mas ela estava. O olhar dela hoje pela manhã demonstrava isso.Tudo ficou ainda mais confuso quando no almoço o meu pai disse que Rain tinha oferecido carona para mim e Giny até Nova Iorque. O que ela pretendia com isso? Teria que perguntar
-Rain, eu não vou me casar. -repito-Eu não quero ouvir suas promessas, eu não estou interessada. -ela responde seca e tenta passar por mim, mas eu a seguro pelas pernas. -Não são desculpas, eu estou apenas tentando te explicar a situação. -falo mantendo a calma.-Se você não me soltar, eu vou gritar. -adverte. Me coloco em pé e ela tenta recuar mas é impedida pela parede. -Nós já estivemos nessa situação, não estivemos? -questiono. - Mas ao invés da saída de emergência era a garagem. Sabe o que eu tenho vontade de fazer quando você briga comigo e me olha com essa cara?Ela permanece em silêncio com o olhar me fuzilando com ódio. -Eu tenho vontade de erguer do chão, colocar as suas pernas em volta de mim e entrar tão fundo e tão duro dentro de você que não terá escolha a não ser gritar o meu nome. -confesso. -Você não pode dizer isso! -ela repreende. -Eu estou te dizendo duas coisas. A primeira, é que eu não vou me casar com a Giny, e a segunda é que apesar de eu querer muito fa
Ela subiu as escadas e me olhou com um sorriso presunçoso no rosto. Entregamos as nossas malas para um funcionário e subimos também. Por dentro a aeronave parece ainda maior e mais luxuosa. Giny permanece sem dizer uma palavra, apenas avança mais rápido e entra antes de nós. -Sempre simpática. -Rain diz. Não falo nada, porque não sei o que dizer nessa situação. -Olá senhorita Brennan. -o homem vestido de piloto fala. Ao invés de responder ela abre um grande sorriso e o abraça, ele não parece surpreso com a atitude dela, ao contrário, parece algo comum. -Qual a nossa previsão de chegada Javi? -ela pergunta quando o solta. -Estamos um pouco atrasados no nosso plano de voo, mas são 5h20 até a Big Apple. Devemos chegar próximo das 11h. -responde. -Obrigada, por mim já podemos ir. -diz. Entramos e nos sentamos, eu em uma poltrona ao lado de Giny e Rain senta distante e de costas para nós. Em questão de instantes já estamos voando.-Por isso que ela tem esse ar de soberba. É filhinha
Toda a alegria do mundo parece ter sumido e o tempo parece passar mais devagar. Eu reconheceria essa voz mesmo que tivesse a habilidade de esquecer, ela ronda os meus pesadelos a mais de 11 anos já. -Segurança borboletinha? Eu esperava um abraço de saudades. -ele diz. Eu me viro pra ele e dou um passo para trás me afastando. Eu preciso me esforçar para não voar no pescoço dele. -O que você está fazendo aqui Nick? -questiono. -Sua mãe me ofereceu um quarto, você não pode de expulsar. -Ele sorri e abre os braços. -Isso não é legal? Deveríamos chamar ela, assim seria uma grande reunião de família. -Você tem 5 minutos pra sair daqui, antes que eu peça para a segurança te enxotar feito o cachorro sarnento que você é. -minha voz é firme, mas as minhas pernas parecem que vão ceder e me fazer cair a qualquer minuto. -Eu te disse, sua mãe me ofereceu um quarto. Não pode me mandar embora. -retruca com um sorriso presunçoso. -Minha mãe não possui uma toalha desse hotel. Ele é meu. E você
Nem mais de meia hora embaixo do chuveiro é capaz de me livrar da sensação de estar suja depois do toque de Nick. É algo para o qual eu nunca vou conseguir estar preparada. Ainda consigo sentir a mão dele em mim. E eu só quero sentir outra coisa. Qualquer outra coisa. Saio do banho, finalizo e seco o meu cabelo com o difusor. Usando apenas uma camisa de dormir fico andando de um lado a outro dentro do quarto, tentando tomar coragem para o que eu quero fazer. Respiro fundo e saio da minha suíte em direção a de Will. Abro a porta bem devagarinho e vejo que está tudo escuro. -Will, você está acordado? -falo bem baixinho. -Estou. -ele responde sentando na cama. -Você está bem? -Posso dormir com você? -pergunto. -Rain… -Eu não queria ficar sozinha. -explico. Ele ergue as cobertas e me chama. -Vem cá. Fecho a porta atrás de mim e faço a volta na cama entrando no espaço que ele abriu pra mim. Me aninho de costas para ele, mas junto ao seu corpo, e ele solta as cobertas s
Sou despertado pelas mãos delicadas percorrendo o meu torso. Pego a mão dela e puxo para próximo do meu rosto. Eu quase tinha me esquecido do incidente no escritório. Parece que fazem semanas, mas na verdade fazem apenas 3 dias. Ela ainda tem dois pequenos pontos em linha preta na palma da mão, mas a ferida parece fechada. Dou um beijo leve e ela puxa a mão de volta. -Está boa já. -fala me olhando nos olhos. Ela desce as mãos pelo meu peito e segue descendo até ficar perigosamente perto da área coberta pelo lençol e eu desperto por completo. Sem aviso, agarra o meu membro primeiro de forma suave e aos poucos o toque fica mais forte e mais rápido. Ela desliza ao meu lado indo em direção aos pés da cama. Posicionada entre as minhas pernas, vejo ela apoiar-se nos cotovelos e abaixar a cabeça. Queria guardar essa imagem para sempre, capturar cada detalhe. Os longos cabelos negros caindo sobre a cama bagunçados, a bunda arrebitada para cima e os olhos mais lindos me encarando enquanto
Não vi Rain pelo restante do dia, tentei ligar no início da tarde mas ela não atendeu e eu não insisti. Também não ouvi nada de Giny, apenas o meu porteiro me avisou que ela havia deixado a chave do apartamento com ele.Passei o dia no escritório, ajudei com alguns processos, conversei e não fiz nada de efetivo. Cheguei ao aeroporto não eram quatro horas da tarde ainda, tomei um café e entrei no avião assim que posicionaram a aeronave. Era impossível não reconhecer qual era, afinal tinha o nome dela escrito em letras garrafais na lateral.Pontualmente às 17h um grande SUV preto para ao lado da aeronave e ela desce acompanhada de um homem de uns 40 anos, os dois parecem discutir fervorosamente. Faço o movimento para levantar do assento onde estava e vejo Ana, a comissária, parada na minha frente. -Ela não vai gostar se você interromper. A Srta. Brennan resolve as próprias coisas desde que eu a conheço. E estou na tripulação dela há mais de 10 anos já. -fala. -Uma coisa que eu aprendi