Eu estou sentada na cafeteria em frente ao prédio comendo o meu segundo sanduíche. -Preciso lembrar de te alimentar com mais frequência, você com fome é um atentado contra a humanidade. -Marcus diz. -Eu me lembro de um tempo onde você tinha tanto medo de mim que não conseguia falar quando eu estava perto. Hoje eu sinto saudades desses dias. -falo.-Talvez eu devesse te comprar outro sanduíche. -Não existem sanduíches o suficientes no mundo todo para acalmar meu ódio hoje. -Rain… -ele me chama. Eu largo o sanduíche e olho para ele. -O que quer que seja que você vai fazer, mesmo se for ilegal, você pode contar comigo. Eu vou te ajudar. Sinto o nó na minha garganta afrouxar e o meu ódio diminuir um pouco. -Marcus, querido, você não precisa se preocupar comigo. Você sabe que eu sei me virar muito bem. …Como essa deveria ser a tarde em que passo dando aulas, não retornei para a Prefeitura. Passei no estacionamento, peguei meu carro e vim direto para a casa. -O que faz em casa t
Tento não demonstrar o meu nervosismo, mas não acho que consigo. Eu não sei nem o porque que estou aqui na verdade. Rain, ao contrário de mim, parece perfeitamente confortável. Ela disse que desligou o sistema de segurança, como ela fez isso. -Ei. -ela estala os dedos na frente do meu rosto chamando a minha atenção. -Você parece que vai desmaiar. -Eu estou bem. -minto. -Eu preciso fazer isso agora, não posso esperar. Se você vai passar mal, fique aqui e me liga se houver algum movimento.-Eu vou com você. -insisto. Ela apenas assente com a cabeça e sai do carro. Vou atrás dela. Ela passa pela lateral da casa em direção aos fundos. -Porque vamos entrar pelos fundos? -pergunto. Ela me olha feio e coloca o dedo sobre os lábios em sinal para que eu faça silêncio. Quando chegamos até a porta e ela puxa do bolso uma espécie de sacola que contém diversas ferramentas pequenas. Já vi isso em alguns casos que defendi, é um kit para abrir fechaduras. E ela claramente sabe o que está faze
Ela enrosca as pernas em volta do meu corpo buscando mais contato e eu a ergo do sofá novamente a posicionando sobre o meu colo. Rapidamente ela se livra do casaco, mas congela antes de puxar a blusa. Ela tenta se levantar mas eu a seguro firme no lugar.-O que estamos fazendo? -ela pergunta, mas não tenho resposta.Ela tenta se livrar dos meus braços mas sou incapaz de soltá-la. -Rain, por favor, só mais um beijo. -imploro. Ela me olha relutante, mas sinto o seu corpo relaxar. Coloco as mãos por baixo da blusa sentindo o calor da pele dela na cintura, subindo bem devagar. -Você disse um beijo. -ela me repreende. Aperto os seios dela com força e ela geme. -Desculpa. Não consigo evitar. -respondo. Ela move os quadris e eu preciso segura-la novamente antes que eu perca o pouco de razão que me resta. -Furacão, eu estou tentando me controlar, não faça isso ficar ainda mais difícil. -Então eu não posso fazer isso? -ela se mexe para frente e para trás. -Rain… -advirto em um rosnad
O cansaço de ontem me derrubou, parece que vivi 80h apenas nesta segunda-feira. Mas hoje, assim que abri os olhos, o que me afligia era o peso da culpa. Eu estava me tornando o tipo de pessoa que eu mesma desprezava? Então, eu sou uma amante. As lágrimas pesam nos meus olhos e eu sou incapaz de proibi-las de cair.Eu tomo um banho e me sento junto a bancada da cozinha. -Quer um chá de camomila? -Rosa pergunta preocupada. -Bom dia Rosa, só um cafézinho mesmo. -respondo.-Ficar triste não combina com você criança. Você nasceu pra sorrir, mas te prefiro até nervosa e estressada se for o caso. -ela diz doce enquanto serve o café pra mim. Tento forçar um sorriso mas ele sai falso. -A senhora acha que eu sou uma pessoa ruim? -pergunto encarando a xícara. -Que conversa mais atravessada é essa criança? Quem foi que te disse um absurdo desse? -retruca. -Ninguém disse. Eu acho que sou ruim. -digo. -Você é uma boa pessoa. E não precisa que eu te diga. você sabe disso. Sabe que é uma boa
Saio da sala com a minha cabeça a mil e com o estômago pesado. -Você vai vomitar? -uma voz me pergunta. -O que? -digo.-Você parece que vai vomitar a qualquer instante menina. -Anne diz. -Ah Anne, eu só estou pensando em como vou me livrar de uma confusão em que me meti. -respiro fundo. -Eu vou viajar hoje e volto na quinta de manhã, consegue combinar com o Marcus a agenda certinho? -Claro, quer que eu te mande por email para você conferir e ir acompanhando também? -Isso seria fantástico, obrigada. Agradeço e vou em direção a minha sala. Apenas Marcus continua lá. Continuamos trabalhando e não vejo mais nenhum sinal de Will até a hora que saímos para o almoço. O trajeto até a casa foi curto. Desde que vim para Roseburg sempre visitei Dona Norma com frequência, ela foi a primeira pessoa a trabalhar comigo, antes da Rosa, mas foi acometida pela doença ainda no primeiro mês. Desde então, tenho ajudado a família a se manter mesmo sem que eles saibam. Contratei Marcus e pago o sal
Tudo está uma verdadeira confusão. Ainda ontem, depois do episódio na garagem e antes da invasão de domicílio e tudo mais, eu conversei com Giny. Falei que tinha cometido um erro e que não podia me casar com ela. Ele me perguntou se isso tinha algo a ver com a garota do bar e eu confirmei, ela sabia da história mas não sabia que a garota era Rain. Ora, nem mesmo eu sabia até uma semana atrás. Foi uma briga feia, com gritos e muitas coisas arremessadas na minha direção. Foi nesse momento que decidi sair e ir ajudar Rain com a invasão, eu não sabia que ela já tinha um plano tão bem criado e nem imaginava tudo que ia acontecer. Eu não tive oportunidade de falar com ela sobre a Giny ontem e hoje ela não me deu nem chances. Eu não estava arrependido, mas ela estava. O olhar dela hoje pela manhã demonstrava isso.Tudo ficou ainda mais confuso quando no almoço o meu pai disse que Rain tinha oferecido carona para mim e Giny até Nova Iorque. O que ela pretendia com isso? Teria que perguntar
-Rain, eu não vou me casar. -repito-Eu não quero ouvir suas promessas, eu não estou interessada. -ela responde seca e tenta passar por mim, mas eu a seguro pelas pernas. -Não são desculpas, eu estou apenas tentando te explicar a situação. -falo mantendo a calma.-Se você não me soltar, eu vou gritar. -adverte. Me coloco em pé e ela tenta recuar mas é impedida pela parede. -Nós já estivemos nessa situação, não estivemos? -questiono. - Mas ao invés da saída de emergência era a garagem. Sabe o que eu tenho vontade de fazer quando você briga comigo e me olha com essa cara?Ela permanece em silêncio com o olhar me fuzilando com ódio. -Eu tenho vontade de erguer do chão, colocar as suas pernas em volta de mim e entrar tão fundo e tão duro dentro de você que não terá escolha a não ser gritar o meu nome. -confesso. -Você não pode dizer isso! -ela repreende. -Eu estou te dizendo duas coisas. A primeira, é que eu não vou me casar com a Giny, e a segunda é que apesar de eu querer muito fa
Ela subiu as escadas e me olhou com um sorriso presunçoso no rosto. Entregamos as nossas malas para um funcionário e subimos também. Por dentro a aeronave parece ainda maior e mais luxuosa. Giny permanece sem dizer uma palavra, apenas avança mais rápido e entra antes de nós. -Sempre simpática. -Rain diz. Não falo nada, porque não sei o que dizer nessa situação. -Olá senhorita Brennan. -o homem vestido de piloto fala. Ao invés de responder ela abre um grande sorriso e o abraça, ele não parece surpreso com a atitude dela, ao contrário, parece algo comum. -Qual a nossa previsão de chegada Javi? -ela pergunta quando o solta. -Estamos um pouco atrasados no nosso plano de voo, mas são 5h20 até a Big Apple. Devemos chegar próximo das 11h. -responde. -Obrigada, por mim já podemos ir. -diz. Entramos e nos sentamos, eu em uma poltrona ao lado de Giny e Rain senta distante e de costas para nós. Em questão de instantes já estamos voando.-Por isso que ela tem esse ar de soberba. É filhinha