Coisinha ardilosa? É sério que ele me chamou de coisinha ardilosa?Fico sem reação por um minuto, apenas com o calor passando nas minhas veias. A essa altura já não sei mais dizer se o calor ainda é ódio. -Não me provoque Rain. Entra nesse carro. Esquece o que eu disse, é ódio sim. -Eu não vou para lugar nenhum com você. -respondo. -Furacão.. -meu apelido sai da boca dele quase como um rosnado. Ele aperta ainda mais o meu corpo contra o dele. A mão que cobria a minha boca agora está no meu pescoço, apertando levemente. Então ela desce lentamente e para ao encontrar o meu seio por cima do collant. -Essa roupa…-ele fala e a mão me aperta mais forte.-Você devia usar apenas ela, todos os dias.Quando ele se afasta apenas um pouco, para olhar para mim, aproveito um momento de lucidez e acerto minha mão no rosto dele sem muita força.-Eu disse para me soltar. Ele ri e me solta levantando as mãos. -Você tem razão, me desculpe. -ele fala ainda me olhando nos olhos, mas com um tom mais
Ela desce do carro em silêncio, no elevador cruza os braços e enruga a testa. -O que foi? -pergunto. -A gente devia fazer alguma coisa sobre esse Anthony Jhonson. -responde séria.-Tipo matar? -questiono achando graça. -Não por enquanto. Depois quem sabe. -ela parece estar falando sério. A encaro preocupado e vejo o canto dos seus lábios subir. -Muito engraçado furacão. -Eu estava pensando mais em algo do tipo roubar o notebook dele para procurar o e-mail que ele enviou para o jornal. -ela permanecia olhando para frente.Ela estava falando sério? Não pode ser. -Você ainda está brincando, não está? -pergunto. -Não dessa vez Will. Ela realmente não estava brincando, pelo contrário, ela falava como se já estivesse decidida. -Rain, pelo amor de Deus, você sabe que isso é um crime? -quase suplico. -Sim, invasão de domicílio e furto. -responde como se as palavras não fossem nada. Ela sai do elevador e eu caminho atrás dela. -Você percebe o que está dizendo? -Sim. Respiro fun
Eu estou sentada na cafeteria em frente ao prédio comendo o meu segundo sanduíche. -Preciso lembrar de te alimentar com mais frequência, você com fome é um atentado contra a humanidade. -Marcus diz. -Eu me lembro de um tempo onde você tinha tanto medo de mim que não conseguia falar quando eu estava perto. Hoje eu sinto saudades desses dias. -falo.-Talvez eu devesse te comprar outro sanduíche. -Não existem sanduíches o suficientes no mundo todo para acalmar meu ódio hoje. -Rain… -ele me chama. Eu largo o sanduíche e olho para ele. -O que quer que seja que você vai fazer, mesmo se for ilegal, você pode contar comigo. Eu vou te ajudar. Sinto o nó na minha garganta afrouxar e o meu ódio diminuir um pouco. -Marcus, querido, você não precisa se preocupar comigo. Você sabe que eu sei me virar muito bem. …Como essa deveria ser a tarde em que passo dando aulas, não retornei para a Prefeitura. Passei no estacionamento, peguei meu carro e vim direto para a casa. -O que faz em casa t
Tento não demonstrar o meu nervosismo, mas não acho que consigo. Eu não sei nem o porque que estou aqui na verdade. Rain, ao contrário de mim, parece perfeitamente confortável. Ela disse que desligou o sistema de segurança, como ela fez isso. -Ei. -ela estala os dedos na frente do meu rosto chamando a minha atenção. -Você parece que vai desmaiar. -Eu estou bem. -minto. -Eu preciso fazer isso agora, não posso esperar. Se você vai passar mal, fique aqui e me liga se houver algum movimento.-Eu vou com você. -insisto. Ela apenas assente com a cabeça e sai do carro. Vou atrás dela. Ela passa pela lateral da casa em direção aos fundos. -Porque vamos entrar pelos fundos? -pergunto. Ela me olha feio e coloca o dedo sobre os lábios em sinal para que eu faça silêncio. Quando chegamos até a porta e ela puxa do bolso uma espécie de sacola que contém diversas ferramentas pequenas. Já vi isso em alguns casos que defendi, é um kit para abrir fechaduras. E ela claramente sabe o que está faze
Ela enrosca as pernas em volta do meu corpo buscando mais contato e eu a ergo do sofá novamente a posicionando sobre o meu colo. Rapidamente ela se livra do casaco, mas congela antes de puxar a blusa. Ela tenta se levantar mas eu a seguro firme no lugar.-O que estamos fazendo? -ela pergunta, mas não tenho resposta.Ela tenta se livrar dos meus braços mas sou incapaz de soltá-la. -Rain, por favor, só mais um beijo. -imploro. Ela me olha relutante, mas sinto o seu corpo relaxar. Coloco as mãos por baixo da blusa sentindo o calor da pele dela na cintura, subindo bem devagar. -Você disse um beijo. -ela me repreende. Aperto os seios dela com força e ela geme. -Desculpa. Não consigo evitar. -respondo. Ela move os quadris e eu preciso segura-la novamente antes que eu perca o pouco de razão que me resta. -Furacão, eu estou tentando me controlar, não faça isso ficar ainda mais difícil. -Então eu não posso fazer isso? -ela se mexe para frente e para trás. -Rain… -advirto em um rosnad
O cansaço de ontem me derrubou, parece que vivi 80h apenas nesta segunda-feira. Mas hoje, assim que abri os olhos, o que me afligia era o peso da culpa. Eu estava me tornando o tipo de pessoa que eu mesma desprezava? Então, eu sou uma amante. As lágrimas pesam nos meus olhos e eu sou incapaz de proibi-las de cair.Eu tomo um banho e me sento junto a bancada da cozinha. -Quer um chá de camomila? -Rosa pergunta preocupada. -Bom dia Rosa, só um cafézinho mesmo. -respondo.-Ficar triste não combina com você criança. Você nasceu pra sorrir, mas te prefiro até nervosa e estressada se for o caso. -ela diz doce enquanto serve o café pra mim. Tento forçar um sorriso mas ele sai falso. -A senhora acha que eu sou uma pessoa ruim? -pergunto encarando a xícara. -Que conversa mais atravessada é essa criança? Quem foi que te disse um absurdo desse? -retruca. -Ninguém disse. Eu acho que sou ruim. -digo. -Você é uma boa pessoa. E não precisa que eu te diga. você sabe disso. Sabe que é uma boa
Saio da sala com a minha cabeça a mil e com o estômago pesado. -Você vai vomitar? -uma voz me pergunta. -O que? -digo.-Você parece que vai vomitar a qualquer instante menina. -Anne diz. -Ah Anne, eu só estou pensando em como vou me livrar de uma confusão em que me meti. -respiro fundo. -Eu vou viajar hoje e volto na quinta de manhã, consegue combinar com o Marcus a agenda certinho? -Claro, quer que eu te mande por email para você conferir e ir acompanhando também? -Isso seria fantástico, obrigada. Agradeço e vou em direção a minha sala. Apenas Marcus continua lá. Continuamos trabalhando e não vejo mais nenhum sinal de Will até a hora que saímos para o almoço. O trajeto até a casa foi curto. Desde que vim para Roseburg sempre visitei Dona Norma com frequência, ela foi a primeira pessoa a trabalhar comigo, antes da Rosa, mas foi acometida pela doença ainda no primeiro mês. Desde então, tenho ajudado a família a se manter mesmo sem que eles saibam. Contratei Marcus e pago o sal
Tudo está uma verdadeira confusão. Ainda ontem, depois do episódio na garagem e antes da invasão de domicílio e tudo mais, eu conversei com Giny. Falei que tinha cometido um erro e que não podia me casar com ela. Ele me perguntou se isso tinha algo a ver com a garota do bar e eu confirmei, ela sabia da história mas não sabia que a garota era Rain. Ora, nem mesmo eu sabia até uma semana atrás. Foi uma briga feia, com gritos e muitas coisas arremessadas na minha direção. Foi nesse momento que decidi sair e ir ajudar Rain com a invasão, eu não sabia que ela já tinha um plano tão bem criado e nem imaginava tudo que ia acontecer. Eu não tive oportunidade de falar com ela sobre a Giny ontem e hoje ela não me deu nem chances. Eu não estava arrependido, mas ela estava. O olhar dela hoje pela manhã demonstrava isso.Tudo ficou ainda mais confuso quando no almoço o meu pai disse que Rain tinha oferecido carona para mim e Giny até Nova Iorque. O que ela pretendia com isso? Teria que perguntar