O restante do meu domingo foi dedicado a tentar esquecer os problemas por um momento, mas infelizmente meu cérebro não é fácil de ser enganado. Eu pulei alguns anos da escola, consegui admissão antecipada e me formei na Harvard Business School aos 20 com especialização em Marketing. Fui hiperestimulada por diversas atividades desde muito pequena, minha mãe me colocaria em qualquer coisa com tanto que ela não precisasse olhar para mim, mas isso combinado com a minha memória eidética e o meu QI de 176 formam o que as pessoas costumam chamar de superdotada. Parece loucura, mas o que eu queria mesmo era a física teórica, estudar o universo e o que faz de nós especiais. Mas aparentemente isso não era adequado para alguém como eu. Para alguém que passou por experiências traumáticas, não ter a habilidade de esquecer é um martírio diário. Eu fiz tudo que estava ao meu alcance para desafogar a minha mente, li um livro, escutei música, abri todas as caixas restantes da mudança (encontrei o
São quase sete horas da tarde, o sol já está se pondo no horizonte, estou a mais de 15 horas na estrada e ainda não estou nem perto da metade do caminho até Roseburg. Ninguém conseguiu entender o motivo de eu sair de Miami e aceitar esse emprego na prefeitura de uma cidade com menos de 25 mil habitantes, as vezes nem eu mesma tinha certeza dessa escolha. Eu apenas precisava fugir daquele lugar, da forma que as pessoas me olhavam e de tudo que tinha acontecido. A essa altura eu já estava concordando com todos que achavam uma loucura eu atravessar o estado de carro, devia ter ido de avião e conseguido outro carro lá. Mas eu tenho um apego emocional com o meu Mustang 69 GT vermelho sangue. O meu avô me deu esse carro, e ele foi a única pessoa nesse mundo que parece ter me amado de verdade. Assim como eu amei ele, parece que tudo na minha vida começou a desandar depois que ele morreu. Foi aí que todos os problemas aconteceram. Sempre fomos só nós dois, e às vezes a maluca da minha mãe,
Eu sei perfeitamente o que o tio Jack está tentando fazer e isso não vai funcionar. Ele sempre foi contra o meu namoro com a Giny, porque ela vem de uma família de políticos como a nossa e que ele considera “amaldiçoados”. E é por isso que ele e o meu pai não se falam há quase 20 anos. Mas sempre que eu preciso de alguém para conversar é a ele que eu procuro. Giny terminou comigo nessa semana porque segundo ela eu não “valorizo a relação o suficiente” e estou “enrolando para dar o próximo passo”. No fundo eu sei que ela está certa e que já passou da hora de assumir o compromisso definitivo. Eu tenho 32 anos e estou namorando com ela a 10. Mas casamento me parece tão definitivo, e por mais que ela seja doce, bonita, inteligente e de uma família importante, eu não consegui criar coragem (e vontade) de fazer o pedido. E então aqui estou eu, em um bar de beira de estrada pedindo conselhos para a ovelha negra da família, que com 50 anos se veste de Cowboy, mesmo tendo nascido e crescido
Não existe nenhum motivo pelo qual eu não possa me divertir com esse cara. Certo?Eu estou a mais de 1600 milhas da minha antiga casa e a mais de 1700 milhas do novo lugar que eu vou chamar de lar. Eu nunca mais vou ver ele novamente. Uma foda de uma noite tudo que eu preciso agora para me sentir sexy, confiante e desejada de novo. -Primeiro fato… -ele apoiou os cotovelos sobre a mesa e colocou o maxilar quadrado sobre o queixo, me dando a sua total atenção. -Ok Will, primeiro fato. -repito o movimento dele e apoio o rosto no punho. - Eu tenho 16 tatuagens no total. Seus olhos passeiam pelo meu corpo tentando descobrir alguma pista a seu favor. -Segundo… O vermelho conversível lá fora -aponto com a cabeça em direção a uma janela aberta - é meu. Ele vira de costas e observa o carro pela janela. -Terceiro… eu já levei um tiro. - ele pareceu bem surpreso com essa afirmação. -Quarto… a calcinha que eu estou usando é vermelha exatamente da mesma cor que a sua gravata…- ele ficou tão
Meu cérebro entrou em curto-circuito. -Isso é tortura, eu devo te processar? - brinco.Pega leve comigo advogado. -ela faz um leve bico, o que deixa os seus lábios carnudos ainda mais convidativos. Preciso beijar essa boca. Espera. O que eu estou fazendo? Meu relacionamento de 10 anos terminou e a poucas horas atrás eu tinha decidido pedir Giny em casamento para recuperá-la. E agora estou aqui com a maior ereção de toda a história, pensando em como seria maravilhoso foder com essa desconhecida. Uma desconhecida que tem PROBLEMA escrito bem grande em sua testa. Ela é mais nova, e eu posso perceber que ela é inteligente e muito bem educada, mas tem algumas coisas que não se encaixam com ela, começando com a roupa que não parece condizer com a personalidade, o fato de ela estar em um bar de beira de estrada sozinha e a insistência em não me dizer o seu nome. -Eu gosto das suas mãos. - ela fala me fazendo perceber que estávamos em silêncio a algum tempo. -Porque?-Eu não consigo para
Eu posso senti-lo em todas as partes do meu corpo, suas mãos vasculhando cada centímetro de pele. Afasto o paletó dos seus ombros empurrando pelas costas até que ele entende o que estou tentando fazer e retira as mãos de mim, permitindo que o casaco caia no chão. Solto uma das pernas em busca de apoio no chão, mas ele a agarra com mais força, me empurrando ainda mais contra a porta. -Não se atreva a sair daqui. -Eu não ia a lugar algum. -falo junto ao seu ouvido. -Boa garota.Sua mão subiu pela minha perna por baixo do vestido, parando no centro das minhas pernas.-Tão pronta… - o movimento das suas mãos me fez soltar um gemido mais alto do que deveria. - Hey, quietinha. Eles podem ouvir a gente lá dentro. -Eu não ligo. Ele traçou com a boca o caminho do meu pescoço até o meu colo mordendo e chupando de uma forma que com certeza deixaria marcas. Ajudei abrindo os botões do meu vestido até a cintura facilitando o seu acesso. -Desculpe, eu não posso esperar. Eu preciso de você.
Seis meses depois.Minha vida está um caos e eu estou atrasada. Odeio isso, odeio atrasos e mais ainda chegar atrasada.Desde que me mudei para Roseburg, 6 meses atrás, eu me apaixonei pela cidade, pelas paisagens, pelas pessoas e principalmente pelo trabalho. Eles foram muito gentis e eu já me sinto em casa.Trabalhar com política tem algo de excitante e emocionante. Aqui eu sou a Assessora do Prefeito Brandon Myers e eu meu trabalho é colocá-lo na mídia e fazer com que ele pareça cada vez melhor. O que não é difícil diga-se de passagem, ele é extremamente gentil, dedicado e realmente se importa com a sua comunidade. No auge dos seus 60 anos permanece um coroa muito boa pinta e simpático. Mas apesar de prazeroso o trabalho não tem sido fácil, foi preciso montar a comunicação praticamente do zero, além de acompanhar o Prefeito em viagens, festas e eventos, estamos no momento tentando fortalecer e promover o turismo de aventura na cidade. E se tem uma coisa que eu não fiz desde a mud
-Eu não poderia discordar mais. - escuto alguém protestar. Levo um susto quando a porta bate atrás de mim e me viro para então me deparar com uma figura que eu não demorei nem um centésimo de segundo para reconhecer.-O que estamos fazendo se chama humanização da imagem. Ninguém mais quer votar em um político engravatado que não é acessível. O povo precisa senti-lo próximo, ver que ele se importa. -ela avança caminhando na nossa direção. Permaneço paralisado. - Nessa “foto jogando futebol” que você citou, ele estava jogando com os alunos da escola, usando o novo uniforme que foi fornecido pelo governo, na nova quadra de esportes construída pelo governo, mostrando o interesse e a preocupação com os mais jovens e o esporte. Em uma única foto ele conseguiu demonstrar tudo isso sem dizer uma palavra. Esse é o meu trabalho. -ela estende a mão em minha direção. - Rain Brennan, Coordenadora de Comunicação. É um prazer conhece-lô Willian. Reúno o pouco de coragem que me resta e pego a sua m