MarryMinha mãe continua me encarando com seus olhos espantados. Não me importo quanto a rainha Vik, o que eu quero é saber sobre os bruxos que carregam o poder de quebrar maldições. Ajeito meu bebê adormecido em meus braços.— Mãe... sabe ou não sabe algo sobre os bruxos quebradores?Ela vira a cabeça para o lado, encarando a cômoda, depois a janela e eu já estava pronta pra fazer a pergunta novamente, mas ela responde.— É uma história longa, Marry — sussurra.— E eu quero saber. — Me aproximo mais dela na cama, chamando sua atenção para mim.— Isso tudo começou no reinando do pai do seu rei — a forma como ela diz “seu rei” soa como deboche, mas nada mais me importa, quero informações. — O rei Killian, conhecido como um rei cruel, se viu diante de uma ameaça. E tudo o que era uma ameaça para ele, ele simplesmente tirava do caminho.Já havia escutado histórias sobre o pai de Yan, que ele era cruel, invencível, assustador... Mas diante do que descobri quando vim para o castelo comecei
MarryA ansiedade me toma, não sei o que pensar. Pode ser mais fácil ou mais difícil, dependendo de como o rei vai aceitar o que vou dizer.Seguro meu filho com carinho e dou beijinhos em sua cabeça de cabelos escuros e torço para que seu pai entenda o que tenho a dizer.Chego em seu quarto e me surpreendo em vê-lo andando pelo quarto, sangue escorria por seu pescoço, seu peito nu, e o cômodo estava destruído.— O que aconteceu, Yan? — questiono alarmada, olhando tudo ao meu redor.— Meu filho — fala com urgência na voz e se aproxima de mim, pegando o bebê em seu colo.Não faço ideia do que aconteceu.Ele se afasta com Enry em seus braços que não se alarmou ao ser retirado de meu colo por seu pai. Observo seu corpo nu que agora está de costas para mim, se não estivesse visto este mesmo homem de cama hoje, diria que ele está perfeitamente bem, seu corpo parece forte e musculoso.— Você está ferido, Yan, temos que chamar a curandeira. — Já estava quase saindo do quarto, quando ele fala
YanDepois da sensação de prazer, a exaustão toma o meu corpo e eu caio de joelhos no chão. Meu corpo dói, cada milímetro, cada gota de sangue, cada fio de cabelo... tudo parece doer.— Yan! — Marry vem na minha direção, a expressão de preocupação em seu rosto faz algo dentro de mim se quebrar.Ela é minha escrava pessoal, a fiz ter medo de mim no começo, e ela se preocupa comigo. O que fiz para merecer sua preocupação e o amor que ela diz sentir por mim?— Você não deveria ter feito esse esforço todo, Yan. — Vejo lágrimas correr por seu rosto. — Eu não deveria ter permitido que fizesse isso, a culpa é minha.— Não diga bobagens — ralho com ela, pois me sinto ainda mais culpado quando ela diz esse tipo de coisa.Concentro toda a minha força em minhas pernas e me forço a ficar de pé novamente.— Me ajude a chegar na cama — peço, me esforçando a cada passo e as lágrimas continuam a rolar pela face de minha escrava. Aquilo me incomoda profundamente.Me sento na cama com a sua ajuda. Ela
Liam— É verdade que o rei está doente? — um lobo pergunta. Meu plano de disseminar aos poucos o boato está dando certo.— É verdade — respondo levando uma caneca de cerveja aos lábios, minha face se contorce com a falsa tristeza pelo estado do alfa. — Temo que em breve seremos atacados pelos lobos cinzentos.— Por que diz isso? — Outro lobo mais velho e meio barrigudo pergunta.A taberna está abarrotada esta noite, está perfeita para espalhar as novidades sobre o rei.— Porque o rei está doente, está fraco, sua escrava que está o ao seu redor dizendo que o ama, está o enganando. — Os homens ao redor da mesa arregala os olhos, espantados com as novidades aterradoras. — E tinha um lobo cinzento na fronteira outro dia, tenho a marca do nosso embate.Aponto para a longa ferida que atravessa a minha face para os homens, eles não precisam saber que foi Yan que fiz isto em meu rosto.— O Alfa nos defendeu naquele dia, nos defenderá novamente — um novo lobo que ouviu a conversa se aproxima d
MarryDois dias se passaram e Yan não se manifestou com relação a libertação dos escravos e eu nãp sei mais o que fazer para ajudá-lo. Tudo o que eu podia fazer estando presa neste castelo eu fiz, se nada resolveu, agora terei que sair em busca de informação.Tudo o que me resta é encontrar um quebrador. Deve haver algum pela redondeza, mas onde? Como Yan aparentemente não aceitou a sugestão de consertar os erros de seu pai, terei que voltar ao plano inicial. Porém não conheço nada além do castelo e dos campos de trabalho.Estou tomando sol com meu filho na jardim, agora sou acompanhada pelo Beta Huan, além de mais um soldado, o que estava presente na primeira vez que Liam surgiu.Enquanto a criança faz seus barulhinhos de bebê e brinca com seus pezinhos, fico pensando em qual passo devo dar. Estou perdida. A deusa Lua nunca mais surgiu para me dar instruções e agora seria um momento perfeito, pois me sinto completamente sem direção.Encaro a face gordinha de meu filho, enquanto faz
MarryMais mortes. Muitas mortes. E eu que achei que fosse a amaldiçoada por ter o poder que tira a vida das pessoas. Enquanto corro desesperadamente, meu pulmão protesta por ar, mas eu não posso parar. Tenho que saber o que aconteceu.Eu sei que todos querem a liberdade, sei que não conheço o que é liberdade de verdade, pois nasci nos campos de trabalho, mas entendo o desejo de todos por este bem tão precioso. Mas se é uma luta pela libertação de todos os escravos, todos devem ter o mesmo direito, e não sacrificar alguns para que outros possam se beneficiar.Isso tem que parar. Inocentes não podem mais morrer. Preciso saber o que está acontecendo; Yan precisa libertar os escravos e se libertar da maldição para que tudo possa voltar ao seu lugar.Quando alcanço a saída do castelo, ouço sons de unha batendo na pedra e eu sei que o Beta do alfa está atrás de mim, mas ninguém vai me parar, nem mesmo Yan. Continuo a correr.Os guardas à porta podem ser um problema, mas eles se afastam e m
MarryAs palavras daquele homem fizeram um arrepio subir por minhas costas, mas eu estava ali com um objetivo e não iria embora sem cumpri-lo.— Que bom — tento parecer tranquila — Então não terá problema em me contar o que aconteceu para que tantos escravos morressem de uma vez.Ergo meu nariz, impondo uma segurança que não existe.— Entre, veja com seus próprios olhos. — Um sorriso se espalha pelo rosto enrugado de Handall.Ele abre a porta e eu atravesso-a, olhando para o canto de sempre, onde via o Fosso deitado com a boca aberta, recebendo o poder de alguém. Mas desta vez ele está em repouso.O corpo do Fosso está muito mais forte do que antes, os olhos fechados e a boca enegrecida aberta, como se estivesse a espera de algo. A respiração parece tranquila.— Está vendo como está forte? — Handall começa.— Como é possível, ele só recebe magia como alimentação?— Somente magia, ou o feitiço não funcionaria, e ele está mais forte a cada dia.Encaro-o, buscando ter certeza do que aqui
LiamSou informado que o melhor momento de atacar o castelo é agora. A vagabunda da escrava do meu irmão e o Beta Huan foram para os campos de trabalho. O que eles foram fazer não me interessa, o que eu quero é que demorem bastante e me deem tempo o suficiente para fazer o que precisa ser feito.Os lobos cinzas estão somente aguardando o meu sinal para invadir o castelo em busca da sua rainha. Eles queriam resgatar sua alfa e assim será feito, e eu terei minha chance com meu irmão.A cada dia que passa o rei está mais fraco, é o que minha fonte no castelo diz, então dois dias depois de uma luta que o exauriu deve ser o suficiente para deixá-lo ainda mais debilitado.Tomando cuidado para que ninguém percebesse meu caminho, vou até o túnel onde uma matilha dos lobos cinzas está aguardando o meu aviso. Ao me aproximar, vejo seu líder sair de seu esconderijo e vir na minha direção.— E então, podemos entrar?— Agora é com vocês — falo, entregando um mapa com a localização do calabouço ond